4/17/2013

NO RIO DE JANEIRO SE CONTINUA EM MARCHA PELA SEGUNDA E DEFINITIVA INDEPENDÊNCIA DA COLOMBIA





Com a participação de mais de 40 pessoas, no passado 09 de abril teve lugar a terceira versão do Cine-Foro itinerante Colômbia em marcha. Este evento enquadra-se na mobilização nacional que tem lugar por uma Colômbia onde a paz seja com justiça social, democrática e onde se defenda o público. Além disso, comemoraram-se os 65 anos do assassinato do líder popular Jorge Eliecer Gaitán.

Esta atividade foi realizada de maneira conjunta com o Centro Académico de Serviço Social José Paulo Netto CASS JPN da Universidade Federal do Rio de Janeiro UFRJ. A partir da apresentação do filme documentário “Baile Vermelho” Sergio Quintero (membro da Marcha Patriótica) fez uma contextualização sociopolítica do país no decorrer das décadas dos oitentas e noventas do século passado e das primeiras décadas do presente século, para destacar os avanços e o auge do movimento social e popular na Colômbia, assim como a importância que tem os atuais diálogos de paz entre o governo e as FARC-EP.  O país precisa do acompanhamento internacional para lograr proteger o processo, assim como para exigir às partes chegar a acordos, que se amplie a participação das organizações sociais e populares e que tenha lugar um cesse bilateral ao fogo. A contextualização realizada pelo integrante da Marcha Patriótica provocou reflexões e perguntas do público colombo-brasileiro que esteve presente, particularmente sobre a possibilidade real de uma transformação nacional a partir dos diálogos e da continuidade da luta de classes num marco democrático, como o que começa a se construir com o acordo de paz.


Participou também o professor Elidio A. Borges (experto em direitos humanos e relações internacionais), quem destacou alguns elementos de análise sobre a realidade colombiana enquanto laboratório da prática violenta do capital. A Colômbia tem importância geopolítica para América Latina e apresenta o maior número de denuncias por violação dos direitos humanos por parte do Estado na região. O intento de extermínio da União Patriótica é segundo o professor um genocídio, um crime contra a humanidade. Referiu-se aos meios de comunicação e a manipulação devidos aos interesses dos grupos de poder que os controlam e destacou a importância por continuar lutando pelos direitos humanos.  Sobre o processo de violência massiva (como o que aconteceu contra a União Patriótica e contra outros movimentos e organizações de esquerda na Colômbia), são expressões também de resistências vivas, importantes de manter pressentes na memoria, para se apropriar o passado e projetar um novo futuro. Tratando-se de violência se precisa diferenciar aquela que é de Estado e aquela dos setores da sociedade que tem sofrido historicamente opressão, não aceitar o regime político como algo natural ou normal e pelo tanto acreditar na necessidade de construir uma nova sociedade, onde os insurgentes armados, sem deixar de ser insurgentes abandonem as armas e se juntem a outros setores para constroir a paz. Para finalizar assinalou o importante que é a verdade pois, “não se pode fazer uma paz sobres a base do esquecimento”.         

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