ENTREVISTA CONJUNTA
DR. ATILIO BORÓN; DR. DARÍO FAJARDO MEMBRO DA COMISSÃO HISTÓRICA DO CONFLITO E SUAS VÍTIMAS; DR. VICTOR MANUEL MONCAYO RELATOR DA COMISSÃO HISTÓRICA DO CONFLITO E SUAS VÍTIMAS - II FORO PELA PAZ NA COLÔMBIA
PARLAMENTARES INTERCAMBIAM PROPOSTAS DE SOLIDARIEDADE COM O PROCESSO DE PAZ NA COLÔMBIA
05/06/15
I FORO PARLAMENTARIO POR LA PAZ EN COLOMBIA
EDIFICIO ANEXO DEL PALACIO LEGISLATIVO
FINALIZOU A APRESENTAÇÃO DO INFORME DA COMISSÃO HISTÓRICA DO CONFLITO
Há 20 minutos finalizou a apresentação do Informe da Comissão Histórica do Conflicto. Victor Manuel Moncayo, Darío Fajardo e Atilio Borón apresentaram apartes das suas pesquisas, resaltando a origem do conflico colombiano na iniqua distribuição da terra, às politicas de despojo, e à desigualdade social, e ressaltando o papel histórico jogado pelos Estados Unidos no mesmo. Descarregue o informe completo aquí: https://www.mesadeconversaciones.com.co/…/informe-comisio%C…
De ezquerda a direita: Victor Manuel Moncayo; Christian Arias; Darío Fajardo y Atilio Borón.
Auditório Paraninfo de la Facultad de Derecho de la Universidad de la República - UDELAR
IMAGENS DO FÓRUM PARLAMENTAR QUE DISCUTE INICIATIVAS PARLAMENTARES PELA PAZ NA COLÔMBIA
Mesa de inscrições
Edificio Anexo del Palacio Legislativo
Edificio Anexo del Palacio Legislativo
LINK TRANSMISSÃO AO VIVO II FÓRUM PELA PAZ NA COLÔMBIA
05/06/15
Rueda de prensa (02/06/15) Montevideo.
Como producto de una preparación de
varios meses en la que los distintos comités organizadores de Uruguay,
Argentina, Brasil y Colombia trabajaron con el fin de dinamizar este II Foro
por la paz de Colombia, finalmente llegó la fecha del evento y con ella un gran
número de personas de toda la región que desde hoy hasta el domingo se reunirán
bajo las banderas de la paz con justicia social, la solución política al
conflicto social y armado en Colombia y la lucha contra el contra el
militarismo en Nuestramérica.
Las distintas delegaciones van llegando a
la capital de paz de latinoamérica motivadas por la necesidad regional de
construir una alianza de toda la región en pro de la paz en Colombia, mucho más
en esta coyuntura en la que la sociedad civil en su conjunto clama por el cese
bilateral al fuego y el desescalamiento del conflicto en el territorio
nacional, para garantizar de esa manera una paz real, estable y duradera.
Foto de archivo I Foro por la Paz de Colombia
CONVITE DE IVAN PINHEIRO DO PCB AO II FÓRUM PELA PAZ NA COLÔMBIA
03/06/15
BRASIL SE PREPARA PARA FÓRUM PELA PAZ NA COLÔMBIA
02/06/15
Redação: Vitor Taveira
Encontros regionais mobilizaram dezenas de organizações sociais brasileiras em torno da proposta do evento internacional que vai discutir o tema colombiano em junho no Uruguai.
Entre os dias 5 e 7 de junho a cidade de Montevidéu, capital do Uruguai, recebe o II Fórum pela Paz na Colômbia, que busca debater e criar articulações internacionais em favor da paz com justiça social na Colômbia, que enfrenta 50 anos de conflito social e armado. Depois do sucesso da primeira edição do Fórum, realizada em 2013 em Porto Alegre, mais de 40 organizações brasileiras já declararam apoio ao II Fórum, que é coordenado pelo movimento político e social colombiano Marcha Patriótica junto a mais de uma centena de organizações do continente.
Como parte dos preparativos para o Fórum, a Marcha Patriótica – Capítulo Brasil, conformada por colombianos residentes no Brasil, realizou uma série de atividades junto às organizações apoiadoras em sete capitais brasileiras.
Atividade de Pre-Fórum São Paulo
Atividade de pre-fórum Porto Alegre
Atividade de pre-fórum Vitória
De acordo com Javier Rodríguez, integrante da organização no Brasil, os dois objetivos principais desses eventos preparatórios foram fortalecer a construção coletiva e colaborativa do II Fórum, convidando novas organizações e indivíduos, e fortalecer os vínculos com as organizações já solidárias ao Fórum que ajudaram na estrutura e divulgação local. “O outro grande objetivo foi continuar difundindo a situação do processo dos diálogos de paz entre o governo e as FARC desde a perspectiva do movimento social e político colombiano, e em particular, desde a perspectiva da Marcha Patriótica: o documento de balanço das atividades de pré-fóruns trazem os elementos centrais dessa análise”, diz, lembrando de propostas como o cessar-fogo bilateral, a participação direta e vinculante das organizações sociais na mesa de diálogos, e a continuidade irrestrita das negociações, assim como a abertura de mesas com os outros movimentos insurgentes, ELN e EPL .
As cidades que receberam os pré-fóruns no Brasil foram São Paulo, Vitória, Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Os encontros mobilizaram cerca de 300 pessoas presencialmente. “A conversação destes temas com o povo brasileiro trouxe grandes aprendizados para a Marcha, que valoriza enormemente a experiência de luta e os avanços democráticos da sociedade brasileira, e estimula o diálogo entre as organizações dos nossos povos irmãos”, afirma Javier Rodríguez.
Coletiva de imprensa Rio de Janeiro
Atividade pre-fórum Rio de Janeiro
Encontro secretario estadual DDHH MG
A avaliação do processo preparatório
no Brasil foi excelente por parte dos organizadores, especialmente pelos
diversos Estados em que foram realizadas atividades e grande envolvimento de
pessoas e organizações. “Este cenário parece mostrar que o povo brasileiro
insere cada vez mais decididamente o ponto da solidariedade com as lutas do
povo colombiano em suas agendas políticas”.
Até o momento, é esperada uma
delegação de ao menos 150 pessoas se desloquem do Brasil para o Uruguai para
participar do II Fórum pela Paz na Colômbia, entre brasileiros, colombianos e
outros estrangeiros residentes no país, com representatividade de diversos
setores como movimento negro, de mulheres, jovens, estudantis, sindical,
camponês, partidário, entre outros.
Foto do arquivo I Fórum pela Paz na Colômbia
CARTA DE SOLIDARIEDADE COM AS LUTAS DO POVO COLOMBIANO E A CÚPULA AGRÁRIA, CAMPONESA, ÉTNICA E POPULAR
02/06/15
Desde os diferentes cantos do Brasil, uma grande
diversidade de organizações e movimentos sociais e políticos, temos acompanhado
de perto o processo de paz na Colômbia, entendido não só como o necessário e
fundamental diálogo entre o Estado da Colômbia sob a direção do Governo de Juan
Manuel Santos Calderón com a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da
Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP) e com as outras forças guerrilheiras, o
Exército de Libertação Nacional (ELN) e o Exército Popular de Libertação (EPL),
mas também entendido como o necessário diálogo com o conjunto do movimento
social e popular colombiano; que tem nos últimos anos na Cúpula Agrária sua
principal expressão de unidade, desde onde entendemos se coloca uma agenda
social de reformas necessárias para garantir que o processo de paz culmine com
as bases de estabilidade e durabilidade que é pretendida.
Nesse sentido, viemos por meio desta missiva a
expressar toda a nossa solidariedade com as lutas do povo colombiano,
especialmente as articuladas pela Cúpula Agrária Camponesa, Étnica e Popular.
Sabemos dos incumprimentos do Governo de Santos Calderón para efetuar mínimos
acordos após o importante levantamento popular e as greves dos últimos anos,
assim como a falta de vontade para manter um diálogo social que possibilite
achar saídas à crise da situação do campo colombiano, agudizado pelo Tratado de
Livre Comércio com os Estados Unidos da América (e outros).
Por isso, desde o Fórum pela paz na Colômbia com
justiça social, democracia e soberania, que será realizado em
Montevidéu-Uruguai, nos próximos dias 05, 06 e 07 de junho, não só
expressaremos a nossa solidariedade, mas procuraremos caminhos, juntos com
vocês e todas as forças presentes, para garantir um acompanhamento mais de
perto.
Estamos juntos companheiros e companheiras, estas são
as nossas bandeiras de solidariedade que esperamos podamos materializar de diversas
formas:
- Paz com justiça social, democracia e soberania.
- Continuidade do diálogo de paz entre o Estado da Colômbia, (encabeçado pelo governo de Santos Calderón) e a insurgência armada das FARC-EP. Assim como o início efetivo do diálogo com as insurgências armadas do ELN e do EPL. Garantindo a participação massiva e efetiva das organizações do conjunto dos movimentos sociais e populares desse paísCessar-fogo bilateral durante todo o processo de diálogos de paz.
- Garantias para a disputa eleitoral regional e local em 2015, e para os novos mandatos de paz.
- Incentivos e garantias que impulsionem a ampla participação em uma Assembleia Nacional Constituinte, como processo para referendar os acordos nas diversas mesas de diálogos, que devem responder às demandas do povo colombiano, articulado em processos como a Cúpula Agrária: Camponesa, Étnica e Popular.
- Fim das políticas de militarização rural e urbana. Rever os acordos militares com os EUA, não permitindo a presença e livre uso de bases militares na Colômbia pelas forças militares estadunidenses.
- Anistia e liberdade para as prisioneiras e os prisioneiros políticos.
- Apoio às lutas agrárias, camponesas, étnicas e populares.
- Fim ou regulação firme do uso de agrotóxicos e transgênicos. Saída da Monsanto da Colômbia.
- Fim do uso de glifosato para o “ataque” aos cultivos de uso ilícito e em geral.
- Respaldo às lutas e políticas por soberania alimentar.
- Apoio à consolidação (e construção) das Zonas de Reserva Camponesa.
- Respeito e defesa da diversidade cultural e étnica.
Brasil, junho 01 de 2015.
ASSINAM
1. ACJM (Associação Cultural José Martí – RJ, Santos SP, RGS)
2. ALAL (Associação Latino-americana de Advogados Laboristas)
3. BONDE DA CULTURA
4. BRIGADAS POPULARES
5. CALLES (Casa da América Latina Liberdade e Solidariedade)
6. CASA DA AMÉRICA LATINA
7. CEBRAPAZ
8. COLETIVO FEMINISTA ANA MONTENEGRO
9. COLETIVO MINERVINHO OLIVEIRA
10. COMITÊ DE SOLIDARIEDADE À LUTA DO POVO PALESTINO (Rio de Janeiro),
11. CORRENTE SINDICAL UNIDADE CLASSISTA
12. CRM (Centro de estudos estratégicos Ruy Mauro Marini)
13. CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
14. CUT (Central Única dos Trabalhadores)
14. CUT (Central Única dos Trabalhadores)
15. FITEE federação Interestadual dos Trabalhadores em estabelecimento de Ensino)
16. FSM (Federação Sindical Mundial)
17. IELA – UFSC (Instituto de Estudos Latino-americanos)
18. JCA (Juventude Comunista Avançando)
19. JUVENTUDE 5 DE JULHO
20. MARCHA PATRIÓTICA CAPÍTULO BRASIL
21. MAS (Movimento Avançando Sindical)
22. Movimento Palestina para Todos e Todas (MOPAT)
23. MOVIMENTO DE JUSTIÇA E DIREITOS HUMANOS
24. MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores)
25. MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra)
26. MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto)
27. GEA-SUR – UNIRIO (Grupo de Estudos em Educação Ambiental desde El Sur)
28. OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil)
29. OCAC (Organização Comunista Arma da Crítica)
30. ORGANIZAÇÃO A MARIGUELLA
31. PARTIDO COMUNISTA COLOMBIANO
32. PT (Partido Dos Trabalhadores)
33. PCB (Partido Comunista Brasileiro)
34. PCdoB (Partido Comunista do Brasil)
35. PCML (Partido Comunista Marxista-Leninista / Brasil)
36. PCR (Partido Comunista Revolucionário)
37. PCLCP (Polo Comunista Luiz Carlos Prestes)
38. PPL (Partido Pátria Livre)
39. PSOL (Partido Socialismo e Liberdade)
40. REFUNDAÇÃO COMUNISTA
41. SINDIPETRO
42. TSCC-RJ (Trabalho Social Crítico da Colômbia – Rio de Janeiro)
43. UNIÃO BRASILEIRA DE MULHERES
44. UNEGRO (União de Negros pela Igualdade)
45. UJC (União da Juventude Comunista)
46. UJS (União da Juventude Socialista)
CARTA ABERTA AO FÓRUM DE SÃO PAULO SOBRE A
SOLIDARIEDADE EFETIVA COM O PROCESSO DE PAZ NA COLÔMBIA
02/06/15
Desde o processo
de articulação no Brasil para a organização do II Fórum pela paz na Colômbia
com justiça social, democracia e soberania, que incluiu a realização de 08
atividades de pré-fórum, preparatórias de esse importante espaço de unidade
internacionalista. Assumindo a relevância geopolítica do processo de paz na
Colômbia, entendido não só como o necessário e fundamental diálogo entre o
Estado da Colômbia sob a direção do Governo de Juan Manuel Santos Calderón com
a guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo
(FARC-EP) e com as outras forças guerrilheiras, o Exército de Libertação
Nacional (ELN) e o Exército Popular de Libertação (EPL); mas também entendido
como o necessário diálogo com o conjunto da sociedade colombiana, especialmente
com os setores populares e democráticos representados atualmente,
principalmente, em processos de unidade como a Frente Ampla pela Paz com
Justiça Social e a Cúpula Agrária Camponesa, Étnica e Popular.
E reconhecendo a
importância do Fórum de São Paulo, como espaço de articulação de partidos
democráticos da esquerda latino-americana.
Viemos por meio
desta missiva a propor ao Fórum de São Paulo que assuma uma proposta que
estamos levando desde o Brasil para o II Fórum pela paz na Colômbia que será
realizado em Montevidéu-Uruguai, os dias 05, 06 e 07 de junho, e que esperamos
seja encaminhada: Se trata da conformação
de uma rede de parlamentários pela paz na Colômbia com justiça social,
democracia e soberania e que realizem uma missão de observação eleitoral para
as eleições locais e regionais que serão celebradas em outubro deste ano nesse
país.
Brasil, junho 01 de 2015.
ASSINAM
1. ACJM (Associação Cultural José Martí – RJ, Santos SP, RGS)
2. ALAL (Associação Latino-americana de Advogados Laboristas)
3. BONDE DA CULTURA
4. BRIGADAS POPULARES
5. CALLES (Casa da América Latina Liberdade e Solidariedade)
6. CASA DA AMÉRICA LATINA
7. CEBRAPAZ
8. COLETIVO FEMINISTA ANA MONTENEGRO
9. COLETIVO MINERVINHO OLIVEIRA
10. COMITÊ DE SOLIDARIEDADE À LUTA DO POVO PALESTINO (Rio de Janeiro),
11. CORRENTE SINDICAL UNIDADE CLASSISTA
12. CRM (Centro de estudos estratégicos Ruy Mauro Marini)
13. CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
14. CUT (Central Única dos Trabalhadores)
14. CUT (Central Única dos Trabalhadores)
15. FITEE federação Interestadual dos Trabalhadores em estabelecimento de Ensino)
16. FSM (Federação Sindical Mundial)
17. IELA – UFSC (Instituto de Estudos Latino-americanos)
18. JCA (Juventude Comunista Avançando)
19. JUVENTUDE 5 DE JULHO
20. MARCHA PATRIÓTICA CAPÍTULO BRASIL
21. MAS (Movimento Avançando Sindical)
22. Movimento Palestina para Todos e Todas (MOPAT)
23. MOVIMENTO DE JUSTIÇA E DIREITOS HUMANOS
24. MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores)
25. MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra)
26. MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto)
27. GEA-SUR – UNIRIO (Grupo de Estudos em Educação Ambiental desde El Sur)
28. OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil)
29. OCAC (Organização Comunista Arma da Crítica)
30. ORGANIZAÇÃO A MARIGUELLA
31. PARTIDO COMUNISTA COLOMBIANO
32. PT (Partido Dos Trabalhadores)
33. PCB (Partido Comunista Brasileiro)
34. PCdoB (Partido Comunista do Brasil)
35. PCML (Partido Comunista Marxista-Leninista / Brasil)
36. PCR (Partido Comunista Revolucionário)
37. PCLCP (Polo Comunista Luiz Carlos Prestes)
38. PPL (Partido Pátria Livre)
39. PSOL (Partido Socialismo e Liberdade)
40. REFUNDAÇÃO COMUNISTA
41. SINDIPETRO
42. TSCC-RJ (Trabalho Social Crítico da Colômbia – Rio de Janeiro)
43. UNIÃO BRASILEIRA DE MULHERES
44. UNEGRO (União de Negros pela Igualdade)
45. UJC (União da Juventude Comunista)
46. UJS (União da Juventude Socialista)
CONTRIBUINDO AO CAMINHO DA PAZ COM JUSTIÇA SOCIAL, DEMOCRACIA E SOBERANIA NA COLÔMBIA, POR UMA LATINO-AMÉRICA EM PAZ E LIVRE DE MILITARISMO
02/06/15
MEMORIA DE ATIVIDADES PRÉ-FÓRUM NO BRASIL
MARÇO, ABRIL E MAIO DE 2015
Convite de Edson França de União de Negros pela Igualdade - UNEGRO
Saudação de Socorro Gomes do Centro Brasileiro de Soliedaridade e Luta pela Paz - CEBRAPAZ

La paz no llegará con más bombas, sino parando la guerra
INTRODUÇÃO
Desde
Comissão Internacional da Marcha Patriótica e o Capítulo Brasil, em conjunto
com diversas forças sociais e políticas desse país, começamos em maio de 2014 a
retomar a iniciativa de realizar o II Fórum pela paz na Colômbia, após uma
visita que várias dessas forças tinham feito à Colômbia, conhecendo de perto
processos de organização e luta camponesa, a situação de direitos humanos, a
militarização dos campos e cidades, intercambiando com diversas forças sociais
e políticas do país e participando da massiva mobilização do 01° de maio em Bogotá, ratificando a importância de atividades
que possibilitem difundir a verdadeira Colômbia, que a grande mídia não mostra
e, sobretudo, possibilitando a construção de propostas coletivas para
acompanhar o povo colombiano na sua luta pela paz com justiça social.
Foi
com grande alegria que vimos como o processo foi crescendo e tomando consistência,
logrando que fosse a própria Frente Ampla do Uruguai que assumisse desta vez
sua coordenação, convocatória e organização logística; em conjunto e com o
acompanhamento e trabalho militantes das mais de 100 organizações que fomos
somando nesta iniciativa no Brasil, na Argentina, na Colômbia, e, é claro, no Uruguai.
Nessa
caminhada de construção coletiva, de unidade na diversidade, conseguimos realizar
no Brasil um total de oito atividades com caráter de pré-fórum, que permitiram
conhecer e difundir um pouco mais da conjuntura atual do processo de paz, coordenar
a participação no II Fórum, mas, sobretudo, motivar para dar continuidade a
este belo trabalho de solidariedade internacionalista, tão caro para o povo
colombiano e suas lutas pela paz com justiça social, democracia e soberania,
somando inclusive novas forças a esse esforço.
Em
seguida apresentaremos as bandeiras e propostas que foram surgindo ao longo das
atividades de pré-fórum e ratificadas por todas as organizações que assumiram
essa convocatória seja como organizadoras ou como apoiadoras. Posteriormente,
será apresentado o texto base realizado pela Marcha Patriótica Capítulo –
Brasil, construído a partir de jornadas de análise de conjuntura, servindo de
guia nas palestras e debates durante essas atividades de pré-fórum e que foi
amadurecendo ao longo do processo, como contribuição também para esse II Fórum.
Agradecemos
a todas as organizações e movimentos sociais e políticos que tem assumido como suas
as lutas do povo colombiano; por isso, entendemos que esta América Latina se pinte
de amarelo, azul e vermelho, recuperando o sonho de Bolívar de unidade e de
enfrentamento à intervenção estadunidense na região.
SOMOS TODAS E TODOS COLÔMBIA, SOMOS MAIS, AGORA SIM A PAZ!
BANDEIRAS E PROPOSTAS DE
SOLIDARIEDADE COM O PROCESSO DE PAZ COM JUSTIÇA SOCIAL NA COLÔMBIA E COM AS
LUTAS DO POVO COLOMBIANO.
Bandeiras:
•
Paz
com justiça social, democracia e soberania.
•
Continuidade
do diálogo de paz entre o Estado da Colômbia, (encabeçado pelo governo de
Santos Calderón) e a insurgência armada das FARC-EP. Assim como o início
efetivo do diálogo com as insurgências armadas do ELN e do EPL. Garantindo a
participação massiva e efetiva das organizações do conjunto dos movimentos
sociais e populares desse país.
•
Cessar-fogo
bilateral durante todo o processo de diálogos de paz.
•
Garantias
para a disputa eleitoral regional e local em 2015, e para os novos mandatos de
paz.
•
Incentivos
e garantias que impulsionem a ampla participação em uma Assembleia Nacional
Constituinte, como processo para referendar os acordos nas diversas mesas de
diálogos, que devem responder às demandas do povo colombiano, articulado em
processos como a Cúpula Agrária: Camponesa, Étnica e Popular.
•
Fim
das políticas de militarização rural e urbana. Rever os acordos militares com
os EUA, não permitindo a presença e livre uso de bases militares na Colômbia pelas
forças militares estadunidenses.
•
Anistia
e liberdade para as prisioneiras e os prisioneiros políticos.
•
Apoio
às lutas agrárias, camponesas, étnicas e populares.
•
Fim
ou regulação firme do uso de agrotóxicos e transgênicos. Saída da Monsanto da
Colômbia.
•
Fim
do uso de glifosato para o “ataque” aos cultivos de uso ilícito e em geral.
•
Respaldo
às lutas e políticas por soberania alimentar.
•
Apoio
à consolidação (e construção) das Zonas de Reserva Camponesa.
•
Respeito
e defesa da diversidade cultural e étnica.
Propostas:
- Carta de respaldo e solidariedade com as lutas da Cúpula Agrária, Camponesa, Étnica e Popular.
- Carta ao Fórum de São Paulo para que assuma integralmente as bandeiras de solidariedade propostas e defina mecanismos efetivos de acompanhamento permanente ao processo de paz na Colômbia (entendido como os diálogos com todas as insurgências armadas, a participação massiva e efetiva do povo, mecanismos para referendar, implementação de acordos, garantias políticas durante o processo de paz, liberdade para os prisioneiros políticos, etc.), como por exemplo, uma rede de parlamentares pela paz e o acompanhamento das eleições locais e regionais de 2015.
- Assumir e implementar no Brasil a Campanha “Eu te Chamo Liberdade”, pela libertação dos prisioneiros políticos.
- Constituir uma missão de acompanhamento/observação eleitoral internacional para as eleições regionais e locais de 2015.
- Constituir ou fortalecer vínculos das organizações para intercâmbio e solidariedade mutua, por setores: camponeses, comunidades negras, indígenas, trabalhadores urbanos, mulheres, jovens e estudantes, entre outros.
- Carta ao Governo do Brasil solicitando a revisão do acordo militar com a Colômbia e a não renovação da venda aviões Super Tucano para esse país.
- Participação e/ou ato de recusa, à exposição da indústria militar que acontecerá no Rio de Janeiro (mês por confirmar).
- Construir campanha de suspensão imediata do uso de glifosato no suposto combate aos cultivos de uso ilícito.
- Participação de organizações do II Fórum pela paz na colômbia, na mesa da verdade sobre o narcotráfico.
ASSINAM
1. ACJM (Associação Cultural José Martí – RJ, Santos SP, RGS)
2. ALAL (Associação Latino-americana de Advogados Laboristas)
3. BONDE DA CULTURA
4. BRIGADAS POPULARES
5. CALLES (Casa da América Latina Liberdade e Solidariedade)
6. CASA DA AMÉRICA LATINA
7. CEBRAPAZ
8. COLETIVO FEMINISTA ANA MONTENEGRO
9. COLETIVO MINERVINHO OLIVEIRA
10. COMITÊ DE SOLIDARIEDADE À LUTA DO POVO PALESTINO (Rio de Janeiro),
11. CORRENTE SINDICAL UNIDADE CLASSISTA
12. CRM (Centro de estudos estratégicos Ruy Mauro Marini)
13. CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
14. CUT (Central Única dos Trabalhadores)
14. CUT (Central Única dos Trabalhadores)
15. FITEE federação Interestadual dos Trabalhadores em estabelecimento de Ensino)
16. FSM (Federação Sindical Mundial)
17. IELA – UFSC (Instituto de Estudos Latino-americanos)
18. JCA (Juventude Comunista Avançando)
19. JUVENTUDE 5 DE JULHO
20. MARCHA PATRIÓTICA CAPÍTULO BRASIL
21. MAS (Movimento Avançando Sindical)
22. Movimento Palestina para Todos e Todas (MOPAT)
23. MOVIMENTO DE JUSTIÇA E DIREITOS HUMANOS
24. MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores)
25. MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra)
26. MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto)
27. GEA-SUR – UNIRIO (Grupo de Estudos em Educação Ambiental desde El Sur)
28. OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil)
29. OCAC (Organização Comunista Arma da Crítica)
30. ORGANIZAÇÃO A MARIGUELLA
31. PARTIDO COMUNISTA COLOMBIANO
32. PT (Partido Dos Trabalhadores)
33. PCB (Partido Comunista Brasileiro)
34. PCdoB (Partido Comunista do Brasil)
35. PCML (Partido Comunista Marxista-Leninista / Brasil)
36. PCR (Partido Comunista Revolucionário)
37. PCLCP (Polo Comunista Luiz Carlos Prestes)
38. PPL (Partido Pátria Livre)
39. PSOL (Partido Socialismo e Liberdade)
40. REFUNDAÇÃO COMUNISTA
41. SINDIPETRO
42. TSCC-RJ (Trabalho Social Crítico da Colômbia – Rio de Janeiro)
43. UNIÃO BRASILEIRA DE MULHERES
44. UNEGRO (União de Negros pela Igualdade)
45. UJC (União da Juventude Comunista)
46. UJS (União da Juventude Socialista)
O PROCESSO DE PAZ NA
COLÔMBIA
Avanços, Contradições e
Lutas.
Por: Marcha Patriótica –
Capítulo Brasil
O
Movimento Político e Social Marcha Patriótica da Colômbia, junto com mais de
100 organizações brasileiras, argentinas e de outros países da Nossa América,
realizou o I Fórum pela paz na Colômbia no mês de maio de 2013 na cidade de
Porto Alegre. Desse Fórum surgiram diversas propostas que têm se encaminhado
durante os dois anos seguintes e atualmente estamos nos preparando para a
realização do II Fórum, somando forças no continente, especialmente na região
sul. Desta vez, Montevidéu-Uruguai sediará esse importante espaço de encontro,
de análise da realidade social colombiana no contexto latino-americano, de
propostas de articulação de solidariedade efetiva para acompanhar as lutas do
povo colombiano pela paz com justiça social, democracia e soberania, e de
solidariedade com os povos em luta do continente e do mundo, assim como com os
governos progressistas e revolucionários, particularmente de Cuba e da
Venezuela.
Este
texto é precisamente uma contribuição do Capítulo Brasil da Marcha Patriótica
para nos aproximarmos da conjuntura atual da Colômbia. Para isso propomos um
breve balanço do processo de paz, destacando os avanços do diálogo entre o
Governo e as FARC-EP. Ressalta-se mais uma vez a importância que seja efetiva a
abertura do diálogo com as insurgências do ELN e do EPL, evidenciando as
contradições e ambiguidades do Governo de Santos Calderón para com o processo
em geral. Posteriormente apresentaremos o momento atual da luta social e
política pela paz com justiça social, democracia e soberania na Colômbia,
lembrando o espírito amplo da Marcha Patriótica expresso no seu caráter e
plataforma e sua materialização na construção com outras forças sociais e
políticas nos processos de unidade tão importantes hoje, como a Cúpula Agrária
- camponesa, étnica e popular- e a Frente Ampla pela Paz com justiça social.
Finalmente apresentaremos brevemente a proposta do II Fórum pela paz na
Colômbia, onde priorizaremos o debate e as propostas contra o militarismo, o
imperialismo na América Latina e a defesa dos Direitos Humanos.
Esperamos
que este texto sirva como instrumento de trabalho e provocação nas atividades
de pré-fórum no Brasil, para as análises e propostas a serem construídas no
Fórum em Montevidéu-Uruguai.
“Com o seu posso e com o meu quero,
Vamos juntos companheiro”.
Mario Benedetti.
1. Balanço do processo de
paz.
O
processo de paz na Colômbia não se reduz ao diálogo entre o Governo de Santos
Calderón e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo (FARC-EP),
ainda que essa mesa seja fundante e central para dito processo. Por isso, nosso
balanço começa considerando os avanços históricos dessa mesa de diálogo em
Havana, ou seja, os pré-acordos parciais que são os pontos de terra e
território, participação política e cultivos de uso ilícito.
Também
é importante salientar a necessidade da abertura da mesa de diálogo com outras
forças insurgentes da Colômbia que estão há cinco décadas em armas. Nos
referimos ao Exército de Libertação Nacional (ELN) e ao Exército Popular de
Libertação (EPL). Sem esse diálogo não será possível concretizar e finalizar o
processo de paz em sua plenitude, pois os confrontos entre essas forças
rebeldes e as forças do Estado continuarão.
Com
relação ao diálogo com as FARC-EP e a não abertura de diálogo com o ELN e o
EPL, identificamos complexas contradições no Governo de Santos Calderón. Desta
forma, consideramos que é importante evidenciar algumas delas, as mais críticas
segundo nossa análise.
É evidente
que a continuidade e um fim satisfatório do processo de paz na Colômbia é fruto
da luta do povo colombiano nas ruas e na construção de propostas para que essa
paz não seja só o fim da confrontação armada, mas que implique em reformas
democráticas que garantam critérios mínimos necessários para uma paz estável e
duradoura, reformas políticas, econômicas e sociais que possibilitem a justiça
social, a democracia popular e a soberania nacional. Esse tema será mais bem
trabalhado posteriormente.
1.1
Avanços nos diálogos
entre o Governo da Colômbia e as FARC-EP.
O
diálogo entre o Governo da Colômbia e as FARC-EP começou oficialmente em novembro
de 2012, baseado no “Acordo Geral para o fim do conflito e a construção de uma
paz estável e duradoura” (o qual foi construído em quase dois anos de
aproximação entre as partes), onde se definiram 06 pontos a serem tratados: 1)
Política de desenvolvimento agrário integral; 2) Participação Política; 3) Fim
do conflito; 4) Solução do problema das drogas ilícitas; 5) Vítimas; 6)
Implementação, verificação e processo de referendação dos acordos.
Apresentaremos
aqui de maneira breve e introdutória alguns elementos da análise, buscando destacar
os avanços, até o momento, dos pontos que foram discutidos e aqueles que ainda
estão em aberto.
Ponto 1: Política de desenvolvimento agrário
integral
A
partir das múltiplas visões das causas do conflito armado na Colômbia; e pela
diversidade de opiniões e estudos sobre a origem do mesmo, escritores,
acadêmicos, intelectuais e outros membros da sociedade encontram um ponto comum
dentro deste conjunto de diferentes visões: a questão agrária.
A
questão agrária funde-se dentro de outros aspectos transversais à diversidade
de estudos e visões, tais como: a debilidade institucional, a profunda
desigualdade de renda, a tendência ao uso simultâneo das armas e das urnas, a
presença precária, ou em alguns casos traumática, do Estado em muitas regiões
do território nacional.
O
tema agrário é de tão vital transcendência para traçar uma saída política ao
conflito armado que foi postulado como ponto de abertura da agenda proposta
para os diálogos de paz entre o governo colombiano e as FARC-EP, com sede em
Havana.
Vale
lembrar que, no fragor da luta armada de Marquetalia, em 20 de Julho de 1964,
proclamou-se o Programa Agrário dos Guerrilheiros das FARC-EP, o qual foi
ampliado e corrigido pela Oitava Conferência Nacional das FARC-EP “e responde aos requerimentos propostos pelas
mudanças ocorridas na sociedade rural depois de duas décadas de políticas
neoliberais e de implementação de uma cruel estratégia de acumulação”. Este
mesmo Programa serviu de base para as propostas levadas à mesa de diálogos em
Havana.
Em
uma publicação da Fundação Semanário Voz “A verdade do Povo” de maio de 2013, foram
divulgadas as cem propostas apresentadas pela delegação de Paz das FARC-EP na
mesa de Havana sobre o primeiro ponto da agenda: “Política de desenvolvimento
agrário integral”.
Tais
propostas surgem das iniciativas apresentadas pelas organizações sociais,
agrárias e populares no Fórum Agrário, em dezembro de 2012, convocado pela mesa
de diálogo e organizado pelas Nações Unidas e pela Universidade Nacional da
Colômbia e pelas mesas regionais das comissões de paz do Senado e da Câmara de
Representantes.
As
propostas do governo não são apresentadas à sociedade de maneira aberta, mas
aparecem na forma de respostas simples e limitadas por parte da institucionalidade
que defende que as propostas do governo se sustentam na lei de vítimas e
restituição de terras.
Os
diálogos começam com a discussão do primeiro ponto, ao mesmo tempo em que são
discutidos os mecanismos logísticos de participação, etc., que vão surgindo no caminho
para agilizar e otimizar os diversos processos imersos no desenvolvimento dos
diálogos.
O
primeiro acordo, referente ao primeiro ponto é anunciado no dia 26 de maio do
2013. Destaca-se neste primeiro comunicado de acordos parciais: “os planos de moradia, água potável,
assistência técnica, capacitação, educação, adequação de terras, infraestrutura
e recuperação dos solos”. O acordo
procura reverter os efeitos do conflito e restituir as vítimas do despojo e do
deslocamento forçado. Inclui a formação e atualização da informação rural para
a atualização do respectivo cadastro, buscando segurança jurídica e melhor e
mais eficiente informação”.
Em
21 de Junho de 2013, no primeiro relatório conjunto da mesa de diálogos,
informou-se de maneira oficial e estruturada no que consiste o acordo sobre o
primeiro ponto, fazendo-se uma ressalva que perpassa todo o processo “nada está acordado até que tudo esteja
acordado”.
Tal
como se esperava, desde o documento de 26 de maio de 2013, os acordos são
coincidentes com o marco estipulado pelas 100 propostas levadas pelas FARC-EP.
Era de se esperar, pois o contraste entre um conglomerado de propostas que
surge de um estudo rigoroso da realidade, de escutar atenciosamente as diversas
organizações democráticas, sociais e populares, as mais interessadas em
construir outra Colômbia possível, e um conjunto de argumentos pouco
preparados, vazios, que segundo a institucionalidade se sustentavam na lei de
vítimas e restituição de terras, é gigantesco.
Destaca-se
aqui, outros aspectos do comunicado: criação do Fundo de Terras de distribuição
gratuita, eixo central das 100 propostas; reconhecimento das Zonas de Reserva
Camponesas; melhoria da infraestrutura da via rural; um novo modelo especial de
saúde para as zonas rurais. Em educação, o plano tem como propósito dar atenção
integral à primeira infância, garantir a cobertura, qualidade e pertinência da
educação e erradicar o analfabetismo nas áreas rurais. Da mesma forma,
procurará promover a permanência produtiva dos jovens no campo e assegurar que
os mesmos estudem em condições dignas. Terá especial ênfase a promoção de uma
educação técnica, tecnológica e superior apropriada e articulada às
necessidades do setor produtivo, adotando medidas para garantir o acesso aos
mais jovens do campo. Como complemento ao anteriormente citado, acordou-se
fortalecer e promover a investigação, a inovação e o desenvolvimento científico
e tecnológico para o setor agropecuário em áreas como agroecologia, biotecnologia,
solos, etc.
O
plano de moradia, água e saneamento básico melhorará as condições de saúde e de
moradia no campo mediante a diminuição do déficit de moradia rural e a provisão
de soluções tecnológicas apropriadas para as necessidades no contexto rural, em
matéria de acesso a água potável e eliminação de resíduos, com o fim de
garantir condições de vida digna para os habitantes das áreas rurais. A
pertinência e sustentabilidade destas soluções estará garantida por uma ativa
participação das comunidades no desenho dos projetos bem como em sua
administração e operação.
Por
último, cabe ressaltar que a proposta número 100 da delegação de paz das
FARC-EP é a Assembleia Nacional Constituinte e discorre que “considerando que o conjunto de políticas e
ações aqui propostas (documento das 100 propostas) requerem um marco jurídico institucional adequado, que as mais
importantes delas superem os desenhos constitucionais atuais, e que uma paz
estável e duradoura só é possível com a mais ampla participação social e popular.
Faz-se imperiosa a realização de uma Assembleia Nacional Constituinte, como
mecanismo para referendação e para o desenho definitivo da nova política de
desenvolvimento rural e agrário integral para a democratização e a paz com
justiça social”.
Ponto 2: Participação Política
Com
o fim do conflito armado e começo da construção e consolidação de uma paz com
justiça social, o novo cenário político colombiano requer a transformação no
exercício da ação política. A ampliação e aprofundamento da democracia levariam
à transformação democrática da sociedade colombiana e à busca da participação
de todos sem distinção, criando garantias e condições para que as novas forças
emergentes, como os partidos, movimentos e organizações já consolidadas e a
população em geral, exerçam uma plena participação política e cidadã. No acordo
assinado em Havana por parte do Governo colombiano e as FARC-EP, colocaram-se
as condições, necessidades, mecanismos de participação e garantias tanto
estruturais (refere-se às garantias dos partidos e movimentos políticos que se
declarem em oposição que estarão expedidas em um estatuto), como as garantias
de livre expressão de organizações, movimentos sociais e populares.
A
construção da paz requer algo além da mobilização e participação da cidadania.
É por isso que este acordo discute também mecanismos de propostas pedagógicas e
formas representativas diferenciadas, ou seja, propõe um plano de ação nas
cidades e outro nas zonas e populações mais afetadas pelo conflito e de maior
abandono institucional com o propósito de gerar uma transformação estrutural da
cultura política e promover a recuperação do valor da política.
As
discussões se dão em torno de três pontos. O primeiro é sobre as garantias ao
exercício político, seja de oposição ou não, mecanismos democráticos de
participação cidadã como canais de expressão popular e medidas efetivas para
promover uma maior participação na política. Diante de cada tema, as duas
partes descreveram as funções e orientações das comissões nacionais e
regionais, as quais, uma vez assinado o acordo, constituíram-se por
representantes do governo, movimentos políticos e sociais mais representativos
e pelos representantes do movimento ou partido que constituam as FARC-EP. Sobre
a representatividade, é necessário levar em conta os representantes das outras
guerrilhas, que neste momento se encontram em diálogos, ou em vias de
estabelece-los com o Governo Nacional. Estas comissões terão a tarefa de
construir coletivamente, junto com o povo colombiano, as agendas de trabalho
para a revisão e, se necessário, reformulação normativa e institucional,
execução e avaliação do processo de cumprimento do acordo.
A
necessidade de transformações culturais em valores que se afastem do
individualismo e da concorrência impostos por um sistema capitalista neoliberal
e a reconciliação e convivência como padrões para a construção de uma paz com
justiça na Colômbia, são fundamentais para a efetividade do mesmo, depois de
tantos anos de ódio e mentiras por parte das classes dominantes. É por isso que
um dos pontos ressaltados é a reconfiguração dos meios de comunicação de massa
e o compromisso por parte do Governo, uma vez assinado o acordo, em garantir espaços
nacionais e regionais para rádios comunitárias, com condições materiais
necessárias e capacitações em prol da democratização da informação. Sendo
assim, os partidos mais representativos abrirão espaços televisivos para os
partidos políticos, o movimento ou partido que constituam as FARC-EP e os
movimentos sociais e populares.
Ponto 4: Solução ao problema das drogas
ilícitas.
Do
documento do pré-acordo sobre o ponto quatro da agenda da mesa de diálogos, “Solução
ao Problema das Drogas Ilícitas”, salienta-se que o Governo colombiano e as
FARC-EP reconhecem que o conflito social e armado antecede e tem causas distintas
à aparição dos cultivos de uso ilícito em grande escala e da produção e
comercialização de drogas ilícitas no território. Reconhecem também que a
persistência dos cultivos está relacionada, em parte, à existência de condições
de pobreza, marginalidade e débil presença institucional, além da existência de
organizações criminosas dedicadas ao narcotráfico.
Com
relação à responsabilização e ações a serem tomadas, indicam que os atores
envolvidos têm responsabilidades diferenciadas e devem ter tratamentos
diferenciados, nos âmbitos social, político e jurídico. Assim, é realizada uma diferenciação
fundamental dos atores nacionais envolvidos, distinguindo consumidores,
cultivadores e organizações criminosas dedicadas ao tráfico. Fica a cargo do
Estado realizar uma ação repressiva sobre os últimos, baseada numa ação
policial e judiciária. Propõe-se ações de atenção diferenciada e de inclusão social
aos consumidores e cultivadores. Ditas ações de inclusão são propostas baseadas
no consenso e a partir de uma perspectiva participativa centrada nos direitos
humanos e no desenvolvimento sustentável.
O
documento propõe desmantelar toda a cadeia de criação de valor do narcotráfico,
revendo as responsabilidades institucionais, nacionais e internacionais, ao
reconhecer que o fenômeno do narcotráfico tem afetado a institucionalidade
colombiana através da corrupção. É ressaltado o envolvimento necessário de
outros Estados e atores internacionais para solucionar o problema dos cultivos
de uso ilícito, sempre que estes sejam parte responsável do fenômeno.
Assim,
o problema das drogas ilícitas é compreendido como fenômeno de caráter
político, econômico, social, ambiental e cultural. Nesse sentido, as propostas
para resolvê-lo vão além do âmbito judicial e policial. A proposta fundamental
está centrada no Programa Nacional Integral de Substituição de Cultivos de Uso
Ilícito, muito relacionado com a proposta de Reforma Rural Integral, formulada
nos pré-acordos do ponto 1 da agenda. O objetivo deste programa é finalizar o
cultivo de uso ilícito, a produção e a comercialização das drogas ilícitas,
salientando a necessidade de atuar sobre as causas e consequências do problema
e beneficiar as comunidades dos territórios afetados pelos cultivos de usos ilícitos.
Nos
parece que o documento expressa uma análise crítica profunda do problema do
narcotráfico na Colômbia e propõe soluções igualmente integrais. Porém, avança
pouco na responsabilização pontual dos atores empresariais, das forças repressivas
do Estado e governamentais que têm sido os principais beneficiários e
organizadores do narcotráfico na Colômbia. Este ponto, assim como a efetivação
do acordado, dependerá necessariamente da força política das organizações
sociais e políticas do povo colombiano no momento da implementação dos acordos,
numa luta contínua pela transformação institucional e social, e pela construção
da verdade histórica e dos processos de justiça e reparação do conflito social,
político e armado.
Pontos 3, 5, e 6.
Os
últimos pontos em debate na mesa de Havana se caracterizam pela participação de
diferentes membros da sociedade civil em relação aos pontos anteriores. Se os
pontos de terra e território, participação política e cultivos de uso ilícito
contaram com a participação limitada de organizações populares por meio dos
fóruns impulsionados pela ONU, pela Universidade Nacional da Colômbia e pela
Igreja Católica (todos eles solicitados pela Mesa de Diálogos), o ponto de
vítimas contou com a participação de 5 grupos de vítimas compostos por 60
pessoas ligadas a diferentes organizações sociais.
A
análise do conflito permite reconhecer dois grupos de vítimas, por um lado
aqueles que por conta da estrutura social, política e econômica do país têm limitados
direitos à saúde, educação, moradia, e em geral sofrem todas as consequências
de uma sociedade excludente e repressora; por outro lado estão as vítimas
diretas, que é o grupo representado pelas 60 vítimas que participaram em Havana,
sendo a voz das quase 7 milhões de pessoas, dentre as quais se encontram os deslocados
forçados (6 milhões de pessoas), vítimas de “falsos positivos” (mais de 2.500),
desaparecidos (150 mil), estupros e outros tipos de violência sexual, etc.
A
grande maioria das vítimas (sejam diretas ou indiretas) foram agredidas pelo
“bloco contrainsurgente” constituído pelo Estado (polícia, exército, corpos de
inteligência e outros) e pelo paramilitarismo que atua com permissão ou ajuda
da estrutura estatal. De acordo com a Comissão Histórica do Conflito e suas
Vítimas, aproximadamente 80% das vítimas são produto deste “bloco
contrainsurgente”.
Para
além das diferenças, todas as vítimas do conflito estimularam a Mesa de
Diálogos para dar continuidade aos diálogos, acordar um cessar-fogo bilateral,
a não repetição dos fatos vitimizantes e implementar as reformas estruturais
que necessita o país para garantir uma paz estável e duradoura.
As
organizações populares em luta, as organizações defensoras de direitos humanos
e as insurgências concordam com o fato de que a paz não é possível sem as
reformas estruturais e o reconhecimento do Estado como principal perpetrador de
violação aos direitos humanos.
Com
relação ao ponto “fim da guerra”, a nova dinâmica da Mesa de Diálogos ficou
evidente com a conformação da “Comissão Técnica” composta por um grupo de
militares do governo e comandantes insurgentes que tem como principal objetivo definir
a forma de acabar com a utilização da violência como mediação da política. A
participação de generais do exército governamental, fato inédito na história
dos diálogos de paz na Colômbia, inclui um setor fundamental que foi afetado
pela guerra (principalmente as bases populares que são obrigadas pela lei a
compor o exército nacional) e aqueles que ao mesmo tempo se beneficiam desta
(fundamentalmente os altos mandos que recebem lucros elevados através de
contratos e licitações de uniformes, alimentos, cursos de capacitação, e até
pelo tráfico de drogas).
O
ponto central do debate na “Comissão Técnica” é a “deposição das armas” que se
desdobra na interpretação feita por cada grupo da expressão “depor armas”. O
governo pressupõe que as FARC-EP entreguem suas armas, já a insurgência fala da
não utilização das mesmas, fato que não implica a entrega das armas ao Estado.
O governo exige a entrega das armas no momento de assinar os acordos de paz, no
entanto as FARC-EP estariam dispostas a entrega-las no momento em que os
acordos estejam plenamente implementados.
As
organizações populares têm exigido o cessar-fogo bilateral. Concordando com tal
exigência, a insurgência executou 5 períodos de cessar-fogo unilateral (um deles
em conjunto com o ELN), e em uma sexta ocasião na qual, a partir de 20 de
dezembro de 2014, foi definido o cessar-fogo unilateral por tempo
indeterminado.
As
FARC-EP fazem referência a 15 medidas concretas que acordaram de forma
unilateral para diminuir a intensidade do confronto militar, entre elas está a
libertação do General Alzate capturado pela guerrilha no campo de luta, a
libertação de vários prisioneiros de guerra e a decisão de não recrutar menores
de 17 anos.
Embora
o governo tenha declarado que só seria possível definir um cessar-fogo
bilateral no final dos diálogos, a força da mobilização popular e a dinâmica da
própria da Mesa de Diálogos pressiona para concretizar avanços no sentido da
diminuição da intensidade da guerra (“desescalamiento del conflicto”[1]),
que já apresenta alguns resultados como o acordo de “limpeza dos territórios
contaminados por minas terrestres e explosivos” que tanto as FARC-EP como o exército
deixam nos campos onde se desenrola a guerra.
O último
ponto da pauta dos diálogos que corresponde à “referendação” ainda não foi
debatido na Mesa, porém, convoca o debate político dos mais diversos setores
sociais na Colômbia que desde já, propõem diversas formas de “legalizar” os
acordos. No debate político é possível encontrar 3 grandes setores sociais que
apresentam saídas opostas e até mesmo contraditórias.
O
governo insiste na realização de um “referendo” no qual aparentemente se
garante a participação do povo colombiano para dizer se concorda ou não com as
decisões tomadas na Mesa de Havana. Tanto em forma como em conteúdo, essa
proposta apresenta grandes limites. Primeiro porque não é possível colocar num
referendo o texto integral dos acordos que, muito provavelmente vai superar as
100 páginas. Segundo porque o povo só teria a possibilidade de falar SIM ou NÃO
perante temas transcendentais da política nacional, e, terceiro porque a figura
do referendo não significa a implementação dos acordos como medidas de Estado
perduráveis no tempo, tendo a possibilidade de serem revertidos por outros
governos ou por reformas constitucionais que não requerem a aprovação da
maioria do povo.
A
proposta do setor mais conservador e reacionário liderado pelo ex-presidente
Uribe Vélez propunha uma Assembleia Nacional Constituinte encarregada de evitar
reformas democráticas, consolidando o projeto neoliberal fundado na violência
repressiva que impuseram por dois períodos presidenciais. Depois das eleições
presidenciais e parlamentares (de 2014), embora sua força tenha sido
representativa, não foi suficiente para manter a proposta da Assembleia
Constituinte. Por isso, mudou a tática e propôs uma “comissão legislativa” de
“eleição popular” e com o tema exclusivo de Diálogos de paz. Nesta proposta o
povo não tem outra alternativa senão eleger os mesmos integrantes da política
burguesa e oligárquica, que supostamente estariam encarregados de expressar a
voz popular.
Por
sua vez, as insurgências (FARC-EP, ELN e EPL) concordam com a maioria das
organizações populares que propõem uma Assembleia Nacional Constituinte de
caráter popular direcionada para a realização das reformas necessárias para
superar as causas sociais, políticas e econômicas que deram origem e
perpetuaram a guerra por mais de meio século. Esta proposta se diferencia radicalmente
das duas anteriores porque busca a transformação do Estado colombiano e das
estruturas de poder que historicamente o tem administrado de acordo com seus
interesses.
Desde
2012, o povo colombiano vem construindo o debate amplo, plural e participativo
onde se discute as novas formas que deve adotar o desenvolvimento nacional,
fundado em princípios básicos como a reforma agrária, urbana, a garantia de
plenos direitos universais, economia e cultura alternativa aos interesses do
capital. Em termos gerais, o povo colombiano vem pensando e construindo os
fundamentos da paz com justiça social, que constituem as bases de uma nova
Colômbia.
1.2
Sobre o diálogo entre o
Governo da Colômbia, o ELN e o EPL.
A
necessidade do diálogo entre o Governo da Colômbia, o ELN e o EPL foi colocada
desde o início do diálogo com as FARC-EP pelo conjunto dos movimentos políticos
e sociais que lutam pela paz na Colômbia. Sabe-se que o Governo e o ELN estão se
aproximando desde o início de 2014 e que já conseguiram definir uma agenda de 04
pontos: 1) Participação da sociedade; 2) Democracia para a paz; 3) Vítimas; 4)
Implementação do acordo. No entanto, o início dessa mesa ainda não se efetivou,
debate este que vem se postergando desde o ano passado.
No
caso do EPL é mais preocupante ainda, porque não se tem nenhuma notícia de uma
aproximação entre essa insurgência e o governo, embora em julho de 2014 o EPL tenha
expressado publicamente seu interesse em também começar uma mesa de diálogo com
o Governo Santos Calderón.
Uma
verdadeira paz estável e duradoura na Colômbia só será possível com o fim de
todas as expressões armadas dos conflitos e não somente com as FARC-EP. Na
lógica do Governo de Santos Calderón, ao conseguir um acordo com a maior
insurgência - ou seja, com as FARC-EP - as outras forças políticas armadas se
verão forçadas a uma “negociação” mais rápida e fácil. Caso contrário,
receberiam toda a ofensiva militar que hoje está concentrada principalmente nas
FARC-EP.
Essa
lógica evidencia que o Governo não valoriza suficientemente as contribuições
que essas organizações podem fazer em um novo pacto social para a paz e que desdenha
do potencial de resistência de duas insurgências que, mesmo sendo menores que
as FARC-EP, também resistiram por 50 anos e conseguiram obter um importante acúmulo
político e social que deve fazer parte da construção de uma nova Colômbia em paz.
O
ELN tem insistido na necessidade de fazer um diálogo aberto, com participação
cidadã, no mesmo espírito expresso pelas FARC-EP desde o início do diálogo com
o Governo e pelo conjunto do movimento social e popular na Colômbia. Isso é
muito importante na eventual possibilidade de encontro das três mesas de
diálogo e para as garantias de uma participação efetiva da sociedade além das
insurgências e do Governo (e a classe que representa).
A
concretização de uma mesa com cada insurgência (ou eventualmente sua
confluência em uma só) é a base fundamental para o processo de paz como um todo
para aprofundar a “desintensificação” da guerra, que como já expressamos foi uma
decisão coerente por parte das FARC-EP e não do Governo. Mas é importante
salientar que é urgente que o Governo se comprometa o quanto antes com um
cessar-fogo que seja também assumido de forma bilateral por todas as
insurgências.
A
não abertura dessas mesas é uma das principais contradições do Governo de
Santos Calderón, que foi reeleito em 2014 com apoio de setores democráticos e defensores
da paz com justiça social na Colômbia, com o compromisso de finalizar o diálogo
com as FARC-EP, mas também de abrir o diálogo com o ELN e o EPL.
Aqui
é importante destacar que existe uma unidade no processo, pois mesmo com
matizes, as causas de fundo do conflito armado existente há 50 anos são
confluentes entre as insurgências; e mais, é evidente que existem múltiplas
coincidências em termos políticos e sociais das propostas sobre reformas
necessárias para concretizar o processo de paz.
É
necessário que toda a sociedade se una, e que as insurgências junto com as
outras forças políticas e sociais democráticas e de esquerda consigam
consolidar um bloco em defesa dessa paz com justiça social, entendendo sempre
que o processo de paz vai muito além das mesas de diálogo com as insurgências e
dos acordos que possam sair daí.
1.3
Contradições e
ambiguidades do Governo da Colômbia.
O
Governo de Santos Calderón expressou desde o início de seu mandato em 2010 seu
compromisso em conseguir a paz na Colômbia, dizendo pretensiosamente possuir as
chaves da paz. Contrariamente, tanto para as insurgências, como para o conjunto
do movimento social e popular da Colômbia essas chaves estão com o povo que
historicamente contribui com a construção e com a demanda de uma paz com
justiça social.
Santos
Calderón, sempre é bom lembrar, foi o Ministro de Defesa no segundo mandato do
Governo de Uribe Velez, sendo o responsável pelas piores ações de barbárie na
guerra, não só contra as insurgências, mas também contra toda a oposição
política e social, assim como contra civis em geral que não estavam diretamente
envolvidos no conflito armado. Inclusive contra países vizinhos - como foi o
caso do bombardeio ao acampamento guerrilheiro onde foi assassinado o
comandante das FARC-EP Raúl Reyes.
Por
isso, o propósito de paz do Governo de Santos Calderón, na realidade, é consequência
da não derrota militar das insurgências mesmo com a maior ofensiva da história
e com todo o apoio dos Estados Unidos. A paz na Colômbia é uma necessidade para
a continuidade e aprofundamento da estratégia neoliberal, agora na sua fase
extrativista de reprimarização das economias periféricas. Foi, na verdade, o
interesse das transnacionais capitalistas monopolistas que exigiu do atual
governo uma mudança em relação à política no país, visando o fim da guerra.
Embora
tenha esse propósito, o Governo mantém a ofensiva militar que afeta não só as
insurgências, mas principalmente a população civil com bombardeios covardes[2],
cuja consequência é a morte dos habitantes das comunidades agrárias
(camponeses, indígenas, negros) e a devastação de seus cultivos. Também mantém
a perseguição, estigma e criminalização dos movimentos e de expressões sociais
e políticas da oposição democrática e de esquerda, e, por outro lado não
persegue efetivamente as estruturas paramilitares que continuam atuando,
ameaçando e assassinando em diversas regiões do país. Enfim, mesmo com algumas
mudanças, em geral se mantém a lógica e estratégia guerreirista, o que, inclusive, dificulta a criação de um ambiente
que possibilite uma maior recepção e apropriação do processo de paz por parte
da sociedade em geral.
O
Governo mantém a absurda tese sionista de “dialogar como se não houver combate,
combater como se não houver dialogo”; por isso, embora as FARC-EP em 5 ocasiões
(desde o início dos atuais diálogos) tenha realizado o cessar-fogo de forma
unilateral, o último deles iniciado em dezembro de 2014 de forma indefinida, o
Governo de Santos Calderón não optou por responder com um cessar-fogo
bilateral.
Recentemente,
Santos Calderón anunciou o cessar-fogo temporário, por um mês, dos bombardeios
contra as FARC-EP (e não contra o ELN). Na leitura das FARC-EP isso significou uma
cortina de fumaça, pois condiciona sua continuidade ao cessar-fogo unilateral
dessa organização e deixa aberta a possibilidade de mantê-los no caso de um
suposto iminente ataque, o que fica a critério da própria inteligência militar
ou policial do Estado. Ao serem mantidos os ataques contra o ELN coloca-se em
risco também as FARC-EP, já que atuam como organizações irmãs. Além disso, para
esta organização o cessar-fogo temporário do Governo é, na realidade, um
movimento para evitar a reivindicação e a ofensiva insurgente diante do recente
assassinato por parte do exército colombiano do comandante guerrilheiro das
FARC-EP, Gilberto Becerro, em março de 2015[3].
Por
outro lado, defendendo seus verdadeiros interesses no processo de paz, o Governo
de Santos Calderón mantém uma agenda legislativa contrária aos avanços desse
processo (tanto no diálogo com as FARC-EP como no diálogo com os movimentos sociais,
como a Cúpula Agrária). Isso fica evidente, por exemplo, no seu Plano Nacional
de Desenvolvimento 2014-2018 (PND), que por seu conteúdo demonstra que pretende
aprofundar as políticas neoliberais e extrativistas e não expressar a vontade
política das reformas necessárias para receber os acordos que emanam do(s)
diálogo(s) com a(s) insurgência(s). Ou em leis específicas, como a Lei 133 de
2014, em trâmite no congresso desde final do ano passado, como lei de baldios,
que contradiz os pré-acordos do primeiro ponto em Havana ou nos incipientes
compromissos assumidos após as greves camponesas, leis que diversos analistas
têm avaliado como uma verdadeira contra-reforma
agrária.
E
pior ainda, ante uma ação de guerra das FARC-EP, como foi a retenção do General
Alzate, o presidente Santos Calderón de forma arbitrária suspendeu os diálogos,
sobrepondo-se aos acordos de funcionamento da mesa, o que evidenciou a
fragilidade de garantias por parte do Governo para a continuidade e fim exitoso
do processo.
O
Governo também pretende impor pela via legislativa e com o apoio da grande
mídia pontos a mais na agenda como, por exemplo, o denominado marco jurídico
para a paz ou a proposta de referendo como mecanismo para legitimar os acordos.
Ambas as iniciativas não foram tratadas na mesa em Havana e tanto o Governo
quanto a insurgência têm perspectivas e propostas diferentes sobre este tema. As
FARC-EP já deixaram claro que não reconhecem nem se submetem a nenhuma dessas
iniciativas, mas somente ao que foi acordado e assinado em Havana e a uma forma
de referendar que seja acordada e que garanta a participação ativa e real da
sociedade em seu conjunto.
Por
fim, por tudo isso, é evidente que Santos Calderón não é o “homem da paz”, como
pretende se mostrar nacional e internacionalmente, pois na verdade a chave da
paz está com o povo em luta. O processo de paz não depende nem pode depender da
boa vontade do governo em gestão. Só a persistência e o aprofundamento da
mobilização e da construção de propostas para uma nova Colômbia em paz com
justiça social, por parte do conjunto dos movimentos políticos e sociais democráticos
e de esquerda forçarão o Governo de Santos Calderón a assumir até as últimas
consequências esse processo de paz, e portanto, superar as suas próprias
contradições.
2. Luta social e política pela paz com justiça social,
democracia e soberania na Colômbia.
A
luta pela paz na Colômbia está profundamente arraigada nas lutas dos
camponeses, trabalhadores, estudantes, indígenas, negros, mulheres, defensores
de direitos humanos, vítimas das diversas expressões do terrorismo de Estado,
enfim, todos aqueles que têm se organizado social e politicamente para
construir uma Colômbia democrática, soberana, com distribuição da terra,
direitos trabalhistas, civis, sociais, políticos, culturais, ambientais para
todos e não para uma pequena classe oligárquica e burguesa, expropriadora,
exploradora e criminosa.
Esses
lutadores e lutadoras históricas, reconhecem também que a luta armada
insurgente é uma expressão que faz parte dessa aposta por uma nova Colômbia e
entendem que as causas históricas que levaram ao aprofundamento dos conflitos
sociais e políticos no país devem ser resolvidas. É lamentável que as classes
dirigentes na Colômbia tenham forçado, com seu autoritarismo, uma guerra que
perdura 50 anos para que enfim, vislumbrem pelo menos a possibilidade de
disputar projetos políticos para o país com pluralidade e com garantias para as
esquerdas, assim como dar garantias para a qualidade de vida, para o trabalho
camponês e para as culturas agrícolas.
Destacamos
assim que a luta pela paz sempre foi parte da luta nos campos e nas cidades. No
entanto, é uma paz que precisa ser construída com bases sólidas, com justiça
social, democracia e soberania, caso contrário o processo de paz não será
concluído (mesmo com as insurgências em uma nova condição de sujeitos coletivos
políticos que não usem as armas).
Por
isso o povo colombiano vem se organizando de diversas formas e cada vez mais,
nos últimos anos, encontra caminhos de convergência como única via que garanta
a continuidade da luta e da defesa dos logros das mesas de diálogo, pretendendo
ir além no processo de uma Assembleia Nacional Constituinte, sendo conscientes
que após isso a luta continuará e se acirrará.
Brevemente,
exporemos aqui o caráter da Marcha Patriótica como uma das principais forças
sociais e políticas na luta do povo colombiano e situaremos os dois processos
contemporâneos de unidade que servem como instrumentos de organização,
mobilização e luta pela paz com justiça social na Colômbia, a saber: a Cúpula
Agrária e a Frente Ampla, destacando a agenda de mobilização de 2015.
2.1 A Marcha Patriótica.
O
Movimento Político e Social Marcha Patriótica (MAPA) surge no ano 2010, em
comemoração ao bicentenário do primeiro movimento de independência da Colômbia
e da América Latina. Naquele ano, logrou mobilizar aproximadamente 30.000
pessoas na capital, Bogotá, onde se celebraram cabildos abertos temáticos (espaços parecidos com assembleias), onde
se reuniram diversas expressões das lutas sociais no país, convocando o povo da
Colômbia a recuperar a herança da histórica resistência indígena e
afrodescendente contra o colonialismo e o consequente movimento de
independência liderado por Simón Bolívar, que barrado pelas elites locais
decidiu então assumir a luta pela segunda e definitiva independência da
Colômbia e de toda a Nossa América.
Como
um trabalho de formigas, cotidiano, a partir das bases, recuperando as diversas
tradições e expressões de resistências e lutas locais, foi-se costurando um
movimento amplo constituído por camponeses, estudantes, indígenas,
afrodescendentes, trabalhadores, ambientalistas, defensores de direitos
humanos, lutadores pela paz, mulheres, artistas, entre tantos outros setores
que procuram a construção de uma sociedade que supere o modo de produção
capitalista, a sociabilidade burguesa e sua atual estratégia neoliberal.
Foi
assim que a MAPA conseguiu uma convergência de quase 2.000 organizações de
base, sociais e políticas em todo o território nacional, constituindo-se em
abril de 2012 em Movimento Político e Social, como instrumento de unidade
popular com vocação de poder nacional, em diálogo aberto com o movimento
popular da América Latina e a crescente luta anticapitalista a nível mundial.
No
entendimento da MAPA é um imperativo a solução política do conflito social e
armado que assola o país há mais de 50 anos. Entende-se que essa é a única saída
possível diante do esgotamento da carreira guerrerista
desenvolvida pelos sucessivos governos da Colômbia, com o apoio financeiro e
militar dos Estados Unidos e com recursos do povo colombiano que deveriam ser
usados para garantir melhores condições de vida possíveis para esse povo. A
solução política é a alternativa para superar as causas do conflito armado como
o problema da terra, o injusto sistema socioeconômico e a ausência de garantias
democráticas para o exercício da política e da oposição.
Essa
solução política deve levar então a um novo cenário de paz com justiça social,
como única alternativa real para que seja uma paz duradoura. Por isso, a MAPA
contribui com todas as suas forças aos diálogos atualmente em curso entre a
insurgência das FARC-EP e o Governo, mas considera que para que o processo de
paz consiga chegar ao fim com êxito é indispensável uma inclusão real e
profunda dos movimentos sociais e políticos nos diálogos de paz, assim como o
cessar-fogo bilateral no conflito e o início efetivo do diálogo com o ELN e o
EPL.
Desde
o lançamento da MAPA, foi colocada a perspectiva de uma necessária Assembleia
Nacional Constituinte, que se sustente em um grande movimento popular pela paz
com justiça social, onde convirjam diversas iniciativas políticas e sociais
democráticas com esse compromisso.
Mas
a MAPA entende que essa luta vai além do atual processo de paz. Nesse sentido a
vocação de poder que se coloca aponta para a construção efetiva de uma nova
Colômbia, que se sintetiza nos pontos da sua plataforma, apostando na democratização
da sociedade, do Estado e do modelo econômico; na construção de um modo
alternativo de vida e de produção e de novas formas de poder e economia; nas garantias
para a materialização dos direitos humanos por parte do Estado; na dignificação
do emprego e humanização do trabalho; na garantia que se logre uma reparação
integral às vítimas da guerra e do exercício estrutural da violência; na aposta
em uma reapropriação social do território para atender a necessidades comuns;
no desenvolvimento de uma reforma agrária integral para a paz, com autonomia e
soberania alimentar; assim como uma reforma urbana integral com democratização
da cidade; na construção de uma cultura para a solidariedade e para a transformação
da ordem social; na luta pelo restabelecimento da soberania nacional e
autodeterminação; ser parte das lutas internacionalistas pela integração da
Nossa América e por uma nova ordem mundial; enfim a continuidade das lutas pela
dignidade, a emancipação e a libertação.
É
nesse caminho de luta pela paz com justiça social que a MAPA se encontra em
processos de unidade que são históricos, não só pela atual conjuntura, mas
porque é nessa ocasião que conseguiu um maior avanço da unidade no campo
popular e democrático, tanto na luta social como na política.
2.2 A Cúpula Agrária:
Camponesa, Étnica e Popular.
A
Cúpula Agrária: camponesa, étnica e popular, surge como parte do processo das
mais recentes expressões das lutas agrárias, propondo-se semear dignidade, lavrar esperança e colher país.
Em
maio de 2013 camponeses da região do Catatumbo (umas das mais afetadas pela
guerra), tomaram a iniciativa de fazer uma greve pela constituição de uma zona
de reserva camponesa como alternativa à intervenção militar para a erradicação
de cultivos de uso ilícito. Nos dois primeiros dias, as forças repressivas do
Estado assassinaram 04 camponeses. O Governo de Santos Calderón difundiu que
era uma manifestação promovida pela insurgência, mas a pertinência de suas
demandas fez com que toda a Colômbia voltasse seus olhos de forma solidária para
Catatumbo e, portanto, o Governo se viu obrigado a começar o diálogo.
Esse
processo foi a antessala da histórica greve camponesa iniciada em agosto do
mesmo ano, também fortemente reprimida e criminalizada, e inicialmente ignorada
pelo Governo, mas que teve amplo respaldo nas principais capitais do país e pelas
diversas forças políticas e sociais da América Latina e do mundo. Isso
novamente forçou o Governo de Santos Calderón a dialogar com o movimento.
Como
resultado desse processo surgiram diversas articulações de forças agrárias que
confluíram na Cúpula, como espaço de unidade e de interlocução e diálogo com o
Governo da Colômbia.
O
Governo de Santos Calderón só vem dificultando o diálogo e descumprido seus
poucos compromissos, por isso os camponeses, indígenas e negros voltaram às ruas
em maio de 2014 e se preparam novamente para uma grande greve em 2015,
articulando os processos regionalmente, incorporando explicitamente o tema da
paz como parte da sua agenda, apostando no fortalecimento da iniciativa de um
movimento social pela paz.
2.3 A Frente Ampla pela
paz com justiça social.
A
Frente Ampla pela paz surge como uma alternativa de unidade política no
contexto eleitoral de 2014, quando Colômbia teve que optar, no segundo turno, ou
pela continuidade do Governo de Santos Calderón, seu suposto compromisso com o
processo de paz (mesmo com todas as contradições aqui já salientadas); ou pela
retomada do uribismo como expressão
da ultradireita fascista que explicitou abertamente a intenção de ruptura do
diálogo com as FARC-EP, a nova caça às bruxas que se iniciaria, incluindo a
disposição para o enfrentamento com a Venezuela e a Nicarágua.
Foi
nesse difícil contexto que diversas forças políticas e sociais convergiram no
lançamento da Frente Ampla pela paz com justiça social, respaldando a
continuidade do processo de paz e, portanto, a reeleição de Santos Calderón.
Mas, sobretudo, surgiu com o intuito de se constituir como uma força que pode
articular diversas expressões sociais e políticas em defesa da paz, do diálogo
com todas as insurgências, do processo de democratização necessário para o
país, da construção do caminho para uma Assembleia Nacional Constituinte, do
cessar-fogo por todas as partes do conflito armado.
Assim,
neste curto período de existência, a Frente Ampla tem cumprido um papel
fundamental no debate público de país em torno do processo de paz. Como é composta
por uma grande diversidade de forças democráticas é uma referência de
necessária pluralidade que assentará as bases de um movimento pela paz. Além
disso, a partir da decisão das FARC-EP em manter um cessar-fogo unilateral, a
Frente Ampla assumiu a verificação de sua implementação e desde então
apresentou um total de cinco informes corroborando seu cumprimento. Por outro
lado, vem demandando do Estado condições para que possa ser mantido e
aprofundado um cessar-fogo bilateral.
A
Frente Ampla pela paz, decidiu participar de forma unitária nas eleições locais
e regionais de 2015, entendendo que serão nesses territórios onde se disputará
de forma legítima a possibilidade de ratificação e implementação de eventuais
acordos entre as insurgências e o Governo. Este é um importante passo, mesmo
com dificuldades e contradições, dado que lamentavelmente o Estado ainda não ofereceu
garantias para a disputa política legal, mas pelo contrário, continuam as ações
de guerra legais e ilegais e a perseguição generalizada contra as organizações
e movimentos democráticos e populares de oposição. É este um passo muito
importante na vocação de poder das organizações e movimentos que estão
decididos a derrotar as classes dirigentes oligárquicas e burguesas.
Finalmente
é importante salientar que esta Frente Ampla também tem clareza que a principal
luta está nas ruas. É por isso que assume também de maneira unitária o impulso
e apoio das diversas formas e iniciativas de mobilização nacional e
internacional para amparar o processo de paz.
É
por isso que 2015 é um ano de muita luta na Colômbia e um ano decisivo no
processo de paz. No dia 09 de abril foi convocada uma grande mobilização
nacional pela paz com justiça social nas diversas regiões do país, tendo como
bandeiras a continuidade do diálogo com as FARC-EP, o início do diálogo com o
ELN e o EPL, o cessar-fogo bilateral e o aprofundamento da unidade no processo
de construção da Assembleia Nacional Constituinte. Dessa forma, convocaram para
esta mobilização a Marcha Patriótica, a Cúpula Agrária e a Frente Ampla.
Mas
além dessa mobilização tão importante do dia 09 de abril, neste ano está se
construindo um congresso pela paz, uma greve e paralisação agrária e popular, movimentos
que seguem o caminho da constituição desse grande movimento pela paz e da
disputa popular regional e local nas eleições, para que o governo comece a ser
construído a partir das bases e do poder popular.
Em
sintonia com essas mobilizações na Colômbia, a Marcha Patriótica junto com
diversas forças sociais e políticas do Uruguai, Argentina e Brasil, entre
outras, está construindo o II Fórum pela Paz na Colômbia, como um espaço de
diálogo, intercâmbio e construção de propostas para respaldar as lutas do povo
colombiano, entendidas como parte das lutas pela libertação do continente.
3. O II Fórum pela paz na
Colômbia.
O II
Fórum pela paz na Colômbia é um espaço privilegiado para proteger o processo de
paz na Colômbia contra as ameaças dos setores fascistas e retardatários desse
país e da região.
Como
foi assinalado no início, o II Fórum pela paz na Colômbia é a continuação do I Fórum
realizado em 2013 em Porto Alegre, convocado para discutir sobre a Paz com
justiça social, democracia e soberania na Colômbia. Este fórum aportou valiosas
análises que contribuíram, no cenário político e na atual conjuntura, para o
desenvolvimento da mesa de diálogos sobre a paz entre o Estado Colombiano e as
Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.
Hoje,
a Marcha Patriótica e as organizações, movimentos, sindicatos e partidos
políticos da Colômbia, Argentina, Brasil, e Uruguai trabalham novamente na
construção do II Fórum com o objetivo de discutir a necessidade da luta por uma
América Latina em paz e livre do militarismo. Este fórum que se realizará em
Montevidéu – Uruguai nos dias 5, 6 e 7 de junho do 2015 contará com o apoio de
mais de cem organizações, movimentos e partidos do continente todo.
Este
II Fórum possibilitará a reflexão sobre a situação colombiana e latino-americana,
ao mesmo tempo que abrirá o cenário para o encontro político, social e cultural
que construa ações de acompanhamento e solidariedade com o povo colombiano.
Este Fórum será uma reunião para dialogar sobre a necessidade de uma América Latina
onde se respeitem os direitos humanos, a autodeterminação dos povos e acima de
tudo um território com soberania para a construção de uma sociedade mais justa,
democrática e transformadora; na qual se eliminem as velhas formas de repressão
e as novas formas de intervenção norte-americana nos nossos assuntos
nacionais.
Assim,
o II Fórum pela paz na Colômbia convoca todos os latinoamericanistas, defensores da autodeterminação dos povos e os
lutadores pela paz com justiça social, pela democracia e pela soberania na
Colômbia.
3.1 Militarização e
Imperialismo.
A
nossa principal pauta neste II Fórum pela paz na Colômbia, é desvelar a
estratégia militarista utilizada pelo imperialismo estadunidense no nosso
continente, que até o momento, conta com 72 bases militares das quais 09
encontram-se em território Colombiano, assegurando assim, uma hegemonia
política e econômica através da sua doutrina de “segurança global”. Esta
doutrina converteu-se numa nefasta justificativa para a ingerência estadunidense
em todo planeta com o estabelecimento do seu aparato industrial militar.
A
nossa luta é pela paz com justiça social, que produza as condições para que o
movimento social possa cumprir seus propósitos num cenário democrático que
permita às maiorias liberdade de expressão e disputa dos espaços do poder sem o
risco de serem assassinados, exiliados, encarcerados e nem sequer ameaçados. Acreditamos
também que a luta pela paz na Colômbia, respaldaria as lutas anti-imperialistas
que estão se desenvolvendo contra as bases norte-americanas no nosso
continente, reduzindo o militarismo e fortalecendo a soberania dos nossos povos
para uma verdadeira autodeterminação política e econômica.
3.2 Direitos humanos.
A
garantia dos direitos humanos é uma premissa fundamental do Estado nas
sociedades democráticas. No entanto, a principal função dos Estados
oligárquicos e burgueses na região latino-americana foi, e em alguns casos
ainda é, a negação dos direitos e a repressão, seja através dos corpos
militares e paramilitares; subsidiários do regime ou através do sistema
judiciário. Na Colômbia, sob o contexto e a desculpa do conflito sócio-político
armado, o Estado viola os direitos humanos com práticas ditatoriais como
detenções massivas, desaparições forçadas, montagens judiciais, ameaças, abuso
sexual, assassinatos tanto de líderes militantes da oposição e quanto da população
em geral. A guerra chegou a níveis tão degradantes a ponto de aproximar-se da
barbárie, como no caso dos “falsos positivos”; assassinatos de civis que posteriormente
eram apresentados como baixas no combate contra a guerrilha, segundo o informe
da ONU e de outros organismos de Direitos Humanos.
O
II Fórum visa desenvolver-se por meio de uma metodologia participativa, na qual
serão realizadas quatro palestras sobre os temas centrais que apresentam os
traços gerais da situação da Colômbia, assim como nove oficinas temáticas que
aprofundam o debate. Realizar-se-á a abertura e o encerramento com importantes
personalidades políticas, culturais e do movimento social e popular. Também se
realizará um encontro entre parlamentares dos diferentes países com o objetivo
de iniciar ações concretas pela paz com justiça social e contra a militarização
estadunidense na Colômbia e no continente latino-americano. Finalmente,
realizaremos atos de solidariedade com os povos do mundo, principalmente de
Cuba, Venezuela, Paraguai, Honduras, Palestina, Saara Ocidental e Curdistão.
PALESTRAS
CENTRAIS:
1. Imperialismo e militarização na América
Latina
2. Direitos Humanos
3. Terra e Território
4. Paz com Justiça Social
OFICINAS
TEMÁTICAS
1. Parlamentares pela paz com justiça social
2. Deslocamento Forçado, migração e refúgio
Internacional
3. Presas e presos políticos e criminalização
do pensamento crítico
4. Política antidrogas e ingerência
estrangeira na América Latina e no Caribe
5. Unidade do povo colombiano: A Frente Ampla
pela Paz, Democracia e Justiça Social.
6. Mulheres construtoras da paz, Justiça
social e Verdade.
7. Jovens e estudantes latino-americanos na
luta antimilitarista
8. Comunidades na luta pela paz com justiça
social: Indígenas, Afrodescendentes e camponeses.
9. Ato de solidariedade internacional:
solidariedades com movimentos populares e os povos do mundo.
Companheiros
e companheiras, acreditamos que é possível sim a paz com justiça social,
democracia e soberania na Colômbia, e que é possível uma América Latina livre
de militarismo e imperialismo e com as garantias plenas dos direitos humanos. Enfim,
é possível alcançar a segunda e definitiva independência da Nossa América na
luta pela superação da sociabilidade burguesa e do seu modo de produção baseado
na propriedade privada dos meios de produção e na exploração do trabalho. No
entanto, para conseguir isso é necessário que estejamos juntos, evocamos então
o uruguaio Mario Benedetti para convocar-nos a esse encontro.
Vamos juntos
Con tu puedo y con mi quiero
vamos juntos compañero
compañero te desvela
la misma suerte que a mí
prometiste y prometí
encender esta candela
con tu puedo y con mi quiero
vamos juntos compañero
la muerte mata y escucha
la vida viene después
la unidad que sirve es
la que nos une en la lucha
con tu puedo y con mi quiero
vamos juntos compañero
la historia tañe sonora
su lección como campana
para gozar el mañana
hay que pelear el ahora
con tu puedo y con mi quiero
vamos juntos compañero
ya no somos inocentes
ni en la mala ni en la buena
cada cual en su faena
porque en esto no hay suplentes
con tu puedo y con mi quiero
vamos juntos compañero
algunos cantan victoria
porque el pueblo paga vidas
pero esas muertes queridas
van escribiendo la historia
con tu puedo y con mi quiero
vamos
juntos compañero.
[1] Desaceleração do
conflito no sentido de diminuir sua intensidade.
[2] Vale lembrar que foi
após um operativo que incluía bombardeios, em meio ao processo de aproximação
do atual diálogo de paz com as FARC-EP, que morreu assassinado pelo exército
colombiano, em 2011, o máximo dirigente dessa organização na época, Alfonso
Cano e que o Governo de Santos Calderón mostrou tal fato como um “triunfo da
democracia”.
[3] Lamentavelmente o
cessar fogo unilateral por parte das FARC-EP levou a uma resposta de
intensificação das ações de guerra por parte do Exército Nacional, ante o qual
as FARC-EP respondeu na sua defesa. Após a morte de vários militares o Governo
decidiu retomar os bombardeios, onde como é sabido as principais vitimas são as
comunidades agrárias. Recentemente com assassinato de vários guerrilheiros,
entre eles um dos delegados do diálogo em Havana (Jairo Martinez) que estava em
tarefa pedagógica sobre o processo de paz na região de Cauca, as FARC-EP se viu
forçada a suspender o cessar fogo unilateral.
Convite de Edson França de União de Negros pela Igualdade - UNEGRO

La paz no llegará con más bombas, sino parando la guerra
22/05/2015
Desde el movimiento político y social Marcha Patriótica expresamos nuestro rechazo y sentimiento de dolor ante la muerte de 26 colombianos en el departamento del Cauca, producto de un bombardeo aleve y decidido por el presidente de la República Juan Manuel Santos Calderón. Insistimos en que no debe morir ni un colombiano más, mientras se habla de paz.
Es importante señalar que este bombardeo se da en medio del cese al fuego unilateral, decretado por las FARC-EP desde el 20 de diciembre del 2014, que tal como lo han constatado diversas instituciones y organizaciones, había contribuido no solo al desescalonamiento del conflicto sino también a generar múltiples beneficios económicos y sociales para las comunidades rurales y para el conjunto del país.
Es lamentable que el gobierno nacional no haya dado una verdadera respuesta de paz a este importante gesto, ya que como lo demuestra el informe del frente amplio por la paz, las fuerzas armadas oficiales habían desarrollado 55 acciones ofensivas durante la tregua unilateral teniendo como resultado muchas de estas acciones, la muerte de líderes insurgentes.
No compartimos la falsa premisa de que para acelerar los diálogos y alcanzar la paz es necesario agudizar la guerra, dicha lógica es la que ha alimentado el conflicto durante más de 50 años, por el contrario insistimos en que la paz no llegará con más bombas sino es parando la guerra y concretando acuerdos que solucionen las causas que han dado origen al conflicto social político y armado, es por esto que le insistimos a las partes en la mesa que no se paren de ella y que acuerden urgentemente un cese al fuego bilateral.
Hacemos un llamado al conjunto de la sociedad colombiana y a la comunidad internacional para que emprendamos urgentemente una gran campaña que ponga en el centro la vida, la necesidad de la paz y que ayude a parar la guerra, una campaña que impida que la minoría que se beneficia política y económicamente de la guerra nos la impongan a la mayoría de los colombianos; una campaña que en campos y ciudades nos permita encontrarnos, reconciliarnos y decir conjuntamente “Por la vida y la paz: Cese al fuego bilateral ya”.
Junta Patriótica Nacional
Movimiento político y social Marcha Patriótica
22 de mayo del 2015
JÁ SÃO 46 AS ORGANIZAÇÕES BRASILEIRAS COORDENANDO OU APOIANDO O II FÓRUM PELA PAZ NA COLÔMBIA
Os preparativos para nosso II Fórum pela Paz na Colômbia continuam e mais organizações continuam se juntando a este processo. Aquí o listado atualizado das organizações que organizam ou apoiam:
1. ACJM (Associação Cultural José Martí – RJ, Santos SP, RGS)
2. ALAL (Associação Latino-americana de Advogados Laboristas)
3. BONDE DA CULTURA
4. BRIGADAS POPULARES
5. CALLES (Casa da América Latina Liberdade e Solidariedade)
6. CASA DA AMÉRICA LATINA
7. CEBRAPAZ
8. COLETIVO FEMINISTA ANA MONTENEGRO
9. COLETIVO MINERVINHO OLIVEIRA
10. COMITÊ DE SOLIDARIEDADE À LUTA DO POVO PALESTINO (Rio de Janeiro),
11. CORRENTE SINDICAL UNIDADE CLASSISTA
12. CRM (Centro de estudos estratégicos Ruy Mauro Marini)
13. CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
14. CUT (Central Única dos Trabalhadores)
14. CUT (Central Única dos Trabalhadores)
15. FITEE federação Interestadual dos Trabalhadores em estabelecimento de Ensino)
16. FSM (Federação Sindical Mundial)
17. IELA – UFSC (Instituto de Estudos Latino-americanos)
18. JCA (Juventude Comunista Avançando)
19. JUVENTUDE 5 DE JULHO
20. MARCHA PATRIÓTICA CAPÍTULO BRASIL
21. MAS (Movimento Avançando Sindical)
22. Movimento Palestina para Todos e Todas (MOPAT)
23. MOVIMENTO DE JUSTIÇA E DIREITOS HUMANOS
24. MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores)
25. MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra)
26. MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto)
27. GEA-SUR – UNIRIO (Grupo de Estudos em Educação Ambiental desde El Sur)
28. OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil)
29. OCAC (Organização Comunista Arma da Crítica)
30. ORGANIZAÇÃO A MARIGUELLA
31. PARTIDO COMUNISTA COLOMBIANO
32. PT (Partido Dos Trabalhadores)
33. PCB (Partido Comunista Brasileiro)
34. PCdoB (Partido Comunista do Brasil)
35. PCML (Partido Comunista Marxista-Leninista / Brasil)
36. PCR (Partido Comunista Revolucionário)
37. PCLCP (Polo Comunista Luiz Carlos Prestes)
38. PPL (Partido Pátria Livre)
39. PSOL (Partido Socialismo e Liberdade)
40. REFUNDAÇÃO COMUNISTA
41. SINDIPETRO
42. TSCC-RJ (Trabalho Social Crítico da Colômbia – Rio de Janeiro)
43. UNIÃO BRASILEIRA DE MULHERES
44. UNEGRO (União de Negros pela Igualdade)
45. UJC (União da Juventude Comunista)
46. UJS (União da Juventude Socialista)
MONTEVIDEU FOI DECLARADA CAPITAL DE PAZ DA AMÉRICA LATINA EM APOIO À REALIZAÇÃO DO II FÓRUM PELA PAZ NA COLÔMBIA
18/05/2015
A Intendência de Montevideu declarou o passado 15 de maio "Montevideu Capital de Paz da América Latina" como apoio ao II Fórum pela Paz na Colômbia e à luta do povo colombiano pela paz com justiça social, democracia e soberania.
Este trascendente anuncio chega num momento em que avança de forma muito satisfatória a preparação do nosso II Fórum que já conta com um amplo apoio social e político.
Aquí a resolução completa:
Resolução Nº 2057/15
Assunto do Acordo do 25/05/2015
Exp.: 1030-000371-15
SUMÁRIO: Declara-se de interesse de esta
intendência o “II Fórum pela Paz na Colômbia” a ser realizado entre o 5 e 7 de
junho de 2015 em Montevideu.
Texto
completo da resolução:
Montevideu, 14 de Maio de 2015.
Assunto: a
nota do 6 de maio de 2015 do Diretor da Divisão de Relações Internacionais
solicita que seja declarada de interesse desta intendência o “II Fórum pela Paz
na Colômbia” que será realizado entre os dias 5 e 7 de junho de 2015 em
Montevideu;
Resultando:
assinala-se que o mencionado evento sera desenvolvido no contexto da declaração
de “Montevideu, Capital de Paz da América Latina”, convocando a mais de mil
delegados internacionais e que dita solicitude se realiza em virtude do
compromisso institucional com a manutenção e construção da paz com justiça
scial, a democracia e a defesa dos Direitos Humanos nos nossos povos;
Considerando:
que se considera pertinente fazer em conformidade;
A
INTENDENTA DE MONTEVIDEU RESOLVE:
1. Declarar
de interesse desta intendencia o II Fórum pela Paz na Colômbia” que será
realizado entre os dias 5 e 7 de junho de 2015 em Montevideu.
2. Estabelecer
que a declaração de interesse não supõe apoios materiais específicos, nem a
exoneração de obligações legais ou regulamentárias de qualquer natureza e que o
uso do logo de esta intendência será supervisionado pelo Equipe de Comunicação
Institucional da Divisão de Informação e Comunicação.
3. Comunique-se
à Divisão de Relações Internacionais e Cooperação quem notificará aos
interessados e que passe à Divisão de Informação e Comunicação e seus efeitos.
ANA OLIVERA, Intendenta de Montevideo.
RICARDO PRATO, Secretario General.
FORAM REALIZADAS COM SUCESSO AS ATIVIDADES DE PRÉ-FÓRUM NO RIO DE JANEIRO COMO PREPARAÇÃO DO II FÓRUM PELA PAZ NA COLÔMBIA
13/05/2015
Os dias 8 e 9 de maio o Rio de
Janeiro recebeu as atividades preparatórios do II Fórum pela Paz na Colômbia. Organizadas
pelo Comitê Brasileiro de Impulso ao II Fórum, destacaram-se a roda de imprensa
realizada na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, a mesa de
abertura realizada na Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro, e o
trabalho por mesas e plenária realizada na sede de Sindipetro-RJ.
A pesar dos dias frios e chuvosos, as organizações sociais e políticas e os e as colombianas interessadas participaram intensamente das atividades, na construção dos debates e das propostas a serem levadas para Uruguai.
Destacaram-se as discussões sobre os avanços e limites dos pre-acordos publicados pela mesa de diálogos da Habana sobre os pontos de terras, participação política e o problema dos cultivos de uso ilícitos. Fazendo análises comparadas com a realidade brasileira, foram analisados as pautas políticas do movimento político e social na colômbia sobre esses pontos, e se discutiram alternativas e possibilidades para continuar na luta pela paz com justiça social, soberania e democracia.
Foram levantadas as bandeiras da continuidade dos diálogos, a abertura de diálogos com outras insurgências (ELN e EPL), o cessar-fogo bilateral, as garantias para a participação eleitoral das eleições regionais de outubro de 2015 na Colômbia, o impulso a Assembleia Nacional Constituinte, o Apoio a Cúpula Agrária, Étnica e Popular, a Amnistia e liberdade para as e os prisioneiros políticos, o fim do uso do glifosato para o “ataque” aso cultivos de uso ilícito, dentre outras necessidades sentidas pelas organizações do Brasil e da Colômbia.
Convencidos de que a paz na Colômbia e a paz na América Latina, os participantes encaminharam propostas como declarações, solicitações, e eventos de diversa índole, para continuar na preparação do II Fórum pela Paz na Colômbia, que já se prevê como um grande êxito para este caro objetivo do povo colombiano.
TODOS E TODAS PELA PAZ COM JUSTIÇA
SOCIAL!!!
CONTINUAMOS CONSTRUINDO NOSSO II
FÓRUM PELA PAZ NA COLÔMBIA!!!
ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DOo RIO DE JANEIRO RECEBEU RODA DE IMPRENSA DO II FÓRUM PELA PAZ NA COLÔMBIA
12/05/2015
Por: TVALERJ
VIDEO - CONVITE II FÓRUM PELA PAZ NA COLÔMBIA (legendado)
04/05/2015
SEGUIMOS AVANÇANDO NA PREPARAÇÃO DO NOSSO II FÓRUM PELA PAZ NA COLÔMBIA
30/04/2015
COMITÊ ORGANIZADOR BRASILEIRO DO II FÓRUM PELA PAZ NA COLÔMBIA CONVIDA A EMBAIXADA/CONSULADO DA COLÔMBIA NO BRASIL PARA ATIVIDADE DE PRE-FÓRUM
Rio de Janeiro, 28 de Abril de 2015
Señores
Embajada
y Consulado de Colombia en Brasil
Sra. PATRICIA CARDENAS. EMBAJADORA
Sr. RAMIRO ANTONIO NAVIA. CONSUL GENERAL
EM SÃO PAULO.
REF: Invitación a participar como
ponentes del “Pré-Fórum Pela Paz na Colômbia” en Rio de Janeiro el 09 de mayo
de 2015.
Ciudad.
Las organizaciones abajo firmantes, siendo
parte de sectores sociales, sindicales, políticas, juveniles, de negritudes, de
mujeres y medios alternativos de comunicación, nos hemos puesto de acuerdo para
impulsar el II Foro por la Paz de
Colombia en respaldo a los diálogos que se adelantan en La Habana y por el
impulso de una mesa de diálogo con el Ejército de Liberación Nacional y el
Ejército Popular de Liberación.
El
II Foro por la paz en Colombia es la continuación del proceso empezado
en el año 2012, en el que diversas organizaciones de la sociedad civil de
Nuestra América se juntaron en torno al apoyo de los diálogos de paz iniciados
en el hermano país sudamericano de Cuba. Tal esfuerzo fue visible a nivel
continental a través del exitoso I Foro por la Paz de Colombia, por la Justicia
Social, la Democracia y la Soberanía, que se llevó a cabo en mayo de 2013 en la
ciudad de Porto Alegre en Brasil, con participación de más de mil personas y la
coordinación de casi cien organizaciones de los diversos países de la región.
Los y las participantes nos daremos cita
del 5 al 7 de Junio en la ciudad de Montevideo, recibidos por el parlamento
uruguayo, por el Frente Amplio y la Universidad de la República. Contaremos con
la participación de parlamentarios y organizaciones sociales de toda la región
latinoamericana.
En el proceso de preparación del II Foro
hemos realizado una intensa labor de difusión y discusión a partir de Pre Foros.
Por medio de la presente nos permitimos extenderles una cordial invitación a
participar de la actividad de “Pré-Fórum pela Paz na Colômbia” a ser realizado
en la ciudad de Rio de Janeiro. Dado que reconocemos que en dicho escenario no
pueden faltar las voces de quienes están buscando un acuerdo en la mesa de
diálogos de La Habana, les invitamos como representantes del Gobierno colombiano
a expresar sus postulados de paz, el día 09 de mayo entre las 09h:00 y las 12h:00
horas [hora de Rio de Janeiro], escenario en que contarán con 40 minutos para
expresar sus opiniones y 30 minutos para responder preguntas.
Esta comunicación será hecha pública por
los medios auto-gestionados del Foro y de las organizaciones convocantes.
También les haremos llegar a ustedes esta misiva en las instalaciones
consulares y a través de los correos institucionales disponibilidades por el
consulado.
Cualquier comunicación de respuesta a esta
cordial invitación puede ser enviada al email: forumpelapazcolombia@gmail.com
o al teléfono celular (21) 976732880.
Con anhelos de aportar a la paz en
Colombia;
Atentamente;
1. ACJM (Associação Cultural José Martí)
2. ALAL (Associação Latino-americana de
Advogados Laboristas)
3. BONDE DA CULTURA
4. BRIGADAS POPULARES
5. CALLES (Casa da América Latina Liberdade e
Solidariedade)
6. CASA DA AMÉRICA LATINA
7. CEBRAPAZ (Centro Brasileiro de
Solidariedade e luta pela paz)
8. COLETIVO FEMINISTA ANA MONTENEGRO
9. COLETIVO MINERVINHO OLIVEIRA
10. COMITÊ DE SOLIDARIEDADE À LUTA DO POVO
PALESTINO (Rio de Janeiro),
11. CORRENTE SINDICAL UNIDADE CLASSISTA
12. CRM (Centro de estudos estratégicos Ruy Mauro
Marini)
13. CTB (Central dos Trabalhadores e
Trabalhadoras do Brasil)
14. FITEE (Federação Interestadual dos
Trabalhadores em Estabelecimento de Ensino)
15. FSM (Federação Sindical Mundial)
16. IELA – UFSC (Instituto de Estudos
Latino-americanos)
17. JCA (Juventude Comunista Avançando)
18. JUVENTUDE 5 DE JULHO
19. MARCHA PATRIÓTICA CAPÍTULO BRASIL
20. MAS (Movimento Sindical Avançando)
21. MOVIMENTO DE JUSTIÇA E DIREITOS HUMANOS
22. MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores)
23. MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra)
24. MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto)
25. GEA-SUR – UNIRIO (Grupo de Estudos em
Educação Ambiental desde El Sur)
26. OAB-RJ (Ordem dos Advogados do Brasil)
27. OCAC (Organização Comunista Arma da Crítica)
28. ORGANIZAÇÃO A MARIGUELLA
29. PARTIDO COMUNISTA COLOMBIANO
30. PCB (Partido Comunista Brasileiro)
31. PCdoB (Partido Comunista do Brasil)
32. PCML (Partido Comunista Marxista-Leninista /
Brasil)
33. PCR (Partido Comunista Revolucionário)
34. PCLCP (Polo Comunista Luiz Carlos Prestes)
35. PSOL (Partido Socialismo e Liberdade)
36. REFUNDAÇÃO COMUNISTA
37.
SINDIPETRO – RJ. (Sindicato dos Petroleiros – RJ)
38. TSCC-RJ (Trabalho Social Crítico da Colômbia
– Rio de Janeiro)
39. UNEGRO (União de negros pela igualdade)
40. UJC (União da Juventude Comunista)
41. UJS (União da Juventude Socialista)
42.União Brasileira de Mulheres (UMB)
TODO PRONTO PARA REALIZAÇÃO DE ATIVIDADE PRE-FÓRUM NO RIO DE JANEIRO
O INSTITUTO DE ESTUDOS LATINOAMERICANOS (IELA) PUBLICA ENTREVISTA COM MILITANTE DA MARCHA PATRIÓTICA SOBRE O PROCESSO DE DIÁLOGO, CONTRADIÇÕES E LUTAS POPULARES NA COLÔMBIA
23/04/2015
BELO HORIZONTE RECEBE PRÉ-FÓRUM PARA TRATAR DA PAZ NA COLÔMBIA
04/2015
Com presença de representante colombiana da Marcha Patriótica, o Pré fórum Capítulo Brasil em Belo Horizonte elegeu a delação que participará do 2º Fórum Pela Paz na Colômbia, que acontecerá em maio no Uruguai
Na noite dessa quinta-feira (24/04), a sede do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais recebeu a atividade Pré fórum Capítulo Brasil, preparatório para o 2º Fórum Pela Paz da Colômbia, que com o tema “Por uma América Latina em paz e livre do militarismo” acontecerá no final de maio em Montevidéu (Uruguai).
Organizado pelo Movimento Político e Social Marcha Patriótica, em parceria com o Partido Comunista do Brasil (PCdoB), PCB, PSOL, Brigadas Populares e o Partido da Refundação Comunista, o Pré fórum recebeu a colombiana Martha Isabel Romero, assistente social, defensora dos direitos humanos em defesa de pessoas em situação de deslocamento forçado. Representante da Marcha Patriótica e uma das organizadoras do 2º Fórum que acontecerá em Montevidéu. Romero relembrou que há três anos acontecia a primeira edição do Fórum em Porto Alegre, que desse tempo pra cá o país ainda vive numa situação de muita repressão das forças paramilitares do governo que oprimem boa parte da população. “Hoje possuímos mais de seis milhões de pessoas que vivem em situação de deslocamento forçado, que perderam suas casas, propriedades, que representa mais de 10% da população”, aponta Martha Romero.
Nesse contexto, Martha destacou que o movimento popular tem agregado cada vez mais diferentes forças para uma mobilização com objetivo comum de internacionalização pela causa da paz no país, desde camponeses, movimentos urbanos, de indígenas e afrodescendentes.
Medida por Silvânia Rosa, dirigente das Brigadas Populares, a mesa contou com diversos representantes das entidades co-realizadoras do Pré fórum, além da presença do deputado estadual Geraldo Pimenta (PCdoB). O presidente do Sindicato dos Jornalistas de Minas Gerais, Kerison Lopes, deu as boas vindas aos participantes, que elegeram a delegação que participará do 2º Fórum Pela Paz na Colômbia, em Montevidéu em maio.
Encontro com o secretário de Estado de Direitos Humanos
Na tarde do mesmo dia, Martha Romero se encontro com Nilmário Miranda (PT), secretário de Estado de Direitos Humanos, Participação Social e Cidadania de Minas Gerais, na Casa dos Direitos Humanos no centro da capital mineira. O secretário disse que Minas se solidariza à causa em defesa da paz na Colômbia, lembrando a tradição dos mineiros defenderem as causas libertárias e de solidarização internacional.
ATIVIDADE EM PORTO ALEGRE MOBILIZOU MILITANTES E PARLAMENTARES EM DEFESA DO MOVIMENTO PELA PAZ NA COLÔMBIA
21/04/2015
“Alerta, alerta, alerta que camina, la espada de Bolívar por America Latina”! Com essas palavras de ordem entoadas pelos presentes, foi encerrado em Porto Alegre o evento preparatório ao II Fórum pela Paz da Colômbia. Na atividade, que ocorreu em 17/04, o militante da Marcha Patriótica - Capítulo Brasil Sergio Andrés Quintero Londoño falou sobre o II Fórum, o andamento nas negociações de paz e as ideias da Marcha Patriótica para a construção da paz com justiça social.
Durante o dia, Quintero esteve com parlamentares gaúchos para falar sobre o Fórum. Conversou com o deputado estadual Pedro Ruas, do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), que manifestou apoio ao evento. Também foi recebido por Rodrigo Oliveira, presidente municipal do Partido dos Trabalhadores (PT) e por Francisco Geovani de Sousa, também do PT. Ambos se prontificaram a mobilizar parlamentares do partido para participarem do II Fórum, que será realizado dias 5, 6 e 7 de junho em Montevidéo, Uruguai.
Quintero também concedeu entrevista coletiva a alguns dos principais veículos do estado. Além de falar sobre o evento em Montevidéo, esclareceu alguns mitos sobre a insurgência, como a acusação de ser o principal narcotraficante do país, o que vem sendo desmentido durante a mesa de negociação. Falou ainda do grande número de presos políticos, que chegam a 9,5 mil, e do movimento pela paz, que mobilizou mais de 1 milhão de colombianos nas ruas em 9/4.
A atividade preparatória ocorreu à noite, na Assembleia Legislativa do RS. Cerca de 50 militantes participaram. Começando com um histórico sobre o conflito na Colômbia, Quintero explicou sobre os seis pontos em pauta da mesa de negociação e as principais divergências entre o governo, a insurgência e a Marcha Patriótica. Ressaltou o momento histórico que o país vive, pois pela primeira vez as vítimas estão sendo ouvidas e estão participando dos diálogos pela paz, enquanto os movimentos sociais continuam exigindo sua inclussão direta na mesa de negociações.
Ao final da atividade, os militantes presentes saudaram o movimento amplo que se tornou a Marcha Patriótica, ressaltando que esse é um exemplo de unidade para os movimentos sociais e partidos de esquerda brasileiros. Todos foram unânimes em se comprometer para enviar uma delegação ao II Fórum, devido a relevância do caráter do evento.
Participaram militantes da Associação Cultural José Martí, Associação Nacional de Poisgraduação, Associação dos Poisgraduandos, Associação Piquete Laços de Sangue, APS/PSOL, Centro Cultural, Federação Gaucha do Movimento Comunitario, Fortalecer/PSOL, Intersindical, Instituto Olga Benario Prestes, MOvimento de Justiça e Direitos Humanos, Movimento de Mulheres Olga Benario, Movimento Popular Sindical, Organização A. Mariguella, Partido Comunista Brasileiro, Partido Comunista do Brasil, Partido Comunista Revolucionario, Partido dos Trabalhadores, Polo Comunista Luis Carlos Prestes, Refundação Comunista, e Unidade Popular.
Ver outras notícias:
TODO PRONTO PARA A REALIZAÇÃO DE ATIVIDADE DE PRE-FÓRUM EM PORTO ALEGRE
17/05/2015
Porto Alegre, cidade sede do nosso exitoso primeiro Fórum pela Paz na Colômbia, está pronta para a realização de atividade de Pre-Fórum caminho a Uruguay. Com a palestra "Processo de Paz, Diálogo, lutas e contradições" a Marcha Patriótica e múltiplas outras organizaçõesdo Comité Organizador do Brasil, continuaram a construção ampla e participativa do II Fórum que continua juntando a solidariedade internacionalista com a luta do povo colombiano.
Nesse sentido o jornal SUL21 salientou que:
"O II Fórum pela Paz da Colômbia será realizado de 5 a 7 de junho em Montevidéu, com o objetivo de fortalecer a mobilização social e o apoio internacional às negociações entre as FARC-EP e o Governo Colombiano, como um processo indispensável para a construção da paz com justiça social." Ver notícia.
O portal de outra das organizações do Comitê, salientou:
"Engrossamos o coro do povo colombiano que exige veementemente a continuidade da mesa de diálogos para a finalização do confronto armado entre as FARC-EP e o Estado Colombiano, assim como a abertura de mesas de diálogos com o ELN e o EPL. É preciso continuar reivindicando o cessar-fogo bilateral e a participação direta das organizações sociais e políticas colombianas na mesa de diálogos." Ver notícia.
E o portal de uma da bancada estadual de outro dos partidos organizadores salientou:
"O II
Fórum pela Paz da Colômbia é a continuação do debate sobre as problemáticas do
povo colombiano e latino-americano. Será realizado de 5 a 7 de junho em
Montevidéu, Uruguai, e tem como objetivo fortalecer a mobilização social e o
apoio internacional às negociações entre as FARC-EP e o Governo Colombiano,
como um processo indispensável para a construção da paz com justiça social.
A primeira edição do Fórum foi realizada em 2013 na cidade de
Porto Alegre. Como preparação à segunda edição, estão sendo organizadas
atividades pelo Brasil. Além de Porto Alegre, as cidades de Florianópolis (SC),
Vitória (ES), Belo Horizonte (MG), São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e
Curitiba (PR) receberão eventos preparatórios." Ver notícia.
Todo
parede garantir o sucesso de mais uma atividade de preapração do nosso II Fórum pela paz na Colômbia
com Justiça Social, Democracia e Soberânia, e por uma Lanito-América em paz e
libre de militarismo.
FOI REALIZADO COM SUCESSO ATIVIDADE DE PRE-FÓRUM NA UNIVERSIDADE DE SANTA CATARINA NA CIDADE DE FLORIANÓPOLIS
15/04/2015
Por: Instituto de Estudos Latino-Americanos (IELA)
Várias entidades da luta popular e estudantil realizaram nesse dia 15 um debate sobre a situação do povo colombiano frente a violência do estado, em apoio e preparação para o II Fórum pela Paz da Colômbia - “Por uma América Latina em paz e livre do militarismo”, que deve acontecer em junho, no Uruguai. Esse trabalho de discussão, debate e solidariedade é a continuação de um processo que visa esclarecer sobre as distintas problemáticas do povo Colombiano e latino-americano. O primeiro Fórum, que teve como tema "Justiça social, democracia e soberania", foi realizado em 2013, em Porto Alegre, e a partir dele abriram-se várias frentes de articulação com distintas organizações brasileiras, argentinas e colombianas para debater temas fundamentais e transversais da realidade continental.
No segundo encontro, a ser realizado no Uruguai, pretende-se dar continuidade ao fortalecimento da mobilização social e ao apoio internacional perante o processo de paz entre as FARC-EP e o Governo Colombiano, entendendo que esse é um caminho possível para construir a paz e a justiça naquele país. Para fortalecer essa solidariedade foram realizados vários pré-fóruns em diversos estados brasileiros, nos quais foram apresentadas as condições atuais da luta popular na Colômbia, os diálogos de paz e seus possíveis desdobramentos.
Os jornalistas Matheus Lobo Pismel e Rodrigo Simões Chagas, que escreveram um livro sobre a situação contemporânea da Colômbia, afirmam: “ Na Colômbia, metade das terras está concentrada nas mãos de 1% da população. Dos cerca de 47 milhões de colombianos, um terço vive na pobreza. A guerra entre Estado e guerrilhas dura mais de meio século. Os gastos com segurança nacional representam aproximadamente 28% do orçamento do governo — só ficam atrás dos 46% destinados às despesas da dívida pública. O contingente do exército colombiano está em torno de 445 mil oficiais e só se compara com as forças armadas brasileiras. A diferença é que o Brasil é sete vezes maior em território e quatro vezes mais populoso. A imagem de democracia consolidada, a mais antiga do continente, não condiz com os 180 mil civis mortos pelo conflito armado desde 1958, incluindo um genocídio político de um partido por inteiro, a União Patriótica”.
A conversa com Sergio Quintero Londoño, da Marcha Patriótica - Capítulo Brasil, reuniu professores e estudantes, que puderam inteirar-se das negociações e das possibilidades da paz na Colômbia. Uma batalha que ainda está longe de ser vencida mas que com a solidariedade internacional pode tornar-se realidade.
No segundo encontro, a ser realizado no Uruguai, pretende-se dar continuidade ao fortalecimento da mobilização social e ao apoio internacional perante o processo de paz entre as FARC-EP e o Governo Colombiano, entendendo que esse é um caminho possível para construir a paz e a justiça naquele país. Para fortalecer essa solidariedade foram realizados vários pré-fóruns em diversos estados brasileiros, nos quais foram apresentadas as condições atuais da luta popular na Colômbia, os diálogos de paz e seus possíveis desdobramentos.
Os jornalistas Matheus Lobo Pismel e Rodrigo Simões Chagas, que escreveram um livro sobre a situação contemporânea da Colômbia, afirmam: “ Na Colômbia, metade das terras está concentrada nas mãos de 1% da população. Dos cerca de 47 milhões de colombianos, um terço vive na pobreza. A guerra entre Estado e guerrilhas dura mais de meio século. Os gastos com segurança nacional representam aproximadamente 28% do orçamento do governo — só ficam atrás dos 46% destinados às despesas da dívida pública. O contingente do exército colombiano está em torno de 445 mil oficiais e só se compara com as forças armadas brasileiras. A diferença é que o Brasil é sete vezes maior em território e quatro vezes mais populoso. A imagem de democracia consolidada, a mais antiga do continente, não condiz com os 180 mil civis mortos pelo conflito armado desde 1958, incluindo um genocídio político de um partido por inteiro, a União Patriótica”.
A conversa com Sergio Quintero Londoño, da Marcha Patriótica - Capítulo Brasil, reuniu professores e estudantes, que puderam inteirar-se das negociações e das possibilidades da paz na Colômbia. Uma batalha que ainda está longe de ser vencida mas que com a solidariedade internacional pode tornar-se realidade.
FOI REALIZADO COM SUCESSO ATIVIDADE DE PRE-FÓRUM DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
09/04/2015
Na Universidade de São Paulo, o maior centro de educação superior do Brasil foi realizada uma conversa entre a Marcha Patriótica, pesquisadores e estudantes latino-americanos (Bolívia Brasil, Colômbia e México). O tema central foi a história política da Colômbia, levando em conta que nesta quinta-feira, 9 de abril, completam-se 67 anos do assassinato de Jorge Eliecer Gaitán, a principal liderança popular da história colombiana, cujo principal propósito era lutar contra o domínio hegemônico das oligarquias liberais e conservadoras do país.
Depois de fazer um percurso pelos principais fatos políticos sobre a violência estatal e as diferentes respostas populares, analisou-se o confronto entre as guerrilhas e o Estado que já tem mais de 50 anos. Os debatedores reconhecem a necessidade de pôr fim á guerra, mas esclarecendo que tal processo só pode se consolidar plenamente desenvolvendo as reformas estruturais (políticas, econômicas, sociais e ambientais) que o país precisa, e que foram negadas durante décadas.
Com o debate, foi apresentada a necessidade de convocar a solidariedade internacional que apoie os avanços dos Diálogos de Paz entre as FARC-EP e o Governo, ao mesmo tempo em que se convida a abertura de diálogos com o ELN e EPL. O apoio às organizações populares que estão construindo o processo de Assembleia Nacional Constituinte também foi expressivo por parte de pesquisadores e estudantes.
Os assistentes se comprometeram a acompanhar o processo organizativo da Marcha Patriótica no Brasil e apoiar no que for preciso as atividades solidarias, como o II Fórum pela paz na Colômbia que vai acontecer em Uruguai no mês de junho.
Vitória recebe preparativos de fórum internacional sobre paz na Colômbia
Representante do movimento político colombiano Marcha Patriótica fará palestra nesta sexta-feira na Ufes
O Espírito Santo sedia um dos encontros preparatórios para o II Fórum pela Paz da Colômbia, que acontece em junho no Uruguai. O pré-fórum capixaba busca sensibilizar os participantes e os movimentos sociais locais sobre a temática e convidá-los a comparecerem ao evento internacional na capital uruguaia. O preparatório capixaba se inicia às 16h desta sexta-feira, 10 de abril, na Ufes, com presença de Martha Romero, integrante do movimento político e social colombiano Marcha Patriótica, um dos mais representativos no país vizinho.
Os diálogos de paz entre o governo colombiano e as forças insurgentes das Farc, que já duram mais de dois anos, são um tema central no debate, já que se busca conseguir uma saída política negociada para o conflito social e armado que já dura mais de 60 anos no país. “Os pré-fóruns são atividades que se programaram buscando divulgar os avanços dos diálogos de paz até o momento. Em Vitória vamos tentar discutir um pouco dos avanços e também das contradições desse processo de paz”, afirma Martha Romero sobre o evento que acontece no Auditório da Associação de Docentes da Ufes (Adufes), no campus da Universidade em Goiabeiras.
O II Fórum Internacional, que traz como tema “Por uma América Latina em paz e livre do militarismo”, é uma continuação do primeiro, que aconteceu em 2013 em Porto Alegre. “O primeiro fórum foi um sucesso, teve grande acolhida e impacto político, repercutindo na agenda política dos movimentos sociais. Iniciaram-se mais atividades de apoio ao processo de paz e se geraram novos espaços de discussão sobre os movimentos sociais e sua participação nos diálogos de paz”, diz a integrante da Marcha Patriótica no Brasil. “É preciso conquistar a paz, mas uma paz com justiça social, democracia e soberania”, pontua, convidando os capixabas a conhecerem mais sobre o tema nesta sexta-feira na Ufes e também entre os dias 5 e 7 de junho no Uruguai.
O evento em Vitória faz parte da jornada de pré-fóruns que prevê atividades em Curitiba, Florianópolis, Porto Alegre, Rio de Janeiro e outras cidades. Além das organizações colombianas, argentinas e uruguaias, o comitê brasileiro de preparação do II Fórum Internacional conta com adesão de cerca de 40 entidades nacionais. Em Vitória, o encontro recebe apoio de organizações como Brigadas Populares, PCB e PCdoB.
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Autor: Vitor Taveira
O QUÊ: Pré-Fórum pela Paz da Colômbia: Processo de Paz, Diálogos, Lutas e Contradições, com a participação de Martha Romero Villate (Marcha Patriótica - Capítulo Brasil)
QUANDO: Sexta-feira, 10 de abril, às 16h
ONDE: Auditório da ADUFES, no campus da Ufes em Goiabeiras, Vitória
QUANDO: Sexta-feira, 10 de abril, às 16h
ONDE: Auditório da ADUFES, no campus da Ufes em Goiabeiras, Vitória
LANZAMENTO DEL COMITÉ ORGANIZADOR
BRASILERO DEL II FORO POR LA PAZ EN COLOMBIA. TODOS POR LA PAZ CON JUSTICIA SOCIAL!
Es con
inmensa alegría que las organizaciones abajo firmantes informamos al pueblo
brasilero y latinoamericano, de la conformación del COMITÉ ORGANIZADOR
BRASILERO DEL II FORO POR LA PAZ EN COLOMBIA, que será realizado en la ciudad
de Montevideo, Uruguay, en el año 2015, y que desde ya cuenta con el amplio
apoyo de fuerzas sociales y políticas democráticas, progresistas y de izquierda
en Colombia, Uruguay, Argentina, Brasil y demás países de Nuestra América.
Invitamos
a todas las fuerzas políticas y sociales brasileras a que se junten en este
proceso de preparación del II FORO POR LA PAZ EN COLOMBIA, recordando el éxito
de nuestro primer Foro, realizado en Puerto Alegre en el año 2013, que contó
con la participación de delegados de más de veinte países y con la
participación de más de ochocientas personas de cien organizaciones,
movimientos y entidades.
La
necesidad y vigencia de la solidaridad internacionalista con el pueblo
colombiano nos convoca a la realización de este FORO, que abordará problemas
centrales de toda Nuestra América, pero enfocándose prioritariamente en la situación
de Colombia, sobre la militarización y la violación de los derechos humanos.
Vamos
a trabajar con el conjunto de fuerzas sociales y políticas que continúan
exigiendo vehementemente la continuidad de la mesa de diálogos para la
finalización del conflicto armado entre las Fuerzas Armadas Revolucionarias de
Colombia – Ejército del Pueblo- FARC-EP, y el Estado Colombiano, así como la
apertura de mesas de diálogos con el Ejército de Liberación Nacional – ELN, y
el Ejército Popular de Liberación – EPL. Es necesario continuar exhortando el cese
al fuego bilateral y la participación directa de las organizaciones sociales y
políticas colombianas en la mesa de diálogos.
Con
espíritu amplio convocamos a todos e todas las interesadas a que nos juntemos en
esta lucha, recordando que la paz con justicia social en Colombia es necesaria
para toda Nuestra América.
TODOS
Y TODAS POR LA CONSTRUCCIÓN DEL II FORO POR LA PAZ EN COLOMBIA!
Organizadores:
BRIGADAS POPULARES
CALLES
CASA DA AMÉRICA LATINA
CEBRAPAZ
COLETIVO FEMINISTA ANA MONTENEGRO
COLETIVO MINERVINO OLIVEIRA
CORRENTE SINDICAL UNIDADE CLASSISTA
CRM
CTB
FSM
MARCHA PATRIÓTICA CAPITULO BRASIL
MPA
MST
MTST
OAB – RJ (Comissão de Direitos humanos)
OCAC
PCB
PCdoB
PCR
UJC
UNEGRO
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