FARC-EP declaram cessar unilateral ao fogo e às hostilidades por tempo
indefinido
Quarta-feira, 17 de
dezembro de 2014 Escrito por FARC-EP
Havana, sede dos diálogos
de paz, 17 de dezembro de 2014
Cessar-fogo
«Ódio eterno aos que
desejam sangue e o derramem injustamente»
Simón Bolívar, 1820, na
assintaura do armistício com o espanhol Pablo Morillo
O ano de 2014 aproxima-se
do final, após dois anos e alguns dias de diálogos de paz ocorridos em Havana,
Cuba, entre plenipotenciários do governo colombiano e da Delegação de Paz das
FARC-EP. Durante o tempo assinalado, trocamos teses, propostas e conquistamos
alguns acordos parciais, mantendo-nos, a todo o momento, em pé de igualdade e
com os mesmos direitos e deveres emitidos para ambas as partes do Acordo Geral
de agosto de 2012. Atualmente, encontramo-nos estudando e buscando saídas para
questões e problemas difíceis, por razão da natureza complexa destes últimos,
ou porque em mais de cinquenta anos de conflito interno as soluções que
deveriam ter sido aplicadas para benefício coletivo foram adiadas.
Os diálogos colocaram em
manifesto que a pátria colombiana requer uma honesta e profunda revisão. A
desigualdade e a pobreza generalizada, a incompetência estatal em fazer
prevalecer o bom governo, a justiça e a paz não permitiram semear concórdia nem
construir as bases de uma reconciliação perdurável. O conflito social e armado
continua vigentes; originado na chamada “violência partidária”, na injusta
visão histórica sobre assuntos vitais relativos à terra, na conduta indigna com
o dinheiro público, na concentração sem limite da riqueza nacional em mãos
contadas, cada vez mais esfomeadas, e em uma institucionalidade pública inútil
por ter sido desprezada por inescrupulosos detentores do poder, confirma que na
Mesa de Conversações, o caminho que os plenipotenciários possuem adiante é de
uma imensidade sem precedentes.
Para nós que temos o
compromisso de montar o cenário a partir do qual se construirá uma nova
República com a ajuda de todos e cada um dos homens e mulheres que formam o
componente humano de uma mesma pátria, os meses por vir são fundamentais. Dito
cenário é único; não é qualquer. Trata-se, nada mais, nada menos, do cenário do
agora ou nunca. É o cenário imaginado por todos, pelo qual lutamos e padecemos tanto:
é o cenário da paz, da reconciliação, da irmandade com justiça social.
Apelando ao sagrado e
irrevogável direito à rebelião, que por razões que sempre emanaram da desumana
existência daqueles que tudo necessitam por ter-se negado o mínimo vital em todos
os terrenos, buscamos com as armas, como último recurso de expressão política,
pelo menos nos colocamos em pé de igualdade com o implacável adversário de
todos os tempos, para que nossa voz, que é a do povo excluído não continuasse
sendo ignorada. Por isso, não desperdicemos a atual conjuntura que serve para
expor com justos títulos uma enorme quantidade de reclamações acompanhadas de
dezenas de soluções. Encontramo-nos em Cuba para continuar forjando a Pátria
Construamos entre tudo o porvir. É nosso chamado.
Ontem, durante a última
audiência de vítimas do conflito para escutar seus relatos, evocamos, com
inevitáveis sentimentos, as outras vítimas que ninguém recorda, porém que as
FARC-EP sempre honram levando-as em sua memória individual e coletiva e pelas
quais continua buscando a reconciliação nacional, porém revestida de tudo que
possa significar a palavra “justiça”. As vítimas da inescrupulosa violência
partidária, as vítimas dos “cortes de flanela”, as vítimas da primeira geração
de paramilitares da década de cinquenta e sessenta do século passado, as
vítimas da ditadura militar de ingrata recordação, as vítimas da ingerência
estrangeira tolerada por governos bipartidaristas, as vítimas dos
desaparecimentos forçados, das remoções e das execuções extrajudiciais.
As vítimas de Marquetalia,
Ríochiquito, El Pato e Guayabero; as mesmas vítimas que nós, em defesa das
altas localidades, possivelmente provocamos por erro; as vítimas dos homens do
Estado e da força pública as vítimas militantes da União Patriótica as
produzidas pela nova geração de paramilitares em conivência com agentes das
diversas armas oficiais. As dos fornos, dos massacres, das motosserras e as que
repousam nas tumbas de indigentes; ou as que cujos corpos flutuaram rio abaixo
até desaparecer; e as que nunca foram registradas; e as vítimas da miséria e da
forme, da desigualdade e, em geral, aquelas vítimas, que somos todos os
colombianos, nas mãos desse, o maior e mais funesto de todos os algozes: o
Estado.
Conforme o anterior,
inspirados no direito dos povos, tradição constitucional colombiana e homenagem
a todas as vítimas ocasionadas em razão do conflito buscamos superar, em
consideração ao trabalho que nos compromete cada dia mais com o espírito
traçado na parte relevante da agenda de Havana, e em atenção ao fato de
acreditarmos ter iniciado um caminho definitivo para a paz, acompanhado de um
processo constituinte, declaramos um CESSAR UNILATERAL AO FOGO E ÀS
HOSTILIDADES POR TEMPO INDEFINIDO, que deve transformar-se em armistício. Para
a conquista de seu pleno êxito, aspiramos contar com a supervisão da UNASUL,
CELAC, do CICV e da Frente Ampla pela Paz. Este cessar-fogo unilateral, que
desejamos que se prolongue no tempo, se daria por terminado somente caso seja
constatado que nossas estruturas guerrilheiras são objeto de ataques por parte
da força pública. É nosso anseio que o povo soberano assuma também e de maneira
protagonista esta supervisão, dado que com ela se busque o benefício da pátria
lacerada e uma homenagem às vítimas de ontem e de hoje.
Seja a oportunidade para
chamar a atenção de forma clara e direta do Presidente Santos por ter mostrado,
mais uma vez, sua alegria no twitter, pela morte de alguns de nossos
companheiros de armas e de ideais, no domingo anterior. A guerra não pode ser
motivo de felicidade, mas de pena. Assim, apresentam resultados que podem
beneficiar episódica e transitoriamente a alguma das partes. Precisamente, o
respeito aos caídos é um principio universal da humanidade, independente do
grupo representado. Não mais circo, não mais exibicionismo de força
incontrolada, não mais cobrança de faturas com o sacrifício de vidas alheias.
Queremos contrastar.
Queremos superar os episódios inúteis de sangue. Já manifestamos esta nossa
vontade várias vezes sem sermos ouvidos. Dessa maneira, manifestamos que o
mencionado cessar-fogo e de hostilidades entrará em vigor às 00:01 horas de 20
de dezembro de 2014, data que conta com a disposição de verificação de, ao
menos, uma das organizações mencionadas.
A presente decisão está
sendo comunicada formalmente pelo governo da Colômbia: às Embaixadas e sedes
diplomáticas a nosso alcance; ao Secretário Geral da Organização das Nações
Unidas (ONU); à União Europeia; ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha
(CICV); à União das Nações Sul-americanas (UNASUL); à CELAC; ao Papa Francisco;
às outras lideranças religiosas reconhecidas universalmente; ao Centro Carter e
às ONG’s de reconhecimento mundial.
Estamos dispostos a
convocar em Havana todas as organizações colombianas sem fins lucrativos,
amigas do processo de paz, para apresentar um informe sobre a iniciativa aqui
exposta e com o propósito de convidá-las a apoiarem esta iniciativa pela paz da
Colômbia.
Secretariado do Estado
Maior Central das FARC-EP
A prisão do general Alzate por parte das FARC gera um novo momento nos
diálogos de Havana
Sergio Andrés Quintero
Londoño*
Sabe-se que escrever no
calor da marcha sempre traz riscos. No entanto, uma análise objetiva da
história e da conjuntura pode oferecer elementos de compreensão que não se
distanciam muito do que realmente está ocorrendo com o movimento político
contraditório, podendo até orientar alguns desdobramentos imediatos ou de longo
prazo da situação estudada. Desta maneira, pretendemos contribuir com a análise
da conjuntura política pela qual atravessa a Mesa de Diálogos de Havana entre o
Governo de Juan Manuel Santos e as FARC-EP. Para isso, faz-se necessário um
retorno histórico sobre alguns pontos fundamentais das experiências anteriores
e, em geral, sobre pontos fundamentais do desenvolvimento da guerra.
Ante as diferentes
interpretações e opiniões políticas, pretendo expor algumas ideias que permitam
articular a história com o presente, de frente para construção de uma análise,
a mais objetiva possível, da atual situação protagonizada pela detenção do
General Alzate por parte das FARC-EP, em 16 de novembro, departamento do Chocó.
A seguir, tentarei
responder algumas das teses centrais sobre as quais se sustentam várias
análises que pretendem comparar (de forma equivocada) a ruptura e
desdobramentos dos diálogos de paz entre o Presidente Andrés Pastrana e as
FARC-EP em San Vicente del Caguán, entre 1999 e 2002.
- A correlação de forças (do político e do
militar) mudou dramaticamente com a finalização dos diálogos do Caguán. Os
erros das FARC fertilizaram o terreno para a chegada de Uribe.
A alteração do panorama
político-militar supostamente apresentou como resultado um contexto
expressamente favorável para o Estado, que abriu um novo ciclo no qual a
institucionalidade burguesa se sobrepôs à insurgência a partir de qualquer
ponto de vista. O crescimento da capacidade militar do Estado é um fato que em
si não pode ser negado. Ainda assim, merece ser tratado com bastante cuidado,
pois acreditar na superioridade absoluta do Estado, necessariamente leva a crer
em um triunfo definitivo da guerra, coisa que não acontece e, ao que parece,
não vai acontecer. No entanto, a causa e consequência da escalada militar com a
reestruturação das forças militares estatais, não pode ser confundida até
chegar ao ponto de expressar (como fazem algumas análises) que tal situação se
deve aos erros políticos e fundamentalmente militares das FARC, mais que às
virtudes do Estado e das forças do monopólio midiático da informação.
Afirmar que no ano de 2002
(com o encerramento dos diálogos por parte do presidente Pastrana) a
insurgência não soube analisar o momento, motivo pelo qual priorizou as ações
militares sobre as ações políticas, evidencia desconhecimento sobre as
transformações da organização subversiva e a confrontação armada. Basta
mencionar dois pontos fundamentais na história das FARC para compreender os
principais movimentos políticos que realizaram, chamando a atenção que um deles
se situa precisamente no marco dos diálogos de 1999-2002. O primeiro, que já é
de amplo conhecimento, é a proposta da União Patriótica. Não cabe aqui
mencionar a importância e qualidade política do movimento guerrilheiro no
período, porém deve ser dito que talvez tenha sido o auge no campo “estritamente
político”. O segundo momento foi o lançamento de diferentes estruturas
“políticas” que, de acordo com os planos estratégicos, seriam os canais através
dos quais se avançaria na construção para a denominada “Nova Colômbia” por
parte das FARC articulada com o povo. O lançamento do Partido Comunista
Clandestino Colombiano (PCCC), assim como o do Movimento Bolivariano pela Nova
Colômbia (MB), constituem uma reestruturação estratégica frente ao
reconhecimento da luta política competente e massificada. Diferente dos anos
anteriores, as FARC já não se colocam como um apêndice do Partido Comunista
Colombiano (PCC). Estruturam suas próprias organizações políticas para o que
denominam uma “combinação de todas as formas de luta”, para a tomada do poder.
Desde então e até os nossos dias, tais estruturas clandestinas mantém ações
permanentes em quase todo o território nacional, independente que tenhamos
conhecimento delas, sejam compartilhadas ou não.
Parece que um dos momentos
de orientação política de maior envergadura no interior da insurgência foi na
conjuntura dos diálogos de Caguán, ao contrário do que vem sendo afirmado pelos
diferentes setores através de diversos meios de comunicação.
Não pode passar
despercebido que o fortalecimento do Estado se dá graças à reengenharia
político-militar planejada a partir de Bogotá e Washington, por meio do Plano
Colômbia posto em marcha imediatamente após da ruptura dos diálogos de paz do
Caguán. A maior estratégia militar da institucionalidade colombiana, uma das reestruturações
mais evidentes na história recente, foi produzida durante os anos de 2001 e
2002, sendo orientada pelo capital monopolista que, com o discurso
antinarcótico, combate frontalmente as guerrilhas e, inclusive, as expressões
políticas legais.
Chama a atenção que no
campo político o presidente Pastrana colocava como principal conquista da luta
antissubversiva a inclusão das FARC na lista de organizações terroristas. O
próprio presidente Pastrana reconhecia a crescente capacidade (política e
militar) com a qual os insurgentes violavam o poder do Estado, frente ao qual,
era necessário gerar respostas contundentes. Não é segredo para ninguém que a
maior força militar das FARC se deu em fins da década de 1990, condição que
mudou posteriormente à ruptura do Caguán, sem querer dizer com isso que a
guerrilha tenha se submetido.
A ascensão da autocracia
uribista não corresponde então aos erros militares das FARC, mas a um cuidadoso
plano estratégico iniciado com Pastrana e articulado com George Bush, que desdobra
a nível mundial a doutrina antiterrorista, como suposta resposta ao ocorrido em
Wall Street, no 11 de setembro de 2001. O fim dos diálogos e a doutrina
antiterrorista são o melhor panorama com o qual poderia se encontrar Uribe
Vélez, que soube aproveitar o momento para intensificar a guerra. Ao anterior,
soma-se o fortalecimento do paramilitarismo que, durante os anos de 1990, vinha
em uma escalada militar. Assim, o contexto que se tem é a fusão do narcotráfico
e a política reacionária, criando e fortalecendo a máquina paramilitar que
vinha sendo pensada antes mesmo do Caguán. Em 2002, geraram-se todas as
condições políticas e militares para a ofensiva belicista do Estado.
No marco da guerra frontal
iniciada por parte da nova reengenharia militar legal (exército e polícia) e
ilegal (paramilitares), a população civil é que se viu mais afetada, sofrendo
com os massacres, desparecimentos, remoções e assassinatos (chamados de falsos
positivos). Ante este panorama, o pensamento crítico é asfixiado dentro e fora
dos centros acadêmicos, até o ponto de eliminar do debate político a análise
das motivações e dos atores da guerra. Estaríamos equivocados em acreditar (e
se assim o fizéssemos, estaríamos caindo em uma ilusão abstrata) que, diante
deste contexto, as organizações sociais e a população em geral assumiriam
publicamente o respaldo a um projeto revolucionário. Ante a ameaça das forças
militares e paraestatais, a primeira resposta generalizada é a abstração –
entenda-se aqui como abstenção – de uma opinião política da população civil
frente à guerra. Este fato não pode ser confundido com legitimação (para o
Estado) ou refração (para a insurgência). O que pretendo expressar é que a
população civil poderia se identificar e, talvez, acompanhar um ou outro ator armado.
Identificar-se sem expressar publicamente ou simplesmente abster-se de uma
posição determinada. Seria um grande erro afirmar que a balança política estava
claramente inclinada para um dos dois lados (insurgência ou Estado), ainda que
a campanha antissubversiva ocorresse permanentemente através dos meios de
comunicação. Neste caso, se o que se trata é de interpretar o sentir popular e
os verdadeiros interesses da grande maioria da classe trabalhadora, parece-me
que a principal afirmação válida é o fim da guerra e o melhoramento das
condições de vida tanto no campo como na cidade. Querendo ou não, de maneira
consciente ou inconsciente, deve-se reconhecer que per se, estes
objetivos da grande maioria da população se tornam vulneráveis e antagônicos
aos interesses do Estado e da classe hegemônica.
- Com a suspensão dos diálogos, produto da
detenção do General Alzate, Santos demonstra o controle que o governo tem
sobre a mesa de Havana (sobre a qual supostamente teve a iniciativa
política e militar), enquanto a insurgência deve manter todo o custo das
conversações.
Não corresponde a uma
análise objetiva negar o forte impacto político e militar gerado pelo Estado
através do Plano Colômbia e a estratégia belicista de Uribe Vélez. Agora,
tampouco é possível sobredimensionar suas capacidades e verdadeiros alcances,
até colocar as forças militares e o Estado em seu conjunto como o grande
vitorioso da guerra interna. Sendo assim, não haveria possibilidade alguma de
instalar uma mesa de diálogos em Havana, pois ninguém negocia com seu inimigo
quando já conseguiu dominá-lo. A abertura dos diálogos demonstra a incapacidade
mútua (Estado e Guerrilha) de submeter seu adversário através da via armada.
Ainda que o Plano Colômbia e os dois governos de Uribe tenham redimensionado a
dinâmica da guerra, o que fica claro é que o Estado, em companhia da maior
força militar do mundo (as forças militares estadunidenses), empreendeu sua
máxima energia possível, obtendo resultados bem diferentes aos esperados.
Apesar das promessas pretensiosas de acabar com as guerrilhas em 6 meses,
depois de quase 10 anos de arremetida frontal, saltou à vista pública o óbvio:
a única solução possível à guerra é a via do diálogo. A estratégia guerrerista
do Estado foi um fracasso absoluto.
Parece que a suposta
iniciativa do governo de Santos no início da mesa de Havana pode ser
relativizada, a não ser que se pense que as FARC entraram no processo como
consequência direta do suposto enfraquecimento militar ou como a última
alternativa de incidência política no país. Ambas as hipóteses são epidérmicas,
pois basta observar as estatísticas (inclusive estatais) das consequências da
guerra, como por exemplo, número de combates, feridos e mortos de ambas as
partes. León Valencia, um liberal convicto, através de sua fundação fez um
interessante e interessado levantamento de dados a esse respeito, que se não
mostram de forma definida o panorama da guerra, trazem consigo algumas
informações interessantes.
Se não parece tão clara a
iniciativa e o controle de Santos no início da mesa de diálogos, será possível
pensar que o suposto domínio foi gerado no transcurso das conversações? Não
acredito e, ao contrário, penso que se evidenciou o enfrentamento profundo
entre o governo e as FARC. Este fato pode ser percebido ao longo dos
comunicados conjuntos, os informes parciais e, finalmente, com a publicação dos
3 pontos pré-acordados que, hoje em dia, são documentos de fácil acesso na web.
Nos documentos de conhecimento público se expressa o resultado de um claro
enfrentamento político entre posições diametralmente opostas, que conseguiram
encontrar alguns pontos mínimos que podem permitir o fim da guerra e algumas
reformas político-econômicas urbanas e fundamentalmente rurais na Colômbia.
Conhecendo a estirpe e a
consciência de classe do presidente Santos e, além disso, recordando sua
atuação nas diferentes instâncias governamentais que desempenhou, com especial
destaque ao Ministério de Defesa durante o governo de Uribe, dificilmente
pode-se argumentar que o expresso nos acordos parciais de Havana corresponde a
sua plena vontade. Tampouco o que ali se proclamou corresponde às posições
políticas e ideológicas das FARC. Não acredito equivocar-me ao reconhecer na
mesa e nos pré-acordos de Havana um verdadeiro campo de enfrentamento, em uma
batalha política da qual ainda não sai um ator vitorioso e incontestável.
Crer que a suspensão dos
diálogos por parte de Santos, como consequência da detenção do general Alzate,
é uma mostra de superioridade e controle por parte do governo, obedece a uma
leitura parcial da totalidade do que tem sido o processo dos diálogos. É
necessário lembrar que em dado momento, as FARC também propuseram uma pausa
(tendo como motivo as escutas feitas por um hacker acerca dos integrantes da
mesa) e, inclusive, introduziram temas transcendentais sobre os quais o
presidente Santos tomou uma atitude de desatenção ou de contradição (por
exemplo, com relação à Comissão Histórica da Verdade, diferente da Comissão da
Verdade proposta pelo governo). Se o ângulo da análise se desenvolve sob a
mesma perspectiva com a qual se compreende uma suposta dominação de Santos na
mesa, desde já seria possível dizer que o referendo (último ponto de debate na
Mesa de Havana) obrigatoriamente será um Referendo e não uma Assembleia Constituinte,
tema que, independente de seus resultados, certamente será rico em contradições
e desafios.
Deve ficar claro que as
determinações do conflito colombiano obedecem a critérios políticos que se
expressam no campo militar. Ambos elementos andam juntos e de forma simultânea.
Se tal afirmação corresponde à realidade, deve-se discutir a tese que sustenta
a suposta prioridade militar que as FARC têm dado aos confrontos. O
desenvolvimento do conflito armado mostra de forma clara que todos os atores da
guerra teceram com rigor planos estratégicos e desenvolvimentos táticos de
índole política e militar, seja para manter-se no poder ou para gerar sua
derrota.
Não acredito na hipótese da
guerra como um fim em si mesmo (pelo menos para as insurgências, sejam elas FARC,
ELN ou EPL). Para os camponeses do sul do Tolima ou dos “santanderes”, que
durante os anos 60 formaram os grupos guerrilheiros, a guerra foi uma resposta
ante as múltiplas agressões. Para seus sucessores, esta ainda se mantém como
uma das poucas alternativas através das quais se enfrenta o poder hegemônico.
Caso se trate de considerar a guerra como um fim em si mesmo, nossa visão deve
se dirigir ao Estado, pois hoje mais que nunca encontra no “keynesianismo
militar” um salva-vidas que permite manter-se à tona em meio à crise
(sistêmica) em que se encontra.
Agora, considerando o
anterior, o que significa a detenção do general Alzate pelas FARC?
Seria errado defender que a
detenção do general Alzate seja um indicador direto do aumento e fortalecimento
militar da guerrilha nos últimos anos. Embora, seja necessário considerar que é
a primeira vez que um general da república cai nas mãos de uma organização
insurgente. Neste caso (apesar do militar se encontrar desempenhando suas
funções), não se pode perder de vista que a detenção se deu em condições
atípicas no marco da guerra. Assim, tampouco é possível defender que
simplesmente seja questão de azar ou má sorte do militar, pois o fato objetivo
é que as FARC têm uma incidência política e certo controle territorial em
Chocó, como em tantas outras regiões do país. Uma organização insurgente que
diariamente desempenha ações político-militares deve ser reconhecida, como fez
o governo de Santos, como uma organização que, ao modo da ciência política,
constitui um fator real de poder.
A novidade não é um militar
cair em poder da guerrilha, sendo “dado de baixa” ou ferido. Neste caso, a
novidade é que seja um general. Uma semana antes da detenção de Alzate em
Chocó, ocorreu a prisão de dois soldados rasos em Arauca, fato que também foi
devidamente veiculado e que foi resolvido depois de alguns dias, quando as FARC
libertaram os prisioneiros através da Cruz Vermelha Internacional e dos
delegados dos países garantidores do processo de paz (Cuba e Noruega).
Ambos os casos (a prisão
dos dois soldados e do general Alzate), a partir da perspectiva que
questionamos, constituiriam graves erros militares que, no marco dos diálogos
de paz, se traduzem em erros políticos. E se esta linha de raciocínio for
levada até as últimas consequências, toda ação militar se desdobraria em feitos
repudiáveis, como efetivamente o mostra a grande imprensa, chegando à conclusão
de que a própria existência da insurgência significa um erro político-militar
ou, talvez, um desvio irresoluto na luta de classes.
Sem estender-me em
explicações já conhecidas, basta recordar que é a forma na qual se desenvolveu
política e economicamente o país, que gera as condições e motivos estruturais
que abrem caminho para a guerra. O que neste momento deve ser posto como
principal tema de debate é a contradição com a qual se comporta o Estado frente
à Mesa de Diálogos. Pois, enquanto organizam uma arremetida militar para
submeter as guerrilhas através das armas, mostram-se ante o mundo como a
principal vítima, ao serem alcançados pelas ações insurgentes no marco da
guerra.
A proposta do cessar-fogo
bilateral, reiterada pela insurgência e exigida por diversos setores sociais,
certamente será ponto central no debate, uma vez que sejam retomadas as
conversações em Havana. Já se fez explícito o inconformismo das FARC ao
defender que com o ocorrido, o governo de Santos acabou com a confiança no
processo, situação ante a qual Timoleón Jimenez, máximo comandante das FARC-EP,
afirma que “as coisas não poderão ser retomadas assim, é preciso fazer
diversas considerações”.
As organizações sociais e
os diferentes setores políticos democráticos e de esquerda devem gerar um
processo de apropriação ou reapropriação com participação direta na Mesa,
exigindo uma saída política à guerra e a instauração das transformações
profundas que o país necessita.
NÃO NOS FICA OUTRA
ALTERNATIVA SENÃO EXIGIR A CONTINUIDADE DOS DIÁLOGOS, O CESSAR-FOGO BILATERAL,
O FIM DA GUERRA E A CONSTRUÇÃO DE UMA DEMOCRACIA PROFUNDA.
26 de novembro de 2014.
*Militante de Marcha
Patriótica.
TRADUÇÃO ACORDOS PARCIAIS DA MESA DE CONVERSAÇÕES ENTRE AS FORÇAS ARMADAS REVOLUCIONARIAS DA COLÔMBIA - EXÉRCITO DO POVO O GOVERNO NACIONAL
ACORDOS PARCIAIS PONTO 1
06.06.2014
PROJETO CONJUNTO
Os
delegados do Governo da República da Colômbia (o Governo Nacional) e as Forças
Armadas Revolucionária da Colômbia (FARC-EP), respeito de:
I.
Para
um Novo Campo Colombiano: Reforma Rural Integral
Consideram:
Que no
marco do presente Acordo pelo Fim do Conflito, a Reforma Rural Integral, em
adiante RRI, senta as bases para a transformação estrutural do campo, cria
condições de bem-estar para a população rural e, dessa maneira contribui com à
construção de uma paz estável e duradoura.
Que na
opinião do Governo essa transformação deve contribuir com a reversão dos
efeitos do conflito e com a mudança das condições que tem facilitado a
persistência da violência no território. E que na opinião das FARC-EP dita
transformação deve contribuir para solucionar as causas históricas do conflito,
como a questão não resolvida da propriedade sobre a terra e particularmente sua
concentração, a exclusão do campesinato e o atraso das comunidades rurais.
Que a
RRI concebe o território rural como um cenário sócio-histórico com diversidade
social e cultural, em que as comunidades desempenham um papel protagonista na
definição da melhoria de suas condições de vida e na definição do
desenvolvimento do país dentro de uma visão de integração urbano-rural.
Que o
desenvolvimento rural integral é determinante para impulsionar a integração das
regiões e o desenvolvimento social e econômico equitativo do país. A RRI deve
alcançar uma grande transformação da realidade rural colombiana, que integre as
regiões, erradique a pobreza, promova a igualdade, assegure o pleno gozo dos
direitos da cidadania e como consequência garanta a não repetição do conflito e
o fim da violência.
Que uma
verdadeira transformação estrutural do campo requer adotar medidas para
promover o uso adequado da terra de acordo com sua vocação e estimular a
formalização, restituição e distribuição equitativa da mesma, garantindo o
acesso progressivo à propriedade rural pelos habitantes do campo e em
particular pelas mulheres e pela população mais vulnerável, regularizando e
democratizando a propriedade e promovendo a desconcentração da terra, em
cumprimento de sua função social.
Que
embora este acesso à terra seja uma condição necessária para a transformação do
campo não é suficiente necessitando o estabelecimento de planos nacionais
financiados e promovidos pelo Estado destinados ao desenvolvimento rural
integral para a provisão de bens e serviços públicos como educação, saúde,
recreação, infraestrutura, assistência técnica, alimentação e nutrição, entre
outros, que ofereçam bem-estar e bom-viver à população rural.
Que em
sua visão, a RRI reconhece o papel fundamental da economia campesina, familiar
e comunitária no desenvolvimento do campo, a erradicação da fome, a geração de
emprego e rendas, a dignificação e formalização do trabalho, a produção de
alimentos e, em geral, o desenvolvimento da nação, em coexistência e
articulação complementar com outras formas de produção agrária. A RRI fará
maiores esforços na população mais vulnerável para garantir condições de
bem-estar e bom-viver e fortalecer suas formas de organização e produção.
Que a
RRI em matéria de alimentos e nutrição pretende assegurar a todos os cidadãos
rurais e urbanos da Colômbia a disponibilidade e acesso suficiente em
oportunidade, quantidade, qualidade e preço aos alimentos necessários para uma
boa nutrição, especialmente a dos meninos e meninas, mulheres gestantes e
lactantes e idosos, promovendo prioritariamente a produção de alimentos e a
geração de rendas.
Que a
efetividade, transparência e o bom desenvolvimento da RRI dependem em grande
medid, da promoção de uma ampla participação das comunidades, mediante a
geração de espaços institucionais participativos e democráticos onde estas
tenham capacidade de transformação e incidência no planejamento, implantação e
continuidade dos diferentes planos e programas acordados. A participação é
assim mesmo garantia de uma maior inclusão das comunidades rurais na vida
política, econômica, social e cultural de suas regiões e, por isso, da nação.
Que a
transformação estrutural do campo e em particular o fechamento da fronteira
agrícola, contribuem com os camponeses e as comunidades indígenas, negras,
afrodescendentes, raizales e palenqueras e demais comunidades étnicas em seus
territórios, com um ordenamento socioambiental sustentável. Para isso, é
necessário o reconhecimento e apoio às Zonas de Reserva Campesina e demais
formas de associatividade solidária.
Que a
RRI é de aplicação universal e sua execução prioriza os territórios mais
afetados pelo conflito, a miséria e o abandono, através de programas de
desenvolvimento com enfoque territorial, como instrumentos de reconciliação no
qual todos os seus atores trabalham na construção do bem supremo da paz,
direito e dever de obrigatório cumprimento.
Que os
planos e programas acordados como parte da RRI devem ter um enfoque territorial
que implica reconhecer e considerar as necessidades, características e
particularidades econômicas, culturais e sociais dos territórios e das
comunidades rurais e garantir a sustentabilidade socio-ambiental.
Que o
desenvolvimento rural integral ocorrerá em um contexto de globalização e de
políticas de sua inserção nela por parte do Estado que demandam uma atenção
especial à produção agropecuária nacional e, especialmente, à produção
campesina, familiar e comunitária.
Princípios
Para o
desenvolvimento da discussão do primeiro ponto da Agenda do Acordo Geral
acordamos os seguintes princípios:
- Transformação estrutural:
ou seja, a transformação da realidade rural com equidade e democracia.
- Bem-estar e bom-viver:
o objetivo final é a erradicação da pobreza e a satisfação plena das
necessidades da população das zonas rurais, de maneira que se obtenha, em
menor prazo possível, que os camponeses e as comunidades, inclusive as
afrodescendentes e indígenas, exerçam plenamente seus direitos e se
alcance a convergência entre a qualidade da vida urbana e a qualidade da
vida rural, respeitando o enfoque territorial e a diversidade étnica e
cultural das comunidades.
- Priorização:
a política de desenvolvimento agrário integral é universal e sua execução
prioriza a população e os territórios mais necessitados e vulneráveis, e
as comunidades mais afetadas pela miséria, pelo abandono e pelo conflito,
com ênfase no pequeno e médio produtor. Especial atenção merecem os
direitos das crianças, das mulheres e dos anciãos.
- Integralidade:
assegura a produtividade, mediante programas que acompanhem o acesso
efetivo a terra, com inovação, ciência e tecnologia, assistência técnica,
crédito, irrigação e comercialização e com outros meios de produção que
permitam agregar valor. Também assegura oportunidades de bom-viver que se
derivam do acesso a bens públicos como saúde, habitação, educação,
infraestrutura e conectividade (segurança e soberania alimentar).
- Restabelecimento:
o restabelecimento dos direitos das vítimas do deslocamento forçado e do
despojo, e a reversão dos efeitos do conflito e do abandono sobre as
comunidades e territórios.
- Regularização da
propriedade: ou seja, luta contra a
ilegalidade na possessão e propriedade da terra e garantia dos direitos
dos legítimos possuidores e donos, de maneira que não se volte a adotar a
violência como forma de resolução dos conflitos relacionados à terra.
- Participação:
o planejamento, a execução e o prosseguimento dos planos e programas
ocorrerão com a ativa participação das comunidades, que é garantia de
transparência unida à prestação de contas, fiscalização cidadã e
vigilância especial dos organismos competentes.
- Benefício, impacto e
medição: considerando a
priorização, deve beneficiar e impactar o maior número de populares, com
maior intensidade e em menor tempo possível, e medir seus efeitos em cada
projeto e região.
- Desenvolvimento sustentável:
ou seja, proteção e promoção do acesso à água, visando o ambiental e o
socialmente sustentável, dentro de uma concepção ordenada do território.
- Presença do Estado:
para a construção de uma paz estável e duradoura, a presença do Estado no
território será ampla e eficaz, e se expressará no cumprimento dos
direitos de todos os cidadãos na democracia.
- Democratização do acesso e
uso adequado da terra: mecanismos e garantias
que permitam que o maior número possível de habitantes do campo sem terra
ou com terra insuficiente possas tomar posse e que incentivem o uso
adequado da terra com critérios de sustentabilidade ambiental, de vocação
do solo, de ordenamento territorial e de participação das comunidades.
* A introdução aos princípios é um parágrafo transitório.
* As FARC-EP insistem na necessidade de estabelecer um
princípio de soberania alimentar na definição das políticas de desenvolvimento
agrário integral com enfoque territorial. O governo nacional insiste que o
ponto acordado no Acordo Geral (sob o ponto 6 do ponto 1) se denomine sistema
de segurança alimentar.
1. Acesso e Uso. Terras
improdutivas. Formalização da propriedade. Fronteira agrícola e proteção de
zonas de reserva.
1.1. Fundo de Terras (pendente o
nome)
Com o
propósito de conseguir a democratização do acesso à terra, em benefício dos
camponeses sem terra ou com terra insuficiente e das comunidades rurais mais
afetadas pela miséria, pelo abandono e pelo conflito, regularizando os direitos
de propriedade e em consequência desconcentrando e promovendo uma distribuição
equitativa da terra, o Governo Nacional criará um Fundo de Terras de
distribuição gratuita. O Fundo de Terras disporá de (xxx) milhões de hectares,
em um período de (xxx) anos, que são providos das seguintes fontes:
- Terras provenientes da
extinção judicial de domínio a favor da Nação: o Governo Nacional fará as
reformas necessárias para agilizar o processo judicial de extinção, com a
finalidade de reverter a concentração ilegal de terras.
- Terras recuperadas a favor
da Nação: ou seja, terrenos indevidamente apropriados ou ocupados,
recuperados mediante processos agrários, sem prejuízo dos camponeses que
possam ser beneficiários do programa de formalização. (Esta fonte deverá
ser fortalecida com a formação e atualização cadastral que ocorrerá no
marco deste Acordo).
- Terras provenientes da
atualização, delimitação e fortalecimento da Reserva Florestal, com
destino aos beneficiários do Fundo de Terras: a subtração de terras
mediante este mecanismo estará condicionada à formulação, com a
participação das comunidades, de planos que garantam a sustentabilidade
social e ambiental.
- Terras inexploradas: terras
recuperadas mediante a aplicação do atual procedimento de extinção
administrativa de domínio, por descumprimento da função social e ecológica
da propriedade.
- Terras adquiridas ou
expropriadas por motivo de interesse social ou de utilidade pública,
adquiridas para promover o acesso à propriedade rural, com a
correspondente indenização.
- Terras doadas: o Governo
Nacional fará os esforços necessários para facilitar os procedimentos de
doação de terras ao Fundo de Terras, no marco do término do conflito e da
construção da paz.
1.2. Outros
mecanismos para promover o acesso à terra:
Como complemento aos mecanismos anteriores, o Governo Nacional se compromete
a:
1.2.1.
Subsídio
integral para compra: se outorgará um subsídio integral para a compra de terras
por parte dos beneficiários (ver 1.3), nas zonas priorizadas e como ferramenta
alternativa que contribua para solucionar problemas pontuais de acesso.
1.2.2.
Crédito
especial para compra. Será aberta uma nova linha de crédito especial
subsidiada, de longo prazo, para a compra de terras por parte dos beneficiários
(ver 1.3).
1.3. Beneficiários
Os beneficiários
do plano de concessão gratuita, e do subsídio integral e do crédito especial
serão trabalhadores com vocação agrária sem terra ou com terra insuficiente,
priorizando a mulher chefe de família e a população deslocada forçosamente.
Também poderão ser beneficiárias associações de trabalhadores com vocação
agrária sem terra ou com terras insuficientes, assim como pessoas e comunidades
que participem de programas de assentamento e reassentamento com a finalidade,
entre outras, de proteger o meio ambiente, substituir cultivos ilícitos e
fortalecer a produção alimentar.
Os
beneficiários do plano de concessão gratuita e do subsídio integral serão
selecionados com a participação das comunidades locais, como garantia de
transparência e eficácia. Governo e comunidades velarão para evitar a
especulação com a terra no marco destes programas.
1.4. Acesso
integral: Em desenvolvimento dos
princípios de bem-estar e bom-viver, e de integralidade, além do acesso à
terra, o Governo Nacional colocará a disposição dos homens e mulheres
beneficiários do Fundo de Terras, planos de acompanhamento em habitações,
assistência técnica, capacitação, adequação de terras e recuperação de solos
onde haja necessidade, projetos produtivos, comercialização e acesso aos meios
de produção que permitam agregar valor, entre outros, e buscará a provisão de
bens públicos no marco dos Programas de Desenvolvimento Agrário Integral com
Enfoque Territorial, em adiante PDET.
1.5. Formalização
massiva da pequena e média propriedade rural: Com
o propósito de regularizar e proteger os direitos da pequena e média
propriedade rural, ou seja, garantir os direitos dos legítimos donos e
possuidores da terra, de maneira que não se volte a recorrer à violência para
resolver os conflitos relacionados a ela e como garantia contra o despojo de
qualquer tipo, o Governo Nacional formalizará progressivamente, com sujeição ao
ordenamento constitucional e legal, todos os prédios que ocupam ou possuem os
camponeses na Colômbia. Em desenvolvimento deste propósito, o Governo:
1.5.1.
Adequará
um plano de formalização massiva e adiantará as reformas normativas e
operativas pertinentes, garantindo a participação das comunidades e suas
operativas pertinentes, garantindo a participação das comunidades e suas
organizações.
1.5.2.
Garantirá
a gratuidade da formalização da pequena propriedade rural, acompanhando tanto o
processo de adjudicação de terrenos, como o de saneamento da propriedade.
1.5.3.
No
marco da jurisdição agrária em questão, o Governo se assegurará da existência
de um recurso ágil e expedito para a proteção dos direitos de propriedade.
1.5.4.
No
caso da propriedade formalizada ser inferior a uma Unidade Agrícola Familiar
(UAF)*, o pequeno proprietário formalizado poderá também ser beneficiário do
plano de acesso do Fundo de Terras e dos mecanismos alternativos, como crédito
e subsídio para compra para superar a proliferação de minifúndios improdutivos.
*Entende-se
por Unidade Agrícola Familiar (UAF), o estabelecido no art. 38, da lei 160 de
1994.
1.6. Terras inalienáveis e
imprescritíveis
Com a
finalidade de garantir o bem-estar e o bom-viver das famílias beneficiárias e
de evitar a concentração da terra distribuída mediante a concessão gratuita ou
subsídio integral para compra e os territórios formalizados, estes e aqueles
serão inalienáveis e imprescritíveis por um período de 7 anos. Passarão ao
Fundo de Terras os prédios distribuídos e os adquiridos mediante o subsídio
integral para compra que tenham recebido apoio integral e, contudo, caiam
durante este período em situação de improdutividade por parte do beneficiário,
salvo força maior ou caso fortuito, ou que sejam usados ilegalmente. Em todo
tempo se promoverá e protegerá a função social da propriedade rural e, em
particular, a agricultura familiar.
1.7. Restituição*
O
Governo Nacional e as FARC-EP compartilham o propósito para o qual sejam
revertidos os efeitos do conflito, que sejam restituídas as vítimas do despojo
e do deslocamento forçado e as comunidades seus direitos sobre a terra, e que
seja produzido o retorno voluntário dos deslocados.
*Serão
revistas as conclusões do ponto 5 do Acordo Geral, para ver se modificam ou não
o conteúdo deste ponto 1.7.
1.8. Alguns
mecanismos de resolução de conflitos de posse e uso e de fortalecimento da
produção alimentar: Com o propósito de contribuir
com a regularização e proteção dos direitos de propriedade, promover o uso
adequado da terra, melhorar sua planificação e ordenamento, prevenir e mitigar
os conflitos de uso e posse e, em particular solucionar os conflitos que
ameaçam ou limitam a produção de alimentos, o Governo Nacional:
- Criará mecanismos ágeis e
eficazes de conciliação e resolução de conflitos de uso e posse da terra,
que tenham como propósito garantir a proteção efetiva dos direitos de
propriedade no campo; resolver os conflitos relacionados aos direitos de
posse e uso da terra; e, em geral, promover a regularização da propriedade
rural, inclusive mecanismos tradicionais e a intervenção participativa das
comunidades na resolução de conflitos. Além disso, com igual propósito,
colocará em marcha uma nova jurisdição agrária que tenha uma adequada
cobertura e capacidade no território, com ênfase nas zonas priorizadas, e
com mecanismos que garantam um acesso à justiça que seja ágil e oportuno
para a população rural em situação de pobreza.
- Criará uma instância de
alto nível que se encarregará da formulação de orientações gerais de uso
da terra, atendendo as características de sua vocação, o bem comum e as
visões territoriais de desenvolvimento rural construídos no marco das
instâncias de participação. No projeto das orientações serão considerados:
1) a sustentabilidade socioambiental e a conservação dos recursos hídricos
e da biodiversidade; 2) a compatibilidade entre vocação e uso do solo
rural; 3) a prioridade da produção de alimentos para o desenvolvimento do
país, que permita que coexista com outras atividades econômicas e
promovendo sua progressão para a autossuficiência; 4) as particularidades
sociais, culturais e econômicas dos territórios.
- Promoverá o uso efetivo dos
espaços de participação e decisão na planificação dos usos do solo rural e
no ordenamento do território.
- Criará mecanismos de
consulta e diálogo social entre o Governo Nacional, regional e local, os
camponeses e as comunidades indígenas, negras, afrodescendentes, raizales
e palenqueras, e outras comunidades onde convivem diferentes etnias e
culturas, e as empresas do setor privado que adiante sua atividade
econômica nos territórios rurais, a fim de gerar espaços formais de
interlocução entre atores com diversos interesses, que permitam
impulsionar uma agenda de desenvolvimento comum, orientada para a
sustentabilidade socio-ambiental, o bem-estar da população rural e o
crescimento econômico com equidade.
1.9. Formação e
atualização do cadastro e imposto predial rural: Com
o propósito de propiciar o uso adequado, produtivo e sustentável da terra,
criar um sistema de informação que sirva para a promoção do desenvolvimento
agrário integral, aumentar a cobrança efetiva dos municípios e o investimento
social, estimular a desconcentração da propriedade rural improdutiva e em geral
regularizar com transparência a propriedade da terra, o Governo Nacional
colocará em marcha:
1.9.1.
Um
Sistema Geral de Informação Cadastral, integral e multiproposito, que em um
prazo máximo de (xx) anos, concretize a formação e atualização do cadastro
rural, vincule o registro de imóveis rurais e execute tais propostas no marco
da autonomia municipal. Em desenvolvimento aos princípios de Priorização, de
Bem-Estar e Bom-Viver, este cadastro deverá produzir resultados, primeiro, nas
zonas priorizadas, no marco do que acordem o Governo Nacional e as FARC-EP.
1.9.2.
Apoio
técnico, administrativo e financeiro aos municípios para a formação, onde seja
necessário, atualização e conservação do cadastro rural.
1.9.3.
A
garantia de uma ampla e efetiva participação cidadã que vele pela transparência
da informação. Em todo caso, os assuntos de ordem cadastral, que tenham relação
com as comunidades rurais, contarão com a participação de seus integrantes. Em
nenhum caso o aqui acordado afetará os direitos adquiridos pelas comunidades
indígenas, afrodescendentes e demais comunidades rurais.
1.9.4.
Um
sistema para que os municípios liquidem, cobrem e recolham efetivamente o
imposto predial, em desenvolvimento da atualização cadastral e dentro do marco
de sua autonomia.
1.9.5.
A
adequação de uma normatividade para que os municípios fixem as tarifas do
imposto predial em desenvolvimento do princípio de progressividade: o que mais
tem mais paga, fundamentado na equidade e na justiça social.
1.9.6.
Incentivos
aos municípios incluindo, quando necessário, transferências das finanças
municipais, para que adotem isenções ao imposto predial para os beneficiários
dos programas de acesso e para os pequenos produtores.
Os
propósitos da formação e atualização integral do cadastro, como do registro de
imóveis rurais, além de obter o melhoramento sustentável da informação e dos
processos cadastrais, apontarão para promover a segurança jurídica e social,
especialmente à pequena e média propriedade rural, em benefício da produção
alimentar e do equilíbrio ambiental.
*As FARC-EP consideram que o desenvolvimento deste ponto
requeira acompanhamento internacional. A discussão se dará no marco do ponto 6
do Acordo Gera.
* Pendente discussão conclusão proposta pelas FARC-EP: Em
desenvolvimento da transformação das relações de propriedade sobre a terra, o
Governo desenvolverá políticas de superação do microfúndio e da concentração da
terra, baseadas no estímulo às formas associativas, comunais e de cooperação na
posse e no uso da terra. A definição de minifúndio se apegará ao conceituado
pelo IGAC.
*Pendente: No marco do ponto 6 do Acordo Geral, se discutirá
o estabelecimento de um capítulo especial sobre o deslocamento forçado e o
despojo como parte de um mecanismo independente do esclarecimento da verdade.
1.10. Fim da
fronteira agrícola e proteção de zonas de reserva: Com
o propósito de delimitar a fronteira agrícola, proteger as áreas de especial
interesse ambiental e geral para a população que se limita com ela ou a ocupe, alternativas
equilibradas entre meio ambiente e bem-estar e bom-viver, sob os princípios de
Participação das comunidades rurais e Desenvolvimento sustentável, o Governo
Nacional:
1.10.1.
Desenvolverá
em um prazo máximo de 2 anos um plano de zonificação ambiental que delimite a
fronteira agrícola e que permita atualizar e de precisar-se ampliar o
inventario, e caracterizar o uso das áreas que devem ter um uso ambiental
especial, tais como: zonas de reserva florestal, zonas de alta biodiversidade,
ecossistemas frágeis e estratégicos, bacias, pântanos e zonas húmidas e demais
fontes e recursos hídricos, visando proteger a biodiversidade e o direito
progressivo a agua da população, incentivando seu uso racional.
1.10.2.
Para
o desenvolvimento do Plano, o Governo Nacional considerará os próprios
empreendimentos de convivência e desenvolvimento, e a participação das
comunidades rurais como garantia do cumprimento dos propósitos deste ponto, sem
prejuízo dos interesses comunitários e socioambientais e do bem comum.
1.10.3.
Apoiará
as comunidades rurais que atualmente colindam com ou estejam dentro das áreas
de especial interesse aludidas no ponto 1.9.1., na estruturação de planos para
seu desenvolvimento, incluídos programas de reassentamento ou de recuperação
comunitária de bosques e meio ambiente, que sejam compatíveis e contribuam com
os objetivos de limitar a fronteira agrícola e conservação ambiental, tais
como: prestação de serviços ambientais, dando especial reconhecimento e
valorização dos intangíveis culturais e espirituais, e protegendo o interesse
social; sistemas de produção alimentar sustentável, de silvicultura e pastoris;
reflorestamento; Zonas de Reserva Camponesa; e em geral, outras formas de
organização da população rural e da economia camponesa sustentável.
1.10.4.
Com
a finalidade de promover o uso adequado da terra, além da nova estrutura
cadastral e da progressividade do imposto predial (1.8.), o Governo adotará as
medidas e criará os incentivos necessários para prevenir e impulsionar soluções
para os conflitos entre a vocação da terra e seu uso real, tendo especial
consideração o plano de divisão por zonas ambientais do qual trata este ponto e
considerando o princípio do Bem-estar e Bom-viver. As subtrações das Zonas de
Reserva Florestal referidas neste Acordo priorizarão o acesso à terra para
camponeses sem terra ou com terra insuficiente, através de diferentes formas de
organização ou associação, incluídas as Zonas de Reserva Campesina que
contribuam a limitar a fronteira agrícola, o fortalecimento da economia
camponesa e a agriculta familiar.
1.10.5.
As
ZRC são iniciativas agrárias que contribuem com a construção da paz, a garantia
dos direitos políticos, econômicos, sociais e culturais dos camponeses, o
desenvolvimento com sustentabilidade socio-ambiental e alimentar e a
reconciliação dos colombianos. Em consequência, o Governo Nacional, de acordo
com as comunidades e considerando o apresentado nos princípios 2 e 7 do
presente Acordo, promoverá o acesso a terra e a planificação de seu uso nas
ZRC, apoiando efetivamente os planos de desenvolvimento das zonas constituídas
e das que sejam constituam, em resposta às iniciativas das comunidades e
organizações agrárias que estas considerem representativas, de maneira que
cumpram com o propósito de incentivar a economia camponesa, incentivem a limitar
a fronteira agrícola, aportar na produção de alimentos e à proteção de Zonas de
Reserva Florestal. Será incentivado a participação ativa das comunidades que
habitam as ZRC na execução de seus planos de desenvolvimento.
1.10.6.
No
marco dos processos de constituição de ZRC, o Governo, como resultado de
mecanismos de consulta, definirá com as comunidades interessadas as áreas de
cada uma delas, atendendo as necessidades dos camponeses que adiantam ou
queiram adiantar processos de constituição. A constituição das ZRC estará
acompanhada por processos de formalização da propriedade.
2. Programas de Desenvolvimento
com Enfoque Territorial (PDET)
2.1. Objetivo: O
objetivo dos PDET é obter a transformação estrutural do campo e do âmbito
rural, e um relacionamento equitativo entre o campo e a cidade, de maneira que
se assegure:
·
O
bem-estar e o bom-viver da população em zonas rurais, tornando efetivos seus
direitos políticos, econômicos, sociais e culturais, e revertendo os efeitos da
miséria e do conflito;
·
A
proteção da riqueza pluriétnica e multicultural para que contribua com o
conhecimento, a organização da vida, a economia, a produção e o relacionamento
com a natureza;
·
O
desenvolvimento da economia camponesa e familiar (cooperativa, mútua, comunal,
microempresarial e associativa solidária) e de formas próprias de produção das
comunidades indígenas, negras, afrodescendentes, raizales e palenqueras,
mediante o acesso integral a terra e a bens e serviços produtivos e sociais. Os
PDET intervirão com igual ênfase nos espaços interétnicos e interculturais para
que avancem efetivamente para o desenvolvimento e a convivência harmônica;
·
O desenvolvimento e a integração das regiões
abandonadas e golpeadas pelo conflito, implantando investimentos públicos
progressivos, acordados com as comunidades, com a finalidade de obter a
convergência entre a qualidade da vida rural e urbana, e fortalecer as cadeias
entre a cidade e o campo;
·
O
reconhecimento e a promoção das organizações das comunidades para que sejam
atores de primeira linha da transformação estrutural do campo;
·
Fazer
do campo colombiano um cenário de reconciliação no qual todos trabalham em
torno de um propósito comum, que é a construção do bem supremo da paz, direito
e dever de obrigatório cumprimento.
2.2. Critérios de
priorização: O processo transformação
estrutural do campo deve abrigar a totalidade das zonas rurais do país. Serão
priorizadas as zonas mais necessitadas e urgidas com PDET para implantar com
maior celeridade e recursos os planos nacionais que sejam criados no marco
deste acordo. Os critérios de priorização das zonas serão:
- Os níveis de pobreza, em
particular de pobreza extrema e de necessidades insatisfeitas;
- O grau de afetação derivado
do conflito;
- A debilidade da
institucionalidade administrativa e da capacidade de gestão;
- A presença de cultivos de
uso ilícito e de outras economias ilegítimas.
2.3. Planos de
ação para a transformação regional: Para
cumprir com os objetivos dos PDET, em cada zona priorizada é necessário
elaborar de maneira participativa um plano de ação para a transformação
regional, que inclua todos os níveis do ordenamento territorial, acordado com
as autoridades locais e as comunidades. Os planos devem contemplar:
- O enfoque territorial das
comunidades rurais que considere as características sócio-históricas,
culturais, ambientais e produtivas dos territórios e seus habitantes, e a
vocação dos solos, para poder implantar os recursos de investimento
público de maneira suficiente e em harmonia com os valores tangíveis e
intangíveis da nação.
- Um diagnóstico objetivo,
elaborado com a participação das comunidades, no qual se considerem as
necessidades do território e as ações que coordenem os diferentes
elementos, e tenha metas claras e precisas que possibilitem a
transformação estrutural das condições de vida e de produção.
O Plano
Nacional de Desenvolvimento acolherá as prioridades e metas dos PDET.
2.4. Mecanismos de
participação: A participação ativa das
comunidades em conjunto com as autoridades das entidades territoriais é a base
dos PDET. Para isso se estabelecerão instâncias de decisão diferentes níveis
territoriais, nas quais se inclua a presença representativa das comunidades e o
acompanhamento dos órgãos de controle para:
- Definir as prioridades na
implantação dos planos nacionais (vias, irrigação, infraestrutura,
serviços, etc.) no território, de acordo com as necessidades da população;
- Assegurar a participação
comunitária na execução das obras e sua manutenção;
- Estabelecer mecanismos de
continuidade e fiscalização dos projetos.
2.5. Meios: Os
PDET serão o mecanismo de execução nas zonas priorizadas dos diferentes planos
nacionais que se derivem do Acordo.
O
Governo nacional destinará os recursos necessários para garantir o projeto e
execução dos planos de ação para a transformação estrutural, com o concurso de
entidades territoriais.
2.6. Continuidade e avaliação
Os
programas e planos de ação para a transformação regional de cada zona
priorizada terão mecanismos de controle e avaliação local, regional e nacional,
como parte dos mecanismos gerais de verificação e prosseguimento do que trata o
ponto 6, a fim de garantir a implantação e cumprimento do que seja acordado.
*Pendente revisar institucionalidade para a implantação dos
planos nas zonas não priorizadas.
3. Planos
Nacionais para a Reforma Rural Integral: O
objetivo central dos planos nacionais para a Reforma Rural Integral é, por um
lado, a superação da pobreza e da desigualdade para alcançar o bem-estar da
população rural; e, de outro, a integração e o fim da brecha entre o campo e a
cidade.
A
superação da pobreza não se conquista simplesmente melhorando o ingresso das
famílias, mas assegurando que tenham acesso adequado a serviços e bens
públicos. Essa é a base de uma vida digna. Por isso, a superação da pobreza no
campo depende, antes de tudo, da ação conjunta dos planos nacionais para a
Reforma Rural Integral, que em uma fase de transição de 10 anos, obtenha a
erradicação da pobreza extrema e a redução em todas suas dimensões da pobreza
rural em 50%, assim como a diminuição da desigualdade e a criação de uma
tendência para a convergência em melhores níveis de vida na cidade e no campo.
3.1. Infraestrutura e adequação
de terras
3.1.1. Infraestrutura viária:
com o propósito de conseguir a integração regional e o acesso aos serviços sociais e aos mercados, incidir
favoravelmente sobre o preço dos alimentos como garantia de (segurança
alimentar*) e melhorar o ingresso da população campesina, o governo nacional
criará e implantará um Plano Nacional de Vias Terciárias. Em seu desenvolvimento,
o Plano considerará os seguintes critérios:
a.
A
participação ativa na priorização, execução e controle das obras.
b.
A
assistência técnica e a promoção das capacidades organizativas das comunidades
para garantir a manutenção e a sustentabilidade das obras.
c.
O
estímulo à economia local dando prioridade à contratação de trabalhadores e
aquisição de materiais locais.
d.
A
promoção e aplicação de diversas soluções tecnológicas.
e.
A
importância de garantir a sustentabilidade das condições socioambientais.
*Pendente discussão 1.6. segurança-soberania alimentar
3.1.2. Infraestrutura de irrigação:
com o propósito de impulsionar a produção agrícola familiar e a economia
camponesa em geral, garantindo o acesso democrático e ambientalmente
sustentável da água, o governo nacional criará e implantará o Plano Nacional de
Irrigação e Drenagem para a economia camponesa, familiar e comunitária. Para o
desenvolvimento do Plano serão considerados os seguintes critérios:
a.
A
promoção e aplicação de soluções tecnológicas apropriadas de irrigação e
drenagem para a economia camponesa, familiar e comunitária, de acordo com as
particularidades das zonas, do projeto e das comunidades.
b.
A recuperação da infraestrutura de irrigação
da economia camponesa, familiar e comunitária.
c.
O
acompanhamento das associações de usuários na proposta e formulação dos
projetos de irrigação e drenagem.
d.
A
assistência técnica e a promoção das capacidades organizativas das comunidades
para garantir a manutenção, a administração e a sustentabilidade econômica e
ambiental dos projetos de irrigação e drenagem.
e.
A
promoção de práticas adequadas para o uso da água na irrigação.
f.
A
preparação para mitigar os riscos originados pela mudança climática.
3.1.3. Infraestrutura elétrica e de
conectividade: com o propósito de garantir
condições de vida digna e melhorar a conectividade, o governo nacional
planejará e implantará um Plano Nacional de Eletrificação Rural e um Plano
Nacional de Conectividade Rural, com os seguintes critérios:
a.
A
ampliação da cobertura elétrica.
b.
A
promoção e aplicação de soluções tecnológicas apropriadas de geração elétrica
de acordo com as particularidades do meio rural e das comunidades.
c.
A
assistência técnica e a promoção das capacidades organizativas das comunidades
para garantir a manutenção e a sustentabilidade das obras.
d.
A
capacitação no uso adequado da energia para garantir sua sustentabilidade.
e.
A
instalação da infraestrutura necessária para garantir o acesso à internet de
alta velocidade nos centros municipais.
f.
A
oferta de soluções de acesso comunitário à internet para centros povoados.
3.2. Desenvolvimento social:
saúde, educação, habitação, erradicação da pobreza
3.2.1.
Saúde:
com o propósito de aproximar a oferta de serviços de saúde
às comunidades, fortalecer a infraestrutura e a qualidade da rede pública nas
zonas rurais, além de melhorar a oportunidade e a pertinência da prestação de
serviço, será criado e implantado o Plano Nacional de Saúde Rural. Para o
desenvolvimento do Plano levarão em conta os seguintes critérios:
a.
A
construção e o melhoramento da infraestrutura sobre a base de um diagnóstico
amplo e participativo que permita atender o maior número de usuários em cada
região, a dotação de equipes, incluindo a adoção de novas tecnologias para
melhorar a atenção (exemplo, Telemedicina), e a disponibilidade e permanência
de pessoal qualificado.
b.
A
adoção de um enfoque diferencial e de gênero, incluindo medidas especiais para
mulheres gestantes e os meninos e meninas, na prevenção, promoção e atenção na
saúde.
c.
A
criação de um modelo especial de saúde pública para zonas rurais dispersas, com
ênfase na prevenção, que permita empreender atenção aos lares ou a lugares de
trabalho.
d.
Um
sistema de monitoramento e avaliação permanente para garantir a qualidade e
oportunidade da atenção.
3.2.2.
Educação
rural: com o propósito de oferecer
atenção integral à primeira infância, garantir a cobertura, a qualidade e a
pertinência da educação e erradicar o analfabetismo nas áreas rurais, assim
como promover a permanência produtiva dos jovens no campo, e aproximar as
instituições acadêmicas regionais à construção do desenvolvimento rural, o
governo nacional criará e implantará o Plano Especial de Educação Rural. Para o
desenvolvimento do Plano serão considerados os seguintes critérios:
a.
A
cobertura universal com atenção integral à primeira infância.
b.
Modelos
flexíveis de educação pré-escolar, básica e média, que se adaptem às
necessidades das comunidades e do meio rural, com um enfoque diferencial.
c.
A
construção, reconstrução, melhoramento e adequação da infraestrutura
educacional rural, incluindo a disponibilidade e permanência de pessoal docente
qualificado e o acesso a tecnologias de informação.
d.
A
garantia da gratuidade educativa para educação pré-escolar, básica e média.
e.
O
melhoramento das condições para o acesso e a permanência no sistema educativo
através de um acesso gratuito a ferramentas, textos, alimentação escolar e
transporte.
f.
A
oferta de programas e infraestrutura de recreação, cultura e esporte.
g.
A
incorporação da formação técnica agropecuária na educação média (décimo e
onze).
h.
A
disponibilidade de bolsas com empréstimos perdoáveis para o acesso da população
rural mais pobre a serviços de capacitação técnica, tecnológica e universitária
que inclua, quando pertinente, apoios à manutenção.
i.
A
promoção da formação profissional das mulheres em disciplinas não tradicionais
para elas.
j.
A
implantação de um programa especial para a eliminação do analfabetismo rural.
k.
O
fortalecimento e a promoção da investigação, a inovação e o desenvolvimento
científico e tecnológico para o setor agropecuário, em áreas como agroecologia,
biotecnologia, solos, etc.
l.
Aumento
progressivo de instituições técnicas, tecnológicas e universitárias nas zonas
rurais.
m.
Promover
a ampliação de oferta e a capacitação técnica, tecnológica e universitária em
áreas relacionadas com o desenvolvimento rural.
3.2.3.
Habitação
e água potável: com o propósito de garantir
condições de vida digna aos habitantes do campo, o Governo Nacional criará e
implantará o Plano nacional de construção e melhoramento da vida social rural.
Para o desenvolvimento do Plano serão considerados os seguintes critérios:
a.
A
aplicação de soluções de habitação adequadas, de acordo com as particularidades
do meio rural e das comunidades, com enfoque diferencial.
b.
A
promoção e aplicação de soluções tecnológicas apropriadas (aquedutos municipais
e soluções individuais) para garantir o acesso à água potável e a manipulação
de águas residuais.
c.
A
concessão de subsídios para a construção e para a melhoria da habitação, que
priorizem a população em extrema pobreza, a vítimas, os beneficiários do Plano
de distribuição de terras e a mulher chefe de família. A quantidade de
subsídios não reembolsáveis, que poderão cobrir até a totalidade da solução da
habitação, se fixará atendendo os requerimentos e custos de construção em cada
região, com a finalidade de garantir condições de habitação digna.
d.
A
participação ativa das comunidades na definição das soluções de habitação e a
execução dos projetos.
e.
A
assistência técnica e a promoção das capacidades organizativas das comunidades
para garantir a manutenção, a operação e a sustentabilidade das soluções de
acesso à água e manipulação de águas residuais.
f.
Promover
práticas adequadas para o uso da água potável.
3.3. Estímulos à
produção agropecuária e à economia solidária e cooperativa. Assistência
Técnica. Subsídios. Crédito. Geração de renda. Comercialização. Formalização
trabalhista.
3.3.1. Estímulos à economia solidária e
cooperativa: com o propósito de estimular
diferentes formas associativas de trabalho de ou entre pequenos e médios produtores,
baseadas na solidariedade e na cooperação, que fortaleçam a capacidade dos
pequenos produtores de acessar bens e serviços, comercializar seus produtos e
em geral melhorar suas condições de vida, de trabalho e de produção, o Governo
Nacional criará e implantará o Plano nacional de fomento à economia solidária e
cooperativa rural. Para o desenvolvimento do Plano considerarão os seguintes
critérios:
a.
O
acompanhamento, apoio técnico e financeiro às comunidades rurais na criação e
fortalecimento de cooperativas, associações e organizações solidárias e
comunitárias, especialmente aqueles vinculadas com a produção e o abastecimento
alimentar, em particular a produção orgânica e agroecológica, e as organizações
de mulheres.
b.
O
fortalecimento das capacidades produtivas e das condições de acesso aos
instrumentos de desenvolvimento rural (meios de produção, assistência técnica,
formação e capacitação, crédito e comercialização, entre outros).
c.
Estimular
a economia solidária e cooperativa como meio para canalizar recursos e serviços
à população rural.
d.
O
apoio às organizações comunitárias e associações para contribuir com a gestão
de projetos de infraestrutura e equipamento (vias, habitação, saúde, educação,
água potável e saneamento básico, irrigação e drenagem).
3.3.2.
Assistência
técnica: com o propósito de fortalecer
as capacidades produtivas da economia camponesa, familiar e comunitária para
desenvolver seus projetos e estimular processos de inovação tecnológica, o
Governo Nacional planejará e implantará um Plano nacional de assistência
integral técnica, tecnológica e de incentivo à pesquisa. Para o desenvolvimento
do Plano serão considerados os seguintes critérios:
a.
A
garantia do provimento do serviço de assistência integral, técnica e
tecnológica (avanços nos aspectos técnico-produtivos, organizativos e sociais,
de gestão, administração, informática, finanças, comercialização e capacitação)
à produção da economia campesina, familiar e comunitária, de maneira
descentralizada. A assistência integral técnica e tecnológica é um serviço
público gratuito para os beneficiários do Fundo de Terras e para os pequenos
produtores e contará com um subsídio progressivo para os médios produtores.
b.
A
regulação e supervisão da qualidade do serviço de assistência técnica e
tecnológica, incluindo um sistema de continuidade e avaliação participativa e
comunitária.
c.
A
vinculação da assistência técnica e tecnológica com os resultados de processos
de investigação e inovação agropecuária, incluindo o uso das tecnologias da
continuação e da informática.
d.
A
promoção e proteção das sementes nativas e dos bancos de sementes para que as
comunidades possam ter acesso a um ótimo material de semeadura e, de maneira
participativa, contribuam para o seu melhoramento, incorporando seus
conhecimentos próprios. Além disso, a estrita regulação socioambiental e
sanitária dos transgênicos, propiciando o bem comum. O anteriormente citado no
marco da obrigação resoluta do Estado de tomar as medidas e usar as ferramentas
necessárias para salvaguardar o patrimônio genético e a biodiversidade como
recursos soberanos da nação.
3.3.3.
Subsídios,
geração de renda e crédito: além dos subsídios que o
Governo Nacional outorgará à economia camponesa, familiar e comunitária
mediante os planos e programas de distribuição de terras, assistência técnica,
habitação, infraestrutura e, em geral, de todos os bens e serviços sociais que
constituem o acesso integral, o Governo Nacional projetará e implantará um
Plano para apoiar e consolidar a geração de renda da economia campesina,
familiar e comunitária, e dos médios produtores com menores rendas. Para o
desenvolvimento do Plano terá em conta os seguintes critérios:
a.
O
fornecimento de recursos de capital de semente não reembolsável que permita o
início bem sucedido dos projetos produtivos dos beneficiários de distribuição
de terras.
b.
A
promoção de fundos agropecuários rotativos das associações de pequenos
produtores e dos médios com menores rendas.
c.
A
adoção de um sistema de garantias que facilite o acesso da economia camponesa,
familiar e comunitária ao crédito agropecuário.
d.
À
luz do acordado no ponto 1.6. acerca da impossibilidade de embargo e alienação,
a provisão de linha de crédito acessíveis, ágeis, oportunas e subsidiadas para
a economia campesina, familiar e comunitária, e atividades complementares, e
com subsídios progressivos para os médios produtores com menores rendas,
orientados a apoiar especialmente a segurança (soberania) alimentar, a
reconversão produtiva e a geração de valor agregado. As linhas de crédito
subsidiadas para a compra de terras se outorgarão exclusivamente aos pequenos
produtores.
e.
A
promoção de seguros de colheita subsidiados para a produção agropecuária da
economia campesina, familiar e comunitária em todas suas modalidades.
f.
O
fomento de uma cultura de manobra de todo tipo de risco.
g.
Junto
com os manuais de crédito subsidiado, se informará amplamente e se acompanhará
prioritariamente os pequenos produtores rurais no uso dos mecanismos de
padronização de carteira, que permita retomar a produção da economia campesina,
familiar e comunitária em seus prédios para proteger sua subsistência.
3.3.4.
Mercado:
com a finalidade de garantir condições adequadas para a comercialização dos
produtos provenientes da produção da economia camponesa, familiar e
comunitária, e melhorar sua disponibilidade como garantia para a segurança
(soberania) alimentar, o Governo Nacional criará e implantara o Plano nacional
para a promoção da comercialização da produção da economia camponesa, familiar
e comunitária. Para o desenvolvimento do Plano considerará os seguintes
critérios:
a.
A
promoção de associações solidárias para comercialização que provenham
informação e logística, que administrem os centros de colheita e promovam os
produtos do campo, dando especial atenção às áreas priorizadas, de maneira que se
minimize progressivamente a intermediação, se reduza o preço final ao
consumidor, se propiciem relacionamentos diretos entre produtores e
consumidores e se criem condições para garantir melhores rendas para o
produtor.
b.
Financiamento
ou cofinanciamento de centros de colheita para a produção alimentar da economia
camponesa, familiar e comunitária que atendam as particularidades e as
necessidades da região, assim como a promoção da administração dos centros de
colheita por parte das comunidades organizadas.
c.
A
promoção nos centros urbanos de mercados para a produção da economia campesina,
familiar e comunitária.
d.
A
promoção de relação da pequena produção rural com outros modelos de produção,
que poderão ser verticais ou horizontais e em diferente escala, em função da
integração campo-cidade, em benefício das comunidades e para agregar valor à
produção.
e.
O
projeto e implantação progressiva de um mecanismo de compras públicas para
atender a demanda das entidades e programas institucionais, que de maneira
centralizada, fomente a produção local para apoiar a comercialização e absorção
da produção da economia campesina, familiar e comunitária.
f.
A
implantação para o produtor, de um sistema de informação de preços regionais,
que se apoie nas tecnologias da informação e nas comunicações.
3.3.5.
Formalização
laboral rural e proteção social:
o Governo Nacional fortalecerá ao máximo o sistema de proteção e segurança
social da população rural. À luz das normas da OIT, da qual a Colômbia é parte,
e com o propósito de garantir o trabalho digno e os direitos dos trabalhadores
do campo, e sua proteção social (proteção à velhice e riscos trabalhistas), o
Governo Nacional criará e implantará o Plano progressivo de proteção social e
da garantia de direitos dos trabalhadores rurais.
O
Plano dignificará as condições trabalhistas rurais, mediante a aplicação plena,
com a inspeção do trabalho, da normatividade sobre relações contratuais, a
regulação correspondente sobre jornada, remuneração e subordinação,
considerando as mudanças na jurisprudência trabalhista em geral e do trabalho
rural em particular, que permitam garantir de maneira efetiva o direito
fundamental ao trabalho. Para o desenvolvimento do Plano serão considerados os
seguintes critérios:
a.
Campanhas
para a erradicação do trabalho infantil e medidas imediatas para a erradicação
das piores formas de trabalho infantil.
b.
A
garantia de proteção social, mediante um benefício econômico periódico para os
trabalhadores do campo em idade de aposentar-se e de um subsídio de riscos
trabalhistas, proporcional a uma reserva individual acompanhada de um subsídio
por parte do Estado.
c.
A
promoção e estímulo de processos organizativos dos trabalhadores do campo
através de formas associativas baseadas na solidariedade e na cooperação, de
tal forma que se facilite o acesso a serviços do Estado orientados ao bem-estar
dos trabalhadores.
d.
A
promoção do vínculo trabalhista das pessoas em situação de discapacidade.
e.
A
promoção do vínculo trabalhista das mulheres em áreas produtivas não
tradicionais.
f.
A
capacitação dos trabalhadores agrários e das empresas, em matéria de obrigações
e direitos trabalhistas, e o fomento da cultura da formalização laboral.
g.
O
fortalecimento do sistema fixo de inspeção trabalhista e a criação de um
sistema móvel de inspeção nas áreas rurais que permita que os trabalhadores
possam exigir devidamente seus direitos trabalhistas e tramitar adequadamente
os conflitos de caráter laboral.
h.
Os
planos e programas social e ambientalmente sustentáveis que se desenvolverão
nas zonas rurais, se farão com o concurso da mão de obra das comunidades da
zona. As condições laborais destes programas se adequarão à normativa
internacional e nacional, e serão regidos pelos princípios de dignidade e
equidade.
i.
A
extensão de programa para a proteção eficaz do risco econômico da velhice para
a população rural de terceira idade em extrema pobreza que não está coberta
pelo sistema de seguridade social.
3.4. Sistema de segurança
(soberania) alimentar
Em
desenvolvimento da obrigação de garantir de maneira progressiva o direito
humano à alimentação sã, nutritiva e culturalmente apropriada, com o propósito
de erradicar a fome e nessa medida fomentar a disponibilidade, o acesso e o
consumo de alimentos de qualidade nutricional em quantidade suficiente, o
Governo Nacional colocará em marcha um sistema especial de segurança
(soberania) alimentar e nutricional para a população rural.
A
política alimentar e nutricional nas zonas rurais se baseia no aumento
progressivo da produção de alimentos, da geração de rendas e, em geral, da
criação de condições de bem-estar mediante os planos nacionais de acesso a
terras, infraestrutura, irrigação, habitação e água potável, assistência
técnica e capacitação, mercado, crédito, na promoção de formas associativas
baseadas na solidariedade e na cooperação, e demais planos estabelecidos no
presente acordo.
É
necessário assegurar que todos os planos nacionais cumpram de maneira
transversal com os objetivos da política alimentar e nutricional proposta,
mediante um sistema que os articula nos territórios e que tomará em conta os
seguintes critérios:
a.
O
desenvolvimento de planos departamentais e locais para a alimentação e nutrição
culturalmente apropriadas, com a participação ativa das comunidades, da
sociedade, do Governo Nacional e dos governos departamentais e municipais, para
articular no território as medidas e estabelecer metas.
b.
O
estabelecimento de conselhos departamentais e municipais de alimentação e
nutrição, com representação do Governo e ampla representação da sociedade e das
comunidades, com a finalidade de propor e participar na definição das linhas
para o projeto e a colocação em marcha das políticas alimentares e nutricionais
através dos planos departamentais e locais, mobilizar recursos da região,
monitorar o risco e dar continuidade ao cumprimento das metas.
c.
O
estabelecimento de um Conselho nacional de alimentação e nutrição integrado por
autoridades nacionais, departamentais e municipais e representantes eleitos no
marco dos conselhos departamentais e municipais, que proponha e participe na
definição das orientações da política alimentar, coordene os planos
departamentais e locais, informe e monitore o risco, e dê prosseguimento
nacional às metas.
d.
O
desenvolvimento de programas contra a fome e a desnutrição com cobertura
nacional, especialmente para a população rural em condições de miséria, as
mulheres gestantes e lactantes, meninos e meninas, e para a terceira idade.
Estes programas incluirão planos de choque para a população rural mais
vulnerável e na pobreza extrema.
e.
A
adoção de esquemas de apoio para fortalecer, desenvolver e afiançar a produção
e o mercado interno, que incluam assistência técnico-científica, orientados a
promover a qualificação da economia camponesa, familiar e comunitária,
ambiental e socialmente sustentável, que contribuam com sua autossuficiência e
autoconsumo.
f.
A
promoção de mercados locais e regionais que aproximem o produtor do consumidor
e melhorem as condições de acesso e disponibilidade de alimentos nas áreas
rurais do país.
g.
A
realização de campanhas orientadas a promover a produção e o consumo de
alimentos com um alto conteúdo nutricional, a manipulação adequada dos
alimentos e a adoção de bons hábitos alimentares, que considere as
características do território e fomente a produção e o consumo de alimentos
nacionais.
h.
Adicionalmente,
a provisão de condições e incentivos à produção e à comercialização, incluindo,
quando forem necessários, apoios diretos para o fortalecimento produtivo, com a
finalidade de que na economia camponesa, familiar e comunitária se evitem ou
minimizem os impactos negativos que suponham a internacionalização da economia
e da liberalização do comércio.
Proposta do Governo:
*“O Governo se compromete a assegurar o financiamento de
todo os compromissos derivados do presente Acordo”. (Esta frase entraria no
ponto 6 como uma das garantias)
Proposta FARC-EP:
*“O concernente ao compromisso por parte do Governo de
financiamento de políticas, planos, programas, projetos e demais medidas e
procedimentos encaminhados a fazer realidade o Acordo de Paz entre o Governo e
as FARC-EP, será discutido ao chegar o último ponto da Agenda”.
ACORDOS
PARCIAIS PONTO 2
06.11.2014
PROJETO
CONJUNTO
2.
Participação
política: apertura democrática para construir a paz
O
Governo Nacional e as FARC-EP consideram que:
A
construção e consolidação da paz, no marco do final do conflito, requer uma
ampliação democrática que permita que surjam novas forças no cenário político
para enriquecer o debate e a deliberação ao redor dos grandes problemas
nacionais e, desta forma, fortalecer o pluralismo e portanto a representação
das diferentes visões e interesses da sociedade, com as devidas garantias para
a participação e a inclusão política. É importante ampliar e qualificar a
democracia como condição para lograr bases solidárias para forjar a paz.
A
construção da paz é assunto da sociedade no seu conjunto que requer a
participação de todos sem distinção e, portanto, é necessário concitar a
participação e decisão de toda a sociedade colombiana na construção de tal
propósito, que é direito e dever de cumprimento obrigatório, como base para
enrotar a Colômbia no caminho para a paz com justiça social e de reconciliação,
atendendo ao clamor da população pela paz. Isso inclui o fortalecimento das
organizações e movimentos sociais e o fortalecimento dos espaços de
participação para que esse exercício de participação cidadã tenha incidência e
seja efetiva, e para que vigore a democracia.
A
assinatura e implementação do Acordo Final contribuirá para a ampliação e
aprofundamento da democracia na medida em que implicará o abandono das armas e
a proscrição da violência como método de ação política para todos os
colombianos, buscando transitar para um cenário no que impere a democracia, com
garantias plenas para os que participam em política e, desta forma abrirá novos
espaços para a participação.
Para
consolidar a paz é necessário garantir o pluralismo facilitando a constituição
de novos partidos e movimentos políticos que contribuam ao debate e ao processo
democrático e tenham suficientes garantias para o exercício da oposição e para
ser verdadeiras alternativas de poder. A democracia requer, no cenário do final
do conflito, um fortalecimento das garantias de participação política.
Essas
garantias supõem, por uma parte, uma distribuição mais equitativa dos recursos
públicos destinados aos partidos e movimentos políticos e uma maior
transparência do processo eleitoral, que requer uma série de medidas imediatas,
especialmente nas regiões onde ainda persistem riscos e ameaças, assim como uma
revisão integral do regime eleitoral e da conformação e das funções das
autoridades eleitorais.
Por
outra parte supõem o estabelecimento de maiores garantias para o exercício da
oposição política.
A
revisão e modernização da organização e do regime eleitoral deve propiciar uma
maior participação da cidadania no processo eleitoral. Uma maior participação
eleitoral ainda requer medidas inclusivos que facilitem o exercício deste
direito, em especial, nas zonas apartadas ou afetadas pelo conflito e pelo
abandono.
Além do
mais, a construção da paz requer a mobilização e participação cidadã nos
assuntos de interesse público e, especialmente, na implementação do presente
Acordo. Isso supõem, por uma parte, o fortalecimento das garantias e das
capacidades para que os cidadãos, associados em diferentes organizações e
movimentos sociais e políticos, desenvolvem suas atividades e, desta forma,
contribuam para a expressão dos interesses de uma sociedade pluralista e
multicultural por diferentes meios, incluindo a protesta social.
Por
outro lado a construção da paz requer que se assegure a participação cidadã, em
discussão com os planos de desenvolvimento, das políticas pública e os assuntos
que atingem a comunidade em geral, incidindo efetivamente nas decisões das
autoridades e corporações públicas correspondentes. Desta forma, a participação
cidadã se converte em um verdadeiro complemento e ao mesmo tempo em mecanismo
de controle do sistema de representação políticas e da administração pública.
A
promoção tanto do pluralismo político quanto das organizações e movimentos
sociais e do debate democrático em geral, requer novos espaços de difusão para
que os partidos, organizações e comunidades que participam na construção da paz
tenham acesso aos espaços através de canais e emissoras ao nível nacional,
regional e local.
A
construção da paz ainda requer que os territórios mais afetados pelo conflito e
pelo abandono, em uma fase de transição, tenham uma representação maior no
Congresso da República para assegurar a inclusão política destes territórios e
suas populações bem como a representação dos seus interesses.
Da mesma
forma é necessário gerar condições e dar garantias para que as organizações
alçadas em armas se transformem em partidos ou movimentos políticos, que
participem ativamente na conformação, no exercício e no controle do poder
político, para que suas propostas e seus projetos possam se constituir em
alternativas de poder.
Para
cumprir com o anterior, se farão as revisões e ajustes institucionais
necessários que conduzam para uma plena participação política e cidadã de todos
os setores políticos e sociais e desta forma enfrentem os retos da construção
da paz.
2.1 Direitos e garantias plenas
para o exercício da oposição política em geral e, em particular, para os novos
movimentos que surjam logo após a firma do Acordo Final. Acesso a médios de
comunicação.
2.1.1. Direitos e garantias para
o exercício da oposição político em geral
O
exercício da política não se limita exclusivamente à participação no sistema
político e eleitoral, razão pela qual a geração de espaços para a democracia e
o pluralismo na Colômbia requer tanto da oposição que exerce os partidos e movimentos
políticos, quanto das formas de ação das organizações e movimentos sociais e
populares que podem chegar a exercer formas de oposição a políticas do governo
nacional e das autoridades departamentais e municipais
Desta
forma, a definição das garantias para a oposição requer distinguir entre a
oposição política exercida dentro do sistema político e de representação, e as
atividades exercidas pelas organizações ou movimentos sociais e populares que
podem chegar a exercer formas de oposição a políticas do Governo Nacional e das
autoridades departamentais e municipais.
Para os
partidos e movimentos políticos que se declaram em oposição as garantias
estarão consignadas em um estatuto para seu exercício, enquanto será necessário
garantir para as organizações e movimentos sociais e populares antes
mencionados não apenas o pleno exercício dos direitos e liberdades, incluindo o
de fazer oposição, mas também promover e facilitar os espaços para os que
tramitem suas demandas.
2.1.1.1. Estatuto de garantias para
o exercício da oposição politica
O
exercício da oposição política é peça fundamental para a construção de uma
democracia ampla, a paz com justiça social e a reconciliação nacional, mesmo
após a firma do Acordo Final que abrirá espaços para que surjam novos partidos
e movimentos políticos que requererão garantias plenas para o exercício da
política.
Com a
firma do Acordo Final*, os partidos e movimentos políticos com pessoas
jurídicas serão convocados em uma Comissão para definir lineamentos do estatuto
de garantias para os partidos e movimentos políticos que se declaram em
oposição. Adicionalmente, se convocarão a este cenário de discussão outras
agrupações politicas representativas da oposição, conforme definido pela
Partes. A Comissão, através de um evento, facilitará a participação de
porta-vozes das organizações e movimentos sociais mais representativos,
especialistas e acadêmicos, entre outros. Sobre a base destes lineamentos, o
Governo Nacional elaborará um projeto de lei com o acompanhamento de delegados
da Comissão de partidos e movimentos políticos.
*Na discussão do ponto 6 da
agenda se definirá a linha de tempo e medidas de controle para a realização do
que foi acordado.
2.1.2. Garantias de seguridade
para o exercício da politica
Como parte
da concepção moderna, qualitativamente nova, da seguridade que, no marco do
final do conflito, se fundamenta no respeito da dignidade humana, na promoção e
no respeito dos direitos humanos e na defesa dos valores democráticos, em
particular, na proteção dos direitos e liberdades dos que exercem a política,
especialmente os que após a finalização da confrontação armada se transformem
em opositores políticos e que portanto devem ser reconhecidos e tratados como
tais, o Governo Nacional estabelecera um novo Sistema Integral de Seguridade
para o Exercício da Política.
No
cenário do final dos conflitos devem-se estabelecer as máximas garantias
possíveis para o exercício da política e assim, enrotar pelos canais da
democracia a resolução das diferenças e dos conflitos, contribuindo de maneira
decisiva para a criação de um clima de convivência e reconciliação.
O
Sistema Integral de Seguridade se concebe no marco da garantia dos direitos e
liberdades e busca assegurar a promoção e proteção da pessoa, o respeito pela
vida e a liberdade de pensamento e da opinião, para assim fortalecer e
aprofundar a democracia.
Este
novo Sistema Integral de Seguridade para o Exercício da Política deve
contribuir para criar e garantir uma cultura de convivência, tolerância e solidariedade,
que dignifique o exercício da política e brinde garantias para prevenir
qualquer forma de estigmatização e persecução de dirigentes por motivo de suas
atividades políticas, de livre opinião ou de oposição. Se adotarão previsões
para impedir que se fomentem concepções de seguridade que, sob qualquer
pretexto, sejam contrarias dos objetivos do sistema que são a proteção da vida
dos que exercem a política e sua não-estigmatização com base nas suas ideias e
atividades políticas.
O novo
Sistema Integral fomentara dentro das instituições do Estado, dos partidos e
movimentos políticos, das organizações e movimentos sociais e das comunidades
em geral, a promoção de uma cultura de respeito pela diferença e o interesse
pela prevenção da violência contra os que exercem política.
O
Sistema Integral de Seguridade para o Exercício da Politica contará com um
robusto mecanismo de controle interno que garanta a idoneidade dos funcionários
e permite prevenir e, no caso, sancionar qualquer conduta contraria dos direitos
das pessoas que está chamado proteger.
O
Sistema Integral de Seguridade para o Exercício da Politica terá uma estrutura
em consonância com uma concepção de seguridade que coloca a pessoa no centro,
se baseia nos princípios de soberania, não intervenção e livre determinação dos
povos, e que permite articular as medidas de seguridade com as medidas de
desenvolvimento e bem-estar individual e coletivas contempladas no presente
acordo.
Adicionalmente,
o Governo fortalecerá, concentrará e utilizará sua máxima capacidade
institucional para prevenir, desarticular e neutralizar, desde uma abordagem
multidimensional, qualquer possível fonte de violência contra os que exercem a
política, e tomará todas as medidas necessárias para assegurar que no ressurjam
grupos de tipo paramilitar (veja ponto 3).
*As
garantias de seguridade e o Sistema Integral de Seguridade serão complementadas
e totalmente definidas no desenvolvimento do ponto 3.
2.1.2.1. Sistema Integral de
Seguridade para o Exercício da Política
Sob os
preceitos anteriormente expressados, o Governo Nacional implementara um Sistema
Integral de Seguridade para o Exercício da Política, entendendo a seguridade
como valor democrático e sob a perspectiva do humanismo, que deve inspirar a
atuação do Estado. O Sistema deve servir de garantia efetiva dos direitos e
liberdades dos que estão exercendo a política no marco das regras democráticas.
O
sistema terá os seguintes elementos:
a.
Adequação
normativa e institucional:
·
Criação de uma instância de alto nível
que:
o
Implemente um Sistema de Seguridade para o
Exercício da Política e que garanta a articulação, o funcionamento e a
supervisão do mesmo.
o
Esta instância dependera da Presidência da
República e estabelecera mecanismos de interlocução permanente com os partidos
e movimentos políticos, especialmente os que exercem a oposição e o novo
movimento que surja do transito das FRAC-EP para atividades políticas legais.
Os mecanismos incluirão, entre outros, um sistema de planejamento, informação e
monitoramento, e uma comissão de seguimento e avaliação (veja literal d).
o
Esta instância supervisara o funcionamento
do sistema e servirá como eixo articulador com outras instituições do Estado
como a Defensoría do Povo, a Fiscalía e a Procuradoria.
·
Revisão do marco normativo para elevar o
custo dos delitos contra os que exercem a política.
·
Fortalecimento de capacidades
investigativas e de judicialização para processar os que atentem contra os que
exercem política. Se avançará no processo de especialização para elevar as capacidades
institucionais para combater a impunidade.
b.
Prevenção:
·
Sistema Precoce de Alertas:
o
O Sistema deve ter um foco territorial e
diferencial.
o
O Estado disporá do financiamento
suficiente para o funcionamento adequado e integral deste Sistema Precoce de
Alertas.
·
Medidas preventivas de seguridade:
o
Conceito de controle territorial integral
que inclui a vinculação dos cidadãos nas regiões para ajudar na proteção dos
que exercem atividades políticas, no marco do processo de construção da paz.
·
Sistema de coordenação inclusivo e
auditável.
c.
Proteção:
·
Programa de proteção especializada para os
membros do novo movimento político que surge da transição das FARC-EP à
atividade política legal que seja concertado entre as FARC-EP e o Governo
Nacional.
·
Proteção especializada com base numa
avaliação de riscos, para as seguintes pessoas: os que sejam eleitos, os que se
declarem em oposição política e lideranças de partidos e movimentos políticos,
com foco diferencial e com presença nacional e regional.
·
A avaliação de riscos será definida com
presteza e estará sob a responsabilidade de uma instância dentro do Sistema que
providenciará os insumos para que o Governo tome as medidas pertinentes. A
instância terá capacidade a nível regional e local e contará com representação
do novo movimento político legal que surja da transição das FARC-EP a
atividades políticas legais, com a que se coordenarão as decisões e ações.
·
O Governo disporá dos recursos necessários
para proteger a integridade de dirigentes que participam de atividades
políticas.
d.
Avaliação
e seguimento:
·
Se criará um sistema de planejamento,
informação e monitoramento de caráter interinstitucional e representação dos
partidos e movimentos políticos, que permite realizar uma avaliação do
desempeno e dos resultados e ao mesmo tempo permita ajustar a estratégia e os
procedimentos para garantir as condições de seguridade no exercício da
política. Referido sistema terá acompanhamento permanente de organizações
humanitárias de tipo internacional que se acordem com os novos partidos ou
movimentos que surgem após a firma do acordo final e todos os demais partidos e
movimentos políticos que queiram participar.
·
Rendição de contas através de relatórios
públicos por parte da instância de alto nível.
·
Se criará uma comissão de seguimento e
avaliação do desempenho do sistema integral de proteção e dos avanços em
relação ao desmantelamento de organizações criminais e de todos aqueles que
ameaçam o exercício da política. A comissão contara com representação de
partidos e movimentos políticos.
·
Será criado e implementará um comitê de
impulso de investigações por delitos contra os que exercem a política e aqueles
que atentam especialmente contra a oposição.
2.1.2.2. Garantias de seguridade
para lideranças de organizações e movimentos sociais e defensores dos direitos
humanos
a. Adequação normativa e
institucional:
·
Revisão do marco normativo para elevar o
custo dos delitos contra lideranças de organizações e movimentos sociais e
defensores dos direitos humanos.
·
Fortalecimento das capacidades
investigativas e de judicialização contra os que atentam contra lideranças de
organizações e movimentos sociais e defensores dos direitos humanos.
·
Garantias para a mobilização e a protesta
social, incluindo a revisão do marco normativo.
b. Prevenção:
·
Sistema Precoce de Alertas
·
Implantação preventivos de seguridade.
·
Sistema de coordenação.
·
Visibilizar a labor que realizam as
lideranças de organizações e movimentos sociais e defensores de direitos
humanos.
c. Proteção:
·
Fortalecer o programa de
proteção individual das lideranças de organizações e movimentos sociais e
defensores de direitos humanos que estejam em situação de risco.
d. Avaliação e
acompanhamento:
·
Um sistema de informação e
monitoramento com caráter interinstitucional que permita realizar uma avaliação
do desempenho e dos resultados, adequando a estratégia e os procedimentos para
garantir as condições de segurança para as lideranças de organizações e
movimentos sociais e defensores de direitos humanos.
·
Prestação de contas através de
relatórios públicos, uma comissão de acompanhamento e uma fiscalização
especial.
·
Um comitê para impulsionar os
inquéritos por delitos cometidos contra lideranças de organizações e movimentos
sociais e defensores de direitos humanos.
2.2. Mecanismos
democráticos de participação cidadã, inclusive aqueles de participação direta
nos diferentes níveis e diversos temas.
2.2.1. Garantias
para os movimentos e organizações sociais
Atendendo ao direito de todas as pessoas de construir organizações
sociais das mais variadas; de fazer parte delas e de difundir suas plataformas;
ao direito de liberdade de expressão e dissenso; ao pluralismo e à tolerância;
à ação política ou social através da protesta e à mobilização; e levando em
conta a necessidade de uma cultura política para a resolução pacifica dos
conflitos e a obrigação do Estado de garantir o diálogo deliberativo e público,
serão adotadas medidas para garantir o reconhecimento, fortalecimento e
empoderamento de todos os movimentos e organizações sociais, de acordo com seus
respectivos repertórios e suas plataformas de ação social.
O governo garantirá os direitos políticos dos cidadãos que como
atores políticos estejam articulados como movimentos e organizações sociais.
A participação cidadã nos assuntos de interesse público, por meio
da conformação e o fortalecimento de diferentes organizações e movimentos, é um
pilar fundamental da construção e o bom funcionamento da democracia.
Uma sociedade democrática e organizada é uma condição necessária
para a construção de uma paz estável e duradoura, particularmente no marco da
implementação do pressente Acordo. Por isso, é importante adotar ações para
fortalecer as organizações e movimentos sociais e, especialmente, oferecer
garantias para sua participação e interlocução com as autoridades, respeitando
o enfoque diferencial, sem detrimento do caráter universal que devem ter essas
garantias.
Todas as organizações e movimentos sociais, incluindo aqueles que
surjam depois de que o pressente Acordo seja assinado, estão chamados a exercer
os direitos e cumprir com os deveres de participação cidadã considerados no
Acordo.
Com esses intuitos,
o Governo Nacional elaborará um projeto de lei de garantias e promoção da
participação cidadã e de outras atividades que possam realizar as organizações
e movimentos sociais, sobre a base das diretrizes a seguir, que serão
discutidas num espaço de caráter nacional, que contará com a participação dos
porta vozes das organizações e movimentos sociais mais representativos: *Na
discussão do ponto 6 da agenda serão definidas a linha do tempo e as medidas de
controle para a realização do acordado.
·
Garantir o direito de acesso oportuno e livre à informação oficial
no marco da Constituição e da lei (* e os ajustes normativos que derivem do
Acordo) Aquilo que está entre parênteses está pendente.
·
Regulamentação do direito a
réplica e retificação, em cabeça das organizações e movimentos sociais mais
representativos, ante declarações falsas ou ofensivas por parte do Governo
Nacional.
·
Realizar, conjuntamente com as
organizações e movimentos sociais, uma caracterização e registro de
organizações sociais, formais e não formais, que seja atualizada regularmente
para identificar, sem menoscabo de sua natureza e autonomia, as suas capacidades
e necessidades, assim como a existência de redes e alianças como base para o
desenvolvimento da política pública ou para a modificação dela.
·
Apoiar, por meio de
assistência legal e técnica, a criação e o fortalecimento de organizações e
movimentos sociais. Sem prejuízo do princípio de igualdade, os mais vulneráveis
serão apoiados com medidas extraordinárias.
·
Quando solicitado pelas
organizações e movimentos sociais, agilizar a sistematização e intercâmbio de
experiências bem sucedidas de fortalecimentos dos mesmos e lhes formar e
capacitar para o desenvolvimento de seus objetivos missionais, com o apoio de
outras organizações e movimentos de natureza similar, quando apropriado.
·
Fortalecer os mecanismos de
financiamento de iniciativas e projetos próprios das organizações sociais, por
meio de concursos públicos e transparentes com supervisão cidadã.
·
Promover a criação de redes de
organizações e movimentos sociais que façam visíveis as lideranças e garantam
sua capacidade de plena interlocução com os poderes públicos.
·
Acesso a mecanismos de difusão
para fazer visível a tarefa e a opinião das organizações e movimentos sociais,
incluindo espaços nas emissoras de televisão e rádio de interesse público.
·
Nos espaços de participação
cidadã será aumentada e garantida a representatividade das organizações e
movimentos sociais, o controle cidadão e a interlocução com as autoridades
locais, municipais, departamentais e nacionais.
·
Desenhar metodologias que
contribuam à efetividade e incidência dos espaços de participação é
interlocução, incluindo aquelas que sejam estabelecidas de acordo com sua
própria natureza (formal e informal) e especificidade. Essas metodologias em
particular, garantirão mecanismos de acompanhamento e prestação de contas dos
acordos que surjam dos cenários de participação com as organizações e
movimentos sociais.
·
Implementar mecanismos de
acompanhamento e verificação do cumprimento por parte das autoridades das
obrigações, compromissos e garantias a respeito do estabelecimento,
funcionamento e eficácia dos espaços de participação cidadã e, particularmente,
dos espaços de interlocução com as organizações e movimentos sociais.
·
Criar uma ferramenta que
permita valorar, fazer visível e incentivar a gestão das autoridades públicas a
respeito da participação das organizações e movimentos sociais.
·
Será garantido o intercâmbio
de experiências bem sucedidas de participação cidadã entre as organizações
sociais e as autoridades locais e regionais, de acordo com as particularidades
dos diversos territórios.
·
Promover a construção de
agendas de trabalho locais, municipais, departamentais (estaduais) e nacionais,
segundo o caso, que permitam o pronto atendimento dos pedidos e propostas dos
diferentes setores que sejam realizados por meio das organizações e movimentos
sociais.
·
As autoridades locais deverão
atender de maneira oportuna os pedidos e propostas e os encaminhar segundo sua
competência com o intuito de que sejam atendidos de maneira oportuna e eficaz.
O Governo nacional considerará e avaliará a viabilidade de
propostas de garantias adicionais que apareçam no marco deste espaço de
participação de caráter nacional, em uma Comissão de Diálogo com porta-vozes
das organizações e movimentos sociais mais representativos, escolhidos por meio
de um mecanismo definido pelos organizadores. O mecanismo deverá ser
participativo e garantir uma representação pluralista e equilibrada na
Comissão.
O Governo Nacional e as FARC-EP pactuarão os organizadores, os
critérios e lineamentos para o desenvolvimento desse espaço de participação de
caráter nacional, a fim de garantir uma representação pluralista e equilibrada.
2.2.2. Garantias
para a mobilização e o protesto
A mobilização e o
protesto, como formas de ação política, são exercícios legítimos do direito à
reunião, à livre circulação, à livre expressão, à liberdade de consciência e à oposição em uma democracia. Sua
prática enriquece a inclusão política e constrói uma cidadania crítica,
disposta ao diálogo social e à construção coletiva de Nação. Além disso, em um
cenário de fim de conflito devem ser garantidos diferentes espaços para
encaminhar as demandas cidadãs, incluindo as plenas garantias para a
mobilização, o protesto e a convivência pacifica. Junto com a mobilização e o
protesto deverão ser garantidos os direitos dos manifestantes e dos demais
cidadãos.
Os processos de democratização política e social, escorados na
mais ampla participação social e popular, tenderão para a transformação
estrutural da cultura política e promoverão a recuperação do valor da política.
Com o intuito de garantir o pleno exercício desses direitos, o
Governo Nacional definirá as medidas e ajustes normativos necessários embasados
nos critérios que são elencados a seguir e os demais que sejam pautados no
marco de uma comissão especial, análoga em suas funciones à disposta no ponto
2.2.1, que contará, além disso, com a participação dos porta-vozes da Comissão
de Diálogo e representantes de outros setores interessados. No marco da
comissão especial serão discutidos os insumos que provenham do espaço de
participação nacional do qual trata o ponto precedente e aqueles que sejam
propostos pelos outros setores:
·
Plenas garantias para a mobilização e o protesto como parte do
direito constitucional à livre expressão, à reunião e à oposição, privilegiando
o diálogo e a civilidade no tratamento desse tipo de atividades.
·
Garantias aos direitos dos manifestantes e dos demais cidadãos.
·
Garantias necessárias para o exercício da liberdade de informação
durante a mobilização e o protesto.
·
Revisão e, de ser preciso, modificação das normas que são
aplicadas à mobilização e o protesto social.
·
Garantias para o cumprimento e respeito dos direitos humano em
geral. Os distúrbios serão tratados com civilidade.
·
Fortalecimento da supervisão e controle da ação de meios
utilizados pelas autoridades para o tratamento desse tipo de atividades.
·
Garantias para o diálogo como resposta estatal à mobilização e o
protesto, por meio do estabelecimento de mecanismos de interlocução e espaços
de participação e, quando preciso for, de busca de acordos, tratando a
mobilização e o protesto de maneira democrática; e mecanismos de acompanhamento
ao cumprimento dos acordos. Sempre será procurado que as decisões sejam para o
bem comum.
·
Acompanhamento do Ministério Público nas mobilizações e protestos
como o garante do respeito das liberdades democráticas, quando for preciso ou
quando for solicitado por quem protestam ou por quem se sentirem atingidos.
O Governo, no marco da política pública de fortalecimento,
promoção e garantias da participação das organizações e movimentos sociais,
fortalecerá e ampliará os espaços de participação cidadã para a interlocução e
a construção de agendas de trabalho locais, municipais, departamentais e
nacionais, segundo o caso, que permitam o pronto atendimento dos pedidos e
propostas dos diferentes setores e organizações sociais.
2.2.3. Participação
cidadã através de meios de comunicação comunitários, institucionais e
regionais.
Os meios de
comunicação comunitários, institucionais e regionais, devem contribuir para a
participação cidadã e, particularmente, promover valores cívicos, diferentes
identidades étnicas e culturais, a inclusão política[1] e social, a integração nacional e, de modo geral, o
fortalecimento da democracia. A participação cidadã nos meios de comunicação
comunitários contribui, além disso, à construção de uma cultura democrática
baseada nos princípios de liberdade, dignidade e pertença e a fortalecer as
comunidades com laços de vizinhança ou colaboração mútuos.
Adicionalmente, num cenário de finalização do conflito, os meios
de comunicação comunitários, institucionais e regionais, contribuirão ao
desenvolvimento e promoção de uma cultura de participação, convivência
pacifica, paz com justiça social e reconciliação.
Para avançar na consecução desses propósitos, o Governo Nacional
se compromete a:
·
Abrir novas convocatórias para
a adjudicação de rádios comunitárias com ênfase nas zonas mais atingidas pelo
conflito e desse modo promover a democratização da informação e da utilização
do espectro eletromagnético disponível.
·
Promover a capacitação técnica
dos trabalhadores dos meios comunitários, assim como a formação e capacitação
de comunicadores comunitários e de operadores de meios de comunicação, por meio
de processos que procurem dignificar a livre expressão e opinião.
·
Abrir espaços nas emissoras de
televisão e rádio institucionais e regionais destinados à divulgação do
trabalho das organizações e movimentos sociais e das comunidades, de modo
geral. Também de conteúdos relacionados com os direitos de populações
vulneráveis, com a paz, a justiça social e a reconciliação e com a
implementação dos planos e programas acordados no marco deste Acordo.
·
Financiar a produção e
divulgação de conteúdos orientados a fomentar uma cultura de paz com justiça
social e reconciliação, da parte dos meios de interesse público e comunitários.
A atribuição levara-se a cabo por meio de concursos públicos transparentes que
contarão com mecanismos de supervisão cidadã.
2.2.4. Garantias
para a reconciliação, a convivência, a tolerância e a não estigmatização,
particularmente em razão da ação política e social no marco da civilidade.
Em um cenário do fim do conflito, todos, inclusive as partes do
presente Acordo, devem contribuir para o avanço na construção de uma cultura de
reconciliação, convivência, tolerância e não estigmatização. Isso significa uma
linguagem e um comportamento de respeito e dignidade no exercício da política e
da mobilização social, assim como a geração das condições para fortalecer o
reconhecimento e a defesa dos direitos consagrados constitucionalmente.
Com esse objetivo o Governo Nacional criará um Conselho Nacional
para a Reconciliação e a Convivência, que estará integrado por representantes
do Governo, o Ministério Público, aqueles que sejam designados pelos partidos e
movimentos políticos, inclusive aquele que surja do trânsito das FARC-EP para a
atividade política legal, organizações e movimentos sociais, notadamente de
mulheres, camponeses, grêmios, minorias étnicas, igrejas, o setor educativo,
dentre outros. O Conselho terá como função o assessoramento e acompanhamento ao
Governo na implementação de mecanismos e ações que incluem:
·
Desenhar e implementar um
programa de reconciliação, convivência e prevenção da estigmatização, com a
participação das entidades territoriais.
·
Promoção do respeito pela
diferença, a crítica e a oposição política.
·
Promoção do respeito pela
tarefa que realizam diferentes movimentos e organizações políticas e sociais em
prol da construção de paz e da reconciliação.
·
Promoção do respeito pela
tarefa que realizam as organizações sociais e de direitos humanos, notadamente
aquelas que supervisionam a gestão do governo e as que se opõem a suas
políticas.
·
Capacitar aos funcionários
públicos e às lideranças das organizações e movimentos sociais para garantir a
não estigmatização.
·
Pedagogia e didática do Acordo
final: impulsionar programas de formação e comunicação para a apropriação desse
Acordo, particularmente sobre os desenhos de participação política e social
acordados. Será criado um programa especial de difusão que será implementado
desde o sistema de educação pública e privada em todos seus níveis. Será
garantida a difusão do Acordo em todos os níveis do Estado.
·
Desenho e implementação de
campanhas de divulgação maciça de uma cultura de paz, reconciliação, pluralismo
e livre debate de ideias no desenvolvimento da democracia.
·
Promover a reconciliação, a
convivência e a tolerância, notadamente nas populações mais atingidas pelo
conflito.
·
Capacitar às organizações e
movimentos sociais, assim como a funcionários públicos em cargos de diretoria,
nos níveis nacional, departamental e municipal, no tratamento e resolução de
conflitos.
·
Criação de uma cátedra de
cultura política para a reconciliação e a paz.
Serão estabelecidos Conselhos para a Reconciliação e a Convivência
nos níveis territoriais, com o intuito de assessorar e acompanhar às
autoridades locais na implementação do acordado de tal forma que sejam
atendidas as particularidades dos territórios.
2.2.5. Controle e fiscalização cidadã.
A participação e o controle da parte dos cidadãos são fundamentais
para assegurar a transparência da gestão pública e o uso adequado dos recursos,
assim como para o avanço na luta contra a corrupção e contra a penetração de
estruturas criminais nas instituições públicas.
O controle da parte dos cidadãos é ainda mais necessário em um
cenário de fim do conflito e construção de paz, no qual será preciso realizar
grandes investimentos para cumprir com os objetivos do presente acordo no
território nacional todo e, notadamente, nas zonas prioritárias. Com o intuito
de promover e fortalecer o controle da parte dos cidadãos e a democratização e
maior transparência da administração pública, o Governo Nacional:
·
Estabelecerá um plano de apoio
para a criação e promoção de fiscalizações cidadãs e observatórios de
transparência, com especial ênfases no controle da parte dos cidadãos na
implementação do presente Acordo. O plano será implementado com a participação
de organizações especializadas e instituições de educação superior, dentre
outros, que proverão acompanhamento e assistência técnica.
·
Garantirá o apoio ao plano
nacional de fiscais que sejam promovidos pelas comunidades.
·
Criará mecanismos de
informação, no nível local, regional e nacional, de fácil acesso, com a
finalidade de garantir a publicidade e transparência na implementação deste
Acordo, como parte de um sistema de prestação de contas do Acordo.
·
No marco de um programa
especial para a eliminação e prevenção da corrupção na implementação do
presente Acordo, criará um mecanismo especial para o atendimento, trâmite e
acompanhamento de denúncias e alertas dos cidadãos e das organizações e
movimentos por possíveis fatos de corrupção de modo geral, com ênfases na
relativo à implementação deste Acordo.
·
Promoverá uma maciça campanha
institucional de divulgação dos direitos dos cidadãos e das obrigações e
deveres das autoridades sobre participação e controle da administração pública
da parte dos cidadãos e os mecanismos administrativos e judiciais com a
finalidade de exigir seu efetivo cumprimento.
•
Da
mesma maneira, esta campanha contemplará a difusão de todos os mecanismos de
participação e controle por parte dos cidadãos, a maneira com a qual os
cidadãos possam participar deles e a importância que têm para uma verdadeira
vida democrática.
•
Fortalecerá
os mecanismos de prestação de contas de todos os servidores públicos da eleição
popular a nível nacional, departamental e municipal, e outras entidades
públicas e empresas que prestam serviços públicos domiciliares. Em especial se
promoverão instâncias de diálogo no marco dos espaços de participação
correspondentes.
•
Vinculará
as Universidades Públicas, através de práticas profissionais e de projetos de
intervenção em comunidades, as campanhas massivas para a promoção da
participação cidadã e do controle por parte dos cidadãos.
* Se
fortalecerá a figura do defensor comunitário ou seus similares nas instâncias
do Ministério Público nas regiões, como mecanismo para empoderar as comunidades
(este tema se discutirá no ponto 5 da Agenda).
2.2.6 Política para o fortalecimento do
planejamento democrático e participativo
A
promoção de boas práticas de planejamento participativo é chave para o
aprofundamento da democracia na Colômbia, em especial no marco da implementação
do presente Acordo nas regiões, que irá requerer mobilização e participação
ativa e eficaz da cidadania. Com o objetivo de fortalecer a participação na
elaboração, discussão, dar seguimento a execução e avaliação dos processos de
planejamento e orçamento, e promover sua incidência nas decisões
administrativas, o Governo Nacional se compromete a levar a cabo as seguintes
ações:
a)
Revisar as funções e a conformação dos Conselhos Territoriais de Planejamento,
com o fim de:
•
Ampliar
a participação cidadã na formulação dos planos de desenvolvimento e no
prosseguimento da execução e avaliação. Adotar medidas para promover que a
conformação dos Conselhos Territoriais de Planejamento garanta uma
representação ampla e pluralista que se apoie entre outros nas redes, alianças
e organizações econômicas, sociais, culturais, ambientais, educativas e
comunitárias existentes. Estas últimas serão quem designará seus representantes
nas instâncias.
•
Garantir
a participação dos Conselhos na elaboração, discussão, seguimento da execução e
avaliação dos Planos. Se estabelecerão mecanismos para a sua interlocução com
as instâncias de aprovação.
•
Fortalecer
a participação das Juntas Administrativas Locais na elaboração dos Planos de
Desenvolvimento.
•
Promover
a articulação entre as distintas instâncias formais e informais de planejamento
participativo.
•
Fazer
os ajustes normativos necessários para que os conceitos, pronunciamentos e
informes de monitoramento, realizados pelas instâncias de planejamento
participativo, sejam respondidos pelas autoridades públicas em espaços e
instâncias de diálogo e interlocução.
•
Assegurar
que os conceitos dos Conselhos Territoriais de Planejamento tenham prioritária
atenção por parte das autoridades públicas.
•
Fortalecer
os espaços de interlocução e prestação de contas entre as instâncias de
planejamento participativo e as organizações ou setores que representam para,
entre outros, garantir os tramites das iniciativas cidadãs em matéria de
planejamento.
•
Fortalecer as capacidades técnicas das
instâncias de planejamento participativo.
•
Promover
a participação da mulher nos Conselhos Territoriais.
b)
Prestar assistência técnica as autoridades municipais e departamentos que o
requeiram, para a formulação participativa de distintas ferramentas de
planejamento.
c) Fazer
uma revisão integral e participativa do sistema de participação nos processos
de planejamento e, em particular, sobre:
•
A
articulação das instâncias territoriais e nacionais de planejamento.
•
A
composição e o funcionamento do Conselho Nacional de Planejamento com o fim de
garantir uma representação ampla e pluralista.
•
A
efetividade do sistema.
O
Governo Nacional fará os ajustes necessários que se derivem do processo de
revisão, em todos os níveis do sistema de participação nos processos de
planejamento.
d)
Fortalecer os desenhos institucionais e as metodologias visando facilitar a
participação cidadã e assegurar sua efetividade na formulação de políticas
públicas sociais como saúde, educação, luta contra a pobreza e a desigualdade,
meio ambiente e cultura. Para isto, o Governo Nacional revisará, com a
participação dos setores interessados, as instâncias e processos de
participação setorial e dará as instruções às respectivas instituições para que
ajustem sua normatividade, organização e funcionamento.
e)
Fortalecer e promover a construção de pressupostos participativos em nível
local com a finalidade de:
•
Promover
a participação da cidadania na priorização de uma parte do pressuposto de
inversão, de tal maneira que reflita as conclusões dos exercícios de
planejamento participativo.
•
Criar
incentivos para a formulação e execução de pressupostos participativos.
•
Promover
mecanismos de seguimento e prestação de contas aos exercícios de pressupostos
participativos.
2.3 Medida efetivas para promover
uma maior participação na política nacional, regional e local, de todos os
setores, incluindo a população mais vulnerável, em igualdade de condições e com
garantias de seguridade.
2.3.1 Promoção do Pluralismo Político
Com o
objetivo de promover o pluralismo político e a representatividade do sistema de
partidos, mediante a ampliação do exercício do direito de associação com fins
políticos e as garantias para assegurar igualdade de condições para a
participação dos partidos e movimentos políticos e, desta maneira, ampliar e
aprofundar a democracia, o Governo desenvolverá:
2.3.1.1
Medidas para promover o acesso ao sistema político
No marco
do fim do conflito e com o objetivo de consolidar a paz, se removeram
obstáculos e se farão as mudanças institucionais para que os partidos e os
movimentos políticos obtenham e conservem a personalidade jurídica, e em
particular para facilitar o trânsito de organizações e movimentos sociais com
vocação política até sua constituição como partido ou movimentos políticos.
Para isto se impuseram as seguintes medidas:
•
Desligar
a obtenção e conservação da personalidade jurídica dos partidos e movimentos
políticos da exigência da superação de um limite nas eleições do Congresso e,
em consequência, redefinir os requisitos para a sua constituição. Um destes
será o número de membros.
•
Desenhar
um sistema de aquisição progressiva de direitos para partidos e movimentos
políticos, segundo seu desempenho eleitoral nos âmbitos municipal,
departamental e nacional.
•
O
sistema incorporará um regime de transição de 8 anos, incluindo financiamento e
divulgação de programas, para promover e estimular os novos partidos e
movimento políticos de alcance nacional que irrompem pela primeira vez no
cenário político.
* No ponto 5 “Vítimas” da Agenda do Acordo Geral, se discutira
a seguinte proposta da FARC-EP: medidas de reparação e restituição de direitos
para aqueles partidos, que como no caso da UP foram afetados severamente pelas
ações violentas contra a sua militância.
2.3.1.2 Medidas para promover a igualdade de condições na
competência política
Com a finalidade de estabelecer uma distribuição mais
equitativa dos recursos, se tomarão medidas para:
•
Incrementar
a porcentagem que se distribui por partes iguais entre os partidos ou
movimentos políticos com representação no Congresso e aumentar o fundo de
financiamento de partidos e movimentos políticos.
•
Ampliar
os espaços de divulgação do programa político dos partidos ou movimentos
políticos com representação no Congresso.
2.3.2 Promoção da participação eleitoral
Com o objetivo
de promover uma maior participação eleitoral, o Governo Nacional impulsionará,
junto com as autoridades competentes, as seguintes medidas:
•
Promover
campanhas de informação, capacitação, pedagogia e divulgação, que estimulem a
participação eleitoral a nível nacional e regional, com especial ênfase em
promover uma maior participação de populações vulneráveis e de territórios
especialmente afetados pelo conflito e o abandono.
•
Realizar
uma campanha nacional de registros eleitorais massivos, com prioridade nas
zonas marginais dos centros urbanos e nas zonas rurais, particularmente nas
mais afetadas pelo conflito e o abandono.
•
Apoiar
a gestão da próxima organização eleitoral para estimular e facilitar a
participação eleitoral, em particular das populações mais vulneráveis e mais
apartadas (rurais, marginais, deslocados e vítimas), e em particular:
-
Promover um exercício amplamente participativo de diagnóstico dos obstáculos
que enfrentam estas populações no exercício do direito ao voto, e adotar as
medidas correspondentes.
- Adotar
mecanismos para facilitar o acesso aos postos de votação das comunidades que
habitam em zonas afastadas e dispersas.
2.3.3 Promoção da transparência
2.3.3.1
Medidas para a promoção da transparência nos processos eleitorais
Com o
objetivo de promover uma maior transparência eleitoral, o Governo Nacional
garantirá, junto com as autoridades competentes, a implementação das seguintes
medidas:
•
Antecipar
campanhas de prevenção de prevenção de condutas que atentem contra a transparência
dos processos eleitorais.
•
Habilitar
mecanismos para facilitar as denúncias cidadãs e criar um sistema para seu
prosseguimento.
•
Realizar
uma auditoria técnica do censo eleitoral, que contará com o acompanhamento e
participação efetiva dos cidadãos e de representantes dos partidos e movimentos
políticos.
•
Conformar
um tribunal nacional de garantias eleitorais e tribunais especiais seccionais,
nas circunscrições de maior risco de fraude eleitoral. As circunscrições se
definirão de acordo com as denúncias e alertas que venha a receber a
organização eleitoral por parte das autoridades, dos cidadãos, das organizações
não governamentais especializadas na supervisão de processos eleitorais e os
partidos e movimentos políticos, entre outros.
•
Fortalecer
a capacidade de investigação e sanção dos delitos, as faltas eleitorais e a
infiltração criminal na atividade política.
•
Apoiar
a adoção de medidas para garantir maior transparência do financiamento das
campanhas eleitorais.
•
Apoiar
a implementação de meios eletrônicos nos processos eleitorais, com garantias de
transparência.
•
Promover
a participação de movimentos e organizações sociais ou qualquer outra
organização cidadã na vigilância e controle dos processos eleitorais.
•
Promover
processos de formação, educação e comunicação política nos assuntos públicos.
2.3.3.2 Medidas de transparência
para a dotação da pauta oficial
Com
a finalidade de assegurar a transparência na atribuição da publicidade oficial,
de maneira que não seja utilizada com fins eleitorais, partidários, de promoção
pessoal ou de projetos políticos, em especial em épocas eleitorais, o Governo
Nacional promoverá os ajustes necessários na normatividade para que a pauta
oficial nos níveis nacional, departamental e municipal se dote de acordo com
uns critérios transparentes, objetivos e de equidade, tendo em conta também os
meios e espaços de comunicação locais e comunitários.
Adicionalmente,
a normatividade deve assegurar que o gasto na pauta oficial seja de
conhecimento público, mediante a publicação de informes detalhados.
2.3.4
Reforma do regime e da organização eleitoral
Com
o objetivo de assegurar uma maior autonomia e independência da organização
eleitoral, incluindo do Conselho Nacional Eleitoral ou a instituição que faça
sua vez, e modernizar e fazer mais transparente o sistema eleitoral, para dessa
maneira dar maiores garantias para a participação política em igualdade de
condições e melhorar a qualidade da democracia, após a assinatura do Acordo
Final*, se criará uma missão eleitoral especial. A missão estará conformada por
especialistas de alto nível, que serão selecionados segundo o mecanismo que
acordam as Partes, que em um prazo de até 6 meses apresentará suas
recomendações com base, entre outros, nas boas práticas nacionais e internacionais
e nos insumos que receba dos partidos e movimentos políticos e das autoridades
eleitorais. Sobre a base dessas recomendações, o Governo Nacional fará os
ajustes normativos e institucionais que sejam necessários.
*
Na discussão do ponto 6 da Agenda se definirá a linha do tempo e medidas de
controle para a realização do acordado.
2.3.5
Promoção de uma cultura política democrática e participativa
O
fortalecimento da participação política e social implica uma necessária
transformação da cultura política existente no país. Com a finalidade de
ampliar e robustecer a democracia e dessa maneira consolidar a paz, é
necessário promover uma cultura política participativa, fundamentada no
respeito dos valores e princípios democráticos, a aceitação das contradições e
conflitos próprios de uma democracia pluralista, e o reconhecimento e respeito
pelo opositor político.
Uma
cultura democracia política e participativa deve contribuir para a igualdade
entre os cidadãos, ao humanismo, a solidariedade, a cooperação social e a dar
um manejo transparente da gestão pública proibindo as práticas clientelistas e
a corrupção. Adicionalmente, deve fomentar o tratamento dos conflitos através
dos mecanismos que brindam a política, proibindo a violência como método de ação
política.
Avançar
até uma cultura política democrática e participativa implica promover e
garantir o valor e o significado da política como veículo para o cumprimento
dos direitos políticos, econômicos, sociais, ambientais e culturais. Uma
cultura política democrática e participativa deve contribuir para maior
integração dos setores sociais mais vulneráveis, assim como dos campesinos, das
comunidades indígenas e afrodescendentes e da população LGTBI.
Para
promover uma cultura democrática e participativa o Governo Nacional porá em
marcha as seguintes medidas:
•
Promoção
dos valores democráticos, da participação política e de seus mecanismos, para
garantir e fomentar seu conhecimento e uso efetivo e assim fortalecer o
exercício dos direitos consagrados constitucionalmente, através de campanhas em
meios de comunicação e oficinas de capacitação. Se dará especial ênfase às
populações mais vulneráveis assim à população campesina, as comunidades
indígenas e afrodescendentes e a população LGTBI.
•
Fortalecimento
dos programas de educação para a democracia nos distintos níveis de
ensinamento.
•
Promoção
de programas de liderança política e social para membros dos partidos e de
organizações sociais.
•
Programa
para a promoção participação e liderança da mulher na política.
2.3.6
Promoção da representação política de populações e zonas especialmente afetadas
pelo conflito e o abandono
No marco
do fim do conflito e como objetivo de garantir uma melhor integração das zonas
especialmente afetadas pelo conflito, o abandono e a débil presença
institucional, e uma maior inclusão e
representação política destas populações e de seus direitos políticos,
econômicos, sociais, culturais e ambientais, e também como uma medida de
representação e de construção da paz, o Governo Nacional se compromete a criar
nestas zonas um total de X Circunscrições Transitórias Especiais de Paz para a
eleição de um total de X Representantes para a Câmara de Representante*, de
maneira temporal e por X períodos eleitorais.
* Não há
acordo no número de períodos eleitorais.
As
Circunscrições contaram com regras especiais para a inscrição e eleição de
candidatos. Igualmente, as campanhas contarão com financiamento especial e
acesso a meios regionais. Se estabelecerão mecanismos especiais de
acompanhamento para assegurar a transparência do processo eleitoral e a
liberdade do voto dos eleitores.
Os
candidatos em todo caso deverão ser pessoas que habitem regularmente nestes
territórios ou que tenham sido deslocados deles e estejam em processo de
retorno. Os candidatos poderão ser inscritos por grupos significativos de
cidadãos ou organizações da Circunscrição, tais como organizações de
campesinos, vítimas (incluindo os deslocados), mulheres e setores sociais que
trabalhem em prol da construção da paz e do melhoramento das condições sociais
na região, entre outros.
Os
candidatos serão eleitos pelos cidadãos desses mesmos territórios, sem prejuízo
de seu direito a participar na eleição de candidatos à Câmara de Representantes
nas eleições ordinárias em seus departamentos. Os partidos que contam com
representação no Congresso da República não poderão inscrever candidatos para
estas Circunscrições.
A
organização eleitoral exercerá uma vigilância sobre o censo eleitoral e a
inscrição de candidatos, garantindo que se cumpram as regras estabelecidas.
*
Condição: Independentemente desta proposta as FARC-EP mantém sua proposta de
conformação das Câmaras Territoriais.
2.3.7
Promoção da participação política e cidadã da mulher no marco do presente
Acordo
O
Governo Nacional e as FARC-EP reconhecem o importante papel que desempenham as
mulheres na prevenção e solução dos conflitos e na consolidação da paz, e a
necessidade de promover e fortalecer a participação na vida política das
mulheres, ainda mais no marco do fim do conflito, donde sua liderança e
participação em pé de igualdade nos processos de tomada de decisões públicas, e
na formulação, execução, avaliação e controle das políticas governamentais são
necessárias e essenciais para alcançar a paz estável e duradoura.
O
Governo Nacional e as FARC-EP rechaçam qualquer forma de discriminação contra a
mulher e reafirmam que o aporte das mulheres como sujeitos políticos na vida
pública é vital para o fortalecimento da democracia e para a manutenção e o
fomento da paz. Na implementação de tudo acordado no ponto 2 do presente
Acordo* se garantirá o enfoque de gênero, e se desenharão e adotarão as medidas
afirmativas necessárias para fortalecer a participação e liderança da mulher e
em geral para promover o cumprimento dos propósitos anteriores. O anterior sem
prejuízo de fortalecer os compromissos internacionais e as normas nacionais
sobre o particular.
* No
ponto 6 da Agenda do Acordo Geral se estabelecerá um compromisso em similares
termos para a implementação de todo o Acordo.
* Este
ponto fica pendente por localizar: o Governo propõe que se localize como 2.1.4
e as FARC-EP que se localize no 2.2.3.
Acesso
a mídia
Criação
de um novo espaço para dar acesso a mídia dos partidos e movimentos políticos
Como
complemento do acordado no marco dos pontos 2.2 e 2.3 sobre acesso a mídia para
organizações e movimentos sociais e para partidos e movimentos políticos,
respectivamente, o Governo se compromete a habitar um canal institucional de
televisão fechada orientado aos partidos e movimentos políticos com
personalidade jurídica, para a divulgação de suas plataformas políticas, no
marco do respeito pelas ideias e a diferença. Esse canal também servirá para a
divulgação do trabalho das organizações e movimentos sociais, a promoção de uma
cultura democrática de paz e reconciliação, e a divulgação dos avanços na
implementação dos planos e programas acordados no marco deste Acordo.
Se
estabelecerá uma comissão com representantes dos partidos e movimentos
políticos e organizações e movimentos sociais mais representativos para
assessorar na programação do canal.
ACORDOS PARCIAIS PONTO 4
16.05.2014
PROJETO CONJUNTO
4.
Solução
para o problema das drogas ilícitas
O
conflito interno da Colômbia tem uma longa história de várias décadas que
precedem e tem razões alheias à aparição dos cultivos ilícitos de grande
escala, bem como a produção e comercialização de drogas lícitas no território.
A persistência dos cultivos está ligada em
parte, à existência de pobreza, a marginalização, a presença institucional
fraca, além da existência de organizações criminosas dedicadas ao narcotráfico.
Para
contribuir ao propósito de lançar as bases para a construção de uma paz estável
e duradoura é necessário, entre outros, encontrar uma solução definitiva para o
problema das drogas ilícitas, incluindo cultivos ilícitos e à produção e venda
de drogas ilícitas.
Aspiramos
a um país em paz e sem o problema das drogas ilícitas e estamos cientes de que
para alcançar este objetivo também depende de consenso e definições de alcance
global de todos os Estados, em particular aqueles que direta ou indiretamente
têm sido afetados por este problema de caráter transnacional.
Com base no exposto, o
governo nacional e as FARC-EP consideram:
Muitas regiões e comunidades em todo o país,
especialmente aqueles em situação de pobreza e abandono, foram diretamente
afetados pelo cultivo, produção e venda de drogas ilícitas, incidindo no
aprofundamento da sua marginalização, da desigualdade e a falta de
desenvolvimento.
Que a produção e comercialização de drogas ilícitas e
de economias criminais têm tido graves efeitos sobre o povo colombiano, tanto
no campo como na cidade, afetando o gozo e exercício de seus direitos e
liberdades.
O cultivo, a produção e comercialização de drogas
ilícitas também têm atravessado, alimentado e financiado o conflito interno.
As instituições, tanto a nível nacional local, foram
afetadas pela corrupção relacionada com a droga na sua integridade e
funcionamento.
Que os diferentes setores da sociedade têm sido
envolvidos direta ou indiretamente com a produção e comercialização de drogas
ilícitas.
Que tudo isso ajudou a minar os valores e convivência
pacífica e tem sido um fator que desestimula a possibilidade de avançar na inclusão
social e ampliação da democracia.
Que frente a essa
situação o fim do conflito deve representar uma oportunidade para construir uma
solução conjunta e integral para o problema de comercialização de drogas
ilícitas.
Que, como consequência do acima exposto é necessário
desenhar uma nova visão que aborde as causas e consequências deste fenômeno,
especialmente apresentando alternativas que levam à melhoria do bem-estar e boa
vida das comunidades nos territórios afetados por cultivos ilícitos; abordando
o consumo com uma abordagem de saúde pública e de intensificar a luta contra as
organizações criminais dedicadas ao narcotráfico, incluindo atividades
relacionadas como as finanças ilícitas, lavagem de ativos, tráfico de
precursores e a luta contra corrupção, desarticulando toda a cadeia de valor de
do narcotráfico.
Que esta nova visão envolve a busca de alternativas
com base na evidência e dar um tratamento diferente e diferenciado ao fenómeno
do consumo, ao problema dos cultivos de uso ilícitos, e do crime organizado
relacionado com o tráfico de drogas. Assim, se requere de novas políticas que
reflitam essa nova visão e tratamento diferencial.
Que
essas políticas devem reger-se pelo exercício dos princípios de igualdade
soberana e não ingerência nos assuntos internos de outros Estados e devem
assegurar uma ação coordenada no âmbito da cooperação internacional, na medida
em que a solução ao problema das drogas ilícitas é responsabilidade coletiva de
todos os Estados.
Que
estas novas políticas terão uma abordagem geral de direitos humanos e saúde
pública, diferenciado e de gênero, e devem ser ajustadas ao longo do tempo com
base na evidência, as lições de boas práticas e as recomendações de peritos e
organizações nacionais e internacionais especializadas.
Que
os elementos de políticas públicas que tratem o fenômeno das drogas deve ter a
flexibilidade que permita incorporar novos conhecimentos para torná-los mais
eficazes e detectar custos e danos não desejados.
Que
estas políticas darão tratamento especial aos elos mais fracos da cadeia de
tráfico do narctráfico que são os cultivadores e consumidores de drogas
ilícitas, e fortalecerão os esforços para desmantelar as organizações
criminosas.
Que
para construir soluções sustentáveis, garantindo os direitos dos cidadãos e não
ressurgimento do problema, a política deve ter uma abordagem territorial
baseada na participação cidadã e na presença e fortalecimento, em termos de
eficácia, eficiência e transparência, especialmente das instituições
responsáveis da assistência social e das responsáveis pela segurança e proteção
das comunidades, ambas com um enfoque de direitos humanos.
Que
a política deve manter o reconhecimento dos usos ancestrais e tradicionais da
folha de coca, como parte da identidade cultural da comunidade indígena e a
possibilidade da utilização dos cultivos de uso ilícito, para fins médicos e
científicos e outros usos lícitos que sejam estabelecidos.
Que
um aspecto da solução para o problema das drogas ilícitas é a solução
definitiva ao problema de cultivos de uso ilícito, para o qual é necessário
iniciar um novo programa que, como parte da transformação estrutural do campo
que busca a RRI, contribua a gerar condições de bem-estar e bom-viver para às
populações afetadas por esses cultivos.
Que
se devem procurar novas opções centradas em processos de substituição de
cultivo de uso ilícito e a implementação de Planos Integrais de Substituição e
Desenvolvimento Alternativo que farão parte de um novo Programa Nacional
Integral de Substituição de Cultivos de Uso Ilícito que terá uma nova
institucionalidade.
Que
a solução definitiva é possível se é o resultado de uma construção conjunta
entre as comunidades e as autoridades por meio de processos de planejamento
participativo, que são baseadas no compromisso do governo de fazer efetiva a
Reforma Rural Integral e os Planes Integrais de Substituição e Desenvolvimento
Alternativo e o compromisso das comunidades de avançar nos processos de
substituição voluntária. Este compromisso de substituição voluntária das comunidades
é fundamental para atingir esses objetivos.
Que a solução ao problema dos cultivos de uso ilícito
através da transformação estrutural dos territórios e a criação de condições de
bem-estar, implica a aplicação e o respeito por parte das instituições e dos
cidadãos dos princípios e as normas do Estado social de direito.
Que
a solução ao problema das dos cultivos de uso ilícito requer também abordar a
questão do consumo com base no compromisso e o trabalho conjunto entre as
autoridades, comunidade e família em torno de uma política de promoção da
saúde, prevenção, redução de danos, atendimento integral e inclusão social dos
consumidores, que devem ter um foco diferencial e de gênero.
Que
a solução definitiva ao problema das drogas ilícitas requer uma intensificação
da luta contra as organizações criminosas dedicadas ao narcotráfico, o lavado
de ativos, que também irá contribuir para criar as condições para a
implementação do Acordo nos territórios e construção da paz estável e
duradoura.
Que sem prejuízos das limitações que têm o
país para dar uma solução definitiva a uma problemática de caráter
transnacional, se faram todos os esforços das comunidades para transformar
essas condições das comunidades nos territórios e garantir que a Colômbia seja
um país sem cultivos de uso ilícito e sem narcotráfico.
Que em todo caso a solução definitiva para o
problema das drogas ilícitas, é um processo dinâmico que deve responder ao
consenso da sociedade e da comunidade internacional, para o que é necessário
abrir espaços de reflexão e discussão para recolher os sentimentos dos
afetados, incluindo as comunidades.
Que tudo isso só é possível com compromisso
efetivo do governo e a contribuição das comunidades e da sociedade como um
todo, incluindo o compromisso das FARC-EP a contribuir de diferentes formas
para a solução definitiva do problema das drogas ilícitas, que é um objetivo de
toda a sociedade colombiana.
Que
o dito arriba só é possível com o compromisso efetivo de todos:
•
O compromisso do Governo em implementar políticas e programas neste ponto, de
intensificar e enfrentar decisivamente a luta conta a corrupção nas
instituições causada pelo problema das drogas ilícitas, e de liderar um
processo nacional eficaz para quebrar de maneira definitiva qualquer relação deste
flagelo com os diferentes âmbitos da vida pública.
•
O compromisso das FARC-EP a contribuir de forma eficaz, com maior determinação
e de diferentes formas e através de ações práticas com a solução definitiva ao
problema das drogas ilícitas, e em um cenário de fim do conflito, colocar fim a
qualquer relacionamento, que em função da rebelião, tivesse sido apresentado
com este fenômeno.
•
O governo nacional e as FARC-EP manifestam seu firme compromisso com a solução
definitiva do problema das drogas ilícitas.
•
O compromisso de toda a sociedade em conjunto, incluindo seus diferentes formas
de organização política o social, de rejeitar toda relação com o problema das
drogas ilícitas e os dinheiros provenientes do mesmo.
•
Finalmente, a construção de uma paz estável e duradoura supõe a disposição de
todos para contribuir à clarificação da relação entre o conflito e o cultivo, a
produção e comercialização de drogas ilícitas e de lavado de ativos resultantes
deste fenômeno, para que jamais a droga ameace o destino do país.
4.1. Programas de substituição de
cultivos de uso ilícitos. Planos integrantes de desenvolvimento com a
participação das comunidades no desenho, execução e avaliação de programas de
substituição e recuperação ambiental das áreas afetadas por ditos cultivos.
No marco do fim do conflito e da construção da
paz, e com o fim de gerar condições materiais e intangíveis de bem-estar e
bom-viver para as populações afetadas por cultivos de uso ilícito, em
particular para as comunidades camponesas em situação de pobreza que atualmente
obtém seu sustento desses cultivos, e portanto, também encontrar uma solução
sustentável e definitiva para o problema de cultivos ilícitos e todos os
problemas associados com eles no território, o Governo Nacional irá desenvolver
e implementar um novo Programa Nacional Integral de Substituição de Cultivo de
Uso Ilícito-PNIS.
O
novo programa Nacional Integral de Substituição de Cultivos de Uso Ilícito,
será a autoridade nacional competente, em cabeça da Presidência da República,
em coordenação com as autoridades departamentais e municipais e terá um caráter
civil sem prejuízo da coordenação com as autoridades estatais conforme
necessário para garantir o seu desenvolvimento, incluindo os responsáveis pela
segurança e proteção das comunidades. (Onde seja necessário e segundo a
concepção com que seja elaborado esse acordo) *
*Fica
condicionado o acordo sobre esta fase ao que seja resolvido do assunto entre
parêntesis.
O
PNIS realizará um processo de planejamento participativo para assegurar a
participação ativa e efetiva das comunidades no processo das tomadas de
decisões e na construção conjunta das soluções. As FARC-EP, após a assinatura
do Acordo Geral e nos termos acordados nos pontos 3 e 6 da Agenda do Acordo
Geral participará do programa e contribuirá para a resolução dos problemas dos
cultivos de uso ilícito.
O
programa irá contribuir às transformações estruturais da sociedade rural
resultantes da implementação da Reforma Rural Integral (RRI), da qual faz
parte, e da implementação dos mecanismos de participação cidadã concordados.
4.1.1 Princípios
Na
medida em que o Programa Nacional Integral de Substituição (PNIS) é parte da
Reforma Rural Integral (RRI), este, além dos princípios acordados no âmbito de
dita Reforma, será regido pelos seguintes princípios:
·
A integração à Reforma Rural Integral
(RRI):
o PNIS é um componente da Reforma Rural Integral. Atende umas populações e
territórios com características específicas, que por isso exigem de algumas
medidas adicionais e particulares em relação a outras comunidades rurais. Os
territórios afetados por cultivos de uso ilícito podem coincidir com áreas
priorizadas nas que implementam os Programas de Desenvolvimento com Foco
Territorial - PDET, em cujo caso as
ações e execução do programa devem ser encaminhadas no âmbito do Plano de Ação
para a Transformação Regional do respectivo território. Nos casos em que os
territórios não coincidem com os PDET, serão executados planos integrais de
desenvolvimento em conformidade com as comunidades, dentro da fronteira
agrícola, ou planos e programas dos que trata o ponto 1.10.3, a fim de
contribuir no fechamento da fronteira agrícola. A integração também envolve a
inter-relação, a engrenagem e articulação do local, territorial e nacional.
Neste sentido, o PNIS será integrado nos planos de desenvolvimento em
diferentes níveis de ordenamento territorial.
·
Construção conjunta e participativa e
concordada:
a transformação dos territórios e as alternativas para as comunidades afetadas
pelos cultivos de uso ilícito, começaram da construção conjunta e participativa
entre as autoridades nacionais, departamentais (estaduais) e municipais, da
solução ao problema dos cultivos de uso ilícito e a superação das condições de
pobreza. A construção conjunta tem por base a decisão das comunidades de
abandonar estes cultivos e transitar mediante a substituição por outras
atividades econômicas. A concertação com
as comunidades é prioritária para planejar e estabelecer diretrizes para
execução e controle do Programa no território.
·
Foco diferencial de acordo com as
condições de cada território: o PNIS que seja implementado deve ter
uma abordagem territorial nos termos definidos na RRI (1), quer dizer, deve
reconhecer e ter em conta as necessidades, características e particularidades
econômicas, culturais e sociais dos territórios e das comunidades rurais,
especialmente indígenas e afrodescendentes, e garantir a sustentabilidade
socio-ambiental. O caráter participativo do PNIS permitirá desenvolver projetos
de acordo com a especificidade e a natureza socioeconômica do problema tal como
se apresentam nas diferentes regiões do território nacional.
·
Respeito e aplicação dos princípios e
normas do Estado Social de Direito e convivência cidadã: a consecução das transformações estruturais
dos territórios que garantam o bem-estar e bom-viver das comunidades afetadas
pela presença de cultivos de uso ilícito e o trânsito a economias legais,
implica a aplicação e respeito por parte das instituições e dos cidadãos dos
princípios e normas do Estado Social de direito, o fortalecimento dos valores
democráticos, da convivência cidadã, e do respeito aos direitos humanos.
·
Substituição voluntário: A partir da decisão e compromisso dos
cultivadores de abandonar os cultivos de uso ilícito, a substituição voluntária
é um princípio fundamental do programa, para gerar a confiança entre as
comunidades e criar condições que permitam contribuir à solução do problema dos
cultivos de uso ilícito, respeitando a sustentabilidade econômica, social e
ambiental das comunidades e os respectivos territórios. Isto implica ações para
promover a substituição voluntária e definir com as comunidades alternativas de
substituição que sejam sustentáveis desde uma perspectiva económico e
socio-ambiental, e apropriadas ao fortalecimento da economia familiar,
garantindo condições dignas de vida. O anterior pela compreensão de que o
processo de substituição e sua sustentabilidade requerem o apoio do Governo nos
termos acordados com as comunidades. (Ver ponto sobre "Acordo com as
comunidades" e "Construção participativa e desenvolvimento dos planos
integrais municipais e comunitárias de substituição e desenvolvimento
alternativo").
4.1.2. Objetivos
O
Programa Nacional Integral de Substituição de Cultivos de Uso Ilícito será implementado
no marco e como parte da Reforma Rural Integral (RRI) e deve atender aos
seguintes objetivos:
•
Superação das condições de pobreza das comunidades camponesas, em particular
dos núcleos familiares que fazem parte delas, afetadas por cultivos de uso
ilícito, através da criação de condições para o bem-estar e bom-viver nos
territórios; e contribuir às transformações estruturais da sociedade rural
decorrentes da implementação da Reforma Rural Integral (RRI) e da execução dos
componentes do ponto 2 "Participação Política".
•
Promover a substituição voluntária dos cultivos de uso ilícito, através do
impulso de planos integrais municipais e comunitárias de substituição e de
desenvolvimento alternativo, projetado de forma concertada e com a participação
direta das comunidades envolvidas
• Gerar políticas e oportunidades
produtivas para os cultivadores, através da promoção das associações e da
economia solidariedade; e gerar políticas e oportunidades laborais para os
coletores e amedieros[2]
ligados a cultivos de uso ilícito, no marco da RRI e a possibilidade de optar
por ser beneficiários nos termos do ponto 1.3. dessa.
•
Contribuir para o encerramento da fronteira agrícola, recuperação dos
ecossistema e desenvolvimento sustentável, tal como acordado no ponto 1.10 da
RRI. Com esse objetivo, o PNIS apoiará os planos de desenvolvimento das Zonas
de Reserve Camponesa ZRC, constituída e as que serão estabelecidas, bem como
outras formas de organização ou associação, nos casos em que eles coincida
estas coincidam com áreas afetadas pelos cultivos de uso ilícito. Conforme
estabelecido no ponto 1 as Zonas de reserve Camponesa são iniciativas agrárias
que contribuem para a construção da paz, garantindo os direitos políticos,
econômicos, sociais e culturais dos agricultores, a garantia dos direitos
políticos, econômicos e sociais, ao desenvolvimento com sustentabilidade
socio-ambiental e alimentaria e a reconciliação dos colombianos.
Consequentemente se considerará prioritaria a atenção ao consagrado no ponto
1.10. e em particular, ao 1.10.5 do RRI.
•
Fortalecer a participação e as capacidades das organizações camponesas.
•
Fortalecer as relações de confiança, solidariedade e convivência e a
reconciliação no interior das comunidades.
•
Contribuir com o alcance dos objetivos do Sistema de segurança (soberania)
alimentar, segundo os termos estabelecidos no ponto 3.4 da RRI.
•
*Governo: Lograr que o território nacional esteja livre de cultivos de uso
ilícito.
•
*FARC-EP: Lograr que, evitando a deterioração do meio ambiente, o território
esteja livre de cultivos de uso ilícito.
• (a
redação se revisará novamente ao terminar a discussão do ponto 4.1).
•
Fortalecer a presença institucional do Estado nos territórios afetados pelos
cultivos de uso ilícito, promovendo o desenvolvimento integral e a satisfação
dos direitos de todos os cidadãos; garantindo a segurança, a convivência e a
aplicação e proteção dos direitos humanos; e assegurando a provisão de
infraestrutura, serviços públicos, educação, acesso às comunicações entre
outros, de maneira que se assegure o respeito e aplicação dos princípios e
normas do Estado Social de Direito. A segurança nos territórios afetados pelos
cultivos de uso ilícito será garantida, atendendo os fundamentos e garantias
consolidados no Acordo Final e em cumprimento com os princípios e obrigações
que inspiram um Estado Social de Direito.
•
Fortalecer as capacidades de gestão das comunidades e suas organizações
mediante a participação destas na elaboração, execução, prosseguimento e
avaliação, controle e supervisão cidadã do PNIS, em desenvolvimento do
princípio de construção conjunta, participativa e acordada entre as comunidades
e as autoridades.
• Assegurar
a sustentabilidade do PNIS nos territórios como garantia para a solução
definitiva dos cultivos de uso ilícito mediante uma intervenção contínua e
persistente do Estado, que deve-se manifestar em condições de bem-estar e
bem-viver para as comunidades, mediante a participação e compromisso que se
defina no marco do ponto 3.2 do Acordo Geral.
4.1.3.
Descrição e elementos do Programa Nacional Integral de Substituição de
Cultivos de Uso Ilícito
O
Programa Nacional Integral de Substituição de Cultivos de Uso Ilícito será um
capítulo da Reforma Rural Integral (RRI) contemplada no presente Acordo e
responderá às necessidades particulares dos territórios afetados pelos cultivos
de uso ilícito.
Nesse
quadro e de acordo com os princípios e objetivos da RRI, o PNIS contribuirá com
a geração de condições que permita aos cultivadores de cultivos de uso ilícito
ter oportunidade para desvincular-se definitivamente desta atividade e a todos
os habitantes das zonas afetadas pelos cultivos gozar de condições de bem-estar
e bom-viver.
Com
este fim, o PNIS se completa e integra com os planos e programas definidos no
âmbito da Reforma Rural Integral (RRI) do ponto 1 em matéria de acesso e
formalização da propriedade, adequação de terras, habitação, assistência
técnica, estímulos à economia solidária e cooperativa, subsídios, geração de
renda e crédito, mercado e comercialização, programas de compras estatais,
assim como a provisão de bens e serviços públicos.
O
PNIS promoverá a substituição voluntária dos cultivos de uso ilícito mediante o
estímulo de planos integrais municipais e comunitários de substituição e
desenvolvimento alternativo no âmbito da Reforma Rural Integral (RRI),
desenhados de forma acordada e com a participação direta das comunidades
envolvidas.
Será
garantida a participação da mulher no planejamento, execução, prosseguimento e
avaliação dos planos integrais de substituição e desenvolvimento alternativo.
Com
o fim de fortalecer as capacidades do PNIS e contribuir para sua efetividade no
alcance do objetivo de criar condições de bem-estar e bom-viver para a
população afetada pelos cultivos de uso ilícito e assegurar uma solução
definitiva ao problema dos cultivos de uso ilícito; o PNIS poderá vincular-se a
líderes das comunidades.
As
formas de participação e contribuição das FARC-EP se definirá na discussão dos
pontos 3 e 6 da Agenda do Acordo Geral.
O
Programa Nacional de Substituição Integral de Cultivos de Uso Ilícito terá os
seguintes elementos:
4.1.3.1 Condições de segurança
para as comunidades e territórios afetados pelos cultivos de uso ilícito:
Somado
à geração de condições para a satisfação dos direitos econômicos e sociais da
população e para o desenvolvimento integral, a sustentabilidade do PNIS e o
alcance dos seus objetivos requerem, ao mesmo tempo, a provisão de garantias e
condições de segurança para as comunidades em territórios afetados pelos
cultivos de uso ilícito, mediante o fortalecimento da presença institucional do
Estado e de suas capacidades de proteção das comunidades, em especial frente a
qualquer tipo de coação ou ameaça, e de suas capacidades de interdição e
judicialização das redes territoriais de narcotráfico segundo a concepção de
segurança contemplada no acordo Final.
A
proteção das comunidades, a garantia do direito à vida e bem-estar da população
rural requer também assegurar a desminagem, para a qual o Governo Nacional,
frente a assinatura do Acordo Final e no marco de sua implementação, porá em
marcha um programa de desminagem e limpeza das áreas do território nacional que
tenham sido afetadas pela implantação de minas terrestres e artefatos
explosivos.
Este
é um propósito conjunto com o qual contribuirão o Governo e as FARC-EP por
diferentes meios e no que corresponde a cada qual, incluindo o fornecimento de
informação nos termos designados no Acordo final e como parte do compromisso
mútuo com o fim do conflito e com a construção de uma paz estável e duradoura.
O
anterior, sem prejuízo dos acordos a que se cheguem em matéria de satisfação
dos direitos das vítimas.
Este
compromisso envolve de maneira especial os territórios onde se execute o PNIS.
4.1.3.2. Acordos com as
comunidades:
Um
fundamento indiscutível da solução definitiva do problema dos cultivos de uso
ilícito, encontra-se no caráter voluntário e acordado e, portanto, na manifesta
vontade das comunidades de buscar caminhos alternativos aos cultivos de uso
ilícito e o compromisso do Governo de gerar e garantir condições dignas de vida
e trabalho para o bem-estar e bom-viver. Com o fim de formalizar esse compromisso
e a decisão de substituir os cultivos de uso ilícito se celebrarão acordos
entre as comunidades, o Governo Nacional e as entidades territoriais, antes da
implementação do Programa em um território.
O
acordo inclui a formalização do compromisso tanto das comunidades com a
substituição voluntária e acordada, o não replantio, o compromisso pleno de não
cultivar nem estar envolvido em trabalhos associados aos cultivos de uso
ilícito nem de participar na comercialização ilegal das matérias primas
derivadas deste, com o compromisso do Governo na execução do plano de atenção
imediata e a implementação do processo de construção conjunta participativa e
acordada dos planos integrais municipais e comunitários de substituição e
desenvolvimento alternativo.
Nos
acordos com as comunidades se definirão os tempos para o cumprimento dos
compromissos por parte do Governo e as comunidades no marco do processo de
substituição.
Nos
casos onde, na ocasião da assinatura dos acordos com as comunidades no marco do
PNIS haja alguns cultivadores que não manifestem sua decisão de substituir os
cultivos de uso ilícito ou não cumpram os compromissos adquiridos por motivos
fortuitos ou de força maior, apesar dos esforços do Programa e das comunidades
de persuadi-los, o Governo procederá à erradicação manual, antecedido de um
processo de socialização e informação com as comunidades.
Nos
casos onde não haja acordo com as comunidades, o Governo procederá à
erradicação dos cultivos de uso ilícito priorizando a erradicação manual onde
seja possível, tendo em conta o respeito pelos direitos humanos, o meio
ambiente e o bom-viver. As FARC-EP consideram que em qualquer caso em que haja
erradicação, esta deve ser manual.
4.1.3.3. Priorização de
territórios:
O
PNIS tem uma cobertura nacional, mas sua implementação será iniciada pelos
territórios priorizados pelos seguintes critérios:
·
Zonas priorizadas no marco dos PDET,
atendendo o princípio de integração à Reforma Rural Integral;
·
Densidade de cultivos de uso ilícito e de
população;
·
Parques nacionais naturais;
·
Casos haja comunidades que não se
encontrem dentro dos territórios assinalados nos critérios anteriores,
tenham-se acolhidas ao tratamento penal diferenciado. Para esses casos serão
implementadas medidas especiais de assistência coordenadas com as autoridades
regionais e locais, que incluem o acesso aos programas de assistência social do
Governo sem prejuízo da possibilidade de acesso aos planos nacionais definidos
no âmbito do RRI e de ser beneficiário nos termos estabelecidos no ponto 1.5 da
RRI.
4.1.3.4. Tratamento penal
diferenciado:
No
contexto do fim do conflito e em razão de sua contribuição à construção da paz
e uso mais efetivo dos recursos judiciais contra as organizações criminosas
vinculadas ao narcotráfico e a partir de uma visão integral da solução
definitiva ao problema dos cultivos de uso ilícito, que tem uma origem
multicausal, incluindo causas de ordem social, o Governo se compromete a
tramitar os ajustes normativos necessários que permitam renunciar o exercício da
ação penal ou proceder com a extinção da sanção penal contra os pequenos
agricultores que estão ou estavam vinculados com os cultivos de uso ilícito
quando, dentro de um prazo de 2 anos, contados a partir da entrada em vigência
da nova norma, manifestem formalmente ante as autoridades competentes, sua
decisão de renunciar a cultivar ou manter os cultivos de uso ilícito.
A
manifestação voluntária de renúncia ao cultivo de uso ilícito e a permanência
em tal atividade poderá dar-se de maneira individual ou no marco dos acordos de
substituição com as comunidades.
4.1.3.5. Construção
participativa e desenvolvimento dos planos integrais comunitários e municipais
de substituição e desenvolvimento alternativo (PISDA):
Em
consideração ao caráter político, econômico, social, ambiental e cultural do
problema a ser enfrentado pelos efeitos derivados da falta de desenvolvimento
nas zonas rurais, a economia ilegal e a violência associada aos cultivos de uso
ilícito, se requer a mais ampla participação das comunidades, incluindo das
diretamente envolvidas com o cultivo, para formular e executar os PISDA,
cumprindo assim os objetivos do PNIS. Para estes fins e para o fortalecimento
da democracia local, o município e suas autoridades deverão jogar um papel
protagônico junto às comunidades.
Este
processo de planejamento participativo das comunidades, em conjunto com o
Governo Nacional e as autoridades locais, deve ter como resultado a formulação
e implementação dos planos integrais de substituição de maneira que se alcance uma
transformação estrutural do território e desta forma a solução definitiva do
problema dos cultivos de uso ilícito.
·
Assembleias comunitárias:
Com
o fim de se implementar o processo de planejamento participativo de baixo para
cima se apoiarão e fortalecerão as assembleias comunitárias e se criarão
instâncias de seguimento a nível municipal e das assembleias comunitárias.
As
assembleias comunitárias são a base do esquema de planejamento participativo.
Esta começa com a formulação de uma proposta que contenha uma visão integral do
território e identifique necessidades, oportunidades e prioridades, no marco do
PNIS e de acordo com seus conteúdos.
As
assembleias comunitárias estarão integradas por todas as comunidades da zona
afetada, incluindo as produtoras de cultivos de uso ilícito e garantirão a
participação efetiva da mulher nestes espaços. Em cada município, de acordo com
as características do território e a população, serão constituídos, em conjunto
com as comunidades, as assembleias necessárias, especificando seu âmbito
territorial.
A
construção participativa de uma visão integral do território requer em primeiro
lugar a elaboração de uma proposta sobre a base de um diagnóstico coletivo que
permita estabelecer a caracterização social, econômica e ambiental do
território, as necessidades de fornecimento de infraestrutura física, social e
institucional, a priorização de projetos que respondam a essas necessidades, as
potencialidades produtivas e a identificação das áreas com cultivos de uso ilícito
e sua disposição no território.
O
PNIS, como autoridade nacional competente, definirá e implementará uma
metodologia de planejamento participativo, cujo guia será a metodologia de
construção dos PDET e deverá refletir as contribuições das assembleias. O PNIS
dará acompanhamento técnico às comunidades no processo de construção da visão
integral e a proposta, identificando os projetos e prioridades, coordenado com
os municípios.
·
Planos integrais municipais e
comunitários de substituição e desenvolvimento alternativo
As
diferentes propostas das assembleias comunitárias serão a base para a
construção do plano municipal integral de substituição e desenvolvimento
alternativo para as zonas afetadas pelos cultivos de uso ilícito, o qual será
elaborado e implementado com a participação ativa das comunidades, incluindo
suas organizações sociais territoriais. No marco do plano territorial e levando
em conta as propostas das respectivas assembleias, serão elaborados os planos
comunitários que serão parte integral do mesmo. Tanto os planos municipais como
os comunitários serão construídos entre as comunidades, as autoridades
nacionais, departamentais e municipais, e o PNIS, como autoridade nacional
competente.
Para
assegurar que se integrem, priorizem, validem e articulem as diferentes
propostas das assembleias em um plano de substituição e desenvolvimento
alternativo, o PNIS deverá implementar comissões municipais de planejamento
participativo com as autoridades de ordem municipal, departamental e nacional
que tenham relação com a implementação do PNIS e com os delegados que as
assembleias comunitárias elejam.
O
plano municipal que integra as propostas das comunidades e está constituído
pelos planos comunitários será a base para execução do PNIS.
As
instâncias principais de planejamento participativo em nível local são as
assembleias comunitárias e as comissões municipais de planejamento
participativo, das quais os delegados das assembleias fazem parte estrutural. A
estrutura e conteúdo dos planos se constroem de baixo para cima, a partir do
nível das assembleias comunitárias, com a metodologia do PNIS e o
acompanhamento técnico necessário que leve em conta os técnicos locais e os que
sugiram as comunidades. Na construção do plano municipal a metodologia deverá
assegurar a maior participação e inclusão e a maior fidelidade possível às
propostas das assembleias, os máximos consensos possíveis e a otimização e a
maior equidade no uso dos recursos. O PNIS terá uma interlocução direta com as
comunidades na definição e implementação de suas diretrizes.
O
plano municipal resultante do exercício do planejamento participativo no âmbito
das comissões municipais será adequadamente divulgado nas assembleias
comunitárias para garantir sua compreensão e apropriação social.
As
assembleias comunitárias elegerão seus delegados, e, caso considerarem
necessário poderão constituir-se em agremiações, comitês, conselhos ou qualquer
forma de organização que decidam, mediante eleição, sobre a participação nas
comissões municipais de planejamento participativo e nos conselhos de avaliação
e seguimento dos planos de substituição e desenvolvimento alternativo para
facilitar a coordenação entre as assembleias e as autoridades do PNIS. Os
delegados prestarão conta de suas gestões e atividades frente as assembleias
comunitárias que representam.
Para
a execução dos planos de substituição será privilegiada a contratação de
organizações comunitárias e se promoverá a geração de emprego nas áreas de
aplicação do PNIS, para o qual se fortalecerão as organizações sociais e
comunitárias, as cooperativas e se promoverá a associação solidária e a
capacitação técnica.
Os
planos de substituição estarão integrados aos planos de desenvolvimento
municipal, departamental e nacional.
·
Integração
com os PDET
Nos
casos onde o PNIS coincida com as zonas priorizadas pelos Programas de
Desenvolvimento com Enfoque Territorial – PDET (ver ponto 1) a integração
necessária dos planos de substituição e o plano de ação para a transformação
regional será feito atendendo a metodologia participativa que se estabeleça no
marco do que foi definido no ponto 1 para a construção dos planos de ação para
a transformação regional. Na metodologia, será garantida a participação efetiva
dos delegados das assembleias comunitárias e o consenso será o fundamento para
o processo de tomada de decisões.
·
Prosseguimento e Avaliação
O
prosseguimento e avaliação da execução e cumprimento dos planos comunitários se
farão junto com as autoridades, no âmbito das assembleias comunitárias e
servirá como base para o seguimento e avaliação em nível municipal com a
participação dos delegados das assembleias comunitárias.
O
prosseguimento e avaliação da execução e cumprimento dos planos municipais se
farão de maneira periódica no âmbito dos conselhos municipais de avaliação e
prosseguimento dos planos de substituição e desenvolvimento alternativo, que
estará integrado pelos delegados das assembleias comunitárias e pelas
autoridades nacionais, departamentais e municipais que tenham relação com o
desenvolvimento do PNIS. O Conselho poderá convidar outros setores sociais e
econômicos do município como as organizações rurais e camponesas, os
empresários, as igrejas, a universidade e organizações não-governamentais.
Os
conselhos e as assembleias comunitárias serão espaços para a prestação de
contas por parte do PNIS das autoridades e das comunidades que executam
projetos.
·
A forma de acompanhamento internacional
será discutida no marco do ponto 6.
·
A participação das FARC-EP será definida
na discussão dos pontos 3 e 6 da Agenda do Acordo Geral.
·
O pactuado neste acordo será implementado
sem prejuízo dos compromissos adquiridos pelo Governo e pelas autoridades com
as comunidades e suas organizações, no marco de espaços de interlocução direta,
nos quais se tenha definido seu devido cumprimento. Parágrafo acordado e por
definir-se.
4.1.3.6. Componentes dos planos
integrais de substituição
Dadas
as condições particulares das comunidades especialmente afetadas pelos cultivos
de uso ilícito, os planos integrais de substituição nessas comunidades
incluirão também projetos para a implementação dos Planos Nacionais definidos
no ponto 1 (adequação de terras, infraestrutura viária e comunicações,
desenvolvimento social, assistência técnica, crédito e financiamento,
comercialização, compras estatais etc.) onde conste os seguintes termos:
Proposta
FARC-EP: “Nos lugares onde os planos de substituição não coincidam com os PDET,
os espaços deverão ser atendidos complementarmente com programas especiais da
RRI”. Pendente proposta do Governo.
·
Plano de atenção imediata e
desenvolvimento de projetos produtivos
Uma
vez feito o compromisso com a substituição e o não replantio de cultivos de uso
ilícitos e com o fim de facilitar o trânsito dos cultivadores, coletores e
amedieros até economias legais mediante medidas de apoio imediato para garantir
seu sustento e a segurança alimentar dos núcleos familiares; e de assegurar
para cultivadores, coletores amedieros e para as comunidades em geral renda e
condições de bem-estar e bom-viver mediante a estruturação de projetos
produtivos sustentáveis a longo prazo, serão implementadas as seguintes
medidas:
1.
Para os núcleos familiares dos
cultivadores vinculados aos cultivos de uso ilícito:
a. Assistência
alimentar imediata que consiste na entrega direta de mercadorias por até
(*proposta do Governo: 6 meses; proposta das FARC-EP: 2 anos), de acordo com o
tamanho de cada núcleo familiar, as características próprias e as necessidades
de cada população e região e o desenvolvimento dos projetos de geração de
renda. Será dada prioridade aos provedores locais para o fornecimento de
mercadorias e será promovida a associação solidária para que as comunidades
contratem com o Governo o fornecimento dos mesmos.
b.
Estabelecimento de hortas caseiras e
entrega de espécies ainda jovens com seu devido acompanhamento técnico,
provisão de insumos e alimentos para os animais de acordo com a preferência de
cada núcleo familiar.
c. Projetos
de geração de renda rápida como cultivos de ciclo curto, piscicultura,
avicultura, entre outros, com seu devido acompanhamento técnico, dirigidos a
suprir necessidades imediatas dos núcleos familiares e substituir de maneira
oportuna e suficiente a renda, antes derivada dos cultivos de uso ilícito, de
acordo com a preferência de cada núcleo familiar e das condições e
potencialidades da zona.
Ao mesmo tempo, serão estruturados com os cultivadores e com
os pequenos produtores do território, projetos produtivos com visão de longo
prazo no marco do processo da Reforma Agrária Integral (RRI) que assegurem às
famílias melhor renda e condições de vida digna. Serão priorizadas a produção
de alimentos e a geração de valor agregado e cadeias produtivas com o fim de
cobrir em primeira instância, a demanda das próprias comunidades, mas também
nichos do mercado nacional ou internacional. Adicionalmente às atividades
agrícolas e pecuárias, serão promovidas atividades econômicas artesanais,
industriais e de serviços, especialmente as que gerem valor agregado ao que
produzem as comunidades e outras de interesse comunitário de acordo com as
potencialidades dos territórios, com o fim de oferecer garantias de renda e
trabalho digno para as comunidades camponesas especialmente afetadas pelos
cultivos de uso ilícito. Serão implementadas medidas especiais de promoção de
cooperação e economia solidária. Estas atividades deverão guiar-se pelos
princípios que contemple a RRI, em especial os de sustentabilidade ambiental e
bem-estar e bom-viver, e, onde seja pertinente, contribuir ao fechamento da
fronteira agrícola e à recuperação ambiental. No caso dos amedieros ou
parceiros que estão assentados e optem por permanecer na região, será oferecido
o mesmo pacote de assistência imediata.
2.
Para os coletores as ações compreendem:
a. Assistência alimentar imediata para os
coletores que vivam nos territórios onde se executa o PNIS: consiste na entrega
direta mercadorias por núcleo familiar[3], por até (*proposta do Governo: 6 meses;
proposta das FARC-EP: 2 anos) de acordo com as características próprias de cada
população ou região.
b.
Opções de emprego temporário para os
coletores assentados ou não assentados na região: a identificação de obras
comunitárias e outras fontes de emprego que sujam no marco da implementação da
Reforma Rural Integral (RRI), que vinculem de maneira prioritária membros dos
núcleos das famílias dos coletores. O supracitado, sem prejuízo das possibilidades
de optar por ser beneficiário nos termos do ponto 1.3 da RRI.
O
universo dos coletores assentados e não assentados e os amedieros assentados
que vivam na região será o que reconheça o censo das assembleias comunitárias e
o PNIS de forma participativa.
3.
Para a comunidade em geral:
a. Primeira
infância: com o fim de facilitar o acesso a oportunidade de emprego às mulheres
chefe de família e contribuir à segurança alimentar na primeira infância, nos
povoados afetados pelos cultivos de uso ilícito será desenvolvido um programa
de creches infantis rurais.
b.
População escolar: com o fim de melhorar a
segurança alimentar das crianças em idade escolar e promover sua permanência
nas escolas se desenvolverá um programa de construção e dotação de cantinas
escolares e fornecimento de alimentos para garantir os cafés-da-manhã de toda a
população escolar dos territórios afetados pelos cultivos de uso ilícito, sem
prejuízo do que foi definido no ponto 1 no marco do Plano Especial de Educação
Rural e em especial do plano de choque de que trata a alínea “d” do ponto 3.4
Sistema de Segurança (soberania) alimentar.
c. Geração
de opções de trabalho: serão criados mecanismos de informação para facilitar o
acesso às oportunidades de emprego que surjam no marco da implementação da RRI
e em particular dos planos Integrais de substituição e desenvolvimento
alternativo, que permita à comunidade que habita os territórios afetados por
cultivos de uso ilícito identificar e ter acesso à oferta de trabalho
disponível.
d.
Idosos: implementação de programas contra
a fome para a terceira idade no marco do sistema de segurança (soberania)
alimentar definida no ponto 3.4 da Reforma Rural Integral.
e. Serão
implementados programas de erradicação da pobreza e de geração de renda.
f. Será
promovida a realização de brigadas de atenção básica em saúde sem prejuízo do
estabelecido no ponto 2.8.1 “Plano Nacional de Saúde Rural”.
g.
A viabilidade e sustentabilidade dos
projetos produtivos de substituição de cultivos de uso ilícito requer a
implementação, por parte do Governo, dos planos contemplados no ponto 3.3 da
RRI em matéria de estímulos à economia solidária e cooperativa, assistência
técnica, subsídios, geração de renda e crédito e comercialização.
As
medidas de apoio por parte do PNIS estarão condicionadas ao cumprimento do
cronograma de compromissos adquiridos pelos cultivadores no marco dos acordos
de substituição e não replantio. O que foi exposto acima, com entendimento que
o processo de substituição e sustentabilidade requerem o apoio do Governo nos
termos definidos com a comunidade. A manifestação voluntária de renúncia aos
cultivos de uso ilícito e a permanência em tal atividade poderá se dar de
maneira individual ou no marco dos acordos ou pactos de substituição voluntária
com as comunidades. Em todo caso deverá existir um compromisso pleno de não
cultivar nem de estar envolvido nos trabalhos associados ao cultivo, nem de
participar na comercialização ilegal das matérias derivadas dos cultivos de uso
ilícito.
·
Obras
de infraestrutura social de execução rápida
Com
o fim de contribuir ao fechamento da fronteira agrícola e propiciar processos
de recuperação ambiental, em especial nos municípios que colidam com zonas de
especial interesse ambiental, os planos terão um componente de sustentabilidade
e proteção ambiental que inclua entre outros:
-
Ações de recuperação e adequação de solos para o estabelecimento de cultivos
lícitos;
-
Ações para a mitigação dos danos ambientais em zonas de especial interesse
ambiental, ecossistemas frágeis e hidrografia vulnerável e para a recuperação
dos bosques;
-
Projetos de proteção ambiental e produtivos, ambientalmente sustentáveis, em
zonas de especial interesse ambiental, como por exemplo projetos silvo-pastoris
e demais programas contemplados no ponto 1.10.3.
·
Plano
de formalização da propriedade
Com
o fim de promover o acesso à terra e de incentivar o processo de substituição
dos cultivos de uso ilícito nas áreas onde se cumpram os compromissos
adquiridos pelos cultivadores com o PNIS serão acelerados os processos de formalização
nos termos em que indica o plano de Formalização Massiva da propriedade que
trata o ponto 1.5 da RRI. O Governo adequará a normatividade para permitir a
adjudicação a este tipo de beneficiários.
·
Planos
para áreas remotas e com baixa concentração de população
Em
áreas com baixa concentração populacional e que por sua localização e distância
são de difícil acesso, o que dificulta a provisão de bens e serviços para o
bem-estar e bom-viver da população e sua integração territorial, serão
executadas medidas especiais para a substituição dos cultivos de uso ilícito, a
recuperação dos ecossistemas, a criação de novas oportunidades de emprego
relacionadas com transporte fluvial, programas de recuperação ambiental,
proteção de bosques e fauna etc. O supracitado, sem prejuízo de alternativas de
realocação das comunidades ali assentadas, quando for possível e necessário e
de acordo com as comunidades, para melhorar suas condições de vida.
·
Cronograma,
metas e indicadores
Os
planos integrais de substituição e desenvolvimento alternativo, como os
Acordos, deverão incluir cronogramas de execução com metas e indicadores,
incluindo os compromissos adquiridos pela comunidade, que permitam medir o
impacto dos projetos nas condições de bem-estar das comunidades e fazer
prosseguir o plano.
4.1.4. Implementação do Programa
Nacional Integral de Substituição de Cultivos de Uso Ilícito em Parques
Nacionais Naturais (PNN)
Para
solucionar nos PNN o problema da presença dos cultivos de uso ilícito e
garantir o bem-estar e bom-viver das comunidades e a preservação e conservação
dos PNN, serão estabelecidos mecanismos de interlocução direta com as
comunidades para construir acordos para a erradicação dos cultivos que garantam
o controle, restauração e proteção efetiva destas áreas.
Para
estes efeitos, partir-se-á do definido no ponto 1.10 e em particular no 1.10.3
da RRI.
4.1.5 Estratégia de comunicação
Será
implementada uma estratégia de comunicação para promover os acordos de
substituição e motivar as comunidades e gerar confiança para participar nos
processos de construção conjunta dos planos integrais e comunitários de
substituição que devem contribuir para a melhoria das condições de vida e do
bom-viver e para a solução definitiva do problema dos cultivos de uso ilícito, assim
como para ressaltar o compromisso do Governo e das FARC-EP de contribuir e
apoiar este propósito. A difusão do PNIS e dos mecanismos de participação
comunitária nas diferentes fases se fará diretamente através de encontros
comunitários e indiretamente através dos meios de comunicação, em especial os
meios locais e comunitários.
4.1.6 Financiamento
Os
recursos do PNIS se destinarão conforme o estabelecido nos planos de atenção
imediata e nos planos integrais municipais e comunitários de substituição e desenvolvimento
alternativo e se buscará garantir a eficiência, a efetividade e oportunidade na
sua execução.
*O
compromisso de financiamento deste Programa se discutirá no marco do ponto 6 da
Agenda do Acordo Geral.
4.2 Programas de Prevenção do
Consumo e Saúde Pública
O consumo de drogas ilícitas é
um fenômeno de caráter multicausal gerado por condições econômicas, sociais,
familiares e culturais próprias da sociedade ou o meio no qual se desenvolve as
pessoas, e por isso, deve ser abordado como um assunto de saúde pública. A
solução requer o compromisso e o trabalho conjunto entre as autoridades, a
comunidade e a família em torno de uma política de promoção em saúde,
prevenção, atenção integral[4]
e inclusão social, com especial ênfase em crianças e adolescentes.
As
ações neste campo devem ser construídas de forma democrática e participativa,
envolvendo a sociedade em geral e em particular agentes sociais especializados
no tema.
A
política frente ao consumo de drogas ilícitas deve ser uma prioridade e uma
política de Estado que requer, entre outros, o fortalecimento das capacidades,
tanto nacionais, como territoriais, no marco do sistema de proteção social e a
disposição correspondente de recursos.
4.2.1.1 Princípios:
A
política nacional frente ao consumo de droga ilícitas será guiada pelos
seguintes princípios:
·
Enfoque de direitos
humanos: as ações encaminhadas à prevenção e
superação do consumo, assim como a mitigação dos riscos e danos, devem estar
enquadradas no respeito e gozo efetivo dos direitos das pessoas que implica,
entre outros, a não estigmatização ou discriminação do consumidor e sua não
perseguição penal em razão do consumo.
·
Enfoque de saúde pública:
as
ações frente ao consumo de drogas ilícitas devem ser integrais, efetivas e
sustentáveis no tempo e incluir um trabalho promocional de estilos e condições
de vida saudáveis, a prevenção do consumo, o tratamento e a reabilitação a
partir da identificação das necessidades em saúde da população.
·
Enfoque diferencial e de
gênero: no
marco do respeito aos direitos humanos, para que as ações que se implementem em
matéria de consumo respondam às realidades dos consumidores e sejam efetivas e
sustentáveis, é necessário um enfoque diferencial definindo as populações mais
vulneráveis segundo idade, gênero, condição socioeconômica e localização
geográfica, entre outros.
Em todo caso, as ações que se execute respeitarão o uso
ancestral da folha de coca por parte das comunidades indígenas.
·
Participação comunitária
e convivência: para
lograr a maior efetividade das ações em matéria de consumo de drogas ilícitas,
deve-se contar com a participação comunitária na construção e implementação das
soluções que permitam criar vínculos sólidos das pessoas com sua comunidade.
·
Fundamento na evidência: as ações que se executem em matéria de
consumo de drogas ilícitas deverão estar baseadas em evidência, com fundamento
em conhecimento validado e avaliado.
4.2.1.2 Sistema Nacional de
Atenção ao Consumidor de Drogas Ilícitas:
Com
o objetivo de melhorar a atenção aos consumidores que requerem tratamento e
reabilitação de maneira progressiva, o Governo Nacional desenhará e
implementará um Sistema Nacional de Atenção ao Consumidor de Drogas Ilícitas
que inclua ações complementárias de reabilitação e inserção social.
4.2.1.3 Revisão e ajuste
participativo da política frente ao consumo de drogas ilícitas:
O
programa coordenará a reformulação participativa da política frente ao consumo
enfocada na promoção em saúde, prevenção e superação do consumo, assim como na
mitigação de riscos e danos a partir da avaliação e revisão das ações até agora
implementadas e tendo em conta as especificidades e necessidades de focalização
segundo grupos de idade, gênero, condição socioeconômica e localização
geográfica.
Para
garantir a revisão e o ajuste participativo da política frente ao consumo com
base nos princípios descritos anteriormente, o Governo criará uma instância
nacional com representantes das autoridades com competência no tema,
instituições científicas, centros especializados, instituições educativas,
associações de pais e família, comunidades religiosas e consumidores.
Para
o cumprimento de sua função esta instância deverá ter em conta:
- A
revisão e avaliação das políticas e estratégias que têm-se desenvolvido a nível
nacional e local em matéria de prevenção e superação do consumo, assim como de
mitigação de riscos e danos, com a participação das comunidades e expertos no
tema.
- As
análises territoriais sobre o consumo de drogas ilícitas, em coordenação com
las autoridades departamentais e municipais, que permitam identificar e
contextualizar a problemática, riscos, vulnerabilidades, tendências,
consequências e novas dinâmicas do consumo de drogas ilícitas.
- As experiências
que existam tanto internacional como nacionalmente e as recomendações que
emitam organismos internacionais.
4.2.1.4
Planos de ação participativos com
enfoque territorial e populacional:
Baseados na política e analises
territoriais sobre consumo de drogas ilícitas, o Programa promoverá o
desenvolvimento das capacidades das autoridades locais e apoiará na formulação
e execução participativa de
planes de ação departamentais e municipais frente ao consumo, de acordo com as
particularidades dos territórios e diferentes grupos populacionais.
Ditos
planos devem conter como mínimo:
•
Ações para a promoção da saúde e
prevenção do consumo baseadas na evidencia que respondam à particularidades e
níveis de risco de cada território e que permitam o fortalecimento dos fatores
de proteção (autoestima, solução de conflitos, manejo do tempo libre,
fortalecimento de núcleos familiares, promoção do compromisso escolar, estilos
de vida saudáveis, desenvolvimento de habilidades culturais, esportivas e
atividades de lazer) frente aos riscos identificados. Será
dada especial atenção à prevenção em criança e adolescentes.
•
Ações
para fortalecer às comunidades para contribuir à promoção em saúde e prevenção
frente ao consumo.
•
Ações
para apoiar e fortalecer processos de liderança juvenil visando impactar
positivamente em diferentes cenários (colégios, clubes, bairros, etc.).
•
Programas
especiais de prevenção nas instituições educativas nos seus diferentes níveis
que se estenderão a centros urbanos e zonas rurais, fazendo partícipes a
diretivos, docentes, padres de família e estudantes, a través de ações de
formação integral,
•
Ação de redução de danos
baseadas na evidencia, orientadas a minimizar o impacto negativo do consumo de
drogas no consumidor, na família e na comunidade, priorizando populações
mais vulneráveis como habitantes de rua, mulheres e população carcerária.
• Ações para sensibilizar e guiar
à comunidade e instituições para prevenir a estigmatização dos consumidores.
• Ações para ampliar e melhorar o
acesso e oferta em atenção e assistência qualificada aos consumidores,
incluindo tratamento y reabilitação, levando em consideração, entre outros, o
enfoque de gênero.
4.2.1.5
Avaliação
e seguimento das ações que se adiantem em matéria de consumo:
Com o objetivo de adiantar um monitoramento
permanente das ações que se adiantam em matéria de consumo e avaliar seu
impacto e determinar novas necessidades, o Programa desenhará e porá em marcha
um sistema de seguimento e avaliação.
Este
sistema contará com instancias participativas de seguimento e avaliação a nível
municipal e departamental, integradas pelas autoridades, instituições
científicas, centros especializados, instituições educativas, associações de
padres de família, comunidades religiosas, organizações sociais, expertos, consumidores,
entre outros.
4.2.1.6
Geração
de conhecimento em matéria de consumo de drogas ilícitas:
Com o fim de ter informação
suficiente e atual em matéria de promoção em saúde, prevenção e atenção
integral do consumo de drogas ilícitas que contribuía à toma de decisões e que
sirva como insumo para o desenho, implementação, seguimento, avaliação e
ajustes da política baseada em evidencia, se adiantarão as seguintes medidas:
•
Pesquisar
sobre o consumo de drogas ilícitas com foco diferencial, de género e de grupos
etárias.
•
Adiantar
periodicamente, em coordenação com autoridades departamentais e municipais,
analise territoriais sobre o consumo de drogas ilícitas, sintéticas e naturais,
que permitam identificar e contextualizar a problemática, riscos,
vulnerabilidades, tendências, consequências e novas dinâmicas de consumo de
drogas ilícitas.
•
Criar
mecanismos de difusão da informação sobre consumo de drogas ilícitas
considerando os diferentes públicos de interesse.
* O
compromisso de financiamento deste Programa se discutirá no ponto seis da
Agenda do Acordo General
4.3.
Solução
ao fenómeno de produção e comercialização de narcóticos:
O
problema das drogas ilícitas é transnacional, e sua solução supõe atuar
simultaneamente tanto no interior do país como na coordenação e com o
compromisso da comunidade internacional.
No marco do fim do conflito,
tanto para facilitar a implementação dos acordos como em geral para enfrentar o
reto do crime organizado associado ao narcotráfico e lavado de ativos, é
necessário colocar em marcha políticas e programas para desativar os fatores e
mecanismos que estimulam e mantem o problema da produção e comercialização de
drogas ilícitas lucrando-se dela. O propósito central é desarticular as
organizações criminosas comprometidas com este flagelo, incluindo as redes
dedicadas ao lavado de ativos.
Aspiramos
ter um país sem narcotráfico, que deve ser propósito mancomunado de todos e
implica transformações políticas, institucionais e da sociedade geral com o fim
de consolidar uma cultura baseada em valores contra o narcotráfico y o lavado
de ativos que nos permita erradicar e superar o impacto de este fenômeno.
Por último, a construção de uma
paz estável e douradora supõe abordar o tema do esclarecimento da relação entre
produção e comercialização de drogas ilícitas e conflito, incluindo a relação
entre o paramilitarismo e narcotráfico, e a disposição de todos de contribuir a
esse esclarecimento.
4.3.1. Julgamento efetivo:
![]() |
Como parte do compromisso de
intensificação da luta contra o crime organizado e suas redes de apoio (ponto
3.4 do Acordo Geral) no marco do fim do conflito e com o objetivo de proteger
às comunidades, o desenvolvimento do PNIS, a implementação dos acordos no
território da ameaça do crime organizado, e em geral de desarticular as redes destas
organizações, o Governo Nacional porá em marcha uma estratégia de política
criminal, paralelamente à implementação de una estratégia integral de luta
contra a corrupção, que fortaleça e qualifique a presencia e efetividade
institucional e concentre suas capacidades na investigação, julgamento e sanção
dos delitos associados a qualquer organização ou agrupação criminal
relacionados com produção e comercialização de drogas ilícitas, sempre
considerando o tratamento diferenciado que se deve dar a campesinos e população
rural vinculados à exploração dos cultivos de uso ilícito.
Por outro lado, o Governo
Nacional impulsará a qualificação e fortalecerá as capacidades para julgar de
forma efetiva os membros, especialmente os principais responsáveis, das organizações
de crime organizado, mediante desenho e implementação de uma estratégia
nacional que inclua estratégias regionais que permita o fortalecimento e
articulação de instancias e mecanismos de investigação e julgamento das redes
criminosas associadas ao narcotráfico, com as seguintes medidas:
*
Criação
de grupos interinstitucionais para
adiantar pesquisas
estruturais que tenham mecanismos para reconhecer e compreender
as dinâmicas locais, regionais, nacionais e transnacionais da criminalidade em
todas suas dimensões e previr a aparição de novos grupos dedicados ao crime
organizado, em estreita coordenação com outros organismos do Estado e
considerando os aportes de centros especializados, da academia e cidadania em
geral, e suas distintas formas organizativas, como parte de uma estratégia
integral.
·
O
fortalecimento e ampliação da cooperação regional e internacional para
identificar as redes, sistemas de comercialização e rotas das organizações
criminosas dedicadas ao narcotráfico
4.3.2. Estratégia contra os ativos involucrados no narcotráfico e lavado de ativos:
![]() |
Tendo por fim superar integralmente o fenómeno da produção e comercialização de drogas ilícitas e eliminar os fatores que estimulam as economias ilegais, facilitam a financiamento das redes de crime organizado, permitem o lucro ilegal, se constituem em fator de corrupção e perturbam a convivência cidadania, e também com o fim de contribuir à construção da paz, o Governo Nacional porá em marcha uma estratégia para perseguir decididamente os bens e ativos involucrados no narcotráfico e previr e controlar o lavado de ativos. Esta estratégia implementará, entre outras, as seguintes medidas:
•
Identificação da cadeia de valor
do narcotráfico: O Governo Nacional levará a
cabo um processo de mapeamento do delito, a todo nível incluindo o regional,
que permita identificar os sistemas de financiamento das organizações de crime
organizado, os usos destes recursos, os responsáveis financeiros, as
estratégias nacionais e internacionais de lavado de ativos, tipologias e canais
de lavado de capitais, bens adquiridos com estes capitais e as redes de
suplantação das estruturas criminosas e seu nível de penetração no Estado e
suas instituições. Para isto será conformado um grupo de expertos nacionais e
internacionais, incluindo delegados de organizações internacionais e regionais
especializados no tema. Os expertos darão recomendações e farão um informe
público sobre as redes de finanças ilícitas, seu funcionamento e seu impacto
sobre a vida nacional.
•
Ajustes normativos, qualificação
e fortalecimento das capacidades institucionais para a detecção, controle e
reporte de operações financeiras ilícitas:
O Governo Nacional conformará um comitê de expertos, incluindo académicos e
pesquisadores nacionais e internacionais, assim como mesas de trabalho a nível
territorial, com o propósito de desenvolver um novo Estatuto de prevenção e
lucha contra as finanças ilícitas, que permita adequar donde sela necessário,
definir e articular a normatividade referida a esta matéria, enfatizando na
persecução dos chefes do narcotráfico e as organizações dedicadas à produção,
comercialização e lavado de ativos. A normatividade se estenderá a todos os
sectores que estejam em risco de ser utilizados para lavado de ativos. O comitê
levara em consideração o resultado do mapeamento do delito.
•
Instancias de investigação:
O Governo Nacional também promoverá a qualificação e fortalecimento, redesenho
ou criação de instancias de investigação, supervisão do controle financeiro e
de lavado de ativos que permitam identificar os sistemas financeiros das redes
de crime organizado associadas ao narcotráfico suas dinâmicas de acordo com a
cadeia de valor a nível local e nacional, e seus links com o nível
internacional. Os responsáveis destas instancias de investigação farão informes
periódicos e públicos de rendição de contas de sua gestão.
Cultura
contra o lavado de ativos: O Governo Nacional porá em
marcha uma nova campanha nacional que promova valores, alerte sobre novas
modalidades de lavado e fomente a participação e capacidade da cidadania no
ânimo de) ponto 1 do Acordo Geral, para exercer
controle e fiscalização frente à corrupção associada a lavado de ativos e
operações irregulares ou suspeitas, com o fim de evitar que a população e
instituições sejam utilizadas no lavado de ativos.
•
Estratégia para a implementação efetiva da extinção de domínio: O
Governo Nacional porá em marcha uma nova estratégia para garantir a aplicação
efetiva da extinção de domínio, que inclua os recursos e ajustes normativos e
institucionais necessários para qualificar e fortalecer as capacidades das
entidades do Estado competentes em matéria de identificação de ativos,
investigação y julgamento, que estará acompanhada da implementação de uma
estratégia integral de luta contra a corrupção.
Adicionalmente o Governo Nacional, mediante os ajustes
normativos e institucionais que sejam necessários, garantirá a administração
transparente e eficiente dos bens em processo de extinção e promoverá a
destinação de bens e capitais objeto de extinção em apoio aos planos e
programas contemplados no Acordo Final.
4.3.3. Controle
de insumos:
O Governo Nacional revisara e estabelecerá estritos
controles estatais sobre a produção, importação e comercialização de insumos e
precursores químicos, requeridos para a produção de drogas ilícitas,
acompanhados do fortalecimento das capacidades de vigilância e controle por
parte do Estado. Serão estabelecidos normas e mecanismos que comprometam às
empresas produtoras, importadoras e comercializadoras na adopção de medidas de
transparência e de controles de uso final de insumos. Com o fim de não afetar
atividades produtivas lícitas, serão projetados protocolos especiais que
permitam identificar usos, frequências e lugares da demanda por insumos.
4.3.4. Estratégia de luta
contra a corrupção
No marco da estratégia integral
de luta contra a corrupção (ponto 3.4 da Agenda do Acordo Geral) será
desenvolvida uma estratégia específica de luta contra a corrupção associada ao
narcotráfico, tendo em consideração os resultados e recomendações do grupo de
experts convocados para realizar o processo de mapeamento da cadeia de valor do
narcotráfico.
De forma paralela à luta contra
a corrupção serão qualificadas e se fortalecerão as capacidades institucionais.
A estratégia deverá incluir o estabelecimento de grupos
interinstitucionais especializados com o fim de atacar as distintas expressões
da corrupção e seus responsáveis e contribuir a melhorar o desempenho
institucional.
4.3.5. Conferência
Internacional e espaços de diálogos regionais
No marco do fim do conflito e
com propósito de contribuir à superação definitiva do problema das drogas
ilícitas, o Governo Nacional promoverá uma Conferência internacional no marco
da Organização das Nações Unidas para reflexionar, fazer uma avaliação objetiva
da política de luta contra as drogas e avançar na construção de consensos nos
ajustes que sejam desenvolvidos internacionales na matéria, assim como a
perspectiva dos países consumidores e produtores, em especial as experiências e
as lições aprendidas na Colômbia e identificando boas práticas baseadas na
evidência.
O Governo Nacional promoverá nesse espaço uma discussão
sobre os compromissos e responsabilidades e em geral a responsabilidade
compartilhada entre países produtores e consumidores no momento de enfrentar o
problema.
No marco desta conferência será promovida a participação de
instituições acadêmicas e de investigação, de produtores de folha de coca,
amapola e marijuana, e de consumidores organizados.
Em forma paralela, o Governo promoverá espaços de diálogo em
março das organizações regionais, OEA, UNASUR e CELAC, com o fim de avançar na
construção de consensos em torno à política de luta contra as drogas.
O Governo Nacional, para a promoção, preparação e realização
da conferência internacional e dos cenários regionais, convocará espaços de
diálogo e reflexão a nível nacional e local.
* O cronograma será discutido no
marco do ponto 6
4,3.6.
No
marco da discussão do ponto 5.2 da Agenda do Acordo Geral será estabelecido o
mecanismo que deverá, entre outros, abordar o tema do esclarecimento da relação
entre produção e comercialização de drogas ilícitas e conflito, incluindo a
relação entre paramilitarismo e o narcotráfico (aspecto do 3.7. da Agenda do
Acordo General).
Na reunião da comissão de
redação do 17 de maio de 2014 acordaram-se as seguintes redações para resolver
alguns dos temas pendentes do texto do Borrador Conjunto do ponto 4 entregues a
garantes o dia 16 de maio:
1.
O
segundo paragrafo do 4.1 “Programas de sustuição de cultivos de uso ilícito.
Planes integrais de desnvolvimento com participação das comunidades no desenho,
execução e avaliação dos programas de substituição e recuperação ambiental das
áreas afetadas por ditos cultivos” quedará assim:
“O novo Programa
Nacional Integral de Sustituição de Cultivos de Uso Ilícito, será a autoridade
nacional competente, na cabeça da Presidência da República, em coordenação com as autoridades estatais que se requeram
para garantir seu pleno desenvolvimento, incluindo as responsáveis da segurança e proteção das
comunidades, segundo a concepção de seguridade contemplada no Acordo Final.
Elimina-se o seguinte texto entre parêntesis: “*Queda condicionado o acordo
sobre esta frase ao que se envolve com a com a frase entre parêntesis/”
2.
No
4.1.2. “Objetivos” eliminan-se os seguintes asteriscos:
“Governo: Lograr que el território
nacional este libre de cultivos ilícito.” “*FARC-EP: Lograr que evitando o
deterioro do médio ambiente o território esteja livre de cultivos de uso
ilícito.”
3.
No
mesmo ponto 4.1.2 “Objetivos” incluem-se o seguinte objetivo: “Lograr que o
território nacional este libre de cultivos de uso ilícito levando em conta o
respeito pelos direitos humanos, o médio ambiente e o bom-viver.”
4.
Incluem-se
um parágrafo no final do ponto 4.1.3.3. “Priorização de territórios”, assim:
“Nos lugares onde os planos de substituição não coincidam com os PDET, as
comunidades beneficiam-se dos planos nacionais da RRI e programas especiais por
parte das autoridades departamentais e municipais em coordenação com o PNIS.”
5.
No
4.1.3.6. “Componentes dos planos integrais de substituição” elimina-se o
seguinte texto que está entre parêntesis: “Propuesta FARC-EP: “nos lugares onde
os planos de substituição não coincidam com os PDET, os espaços deverão ser
atendidos complementariamente com programas especiais da RRI”. Pendente
proposta do Governo”.
[1]
Por “inclusão política” entende-se a participação mais ampla dos cidadãos nos
assuntos públicos, no marco do fortalecimento da democracia e não a propaganda
ou proselitismo político.
[2]Amediero:
colono que cultiva terra por metades, repartindo os produtos com o proprietário
das terras.
[3]
Não pode haver mais de um integrante do núcleo familiar do coletor que receba a
assistência alimentar direta para sua família. O núcleo familiar pode estar composto
por uma só pessoa.
[4]
Atenção integral inclui tratamento, reabilitação e redução de danos.
NOTA EDITORIAL DA TRADUÇÃO DOS COMUNICADOS CONJUNTOS DA MESA DE CONVERSAÇÕES DA HABANA
COM ASCENSÃO DAS LUTAS POPULARES NA COLÔMBIA
O PROCESSO
DE PAZ SEGUE EM MARCHA
Avanço dos diálogos entre as FARC-EP e o Estado da Colômbia
Dos seis pontos
da agenda estabelecida, em três já tem tido pré-acordos importantes (política
de desenvolvimento agrário integral; participação política; solução ao problema
das drogas ilícitas), e começa a se avançar de maneira simultânea em um quarto
e quinto ponto (vítimas e verdade, e fim do conflito), já será só no final do
processo que se trate o último ponto (implementação, verificação e
ratificação), tendo como premissa o critério que nada está acordado até que tudo esteja acordado, e que os avanços
parciais terão que ser aprofundados e ampliados em um debate e deliberação com
o conjunto da sociedade, especialmente com participação dos movimentos
políticos e sociais do campo popular.
Esses avanços
são históricos, em termos da concretude da possibilidade de chegar a um acordo
que possibilite o fim da guerra de mais de 50 anos na Colômbia, conseguindo
algumas reformas, especialmente para o desenvolvimento agrário, na disputa pela
soberania alimentar; assim como garantias para a participação política, não só
dos insurgentes más também de todas as organizações e movimentos políticos de
esquerda e de oposição, para não repetir as recorrentes práticas de extermínio
e criminalização por parte do Estado oligárquico-burguês da Colômbia, cujo pior
exemplo foi o assassinato de mais de 5.000 lideranças e militantes da União
Patriótica; também com o inicio de um processo de verdade histórica que
possibilite além do reconhecimento das vítimas, assumir as verdadeiras causas
da guerra, seus promotores e patrocinadores, para que a não repetição implique
também nos debates e reformas necessárias em termos políticos, econômicos e
sociais, é claro sem deixar de reparar integralmente as vítimas desses mais de
50 anos; o que por sua vez possibilitará avançar mais efetivamente no combate
ao narcotráfico, não como luta contra-insurgente nem com a perseguição e
criminalização dos pequenos produtores com cultivos de uso ilícito, mas
integrando a política de desenvolvimento agrário, brindando garantias para
esses produtores mudar de cultivos nos casos que corresponda, respeitando os
usos ancestrais e/ou culturais, desenvolvendo as suas potencialidades como
plantas medicinais, etc, e combatendo realmente as redes de tráfico de drogas,
e até promover o debate para a necessária legalização do consumo.
Embora tudo o
anterior, também os pré-acordos tem elementos de risco para os interesses do
conjunto do campo social-popular, das classes trabalhadoras, em termos dos
projetos financeiro-transnacionais e de uma economia meramente extrativista,
interesses do bloco oligárquico-burguês. É por isso que o verdadeiro pulso não
está colocado só no diálogo entre as insurgências (se espera que em breve
comesse um processo similar com as guerrilhas Exército de Libertação Nacional
–ELN– e Exército de Libertação Popular –EPL–), é fundamental a ascensão da
mobilização social, das lutas sociais, populares e de classes, a unidade de
todas essas manifestações e dos principais movimentos que têm convergido na
construção da paz com justiça social, democracia e soberania, como são a Marcha
Patriótica, o Congresso dos Povos, entre outros, e as iniciativas de
confluência como a Cúpula Agrária, Étnica e Popular.
Ambiguidade do Estado, o processo eleitoral e os riscos do fim do
diálogo.

Em esse cenário
se viveu o processo eleitoral do congresso e da reeleição de Santos Calderón,
no qual a mídia tem posicionado ideologicamente como o Congresso da Paz e o
Homem da Paz, sendo que nem é uma coisa, nem a outra.
O Congresso,
com participação inclusive do ex-presidente Álvaro Uribe Vélez, quem é a
principal liderança do setor mais reacionário do bloco de poder, está composto
principalmente pelas forças que representam os mesmos interesses econômicos,
mas que diferem principalmente da tática para o fim da guerra, seja prolongar a
mesma até a derrota militar das insurgências (é bom lembrar que essa era o
principal ponto dos dois governos de Uribe Veléz nos seus programas, e que
mesmo com toda a tecnologia a apoio estadunidense não o conseguiu, assim como
que Santos Calderón foi seu ministro de defesa e cabeça das piores ações do
terrorismo de Estado), ou, seja combinando a tática militar com a via do
diálogo.
Os setores de
verdadeira oposição política e/ou econômica são uma minoria, com poucas
garantias para realmente desenvolver dita oposição. Isso é produto das mesmas
faltas de garantias no processo eleitoral, pelo qual ainda esse Congresso é
ilegítimo, com uma presença importante de capitais mafiosos, onde foram eleitos
familiares de ex-congressistas vinculados com o narcotráfico e o
paramilitarismo.
Por sua parte,
Santos Calderón, não se decide ao necessário cessar fogo bilateral por medo as
reações do setor mais abertamente reacionário do bloco de poder, mas também
porque ante suas ambiguidades com o processo de paz como um todo, sempre mantem
a possibilidade e ameaça de dar fim aos diálogos e voltar só à tática militar.
Isso representa
um grande risco não só para a conjuntura do processo de paz, mas para o
conjunto dos movimentos sociais e populares, dado que possivelmente começará
uma nova caçaria de bruxas,
criminalizando camponeses, indígenas, negros, estudantes, trabalhadores,
jovens, mulheres, jornalistas, professores, defensores de direitos humanos, e
tantos outros setores, que estão em luta e contribuindo para construir a paz
com justiça social; o estabelecimento atuará por vias legais e ilegais,
jurídicas e policiais-militares (e paramilitares), para repetir suas históricas
práticas de terrorismo de Estado, para deter a ascensão das lutas sociais e
populares, as lutas de classes.
Mas será só com
o aprofundamento dessas lutas e com a consolidação da unidade popular que será
possível tentar manter o processo de paz em marcha, assim mesmo é necessário
robustecer o acompanhamento internacional.
A importância do acompanhamento internacional como garantia para a
continuidade do processo de paz.
Desde
a aproximação inicial que possibilitou o pré-acordo, garantindo o atual diálogo
entre as FARC-EP e o Estado da Colômbia, assim como nas atuais aproximações com
o ELN, têm sido fundamentais os respaldos e acompanhamentos de diversos
governos da América Latina e da Europa, especialmente dos países garantes (Cuba
e Noruega) e os acompanhantes (Venezuela e Chile).
Venezuela em
cabeça do ex-presidente comandante Hugo Chavez Frías, foi chave para a
confiança das FARC-EP, o qual implica hoje uma grande responsabilidade na
necessidade de continuar brindando essa confiança com o acompanhamento sob o
governo de Nicolas Maduro, que mesmo afrontando difíceis dificuldades internas
mantem sua solidariedade, como expressão do interesse de um povo que é irmão e
que vem de uma mesma luta independentista e libertadora. Neste mesmo sentido
tem sido muito importante que Cuba, com um Estado e um povo solidário e
internacionalista, seja um dos garantes e a sede dos diálogos.
Além desses
países, têm sido fundamentais as diversas expressões de apoio e solidariedade
desde governos, entidades, e sobre todo povos (desde suas organizações e
movimentos políticos e sociais) que vem recebendo esse processo.
Especialmente
apontando a manter o diálogo até conseguir uma solução política que de fim a
guerra, iniciar um cessar fogo bilateral como mostra de sincera vontade de paz
e para começar a diminuir os impactos da guerra na população civil (cabe
lembrar que já as FARC-EP em duas ocasiões durante esses dois anos têm feito
cesse unilateral), efetuar um diálogo com as outras forças insurgentes,
garantir as condições para a participação social e popular ampla no processo de
paz, assumindo a necessária Assembleia Nacional Constituinte, como única
alternativa real para iniciar as mudanças que possibilitem as reformas
políticas, sociais e econômicas, para que realmente dita paz seja estável e
duradoura, como base para uma paz com justiça social, democracia e soberania.
e a construção
de uma paz estável e duradoura


Como resultado
do Encontro Exploratório, que teve como sede Havana, Cuba, entre 23 de
fevereiro e 26 de agosto de 2012, contou com a participação do Governo da
República de Cuba e do Governo da Noruega como garantidores, e com o apoio do
Governo da República Bolivariana da Venezuela como facilitador de logística dentre
outros acompanhantes;
Com a decisão
mútua de colocar fim ao conflito como condição essencial para a construção da
paz estável e duradoura;
Atendendo o
clamor da população pela paz, e reconhecendo que:
A
construção da paz é assunto da sociedade em seu conjunto, o que requer a
participação de todos, sem distinção, incluídas outras organizações
guerrilheiras, que convidamos para unirem-se a este propósito;
O
respeito aos direitos humanos em toda extensão do território nacional é uma
finalidade do Estado e que deve ser promovido;
O
desenvolvimento econômico com justiça social e em harmonia com o meio ambiente
é garantia de paz e progresso;
O
desenvolvimento social com equidade e bem-estar, incluindo as grandes maiorias,
permite o crescimento como país;
Uma
Colômbia em paz terá um papel ativo e soberano na paz e no desenvolvimento
regional e mundial;
É
importante ampliar a democracia como condição para obter bases sólidas para a paz;
Com a disposição
total do Governo Nacional e das FARC-EP de chegarem a um acordo e o convite a
toda a sociedade colombiana, assim como aos organismos de integração regional e
à comunidade internacional, a acompanhar este processo;
Acordamos:
I.
Iniciar
conversações diretas e ininterruptas sobre os pontos da Agenda aqui
estabelecida, com a finalidade de alcançar um Acordo Final para o fim do
conflito a fim de contribuir para a
construção da paz estável e duradoura.
II.
Estabelecer
uma Mesa de Conversações que se instalará em Oslo, Noruega, dentro dos
primeiros 15 dias do mês de outubro de 2012, e cuja sede principal será Havana,
Cuba. A Mesa poderá fazer reuniões em outros países.
III.
Garantir
a efetividade do processo e concluir o trabalho sobre os pontos da Agenda de
maneira expedita e no menor tempo possível, para cumprir com as expectativas da
sociedade sobre um rápido acordo. Em todo caso, a duração estará sujeita a
avaliações periódicas dos avanços.
IV.
Desenvolver
as conversações com o apoio dos governos de Cuba e Noruega como garantidores, e
os governos da Venezuela e Chile com acompanhantes. De acordo com as
necessidades do processo, se poderá de comum acordo convidar a outros.
V.
A
seguinte Agenda:
1. Política de desenvolvimento agrário
integral
O
desenvolvimento agrário integral é determinante para impulsionar a integração
das regiões e o desenvolvimento social e econômico equitativo do país.
1.
Acesso
e uso da terra. Terras improdutivas. Formalização da propriedade. Fronteira
agrícola e proteção de zonas de reserva.
2.
Programas
de desenvolvimento com enfoque territorial.
3.
Infraestrutura
e adequação de terras.
4.
Desenvolvimento
social: Saúde, educação, habitação, erradicação da pobreza.
5.
Estímulo
da produção agropecuária e à economia solidária e cooperativa. Assistência
técnica. Subsídios, Crédito. Geração de rendas. Mercado, Formalização
trabalhista.
6.
Sistema
de segurança alimentar.
2.
Participação
política
1.
Direitos
e garantias para o exercício da oposição política em geral e, em particular,
para os novos movimentos que surjam após a assinatura do Acordo Final. Acesso
aos meios de comunicação.
2.
Mecanismos
democráticos de participação cidadã, incluídos os de participação direta, nos
diferentes níveis e diversas questões.
3.
Medidas
efetivas para promover maior participação na política nacional, regional e
local de todos os setores, incluindo a população mais vulnerável, em igualdade
de condições e com garantias de segurança.
3. Fim do conflito
Processo
integral e simultâneo que implica:
1.
Cessar-fogo
e de hostilidades bilateral e definitivo; Cessar-fogo definitivo e fim de
hostilidades bilaterais.
2.
Abandono
das armas. Reincorporação das FARC-EP à vida civil – no que se refere ao
econômico, social e político –, de acordo com seus interesses.
3.
O
Governo Nacional coordenará a revisão da situação das pessoas privadas da
liberdade, processadas ou condenadas, por pertencer ou colaborar com as
FARC-EP.
4.
Paralelamente,
o Governo Nacional intensificará o combate para acabar com as organizações
criminosas e suas redes de apoio, incluindo a luta contra a corrupção e a
impunidade, em particular contra qualquer organização responsável por
homicídios e massacres ou que atente contra defensores de direitos humanos,
movimentos sociais ou movimentos políticos.
5.
O
Governo Nacional revisará e fará as reformas e os ajustes institucionais
necessários para fazer frente aos caminhos da construção da paz.
6.
Garantias
de segurança.
7.
No marco do estabelecido no Ponto 5 (Vítimas)
deste acordo se esclarecerá, entre outros, o fenômeno do paramilitarismo.
A assinatura do
Acordo Final inicia este processo, o qual deve desenvolver-se em um tempo prudente
acordado pelas partes.
4. Solução ao
problema das drogas ilícitas
1.
Programas
de substituição de cultivos de uso ilícito. Planos integrais de desenvolvimento
com participação das comunidades no projeto, execução e avaliação dos programas
de substituição e recuperação ambiental das áreas afetadas pelos ditos
cultivos.
2.
Programas
de prevenção do consumo e saúde pública.
3.
Solução
do fenômeno de produção e comercialização de narcóticos.
5. Vítimas
Ressarcir
as vítimas está no centro do acordo Governo Nacional – FARC-EP. Nesse sentido,
se tratarão:
1.
Direitos
humanos das vítimas.
2.
Verdade.
? Direito a verdade
6. Implementação,
verificação e validação ou confirmação
A assinatura do
Acordo Final dá início à implementação de todos os pontos acordados.
- Mecanismos
de implementação e verificação.
a.
Sistema
de implementação, dando-lhe especial importância às regiões.
b.
Comissões
de prosseguimento e verificação.
c.
Mecanismos
de resolução de diferenças.
Estes mecanismos
terão capacidade e poder de execução e estarão formados por representantes das
partes e da sociedade segundo o caso.
- Acompanhamento
internacional.
- Cronograma.
- Orçamento.
- Ferramentas
de difusão e comunicação.
- Mecanismo
de validação ou confirmação dos acordos.
VI.
As
seguintes regras de funcionamento:
- Nas
sessões da Mesa participarão até 10 pessoas por delegação, dos quais até 5
serão plenipotenciários que serão porta-vozes. Cada delegação será
composta por até 30 representantes.
- A
fim de contribuir com o desenvolvimento do processo, poderão ser
realizadas consultas a especialistas sobre os temas da Agenda, uma vez
surtido o trâmite correspondente.
- Para
garantir a transparência do processo, a Mesa elaborará informes
periódicos.
- Será
estabelecido um mecanismo para dar a conhecer conjuntamente os avanços da
Mesa. As discussões da Mesa não se farão públicas.
- Será
implementada uma estratégia de difusão eficaz.
- Para
garantir a mais ampla participação possível, será estabelecido um mecanismo
de recepção de propostas sobre os pontos da Agenda de cidadãos e
organizações, por meios físicos ou eletrônicos. De comum acordo e em tempo
determinado, a Mesa poderá fazer consultas diretas e receber propostas
sobre os ditos pontos, ou delegar a um terceiro a organização de espaços
de participação.
- O
Governo Nacional garantirá os recursos necessários para o funcionamento da
Mesa, que serão administrados de maneira eficaz e transparente.
- A
Mesa contará com a tecnologia necessária para adiantar o processo.
- As
conversações iniciarão com o ponto Política de desenvolvimento agrário
integral e se seguirá com a ordem que a Mesa acorde.
- As
conversações se darão sob o princípio que nada está acordado até que tudo
esteja acordado.
Assinado nos 26
dias do mês de agosto de 2012, em Havana, Cuba.
COMUNICADO CONJUNTO.
OUTUBRO 15, 2012.
Enviados por Mesa de Conversações em Qua, 01/02/2013 - 14:10
As delegações do Governo e as FARC-EP informam que após da conclusão da
fase exploratória e até esta data continuaram os contatos e reuniões de
trabalho preparatórias à instalação da Mesa de Conversações na Noruega.
Reiteramos o cumprimento da citação pela paz da Colômbia para 17 de
outubro desenvolvendo uma agenda que culminará no dia 18 da tarde, de acordo
com o horário de Oslo, com a instalação pública e da conferência de imprensa.
Assinam
Delegação do Governo Nacional
Delegação das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia FARC-EP.
Outubro 15, 2012.
COMUNICADO CONJUNTO.
HURDAL, NORUEGA, 18 DE OUTUBRO DE 2012.
Por Mesa de Conversações em Qua, 01/02/2013 - 12:07
1. Em Reunião em Oslo (Noruega) porta-vozes do Governo da Colômbia e as
Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, Exército do Povo, Farc - EP,
concordamos a instalação pública da Mesa de Conversações encarregada de
desenvolver o acordo geral para o fim do conflito e a construção de uma paz
estável e duradoura. Assim, começou formalmente a segunda fase.
2. Desenvolvimento Agrário é o primeiro item da agenda acordada e será
abordada a partir de 15 de novembro, em Havana (Cuba).
3 As partes designarão porta-vozes que se reunirão 05 de novembro em
Havana para continuar os trabalhos preparatórios necessários.
4 Agradecemos a hospitalidade dos países garantidores deste processo, na
Noruega e Cuba, e o generoso apoio dos países acompanhantes: Venezuela e Chile.
COMUNICADO CONJUNTO 13
DE NOVEMBRO DE 2012.
Enviado por Mesas de Conversação em Qua, 01/02/2013 - 00:41
1 Os delegados do Governo Nacional e as FARC-EP concordaram em continuar
a reunião para finalizar os detalhes técnicos dos mecanismos de participação
cidadã de 15 de novembro até 18 de março.
2 Na segunda-feira 19, em Havana, Cuba, os negociadores delegados
iniciarão discussões sobre a agenda acordada.
COMUNICADO CONJUNTO.
HAVANA, 25 DE NOVEMBRO DE 2012.
Por Mesa de Conversações em Quin 12/06/2012 - 22:59
As delegações do Governo da República da Colômbia e as FARC-EP relatam
que:
Em conformidade com o Acordo Geral sobre o fim do conflito e a
construção de uma paz estável e duradoura, concordaram em lançar o primeiro
espaço de participação da Mesa de Conversações, por meio da convocatória do
Fórum chamado Política em Desenvolvimento Agrícola Integral (Enfoque
Territorial) em Bogotá, em 17, 18 e 19 de Dezembro.
Isto, a fim de que a Mesa receba propostas de participação do cidadão
útil para a discussão do primeiro item da ordem do dia.
A Mesa de Conversações pediu à Organização das Nações Unidas na Colômbia
e à Universidade Nacional - Centro de
Pensamento e Seguimento ao Diálogo de Paz, para que convoquem, organizem e
sirvam como relatores das discussões e as conclusões a serem entregues à Mesa
de Conversações no dia 8 de janeiro de 2013.
Nos próximos dias estará funcionando o Site operacional da Mesa de
Conversações.
COMUNICADO CONJUNTO.
HAVANA-29 DE NOVEMBRO DE 2012.
Por Mesa de Conversações em Quin, 12/06/2012 - 23:02
As delegações do Governo da República da Colômbia e as FARC-EP relatam
que:
Em conformidade com o Acordo Geral sobre o fim do conflito e a
construção de uma paz estável e duradoura, concordaram em lançar o site da Mesa
de Conversações para facilitar a difusão de comunicados conjuntos e demais informações
provenientes da Mesa, assim como abrir o espaço virtual que se estabelece no
Acordo. O site, cujo domínio é www.mesadeconversaciones.com.co estará
funcionando no próximo dia 07 dezembro de 2012, momento em que se realizará uma
ampla campanha de informação por meios públicos e privados: televisão, rádio,
jornais e outros, para promover a participação de todos.
Acordou-se o formato para a participação dos cidadãos por meios físicos.
A distribuição será efetiva com o apoio de prefeitos e governadores, por
enquanto.
No contexto da discussão do primeiro ponto da Agenda -Política do
Desenvolvimento Agrário Integral –acordou- se o funcionamento do Fórum Política
do Desenvolvimento Agrário Integral (Enfoque Territorial), que será realizada
em Bogotá, em 17, 18 e 19 dezembro.
Em 28 de novembro, a Mesa conversou com uma das delegações de
especialistas sobre as questões agrícolas, tal como previsto no Acordo.
A Mesa concordou em receber os resultados dos fóruns organizados
pelas Comissões da Paz do Congresso da Republica, que teve o apoio Nações
Unidas da Colômbia, por meio das missões diplomáticas na Colômbia, dos garantidores
do processo: Cuba e Noruega.
As delegações se reuniram hoje com representantes de Venezuela e Chile,
países acompanhantes que saudaram e agradeceram sua presença e relataram o
andamento das conversações.
A Mesa retomará as conversações sobre o primeiro ponto da ordem do dia
na quarta-feira 5 de Dezembro.
As delegações convidam a todos os colombianos a participar e manter seu
apoio a este processo de conversações que devem levar ao término do conflito e
a construção de uma paz estável e duradoura. Dessa maneira, reiteram seu
agradecimento aos países garantidores, Cuba e Noruega, por seu apoio eficaz
para o desenvolvimento das conversações.
COMUNICADO CONJUNTO.
HAVANA, 09 DEZ 2012.
Enviado por Mesa de Conversações em Quin, 2012/12/13 - 07:34
As delegações do Governo da República da Colômbia e as FARC-EP relatam
que:
Receberam hoje, as propostas da sociedade civil que foram levantadas e
discutidas em fóruns impulsionados pelas Comissões de Paz do Senado e da Câmara
dos Representantes, durante os meses de outubro e novembro do ano passado, que
foram apoiados pelo sistema das Nações Unidas na Colômbia e foram acompanhados
por cartas remissórias das diretivas dessas comissões de paz.
Destacam a liderança das Comissões de Paz do Congresso da Colômbia para
promover esta iniciativa e apreciam a chegada oportuna de tais propostas,
sistematizadas por região e ordenadas considerando os itens específicos da
agenda do Acordo Geral que se tornam uma valiosa contribuição para enriquecer
discussões em curso.
Agradecem aos países garantidores, Cuba e Noruega, e suas respectivas
missões diplomáticas na Colômbia por sua intervenção imediata para estes
documentos estejam nas mãos das delegações.
As delegações convidam a todos os colombianos a apresentarem as suas
propostas através do site das conversações já em operação, ou nos formulários
que serão distribuídos nos próximos dias nas prefeituras e governos
departamentais.
COMUNICADO CONJUNTO,
HAVANA, 21 DE DEZEMBRO DE 2012.
Enviado por Mesa de Conversações em sex, 12/21/2012 - 16:15
As delegações do Governo Nacional e as FARC-EP informam que:
Ao longo destes dias avançamos na discussão do ponto um da agenda do
Acordo Geral "Política de Desenvolvimento Agrário Integral", na busca
de soluções para contribuir ao desenvolvimento e a superação das desigualdades
do campo colombiano. Especialistas e pessoas ligadas ao setor rural, no
contexto das consultas diretas acordadas no Acordo foram ouvidos.
Agradecemos as muitas propostas apresentadas através do site da Mesa de
Conversações www.mesadeconversaciones.com.co, e convidamos a continuar
participando através deste mecanismo.
As delegações estão comemorando o sucesso do Fórum "Política de
Desenvolvimento Agrícola Integral (Enfoque Regional)". A participação dos
cidadãos foi plural, organizada e tolerante; as propostas serão úteis para as
nossas discussões.
Cada delegação ficou com tarefas relacionadas ao item 1 da Agenda do
Acordo Geral, a fim de estudar em janeiro próximo as propostas concretas que
nos permitam delinear acordos.
As conversações entre o governo e as FARC-EP passaram em uma atmosfera
de respeito e espírito construtivo.
Agradecem aos governos de Cuba e Noruega como garantidores têm feito um
papel diligente. Além disso, agradecem ao Governo da Venezuela e do Chile por seu apoio a esses esforços.
Para continuar as conversações nos reuniremos na Havana em 14 de janeiro
de 2013.
COMUNICADO CONJUNTO.
HAVANA, 24 DE JANEIRO DE 2013
Enviado por Mesa de Conversações em Qui, 2013/01/24 - 13:26
As delegações do governo e as FARC - EP informam que:
No contexto da
discussão do primeiro ponto da Agenda-Política de Desenvolvimento Agrário
Integral com abordagem territorial-
abordou-se a analise do ponto de acesso à terra, aparecendo proximidades
entre as delegações no que diz respeito a erradicação da pobreza rural e ao alcance
da transformação da realidade do campo por meio de programas integrais para
democratizar o acesso à terra, que sejam sustentáveis, regularizem, deem segurança
jurídica à propriedade e garantam o bem estar do maior número de agricultores e populações rurais.
As delegações se reuniram com representantes dos governos da Venezuela e
Chile, países que acompanham o processo, e informaram o andamento das conversações.
Também o fizeram com os porta-vozes do Escritório das Nações Unidas na Colômbia
e Centro de Pensamento para a Paz da Universidade Nacional, com quem avaliaram
os resultados e conclusões do recente Fórum Agrícola feito em Bogotá.
Também foi realizada uma reunião técnica com os operadores do site da Mesa
de Conversações, para fazer ajustes e facilitar seu funcionamento.
As delegações convidam todos os colombianos e organizações sociais para
participar com as suas propostas sobre a agenda das conversações, através do
site www.mesadeconversaciones.com.co ou dos formatos físicos que estão sendo
distribuídos nas províncias e municípios de todo o país.
Reiteram seu apreço aos países garantidores, Cuba e Noruega, por seu
apoio eficaz para o desenvolvimento das conversações.
Um novo ciclo de conversações começará em Havana em 31 de janeiro.
COMUNICADO CONJUNTO.
HAVANA-10 DE FEVEREIRO DE 2013
Por Mesa de Conversações em Sab, 2013/02/10 - 13:39
As delegações do governo e as FARC-EP informam que:
No contexto da discussão do primeiro ponto da –Política de
Desenvolvimento Agrário Integral, com enfoque territorial- abordou-se de forma
exaustiva o ponto de acesso à terra, aparecendo aproximações sobre o propósito
de dar acesso progressivo à terra ao maior número possível de colombianos que não
a possuem ou a possuem de forma insuficiente.
As delegações se reuniram com representantes dos governos do Chile e da
Venezuela, países acompanhantes do processo, a quem relataram o andamento das conversações.
Mais uma vez, as delegações convidam todos os colombianos e organizações
sociais para participar com as suas propostas sobre a agenda das conversações,
através do site www.mesadeconversaciones.com.co ou dos formatos físicos que
estão sendo espalhados pelos governadores e prefeitos em todo o país.
Reiteram seu agradecimento aos países garantidores, Cuba e Noruega, por
seu apoio eficaz para o desenvolvimento das conversações.
Um novo ciclo de conversações começará em Havana em 18 de fevereiro.
COMUNICADO CONJUNTO,
HAVANA 1 DE MARÇO DE 2013
Enviado por Mesa de Conversações em Sex, 03/01/2013 - 14:45
As delegações do governo e as FARC-EP informam que:
No contexto da discussão do primeiro item da Agenda, Política de
Desenvolvimento Agrícola Integral, avançamos na construção de um acordo sobre
as seguintes questões: o acesso e uso da terra; terras improdutivas;
formalização da propriedade; fronteira agrícola e proteção das áreas de
reserva.
Destacamos a importância da participação cidadã e de organizações
sociais por meio do site, onde temos até agora recebido mais de 500 propostas.
Mais uma vez, as delegações convidam todos os colombianos e organizações
sociais para participar com as suas propostas na agenda das conversações,
através do site www.mesadeconversaciones.com.co ou dos formatos físicos que já
estão sendo distribuídos nas governos departamentais e prefeituras de todo o
país.
As delegações receberam porta-vozes dos governos do Chile e da
Venezuela, países que acompanham o processo, a os que relataram o andamento das
conversações.
Reiteram seu agradecimento aos países garantidores, Cuba e Noruega, por
seu apoio eficaz para o desenvolvimento das conversações.
Um novo ciclo de conversações começará em Havana em 11 de março.
COMUNICADO CONJUNTO DO DIA 21 DE MARÇO DE 2013
Enviado pela Mesa
de Conversações o dia 03/21/2013
As delegações do
Governo colombiano e das FARC-EP informam que:
Continuamos
avançando na discussão do primeiro tema da Agenda e na construção de acordos
sobre os temas de acesso e uso da terra, terras improdutivas, formalização da
propriedade, fronteira agrícola e proteção de zonas de reserva.
Devido a esse
avanço, os delegados de ambas as partes pediram à representação da Organização
de Nações Unidas na Colômbia e ao Centro
de Pensamiento para la Paz da Universidad
Nacional de Colombia que iniciem a preparação de um novo fórum sobre o
próximo tema da Agenda, ou seja Participação Política, a ser realizado a finais
do próximo mês.
Os delegados de
ambas as partes convidam a todos os colombianos e a organizações sociais para
participarem com suas propostas sobre a agenda de diálogos, por meio do site www.mesadeconversaciones.com.co
ou através dos formulários que estão sendo disponibilizados nas governos
departamentais e prefeituras em todo o país.
Reiteram seu
agradecimento aos países garantidores, Cuba e Noruega, pelo eficaz apoio.
Manifestam seu pêsame pelo falecimento do Presidente Hugo Chávez à família,
povo e governo da Venezuela, país que acompanha este processo.
Um novo ciclo de
diálogos será iniciado no próximo dia 2 de abril.
COMUNICADO CONJUNTO. HAVANA, 30 DE MARCO DE 2013
Enviado pela Mesa
de Conversações sábado, 03/30/2013
Após uma série
de reuniões nos dias de Semana Santa, os delegados do Governo Nacional e das Fuerzas Armadas Revolucionarias de Colombia
–Ejercito del Pueblo– concordaram a retomada das conversações na terceira
semana de abril.
Com o propósito
de “concluir o trabalho sobre os temas da Agenda de maneira expedita e no menor
tempo possível”, como haviam pactuado no Acordo General no passado mês de
agosto, os delegados dedicaram a primeira quinzena de abril a trabalhar
separadamente nos subtemas que faltam do primeiro tema (desenvolvimento agrário
integral). Também se dedicaram à realização de consultas com a Universidade
Nacional e as Nações Unidas no dia 5 de abril para a preparação do fórum sobre
participação política que será realizado em Bogotá nos dias 28, 29 e 30 de
abril.
Durante esse
tempo as equipes técnicas de ambas as partes continuaram seu trabalho conjunto.
A Mesa vai retomar seu ciclo normal na terceira semana de abril.
COMUNICADO CONJUNTO, 18 DE ABRIL DE 2013, HAVANA,
CUBA
Enviado por Mesa
de Conversações quinta-feira, 04/18/2013
As delegações do
Governo colombiano e das FARC-EP, comunicam que a Mesa de Conversações vai
retomar as reuniões protocolares o dia 23 de abril de 2013.
Esse período tem
sido de intenso e produtivo trabalho conjunto tanto das equipes técnicas quanto
dos delegados de ambas as partes.
Lembramos a
todos os cidadãos que o fórum sobre o segundo tema da agenda “Participação
Política” será realizado entre os dias 28 e 30 de abril de 2013.
Reiteramos o
agradecimento pelo apoio prestado aos governos e povos dos países garantidores
e acompanhantes, assim como ao Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
Conforme o Acordo
Geral trabalhamos para cumprir com a expectativa da sociedade sobre um rápido
acordo e para tornar realidade o anseio nacional: a paz estável e duradoura.
Havana, Cuba, 18 de abril de 2013.
COMUNICADO CONJUNTO. HAVANA, 03 DE MAIO DE 2013.
Enviado por Mesa
de Conversações, sábado 05/04/2013
As delegações do
Governo e das FARC-EP informam que:
Como resultado
do trabalho realizado pelos delegados de paz neste ciclo de conversações, foram
atingidos avanços importantes na construção de novos acordos sobre os temas de
programas de desenvolvimento com perspectiva territorial, infraestrutura e
adequação de terras, desenvolvimento social (saúde, educação, moradia,
erradicação da pobreza), estimulo à produção agrária e pecuária, e à economia
solidária e cooperativa.
Temas esses
sobre os quais temos preparado um esboço de acordo, após discutir em detalhe
sobre esses problemas, tal e como pede a sociedade colombiana, que na sua
maioria apoia os diálogos da Havana, Cuba.
Os delegados de
ambas as partes agradecem ao Escritório da Organização das Nações Unidas na
Colômbia, assim como ao Centro de Pensamiento para la Paz da Universidade
Nacional, pela organização e realização do importante fórum sobre participação
política ocorrido semana passada em Bogotá.
Reiteram seu
agradecimento aos países garantidores, Cuba e Noruega, por seu eficaz apoio,
assim como aos países acompanhantes, Venezuela e Chile.
Um novo ciclo de
diálogos iniciará o próximo 15 de maio.
COMUNICADO CONJUNTO, 26 DE MAIO DE 2013, HAVANA,
CUBA.
Enviado por Mesa
de Conversações, domingo 05/26/2013
As delegações do
Governo colombiano e das FARC-EP, informam que:
Temos chegado a
um acordo sobre o primeiro tema da Agenda conforme o “Acordo Geral para a
terminação do conflito e a construção de uma paz estável e duradoura”.
Acordamos
chamá-lo “Para um novo campo colombiano: Reforma rural integral”.
No próximo ciclo
de conversações apresentaremos o primeiro relatório periódico da Mesa. Temos
construído acordos sobre os seguintes temas:
·
Acesso
e uso da terra. Terras improdutivas. Formalização da propriedade. Fronteira
agrícola e proteção de zonas de reserva camponesa.
·
Programas
de desenvolvimento com perspectiva territorial.
·
Infraestrutura
e adequação de terras.
·
Desenvolvimento
social: saúde, educação, moradia, erradicação da pobreza.
·
Estímulo
à produção agrária e pecuária, e a economia solidária e cooperativa.
Assistência técnica. Subsídios. Créditos. Geração de renda. Acesso a mercados.
Formalização do emprego.
·
Políticas
alimentarias e nutricionais.
Além disso,
temos acordado o início de transformações radicais da realidade rural e agrária
de Colômbia com equidade e democracia. As pessoas são o foco desse acordo: o
pequeno produtor, o acesso e distribuição de terras, a luta contra a pobreza, o
estímulo à produção agrária e pecuária, e a reativação da economia do campo.
Objetiva que o
maior número de habitantes do campo, sem terra ou sem-terra suficiente, possam
ter acesso a ela através da criação de um Fundo de Terras para a Paz.
O Governo
Nacional vai formalizar progressivamente –de acordo com o marco constitucional
e legal– todos os terrenos que ocupam ou sob posse dos camponeses na
Colômbia.
Serão criados os
mecanismos para solucionar conflitos sobre o uso da terra e uma jurisdição
agrária para a proteção dos direitos de propriedade em que prevaleça o bem
comum.
O acordo será
acompanhado de planos para a moradia, agua potável, assistência técnica,
capacitação, educação, adequação de terras, infraestrutura e recuperação de
solos.
O acordo visa
reverter os efeitos do conflito e que as vítimas sejam ressarcidas do espólio e
o deslocamento forçado.
O acordo inclui
a formação e atualização da informação sobre o campo visando a atualização do
censo de terras, procurando a segurança jurídica e uma melhor e mais eficiente
informação.
Pensando nas
futuras gerações de colombianos, o acordo delimita a fronteira agrícola, para
proteger as áreas de especial interesse ambiental.
Objetivando um
campo com proteção social, erradicar a fome através de um sistema de
alimentação e nutrição.
Até agora o
combinado faz parte de um acordo mais amplo que esperamos alcançar nos próximos
meses, o qual contém seis subtemas. A partir do seguinte ciclo de conversações
que se inicia no dia 11 de junho, começaremos a discussão do segundo tema da
Agenda incluído no “Acordo Geral” da Havana, chamado de Participação
Política.
Um dos
princípios norteadores dessas conversações é que “nada é acordado até que tudo
seja acordado”. Isso quer dizer que os acordos que temos construído, estão
condicionados ao fato de que cheguemos a um acordo sobre a totalidade da Agenda
e que também na medida em que se avance na discussão seja possível ajustar e
complementar os acordos sobre cada um dos subtemas.
Queremos
destacar que nesses seis meses de diálogos não discutimos apenas o tema
agrário. Neste período demos folego ao processo de conversações. Combinamos o
modo de trabalhar em plenária, em comissões ou por separado e foram postos em
andamento diferentes mecanismos de participação e consulta cidadã para receber
propostas e opiniões de cidadãos e organizações sociais. Esses mecanismos e
procedimentos de trabalho e participação já estão ativos, assim que esperamos
que mais adiante avancemos com maior celeridade na busca de acordos.
Ressaltamos a
contribuição do Escritório das Nações Unidas na Colômbia e do Centro de Pensamiento para la Paz da
Universidade Nacional para a organização dos fóruns que foram realizados em
Bogotá sobre os temas Agrário e de Participação Política. Também incluímos as
contribuições das mesas regionais organizadas pelas Comissões de Paz do Senado
e pela Câmara de Representantes de Colômbia.
Agradecemos aos
milhares de colombianos e colombianas y organizações sociais que nos enviaram
suas propostas e opiniões sobre os temas da Agenda através dos fóruns, web site
ou os formulários disponibilizados nas prefeituras e governos departamentais.
Todas e cada uma destas propostas foram recebidas em Havana pelos delegados de
ambas as partes. Na Mesa de Conversações acordou-se e colocou-se em andamento
um procedimento para receber as propostas ordenadamente, classificá-las e
disponibilizá-las em meio eletrônico.
Queremos
agradecer especialmente a Cuba e Noruega –países garantidores neste processo–
pelo apoio permanente e pelo clima de confiança que propiciam. A presença de
seus representes na Mesa de Conversações é um fator fundamental para o
desenvolvimento das mesmas. Também agradecemos ao Chile e a Venezuela –países
acompanhantes– que são informados periodicamente pelos delegados de ambas as
partes a respeito do andamento dos diálogos.
Esses quatro
países conformam um grupo de nações amigas do processo que valorizamos de
maneira especial, assim como também agradecemos as expressões de apoio de outra
nações, organismos e líderes internacionais que fortalecem a confiança no
caminho que estamos transitando.
COMUNICADO CONJUNTO, 11 DE JUNHO DE 2013, HAVANA,
CUBA.
Enviado pela Mesa
de Conversações, terça-feira 06/11/2013
As delegações do
Governo colombiano e das FARC-EP informam que:
Visando agilizar
o trabalho da Mesa de Conversações, combinaram trabalhar por separado esta
semana.
Cada grupo de
delegados estudará diferentes documentos, especialmente os que provém do fórum
sobre Participação Política e que foi realizado recentemente em Bogotá,
organizado pelo Escritório das Nações Unidas na Colômbia e pelo Centro de Pensamiento para la Paz da
Universidade Nacional.
Ao longo dessa
semana, os delegados de ambas as partes receberão em Havana os porta-vozes dessas duas instituições.
Tal mecanismo de
trabalho demonstrou sua utilidade no último ciclo, já que permite às duas
partes focar-se no estudo de temas específicos que serão retomados na discussão
da Mesa na semana seguinte.
Os delegados de
ambas as partes agradecem aos países garantidores, Cuba e Noruega, pelo eficaz
apoio, assim como também aos países acompanhantes, Venezuela e Chile, com cujos
porta-vozes se reunirão ao final deste ciclo para informá-los a respeito do
andamento dos diálogos.
COMUNICADO CONJUNTO, 21 DE JUNHO DE 2013, HAVANA,
CUBA.
Enviado por Mesa
de Conversações, sexta-feira 06/21/2013
As delegações do
Governo colombiano e das FARC-EP, informam que:
Iniciaram a
discussão do segundo tema da Agenda sobre Participação Política e expressaram na
Mesa sua visão geral do tema.
Foram recebidos os
representantes do Escritório da Organização das Nações Unidas na Colômbia e do Centro de Pensamiento para la Paz da
Universidade Nacional, a quem foi entregue as conclusões e as aproximadamente quinhentas
propostas sobre o tema de participação política e participação cidadã
apresentadas no fórum realizado em Bogotá no fim do último mês de abril.
Hoje tornaram
público o Primeiro Relatório Conjunto de Avanço dos Diálogos, conforme o que
foi combinado no Acordo Geral. Neste relatório ampliou-se a informação sobre os
acordos construídos sobre o tema agrário, descreve-se o funcionamento da Mesa
em relação com os mecanismos de trabalho e são detalhadas as diferentes
atividades realizadas com o estímulo à participação cidadã, a estratégia de
divulgação e a realização dos fóruns cidadãos.
No relatório
estão todas as atividades feitas ao longo desses sete meses de diálogos, nos
quais foram realizados dez ciclos de reuniões.
A respeito do
tema agrário no documento, entre outros temas, é dada informação sobre:
- Os
componentes do ambicioso programa de distribuição e formalização de
terras.
- O
projeto para formalizar e atualizar o censo rural como uma das principais
fontes de financiamento dos municípios, com suas consequências positivas
em investimento social e uso produtivo da terra.
- O
plano para delimitar a fronteira agrícola e proteger as áreas de especial
interesse ambiental pensando nas futuras gerações de colombianos.
- A
criação de uma jurisdição agrária com cobertura e capacidades regionais, e
o fortalecimento dos mecanismos que garantam o acesso ágil e oportuno à
justiça.
- A
implementação de planos nacionais setoriais para reduzir a pobreza e a
desigualdade por meio de obras de infraestrutura, sistema de irrigação,
saúde, educação, moradia, incentivos à economia solidária, previdência
social, geração de renda, acesso a mercados, assistência técnica, ciência
e tecnologia, crédito, alimentação e nutrição.
O Governo
considera que esta Reforma Rural Integral deve contribuir para reverter os
efeitos nocivos do conflito e as FARC-EP consideram que deve contribuir para
solucionar as causas históricas do conflito. Os acordos que temos construído
são condicionados a que alcancemos um acordo sobre a totalidade da Agenda.
Os delegados de
ambas as partes receberam aos porta-vozes dos Governos de Chile e Venezuela,
países acompanhantes do processo, a quem informaram a respeito dos avanços dos
diálogos.
Reiteram seu
agradecimento aos países garantidores, Cuba e Noruega, por seu eficaz apoio ao
desenvolvimento dos diálogos.
Informam que um
novo ciclo de diálogos será iniciado em Havana o próximo dia 1 de julho.
Em anexo
encontra-se o relatório completo sobre o avanço dos diálogos.
PRIMEIRO INFORME CONJUNTO DA MESA DE CONVERSAÇÕES.
HAVANA, 21 DE JUNHO DE 2013.
Enviado pela Mesa
de Conversações na Sexta-feira, 21 de junho 2013.
Conteúdo da
lista de Conversações
1-
Introdução
2-
Descrição
de funcionamento da mesa
3-
Descrição
dos avanços e acordos no marco das formas de comunicação com a sociedade e
difusão
3.1- Comunicados Conjuntos
3.2- Recepção de Propostas
3.3- Formas de Participação Direta
3.4- Estratégia de divulgação
3.5- Fóruns de Participação
4-
Descrição
dos avanços sobre o ponto I “Política de desenvolvimento agrário integral” da
Agenda de Acordo Geral
1-
Introdução
O governo da Colômbia e as Forças
Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo, em cumprimento ao
estabelecido no ponto 3 do número VI do Acordo Geral do Término do Conflito e a
Construção de uma Paz Estável e Duradoura de 26 de agosto de 2012, informam
que:
Ao longo de 7 meses de conversações
alcançamos uma série de acordos. Em primeiro
lugar sobre o ponto 1 da agenda de Acordo Geral, que denominamos “Rumo a um
Novo campo colombiano: Reforma Rural Integral”; e também sobre diferentes temas
da Mesa e da participação cidadã. Durante os primeiros meses concretizamos, por
um lado, aspectos de procedimentos e, por outro, o relacionado com a
continuidade da publicação na página da web dos formulários escritos, os fóruns
para os pontos 1 e 2 da Agenda e a consulta direta para o ponto 1,
estabelecidos no Acordo Geral, como se especifica mais à frente. E iniciamos a
discussão sobre o ponto 2 da agenda “Participação Politica”
Como se informou no comunicado
conjunto de 26 de maio, o acordado até agora no primeiro ponto da Agenda forma
parte do que seria o Acordo Final, um acordo mais amplo que esperamos conseguir
nos próximos meses aprofundando os 5 pontos da Agenda que ainda ficam pendentes
de discussão. É por isso que um dos princípios que guiam essas conversações é
que “nada está acordado até que tudo esteja acordado”. Isso quer dizer que os
acordos que vimos construindo estão condicionados a que cheguemos ao Acordo
Final sobre a totalidade da Agenda e, também, que na medida em que avance a
discussão possam ser ajustados e complementados os acordos sobre cada um dos
subpontos já que todos estão interligados.
Com este informe queremos aprofundar a
divulgação do que foi realizado durante o ciclo passado, sobre o que
consideramos um importante acordo, que permitirá alcançar uma reforma rural
integral, uma vez que tenhamos o Acordo Final.
2-
Descrição
do Funcionamento da Mesa
Desde o início das conversações se
realizaram 10 ciclos de reuniões. Em cumprimento do acordado cada ciclo tem uma
duração de 11 dias. No obstante ao anterior e atendendo questões conjunturais
que obedecem a solicitações expressas de qualquer das delegações, alguns ciclos
foram encurtados e outros se estenderam para finalizar um trabalho
interrompido, tal como se propôs no Acordo Geral de Havana. O tempo entre cada
ciclo se define atendendo a solicitações das delegações, com o objetivo único
de esgotar reuniões e consultas internas para assegurar a preparação dos pontos
e otimizar o uso do tempo durante os ciclos.
A mesa conta com três mecanismos de apoio
com tarefas especificas. Cada mecanismo está conformado a principio por um
delegado de cada uma das partes, assim:
a-
Mecanismo
de comunicação com a sociedade
.
Recebe as propostas físicas e eletrônicas da sociedade à Mesa e as entregam às
duas delegações
.
Propõe estratégias para a promoção da participação da sociedade através dos
mecanismos estabelecidos
.
Administração dos conteúdos da Página da WEB
b-
Mecanismo
de Difusão
.
Seguindo orientação da Mesa, elabora os comunicados conjuntos que são
submetidos à aprovação dos chefes de delegação
.
Divulga os comunicados da Mesa, através dos canais acordados.
.
Organiza rodas de imprensa da Mesa
.
Garante a divulgação da informação que emite a Mesa aos meios de comunicação,
com especial atenção aos meios locais alternativos e de menor alcance de
maneira equânime
.
Desenha estratégias de difusão eficaz da informação da Mesa
c-
Mecanismo
de apoio administrativo
. Planeja e tramita as solicitações e
necessidades logísticas para o correto funcionamento da mesa
. Organiza e tramita a logística dos
convidados da Mesa
Para
abordar o primeiro ponto da Agenda, foi aceitado um sistema de trabalho que
consiste em apresentar em plenária da Mesa de Conversações as visões de cada
delegação sobre os pontos da Agenda. Posteriormente e com o fim de concretizar
em um texto único os acordos que vamos alcançando, se reúnem comissões técnicas
de redação compostas por entre 4 ou 5 membros de cada delegação que são as
encarregadas de redigir os rascunhos conjuntos dos acordos.
3-
Descrição
dos avanços e acordos no marco dos mecanismos de comunicação com a sociedade e
difusão
No marco estabelecido no ponto VI “Regras
de Funcionamento” do Acordo Geral para o Término do Conflito e a Construção de
uma Paz Estável e Duradoura, os comitês de participação e comunicações que contam
com delegados do Governo nacional e das FARC- EP trabalharam no desenvolvimento
dos seguintes pontos:
-
Estabelecimento de um mecanismo para publicizar conjuntamente os avanços da
Mesa
-
Estabelecimento de um mecanismo de recepção de propostas sobre os pontos da
agenda de cidadãos e organizações.
-
Implementação de uma estratégia de difusão eficaz
3.1-
Comunicados Conjuntos
Para dar conhecimento conjuntamente
aos avanços da Mesa, se definiu realizar comunicados conjuntos das delegações publicizando
para aopinião pública os avanços das conversações. Ao largo dos passados seis
meses de funcionamento da Mesa de Conversações foram elaborados 17 comunicados
conjuntos
3.2-
Recepção de Propostas
Como parte da estratégia de recepção
das propostas da sociedade civil, prontamente um intercâmbio de propostas sobre
o desenho e conteúdo se acordou, e no mês de dezembro de 2012 foi posta em
funcionamento a o site da Mesa de Conversações
www.mesadeconversaciones.com.co
Este site possibilita a recepção de
propostas sobre os pontos da Agenda e comentários através do formulário de
participação virtual. Adicionalmente, na página, é possível baixar o Acordo
Geral para o Término do Conflito e a Construção de uma Paz Estável e Duradoura,
e consultar documentos e comunicados conjuntos da Mesa de Conversações.
Desde
janeiro de 2013, a página conta adicionalmente com uma seção do estado das
propostas para que a sociedade civil verifique seu número e se foi lida pelas
partes.
Até
esta data, a página da web recebeu 34.101 visitas, das quais 23.878 foram pela
primeira vez. Do total de visitas, 24.013 se realizaram da Colômbia e o
restante de países como Estados Unidos, Espanha, Canadá, Venezuela, Argentina,
Alemanha e Reino Unido. Adicionalmente a página da web tem recebido 3.620
propostas, das quais se concluiu que 858 correspondem a propostas reais e o
restante foi classificado como “spam”. A participação incrementou de maneira
estável uma média de 25 propostas semanais. Para evitar o “spam” se incorporou
um mecanismo de segurança.
Por
outro lado, no mês de dezembro de 2012, se imprimiram 600.000 cópias do
formulário físico. Esta versão do formulário conta com espaços para
apresentação e comentários integrados em um mesmo caderno. Os formulários foram
repartidos em prefeituras e entidades dos governos provinciais.
No
mês de março de 2013 se desenvolveu o módulo de digitação de propostas enviadas
por meios físicos. Desde o mês de abril de 2013 se implementou este módulo
através do qual a Editora José Martí de Cuba digitalizou até essa data 210
propostas físicas aproximadamente.
3.3-
Mecanismos de Participação Direta
Cumprindo com o estabelecido no ponto 6 do
número VI do Acordo Geral e com o objetivo de conhecer de primeira mão
opiniões, experiências e análises sobre a situação no campo colombiano, as
delegações acordaram convidar um conjunto de pessoas que enriqueceram as visões
do Governo e das FARC–EP sobre esse ponto. A Mesa contou com a participação de
especialistas do tema agrário e sua problemática, e com lideranças e membros de
associações camponesas.
3.4-
Estratégia de Divulgação
. No mês de dezembro de 2012 foram
impressos 4.000.000 de cópias do Acordo Geral em versão de caderno, que estão
sendo distribuídos em diferentes espaços de divulgação.
. Este mesmo mês se publicou em página
completa o Acordo Geral nos principais diários nacionais e regionais do país.
. Em 11 de janeiro de 2013 foi promulgada a
Diretiva presidencial 001 de 2013, mediante a qual se convoca a Governadores e
Prefeitos para que contribuam de maneira ativa na promoção do mecanismo de
Participação cidadã por meio de formulários físicos.
.
Durante o mês de janeiro de 2013 se enviou a todos as governos departamentais e
principais prefeituras das cidades capitais a Diretiva Presidencial para seu
conhecimento e aplicação.
.
Desde o mês de Novembro de 2012 foram entregues cópias físicas do Acordo Geral
e os formulários de participação física nas seguintes instituições e espaços de
participação: A partir do mês de dezembro de 2012 foram enviados a todos as governos
departamentais e prefeituras das cidades capitais os seguintes materiais por
cada instituição: 100 Acordos Gerais, 1000 formulários de participação física e
5 fichas para que fossem promovidos os mecanismos de participação.
.
A partir de 12 de dezembro até 31 de dezembro de 2012 se difundiu nos
principais periódicos nacionais e regionais o aviso acordado na Mesa de
Conversações sobre o Mecanismo de participação da página web e nos formulários.
No total o anúncio apareceu em 52 meios escritos.
.
Durante o mesmo período, se difundiu a cunha radial acordada pela Mesa de
Conversações durante 3 semanas em emissoras nacionais. No total se difundiram
por 2 emissoras nacionais um total de 30 cunhas.
. Além disso, se difundiu durante 4
semanas em todos os departamentos do país com emissoras regionais que têm
cobertura nas cidades e municípios de cada departamento. Se difundiu a cunha em 978 emissoras regionais para um
total de 63,840 exibições de ou da cunha nas regiões.
Atualmente
está em execução uma nova fase do plano de divulgação que inclui cunhas de
televisão diárias durante os meses de junho e julho, o mesmo que cunhas de
rádio em várias emissoras regionais.
.
Entre os meses de março e abril de 2013 se apresentaram os seguintes produtos
de promoção na Mesa de Conversações: cartilha para cidadãos e organizações e
vídeo promocional de participação.
3.5
– Fóruns de Participação.
Em desenvolvimento do mecanismo de
participação acordado no “Acordo Geral”, que estabelece “delegar a um terceiro
organizar espaços de participação”, a Mesa de Conversações delegou a realização
de dois fóruns nacionais ao Sistema das Nações Unidas na Colômbia e a
Universidade Nacional – Centro de Pensamento e Seguimento ao Diálogo de Paz.
O Primeiro Fórum Nacional sobre Política de
Desenvolvimento Agrário Integral (Enfoque Territorial) foi realizado durante
três (3) dias 17, 18 e 19 de dezembro de 2012, por solicitação da Mesa de
Conversações, que em seu comunicado conjunto de 25 de novembro de 2012, pediu
às duas instituições convocar, organizar e servir de relatores dos debates e de
suas conclusões.
No Fórum participaram 1.314 cidadãos de 522
organizações dos 32 departamentos do país, em representação de organizações
camponesas, estudantis, empresários, afrodescendentes, indígenas, mulheres,
vítimas, iniciativas de paz e outros setores. Também se receberam as propostas
de 411 pessoas que intervieram oralmente nas mesas de trabalho.
Durante os primeiros dois dias do fórum
organizaram-se 21 mesas de base nas quais as organizações apresentaram suas
propostas sobre os 6 subpontos do primeiro ponto da agenda, posteriormente as
relatorias dessas mesas foram compiladas em 10 mesas de socialização. Durante o
terceiro dia foi apresentado um total de 546 propostas na plenária.
O segundo fórum sobre Participação Política,
se realizou nos dias 28, 29 e 30 de abril de 2013 por solicitação da Mesa de
Conversações, como se anunciou no comunicado número 12, no qual “as delegações
pediram ao Escritório da Organização das Nações Unidas na Colômbia e ao Centro
de Pensamento para a Paz da Universidade Nacional, que iniciem a preparação de
um novo fórum sobre o seguinte ponto da Agenda, “Participação Política”.
O fórum foi realizado durante três dias na
cidade de Bogotá e contou com a participação de 1600 pessoas, representantes
dos 32 departamentos. 70% dos participantes pertencem às diferentes regiões do
país, os outros 30% são de Bogotá. As organizações mais representadas se
distribuíram assim: 154 pessoas de partidos políticos, 166 pessoas de
movimentos políticos, 143 organizações camponesas e 139 organizações de
mulheres. No total participaram representantes de movimentos sociais e
políticos; partidos políticos; movimento estudantil e do setor empresarial; de
organizações e movimentos camponeses; indígenas; afrodescendentes; defensoras
dos direitos humanos; vítimas; desabrigados; autóctones; jovens; LGBTI; de
centrais e organizações sindicais; de Programas de Desenvolvimento e Paz e
iniciativas nacionais e territoriais de paz; das Igrejas; do setor acadêmico,
de universidades e centros de pesquisa; de espaços institucionais de
participação cidadã; de organizações não governamentais vinculadas aos temas
relacionados com a participação política; de meios de comunicação e suas
associações.
No
primeiro dia foram realizados quatro painéis: o primeiro com partidos
políticos, com personalidades jurídicas, movimentos políticos e sociais do
país, o segundo sobre experiências internacionais dedicado a transição de
grupos armados àforças políticas, com especialistas de El Salvador, Filipinas,
Uruguai e África do Sul. O terceiro painel com acadêmicos e o quarto com
representantes dos meios de comunicação. No segundo dia realizaram-se 20 mesas
de trabalho com organizações de base. No terceiro dia se realizaram 5 mesas de
socialização para ajustar as propostas das mesas de base, que logo foram
apresentadas em 4 grandes relatorias.
Também
é importante mencionar que o primeiro dia do Fórum, transmitiu-se a mensagem de
apoio ao processo de conversações dos cinco prêmios Nobel da Paz: Adolfo Pérez
Esquivel, da Argentina; o bispo Desmond Tutu, da África do Sul; o ex-presidente
de Costa Rica, Óscar Arias; da presidenta da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf e
de Rigoberta Menchú, da Guatemala. A eles se somaram o ex-secretário geral das
Nações Unidas, Kofi Annan; o presidente do Uruguai, José Mujica, e Louise
Arbour, ex- Alta Comissariado dos Direitos Humanos das Nações Unidas e atual
presidenta da “International Crisis Group”.
Tanto o Fórum sobre “Política de
desenvolvimento agrário integral (enfoque territorial)” como o Fórum de
“Participação Política” se desenvolveram em um ambiente de respeito pelas
opiniões contrárias, e de disposição a escutarem-se mutuamente. Dessa maneira
os Fóruns não só contribuíram com aportes substantivos e fundamentais para o
desenvolvimento dos pontos da Agenda, como foi um exemplo de deliberação
pluralista e democrática, como deve ser um processo de paz.
4.
Descrição do acordo sobre o ponto 1 “Política de Desenvolvimento Agrário
Integral” da Agenda do Acordo Geral
O Governo Nacional e as FARC-EP durante alguns
meses de conversações, produziram o intercâmbio, visões e propostas sobre os
sub pontos do ponto 1 da Agenda do Acordo Geral e tal como se anunciou no
passado 26 de maio, temos chegado a um acordo sobre o primeiro ponto da Agenda
contida no Acordo Geral para o Termino do Conflito e a Construção de uma paz
Estável e Duradoura, que acordamos denominar “Para um novo campo colombiano:
Reforma Rural Integral”.
A Reforma Rural Integral (RRI) deve ser o
início das transformações estruturais da realidade rural e agrária da Colômbia
com equidade e democracia, contribuindo assim para a não repetição do conflito
e para a construção de uma paz estável e duradoura.
A RRI está centrada no bem-estar e bom viver
das pessoas do campo, das comunidades camponesas, indígenas, negras,
afrodescendentes, “palenqueras” [quilombolas] e autóctones, e das pessoas que
habitam nos espaços interétnico e interculturais, e pretende alcançar a
integração das regiões, a erradicação da pobreza, a promoção da igualdade, o
fim da distância entre o campo e a cidade, a proteção e desfrute dos direitos
da cidadania e a reativação do campo, especialmente da economia camponesa,
familiar e comunitária.
O acordado reconhece e se centra no papel
fundamental da economia camponesa, familiar e comunitária no desenvolvimento do
campo, da promoção de diferentes formas de associação e cooperativismo, a
geração de ingressos e empregos, a dignificação e formalização do trabalho, a
produção de alimentos e a preservação do meio ambiente. O anterior sem prejuízo
da necessária articulação entre esta e outras formas de produção agrícola e
pecuária como condição para garantir o desenvolvimento rural. A RRI se
adiantará em um contexto de globalização e de políticas de inserção nela, por
parte do Estado que demandam atenção especial da produção agropecuária nacional
e especialmente da produção camponesa, familiar e comunitária.
Com
o propósito de democratizar o acesso à terra em benefício dos camponeses
sem-terra ou com terra insuficiente, e das comunidades rurais mais afetadas
pela miséria, o abandono e o conflito, se tem acordado a criação de um Fundo de
Terras de distribuição gratuita. Este processo apontará a regularização dos
direitos de propriedade e em consequência, desconcentrar e promover uma
distribuição equitativa da terra.
O
Fundo será alimentado principalmente porterras que tenham sido indevidamente e
ilegalmente adquiridas, para ele se fortalecer deve aplicar a extinção judicial
do domínio e recuperar os baldios apropriados e ocupados contrariamente à
legislação vigente, sem prejuízo dos camponeses que possam ser beneficiários
dos programas de formalização; igualmente da aplicação de outros processos
contemplados na legislação, como a extinção administrativa de domínio para
terras inexploradas que não cumpram a função social e ecológica da propriedade,
da aquisição de terras ou a expropriação com indenização por motivos de
interesse social ou de utilidade pública, de terras doadas, e aquelas com
vocação agropecuária que resultem da atualização das zonas de reserva florestal.
A subtração de terras provenientes da atualização, delimitação e fortalecimento da reserva florestal, está
condicionada à formulação, com a participação comunitária, de planos que
garantam a sustentabilidade social e ambiental.
O
acordo reconhece que o acesso à terra é uma condição necessária, mas não
suficiente para garantir o bem-estar dos habitantes do campo e o
desenvolvimento eficiente da produção. Não se trata simplesmente de promover o
acesso à terra, e sim de assegurar o acesso integral; ou seja, garantir que junto com as terras é preciso
prover os meios e capacidades para fazer uso delas (como capital, sementes,
irrigação onde seja necessário, assistência técnica, habitações e crédito),
assim como criar um entorno que contribua para a produtividade e o bem-estar
mediante a provisão de bens e serviços públicos como vias, saúde, educação,
água potável, e apoio a diferentes formas de associação solidária e
cooperativismo e a comercialização de produtos.
Como
complemento ao Fundo foi acordado que se fortalecerão outros mecanismos de
acesso à terra por parte da população camponesa: o subsídio integral para
compra e a criação de linhas especiais de crédito.
Em
adição à distribuição de terras, o acordado reconhece o papel da formalização
da propriedade rural como mecanismo de acesso e nessa medida tem-se
convencionado impulsar um plano massivo de formalização da pequena e média
propriedade, que proteja e fortaleça os direitos dos legítimos possuidores da
terra. Esta formalização tem o propósito de reconhecer progressivamente a totalidade das propriedades
que ocupam ou possuem os camponeses na Colômbia, com sujeição ao ordenamento
constitucional e legal. Para eles se adequará um programa de formalização
massiva e se adiantarão as reformas normativas e operativas pertinentes,
garantindo a participação das comunidades e suas organizações. Adicionalmente
se acordou que se garantirá a gratuidade da formalização da pequena propriedade
rural.
Os beneficiários dos planos de adjudicação
gratuita, subsidio integral e crédito especial, serão trabalhadores com vocação
agrária sem-terra ou com terra insuficiente (incluídos os beneficiários do
programa de formalização), priorizando a mulher chefe de família e a população
desabrigada.
Para
garantir a efetiva proteção dos direitos de propriedade no campo, se acordou a
criação de uma jurisdição agrária que tenha cobertura e capacidades regionais.
E mais, se acordou fortalecer mecanismos que garantam o acesso ágil e oportuno
à Justiça, em especial para os menores indefesos , e que dessa maneira sejam
também uma garantia contra o despejo. Em forma complementar aos instrumentos
judiciais, se acordou ampliar e fortalecer os mecanismos alternativos de
conciliação e resolução de conflitos, incluindo os tradicionais, próprios das
comunidades rurais.
Adicionalmente e como condição necessária para
facilitar a implementação dos planos de acesso à terra e regularizar os
direitos de propriedade, assim como promover um uso adequado da terra e a desconcentração
da propriedade rural improdutivas, se acordou que o Governo Nacional porá em
marcha um plano para formar e atualizar o cadastro rural junto com as entidades
ligadas à terra e com a participação efetiva das comunidades.
Como
complemento do anterior se brindará a assessoria para a implementação de um
adequado sistema de cobrança e arrecadação do imposto predial, adotando as
medidas necessárias para que as tarifas se fixem em desenvolvimento do
princípio constitucional de progressividade: quem mais tem mais paga,
fundamentado na equidade e na justiça social. A atualização do cadastro e um
recálculo efetivo do imposto permitirá, adicionalmente, ajudar a fortalecer as
finanças dos municípios. Se acordou que se criará incentivos e transferências
dos municípios, para que adotem exceções ao imposto para os beneficiários dos
programas de acesso e para os pequenos produtores.
Como
medidas adicionais para dar um bom uso à terra, o Governo Nacional definirá
lineamentos gerais de uso do solo que tenha em conta sua vocação, o bem comum e
as visões territoriais construídas no marco das instâncias de participação
comunitária, entre outros critérios. Também criará incentivos para promover a
reconversão produtiva, e fortalecerá a participação da cidadania a nível local
na planificação e ordenamento do território.
Para prevenir os conflitos pelo uso da terra e
de maneira complementar, a jurisdição agrária e os mecanismos alternativos de
resolução de conflitos, se acordou impulsar instrumentos de diálogo entre o
governo, comunidades e empresas privadas.
Pensando nas futuras gerações de colombianos,
e na necessidade de garantir um desenvolvimento sustentável com especial
atenção à importância de proteger e preservar a água e o meio ambiente, o
acordo estabelece um plano para delimitar a fronteira agrícola e proteger as
áreas de especial interesse ambiental que incluem as zonas de reserva
florestal, gerando alternativas para os povoados elas ou as ocupam e garantindo
os princípios da participação das comunidades rurais e do desenvolvimento
sustentável.
O
acordo reconhece que as Zonas de Reserva Camponesa são uma figura que tem o
Estado para promover a economia camponesa, e contribuir ao fechamento da
fronteira agrícola e a produção de alimentos. Por tal razão, se estabeleceu que
o Governo Nacional dará efetivo apoio aos planos de desenvolvimento das zonas
constituídas e das que se constituam, em resposta às iniciativas das
comunidades e das organizações agrárias que estas considerem representativas,
seguindo o disposto nas normas vigentes, e promoverá a participação ativa das
comunidades em execução nestes planos.
O
RRI requer a implementação de planos setoriais nacionais que, juntos, devem
conseguir uma redução radical da pobreza rural, especialmente a extrema pobreza
e a redução da desigualdade. Estes planos visam oferecer bens e serviços
públicos em infraestrutura, desenvolvimento social e incentivos para
agricultor, família e comunidade econômica.
Planos
de infraestrutura a serem implementados: a) reconstruir a rede de estradas
terciarias para permitir à população rural maior acesso a mercados e serviços
sociais; b) a correção do déficit em eletrificação e conectividade em
comunicações que se estendem a cobertura e a qualidade dos serviços de energia
e internet em áreas rurais; c) desenvolver e restaurar a infraestrutura de
irrigação e drenagem das economias camponesas, familiares e comunitários, a fim
de aumentar a produtividade da agricultura familiar e estabilizar sua renda.
Todos estes planos terão uma participação ativa das comunidades na definição de
prioridades, implementação e monitoramento da infraestrutura.
Por
sua vez, planeja fornecer bens e serviços sociais, procuram diminuir a
distância entre o campo e a cidade, aumentando as capacidades e oportunidades
para a moradores rurais. Medidas para erradicar a pobreza e reduzir a
desigualdade dentro do RRI devem criar uma tendência para a convergência em uma
vida melhor na cidade e no campo.
Na
saúde, foi acordado um novo modelo que atenda, com um enfoque diferencial,
zonas rurais dispersas, com pertinência e ênfase na prevenção, que traz o
serviço para casas ou locais de trabalho da população rural. Isto sem prejuízo
das medidas necessárias para melhorar a infraestrutura e equipamentos,
incluindo pessoal qualificado, para melhorar a qualidade e a cobertura dos
investimentos de cuidados.
Na
educação, o plano tem como objetivo prestar atendimento integral da primeira
infância, garantir a cobertura, a qualidade e a relevância da educação e
erradicar o analfabetismo em áreas rurais. Da mesma forma, procurará promover a
permanência de jovens em idade produtiva no campo e a garantia de que crianças
e jovens estudem em condições dignas. Especial ênfase será colocada na promoção
de educação técnica, tecnológica e ensino superior e articular as necessidades
do setor produtivo, adotando medidas para garantir o acesso de mais jovens do
campo. Complementando o anterior concordaram em fortalecer e promover a
investigação, a inovação e o desenvolvimento científico e tecnológico para o
setor agrícola em áreas como agroecologia, biotecnologia, solos, etc.
O
plano de moradia, água e saneamento melhorará as condições sanitárias e de
habitação no campo, reduzindo o déficit habitacional rural e o fornecimento de
soluções tecnológicas adequadas às necessidades e ao contexto rural, em termos
de acesso à água potável e eliminação de resíduos, a fim de assegurar condições
de vida digna às populações rurais. A relevância e a sustentabilidade destas
soluções são asseguradas pelo envolvimento ativo das comunidades na concepção
do projeto e em sua gestão e funcionamento.
Em
relação aos incentivos para a economia familiar camponesa e comunitária, se
acordou, em primeiro lugar, um plano para promover a economia rural cooperativa
e solidária para fortalecer a capacidade das comunidades rurais organizadas
para comercializar produtos, acesso a bens e serviços e em geral, melhorar suas
condições de vida, trabalho e produção.
Em segundo lugar, um plano de
investigação técnica, tecnológica e de incentivo à investigação, essencial para
estimular processos de inovação tecnológica e melhorar a sustentabilidade dos
projetos produtivos da economia campesina, familiar e comunitária. Este plano
inclui uma avaliação de acompanhamento e de qualidade com a participação da
comunidade. Adicionalmente inclui a promoção e proteção de sementes nativas e
bancos de sementes para as comunidades poderem acessar material de plantio
ideal, e estrita regulamentação socioambiental e sanitária dos transgênicos,
propiciando o bem comum. Esta parte da obrigação inabalável do Estado para agir
e utilizar as ferramentas necessárias para salvaguardar o patrimônio genético e
a biodiversidade como recursos soberanos da Nação.
Em terceiro lugar, foi acordada a
implementação de um plano para apoiar e fortalecer a geração de renda das
economias rurais, familiares e comunitárias, e médios produtores com
rendimentos mais baixos, o que irá proporcionar, dependendo das características
dos beneficiários potenciais, linhas de crédito suave, esquemas de garantias,
recursos de capital e seguro para semente e colheita.
Em quarto lugar, acordou-se um plano para
promover condições adequadas para a comercialização de produtos a partir da
produção do camponês, a economia familiar e comunitária e melhorar a sua
disponibilidade. Isso implicará no estímulo à associatividade, à geração de
valor agregado, informações sobre preços, infraestrutura de marketing (centros
de recolhimento) e adoção de mecanismos
para instituições de contratos públicos e programas institucionais que
contribuem para absorver a produção desta economia campesina, familiar e
comunitária.
Por fim, decidiu-se reforçar o sistema de
proteção e segurança social da população rural e garantir condições dignas de
trabalho e de proteção dos direitos dos trabalhadores rurais. Isto significa
promover formas associativas adequadas ao contexto rural que facilitem o acesso
à seguridade social por parte dos trabalhadores agrários; fortalecer os
mecanismos de acompanhamento e controle para promover e garantir a conformidade
com as normas de trabalho nas zonas rurais; e formação dos trabalhadores e das
empresas em direitos e deveres. Além disso, foi acordado para promover e
fortalecer a implementação de soluções que atendam as especificidades do
trabalho rural, a fim de garantir a proteção e segurança dos trabalhadores no
campo.
A fim de impulsionar o emprego rural e
promover a participação da comunidade, a implementação dos planos será feita
com a anuência do trabalhadores rurais.
O
RRI, em matéria de alimentação e nutrição, visa assegurar a todos os cidadãos,
a disponibilidade e o acesso suficiente em oportunidade, quantidade, qualidade,
e preço dos alimentos necessários para uma boa nutrição. Como complemento ao
aumento progressivo da produção de alimentos por parte da economia camponesa,
familiar e comunitária e na criação de condições que permitam aos trabalhadores
rurais melhorar o seu rendimento, concordamos na necessidade de articular a
oferta estatal no território através de um sistema de alimentação e nutrição
para a população rural. Para isso se desenvolverão planos departamentais e
locais de alimentação e nutrição culturalmente apropriados com a participação
ativa das comunidades, a sociedade, o governo nacional e os governos
departamentais e locais.
Além
disso, serão criados conselhos departamentais e locais, assim como um conselho
nacional de alimentação e nutrição para que defina os alinhamentos e coordene a
implementação de políticas em diferentes níveis. Estes conselhos contarão com
representação de comunidades, da sociedade e dos governos.
Tendo
em conta a situação especial de vulnerabilidade na qual se encontram os meninos
e meninas, mulheres gestantes e lactantes, e os homens e mulheres de terceira
idade e em geral a população em condições de miséria, se implementarão
programas especiais para a erradicação da fome na população rural.
Acordou-se
a realização de campanhas orientadas a promover a produção e o consumo de
alimentos com um alto conteúdo nutricional, o manejo adequado dos alimentos e a
adoção de bons hábitos alimentícios, que tenham em conta as características do
território e fomente a produção e o consumo de alimentos nacionais.
A
RRI é de aplicação universal e sua execução prioriza os territórios mais
afetados pelo conflito, pelos níveis de pobreza, pela presencia de cultivos de
uso ilícito e de outras economias ilegítimas e com menor presença institucional. Para isso, se acordou a
proposta em andamento de programas de desenvolvimento com enfoque territorial
que permitirá implementar com maior celeridade e recursos os planos nacionais
sobre a base de um plano de ação para a transformação regional que contará com
uma ampla participação das comunidades em sua formulação , execução e acompanhamento.
As
ações que se desenham e executam em todos os planos e programas do acordo terão
em conta necessidades, características e particularidades dos territórios e das
comunidades rurais e estarão orientadas, de maneira especial, a promover a
participação das comunidades e fortalecer as capacidades organizativas das
comunidades para garantir sua sustentabilidade.
O
RRI aprovado deverá conduzir uma
transformação estrutural da zona rural colombiana e criar condições de
bem-estar para seus habitantes, especialmente aos pobres. O Governo acredita
que poderá contribuir para reverter os efeitos nocivos do conflito. E as
FARC-EP consideram que a Reforma Rural Integral deve ajudar a resolver as
causas históricas do mesmo.
Apesar
de ter chegado a um acordo sobre o item 1 da Ordem do Dia, segundo o critério
de cada delegação há questões pendentes que serão discutidas mais tarde na
Mesa, tendo em conta o princípio de que nada está acordado até que tudo esteja
acordado.
O
Governo Nacional e as FARC-EP são especialmente gratos aos países garantidores
Cuba e Noruega por seu apoio decidido a este processo, que tem permitido
avançar na construção deste acordo em um ambiente de confiança e seriedade.
Assim como aos países acompanhantes Venezuela e Chile por seu permanente apoio.
Por
último, as delegações agradecem aos colombianos por sua participação através
dos diferentes mecanismos da Mesa. Suas contribuições tem sido insumo de grande
importância para o trabalho. As delegações os convidam a continuar enviando
propostas a Mesa de Conversações.
Este
relatório não muda o acordo.
Pela
Delegação do Governo da Colômbia
Pela
Delegação de paz FARC-EP
COMUNICADO CONJUNTO, HABANA,
9 DE JULHO DE 2013
Enviado pela Mesa de Conversações
terça-feira 07/09/2013 – 10:05
As delegações do Governo e as FARC-EP,
informam que:
Continuaram avançando na discussão do segundo
ponto da agenda sobre participação política.
Cada uma apresentou sua visão geral sobre a participação política,
iniciando com o tema da garantia para o exercício da oposição, como um elemento
essencial para a construção de um acordo final que contribua para estruturar as
bases de uma paz estável e duradoura e um fortalecimento da democracia.
Intercambiaram propostas sobre o primeiro sub ponto, denominado
“Direitos e garantias para o exercício da oposição política em geral, e em
particular para os novos movimentos que surjam depois da assinatura do Acordo
Final. Acesso aos meios de comunicação.”
Escutaram a opinião dos especialistas no tema de participação política,
dentro do previsto no Acordo General que prevê o mecanismo de consulta direta
no sexto item das regras de funcionamento.
Convidam, mais uma
vez, às colombianas e colombianos, assim como às organizações sociais para
participarem com suas propostas sobre a agenda dos diálogos através do site www.mesadeconversaciones.com.co ou dos formatos que
estão a disposição em governos departamentais e prefeituras de todo o país.
Reiteram seu
agradecimento aos países garantidores, Cuba e Noruega, por seu eficaz apoio para
o desenvolvimento de estas conversações.
Informam que um novo
ciclo de conversações será iniciado no próximo dia 22 de julho.
COMUNICADO CONJUNTO, 18 DE
JULHO DE 2013
Enviado pela Mesa de Conversações
sexta-feira 07/09/2013 – 11:00
As delegações do governo e as FARC-EP
informam que:
Depois de ter
intercambiado propostas sobre o segundo ponto da Agenda, referente à
participação política, tem trabalhado de maneira separada para continuar
abordando o primeiro sub ponto, denominado “Direitos e garantias para o
exercício da oposição política em geral, e em particular para os novos
movimentos que surjam depois da assinatura do Acordo Final. Acesso aos meios de
comunicação”.
Fio acordado que no
próximo 28 de julho se iniciara um novo ciclo de conversações. Reiteram o
convite às colombianas e colombianos, assim como às organizações sociais a
continuar participando com suas propostas sobre a agenda de diálogos, através
do site www.mesadeconversaciones.com.co ou dos formatos que
estão à disposição em governos departamentais e prefeituras de todo o país.
resposta ao fórum de são
paulo
Enviado pela Mesa de Conversações
quinta-feira 08/01/2013 – 09:45
Habana,29 de julho de 2013
Grupo de Trabalho
Fórum de São Paulo
A Mesa de
Conversações entre o Governo colombiano e as Forças Armadas Revolucionarias de
Colômbia, Exército do Povo, FARC-EP, cumprimenta a reunião que realizam.
Desejamos êxito nas suas deliberações.
Valorizamos seu apoio à Mesa de Diálogo. Atualmente estamos trabalhando
no segundo ponto da agenda acordada.
Diferentes motivos nos impedem de aceitar seu convite para ter um
intercambio sobre a construção da paz na Colômbia.
Delegação do Governo
Colombiano Delegação de Paz das FARC
– EP
Mesa de Conversações, Habana,
Cuba
COMUNICADO CONJUNTO, HABANA,
10 DE agosto DE 2013
Enviado pela Mesa de Conversações
terça-feira 08/20/2013 – 15:26
As delegações do Governo e as FARC-EP
informam que:
Depois de intercambiar visões, posições e propostas em torno ao segundo
ponto da Agenda de Diálogos sobre Participação Política, iniciamos a construção
do acordo sobre “Direitos e garantias para o exercício da oposição política em
geral, e em particular para os novos movimentos que surjam depois da assinatura
do Acordo Final. Acesso aos meios médios de comunicação”.Revisaram-se os itens
que constituem este ponto da agenda à luz do Acordo General.
Apresentaram-se e discutiram-se propostas sobre: Direitos e garantias da
oposição em geral, e em particular para os movimentos que possam surgir de um
eventual acordo de paz; Diversos mecanismos democráticos de participação
cidadã; Acesso aos meios de comunicação dentro do marco da participação
política; O aspecto referente à seguridade foi abordado amplamente dentro do
ambiente de garantias para o exercício da política, dentro dos enfoques
diversos de cada delegação.
No próximo ciclo continuaremos construindo acordos sobre estes temas.
No marco da discussão desses temas, escutou-se o aporte de quatro professores
e acadêmicos colombianos, do Centro de Pensamento pela Paz da Universidade
Nacional da Colômbia e da Universidade dos Andes, conforme mecanismo estipulado
para esse efeito no Acordo Geral.
Reunimo-nos com os representantes dos Governos de Chile e Venezuela,
países acompanhantes deste processo, para informar-lhes sobre o curso e avanços
dos diálogos.
Convidamos de novo a
todos os colombianos e organizações sociais a continuar participando com suas
propostas sobre a agenda de diálogos, através do site www.mesadeconversaciones.com.co ou dos formatos que
estão à disposição em governos departamentais e prefeituras de todo o país.
Reiteramos nosso agradecimento aos países e povos de Cuba e Noruega,
países garantidores, e de Chile e Venezuela, países acompanhantes, por seu
eficaz e permanente apoio.
Um novo ciclo do diálogo se iniciará no próximo dia 19 de agosto.
COMUNICADO CONJUNTO, HABANA,
26 DE agosto DE 2013
Enviado pela Mesa de Conversações
segunda-feira 08/26/2013 – 12:17
Comunicado Conjunto. Habana, 26 de Agosto de 2013.
As delegações do Governo e das FARC-EP
querem lembrar que hoje 26 de agosto completa um ano da assinatura do “Acordo
General para o término do conflito e a construção de uma paz estável e
duradoura”.
Em razão desta data , as delegações
querem reafirmar sua disposição total para chegar a um acordo, como expressado
nesse documento, e assim contribuir à construção de uma paz estável e
duradoura.
As delegações informam que:
No último sábado,24 de agosto,
reuniram-se com os porta-vozes da Oficina das Nações Unidas na Colômbia e o
Centro de Pensamento para a Paz da Universidade Nacional, para solicitar-lhes
que organizem e coordenem todo o necessário para realizar um novo fórum , nesta
ocasião sobre o tema da solução ao problema das drogas ilícitas, que
corresponde ao ponto número quatro do “Acordo Geral para o término do conflito
e a construção de uma paz estável e duradoura”.
Transmitiram-lhes as orientações necessárias para a organização do dito
evento, que se realizará em dois momentos:
- Nos dias 24, 25 e 26 de
setembro, um fórum nacional na cidade de Bogotá de ampla participação e de
características similares aos fóruns anteriores.
- Nos dias 1, 2 e 3 de outubro, na cidade de San José de Guaviare, um
capítulo especial do evento para recolher as testemunhas da região, promover
intercâmbios entre os diferentes atores que possam construir uma solução
(pequenos agricultores, empresários do campo, autoridades locais, organizações
comunitárias, camponeses, indígenas e afrodescendentes) e para que sirva como
estudo de caso de uma solução ao problema das drogas ilícitas com enfoque
territorial.
Igualmente como ocorrido com os dois foros anteriores, sobre os temas
agrário e de participação política, o objetivo central dos eventos é oferecer
um espaço de diálogo democrático para que os cidadãos e organizações de diversa
índole façam suas propostas sobre este ponto específico da Agenda para
enriquecer a discussão da Mesa de Conversações.
No Acordo Geral,oponto supracitado diz o seguinte:
Solução ao problema de drogas ilícitas:
1. Programas de solução
de cultivos ilícitos. Planos integrais de desenvolvimento com a participação
das comunidades noplanejamento , execução e avaliação dos programas de
substituição e recuperação ambiental das áreas afetadas pelos ditos cultivos.
2. Programas de
prevenção do consumo e saúde pública.
3. Solução do fenômeno
de produção e comercialização de narcóticos.
Convidamos a todas as pessoas e organizações interessadas em aportar
visões e soluções sobre este tema, para que assistam ao fórum e dessaforma contribuam
com suas propostas para o processo de
conversações que busca o fim do conflito.
Esperamos que os eventos tenham uma ampla convocatória para que todas e
todos os interessados em contribuir possam fazê-lo efetivamente.
COMUNICADO CONJUNTO, HABANA,
setembro 19 de 2013
Enviado pela Mesa de Conversações
quinta-feira 09/19/2013 – 10:57
As delegações do Governo e as FARC-EP
informam que:
Continuamos avançando na construção de acordos, em comissão de redação,
em torno ao segundo ponto da Agenda de diálogos sobre participação política,
especificamente sobre:
- Direitos e garantias para o exercício da oposição política em geral, e
em particular para os novos movimentos que surjam depois da assinatura do
Acordo Final. Acesso aos meios de comunicação.
- Mecanismos democráticos de participação cidadã, incluindo os de
participação direta, nos diferentes níveis e diversos temas.
- Medidas efetivas para promover maior participação na política
nacional, regional e local de todos os setores, incluindo a população mais
vulnerável, em igualdade de condições e com garantias de seguridade.
Em desenvolvimento desses pontos do Acordo Geral, avançaram na redação
de distintos mecanismos de participação cidadã e diálogo social e continuaram a
discussão das distintas concepções sobre a melhor forma de fortalecer as
organizações e movimentos sociais e as garantias necessárias para seu efetivo
funcionamento dentro do marco da democracia.
Igualmente discutiram e intercambiaram visões propostas sobre outros
temas da Agenda que permitem ir organizando o diálogo a desenvolver nos ciclos
posteriores.
Convidam aos cidadãos e organizações sociais a participar no foro sobre
o tema da solução ao problema das drogas ilícitas, organizado pela oficina da
ONU na Colômbia e o Centro de Pensamento para a Paz da Universidade Nacional, a
realizar-se em Bogotá os dias 24, 25 e 26 de setembro, e em San José del
Guaviare nos dias 1, 2 e 3 de outubro.
O objetivo desses eventos é oferecer um espaço de diálogo democrático e
patriótico para que cidadãos e organizações de diversa natureza façam suas
propostas sobre este ponto específico da Agenda para enriquecer a discussão da
Mesa de Diálogo.
Igualmente convidam a todos os colombianos a participar com seus aportes
e comentários sobre o Acordo General e todos os pontos da Agenda, que possam
fazer através da página web www.mesadeconversaciones.com.co com os formulários que estão disponíveis em
todas as prefeituras e governos departamentaisgovernos departamentaisgovernos
departamentais do país.
Reiteram seu agradecimento aos povos e países garantidores, Cuba e
Noruega, e aos acompanhantes, Chile e Venezuela, por seu generoso apoio para o
desenvolvimento de estas conversações.
Informam que um novo ciclo de diálogo se iniciará no próximo dia 3 de
outubro.
comunicado conjunto
Este comunicado aparece na página das FARC-EP como Comunicado Conjunto
#23, mas não aparece na página oficial dos diálogos.
Habana, 28 de Agosto de 2013
As
delegações do Governo e as FARC-EP informam que:
Continuaram
avançando na construção de acordos em torno ao segundo ponto da Agenda de
conversações sobre participação política, especificamente sobre “Direitos e garantias para o exercício da oposição política
em geral, e em particular para os novos movimentos que surjam depois da
assinatura do Acordo Final. Acesso aos meios de comunicação”.
Discutiram e intercambiaram propostas sobre os outros temas contidos
neste ponto de participação política e participação cidadã.
Na
Mesa, as delegações apresentaram suas respetivas visões sobre “Implementação,
verificação confirmação ” dos acordos, que corresponde ao ponto sexto da
Agenda.
Além
disso, as das delegações apresentaram visões gerais sobre todos os pontos da
Agenda, ratificando o compromisso de abordá-los no desenvolvimento da discussão
e dos diálogos da Mesa de Habana.
Receberam
como informado em recente comunicado conjunto, os porta-vozes da Oficina de
Nações Unidas na Colômbia e do Centro de Pensamento para a Paz da Universidade
Nacional, para que coordenem todo o necessário para realizar um fórumde ampla
participação cidadã e de organizações de diversa índole, sobre o quarto ponto
da Agenda, “Solução ao problema de drogas ilícitas”.
Reiteram seu agradecimento aos povos e países garantidores, Cuba e
Noruega, e aos acompanhantes, Chile e Venezuela, por seu generoso apoio para o
desenvolvimento das conversações.
Informam que um novo ciclo de diálogo se iniciará no próximo dia 9 de
setembro.
COMUNICADO CONJUNTO, HABANA,
31 outubro de 2013
Enviado pela Mesa de Conversações
terça-feira 11/15/2013 – 14:15
As delegações do Governo e as FARC-EP
informam que:
Com o objetivo de avançar na discussão
e construção de acordos em torno ao segundo ponto da Agenda, tem conveniado
prorrogar este ciclo de conversações para trabalhar sem pausa a partir de hoje até
a próxima segunda-feira 4 de novembro.
COMUNICADO CONJUNTO.
HABANA, 06 DE NOVEMBRO DE 2013
Enviado pela Mesa
de Conversações no, 11/06/2013 - 11:57
As Delegações do
Governo e as FARC-EP informam que:
Temos chegado a um
acordo fundamental sobre o segundo ponto da Agenda contida no "Acordo
Geral para a terminação do conflito e a construção de uma paz estável e
duradora", denominado Participação Política.
No próximo ciclo
de conversações, apresentaremos o segundo informe periódico conjunto da Mesa.
De acordo com a dita Agenda, temos logrado consensos sobre os seguintes temas:
1.
Direitos e garantias para o exercício da Oposição política em geral, e em
particular para os novos movimentos que surjam após a assinatura do Acordo
Final. Aceso aos meios de comunicação.
2. Mecanismos democráticos de participação da cidadania, incluindo os de participação direta, nos diferentes níveis e diversos temas.
3. Medidas efetivas para promover maior participação na política nacional, regional e local de todos os sectores, incluindo a população mais vulnerável, em igualdade de condiciones e com garantias de seguridade.
2. Mecanismos democráticos de participação da cidadania, incluindo os de participação direta, nos diferentes níveis e diversos temas.
3. Medidas efetivas para promover maior participação na política nacional, regional e local de todos os sectores, incluindo a população mais vulnerável, em igualdade de condiciones e com garantias de seguridade.
O que temosacordado
, no seu desenvolvimento, aprofunda e reforça
nossa democracia, ampliando os direitos e garantias para o exercício da
oposição, e igualmente fortalecendo espaços de participação política e da
cidadania. Promovem pluralismo e inclusão política, a participação e a
transparência nos processos eleitorais e o reforço de uma cultura política
democrática.
Constitui uma abertura
democrática no marco do fim do conflito. A construção da paz requer de
participação da cidadania nos assuntos de interesse público, em especial nos
territórios mais afetados pela violência e, também, nos mecanismos de implementação
do presente Acordo.
O exercício da
oposição política é fundamental para a construção de una democracia ampla. Isto
cobra maior relevância apos a firma de um Acordo Final, que abrirá espaços para
que surjam novos movimentos políticos que requererão garantias para o exercício
da política.
Estabelece-se
que, se convocará num evento nacional aos representantes de partidos e
movimentos políticos para integrar uma comissão que estabeleça garantias para os partidos que se declarem oposição.
A linha de tempo será compactuada no sexto ponto da Agenda.
Acordou-se que
esta Comissão, mediante a realização de umfórum , facilitará a participação de
representações de organizações e movimentos sociais, especialistas e acadêmicos
para que façam suas propostas sobre o Estatuto da Oposição. E sobre estes
lineamentos, se elaborará a normatividade correspondente.
Impulsionar-se-á
igualmente uma legislação de garantias e
promoção da participação da cidadania democrática e de outras atividades que
possam realizar as organizações sociais, com base nos lineamentos estabelecidos
neste acordo e escutando as propostas dos representantes dos movimentos sociais
em outro evento de carácter nacional.
A respeito disso,
no texto se aponta que as organizações e
movimentos sociais, incluindo os que surjam da firma do presente Acordo, estão
chamados a exercer os direitos e cumprir com os deveres de participação da
cidadania. Busca-se dar poder aos cidadãos através da participação.
No cenário do
fim do conflito, o acordo recolhe um conjunto de garantias para canalizar as
demandas da cidadania, incluindo garantias para a mobilização, protestos e a convivência
pacífica dentro de um contexto de democracia ampliada.
Serão abertos
espaços adicionais para que as forças políticas, as organizações e movimentos
sociais e as comunidades em geral, em especial aquelas que trabalham na
construção da paz, possam publicizar suas propostas e projetos em meios
institucionais e regionais. Além disso, foi acordado fortalecer especialmente
os meios comunitários para impulsionar a participação da cidadania.
Igualmente, se
acordou estabelecer medidas para garantir e promover uma cultura de
reconciliação, convivência, tolerância e não estigmatizar, o que implica
linguagem e comportamento de respeito pelas ideais, tanto dos opositores
políticos quanto das organizações sociais e de direitos humanos.
Para tal efeito,
se prevê o estabelecimento de Conselhos para a Reconciliação e Convivência
tanto no âmbito nacional quanto no territorial, visando assessorar e acompanhar
as autoridades na implementação doacordado
.
Foi acordado estabelecer
um plano de apoio à promoção de supervisão cidadã e observatórios de
transparência, com especial ênfase na implementação do presente Acordo. Um
maior controle por parte dos cidadãos da administração e gestão pública
contribui com a transparência e luta contra a corrupção.
Acordou-se uma
revisão integral do sistema de planejamento participativo para assegurar a
efetividade da participação cidadã na construção e seguimento dos planos de
desenvolvimento, o que será um instrumento fundamental na etapa da paz.
Portanto, acordou-se
uma serie de medidas para fortalecer os conselhos territoriais de planejamento
e, novamente, garantir a incidência da participação cidadania.
No ponto da
promoção do pluralismo político, acordou-se que no marco do fim do conflito e
com o objetivo de consolidar a paz, serão feitas mudanças institucionais para
facilitar a constituição de partidos políticos e o trânsito de organizações e
movimentos sociais com vocação política para sua constituição como partidos ou
movimentos políticos.
No caso de novos
movimentos, acordaram-se condições especiais, numa fase de transição, para dar
apoios especiais aos novos movimentos e partidos políticos e dessa forma
assegurar o necessário pluralismo político na construção da paz.
Foi conveniado,
dentro do marco de fortalecimento da democracia e o pluralismo político,
medidas para assegurar transparência nos processos eleitorais em especial nas
zonas de maior risco de fraude e a promoção da participação eleitoral dos
cidadãos, principalmente os que moram nas regiões de mais difícil acesso.
Adicionalmente,
após a firma do Acordo Final, se realizará uma Missão de Especialistas para
fazer uma revisão integral da organização e o regime eleitoral e, sobre a base
das melhores práticas nacionais e internacionais, apresentar recomendações para
fazer os ajustes normativos e institucionais correspondentes.
Concordou-se a
criação de Circunscrições Transitórias Especiais de Paz para promover a integração
territorial e a inclusão política de zonas especialmente afetadas pelo conflito
e abandono, de maneira que durante um período de transição estas populações
tenham una representação especial de seus interesses na Câmara de
Representantes, sem prejuízo de sua participação nas eleições ordinárias.
Estas
circunscrições transitórias seriam adicionais as circunscrições ordinárias existentes.
Contariam com garantias de acompanhamento para assegurar a transparência do
processo eleitoral e a liberdade do voto dos eleitores. Esta se realizaráno
marco do fim do conflito, em democracia e depois da firma do Acordo Final.
Acordou-se um
sistema integral para assegurar o exercício da política. O dito sistema se
concebe num marco de garantias de direitos, deveres e liberdades, e busca
assegurar a proteção de aqueles que exercem a política sobre a base do respeito
pela vida e a liberdade de pensamento e de opinião, para assim fortalecer e
aprofundar a democracia e contribuir com a criação de um clima de convivência e
tolerância, e de maneira especial do novo movimento que surja das FARC – EP à
atividade política legal.
As condições
particulares para o novo movimento que surja do trânsito das FARC-EP à
atividade política legal, serão discutidas no marco do ponto 3 da Agenda.
A firma e
implementação do Acordo Final contribuirá com a ampliação e aprofundamento da democracia, já
que implicará o abandono das armas e a proscrição da violência como método de
ação política para todos os colombianos, a fim de transitar a um cenário no que
impere a democracia, com garantias plenas para quem participe na política, e
dessa maneira abrirão novos espaços para participação.
Finalmente se
acordou que todo o referente ao ponto de participação política incluindo sua implementação
será feito considerando um enfoque de género e assegurando a participação das
mulheres. O conveniado até agora forma parte de um acordo mais amplo que
esperamos lograr rapidamente, e que tem seis pontos. No seguinte ciclo de
conversações começaremos a discussão do quarto ponto da Agenda (terceiro em
discussão) denominado “Solução ao Problema das Drogas Ilícitas”.
Queremos lembrar
que um dos princípios que guiam estas
conversações é que "Nada está acordado até que tudo esteja acordado". Isto quer dizer que os
acordos que temos construido, estão condicionados a que cheguemos a um pacto
sobre a totalidade da Agenda e, também, que na medida em que se avance na
discussão, os acordos sobre cada um dos pontos possam ser ajustados e
complementados.
Por outro lado,
as Delegações dispuseram de um escritório na edificação onde trabalha a Mesa de
Conversações, para pôr os distintos objetos e materiais que enviaram as vítimas
do conflito através das Comissões de Paz do Congresso da República. Com isto,
querem mostrar seu respeito a todas as vítimas do conflito sem distinção, tema
que deve ser abordado dentro do quinto ponto da Agenda de conversações.
Ressaltamos o
aporte do Escritório das Nações Unidas em Colômbia e o Centro de Pensamento
Para a paz da Universidade Nacional na organização dos fóruns que têm sido realizados sobre os temas de
Participação Política e cultivos ilícitos. Também incorporamos os aportes das
mesas regionais organizadas por as Comissões de Paz do Senado e a Câmara de
Representantes de Colômbia.
Agradecemos aos milhares
de colombianos e colombianas, e organizações sociais que nos tem feito chegar
suas propostas e opiniões sobre os pontos da Agenda a través dosfóruns , do
site e dos formulários que estão disponíveis em prefeituras e governos
departamentais. Todas e cada uma dessas propostas têm sido recebidas pelas
delegações em Habana.
Queremos
agradecer de maneira especial a Cuba e Noruega, países garantidores desteprocesso,
por seu apoio e pelo ambiente de
confiança que propiciam. Igualmente agradecemos ao Chile e Venezuela, países
acompanhantes, aos quais as delegações informam periodicamente sobre o
andamentodos diálogos.
Estes quatro
países conformam um grupo de nações amigas do processo que valorizamos de maneira especial, igualmente agradecemos as
expressões de apoio de outras nações, organismos e líderes internacionais que
fortalecem a confiança no caminho que estamos transitando.
Estes acordos
fundamentais são resultado do intenso trabalho realizado por ambas as
Delegações, pensando sempre no desejo de paz dos colombianos.
COMUNICADO CONJUNTO. HABANA, 17 DE NOVEMBRO DE 2013
Enviado pela Mesa
de Conversações, 11/17/2013 - 16:45
As delegações do
Governo Nacional e as Farc – EP, na Mesa de Conversações, decidiram postergar o
inicio do próximo ciclo de conversações para a quinta feira 28 de novembro,
para tratar o tema da Agenda “Solução ao problema das drogas ilícitas”.
Isto com o
propósito de afinar visões, intercambiar documentos e analisar as diferentes
propostas recebidas de distintos sectores da sociedade.
No referido
ciclo, também serão escutados especialistas
e se receberão as conclusões dos fóruns
organizados pelo escritório da ONU na Colômbia e o Centro de Pensamento da Universidade
Nacional.
COMUNICADO CONJUNTO. HABANA, 29 DE NOVEMBRO DE 2013
Enviado pela Mesa
de Conversações, 11/29/2013 - 10:51
As delegações do
Governo e as FARC-EP na Mesa de Conversações informam que:
No dia de hoje
receberam aos representantes do Escritório da Organização de Nações Unidas na
Colômbia e o Centro de Pensamento para a Paz da Universidade Nacional, que
fizeram entrega formal das conclusões dos dois fóruns sobre o tema de “Solução
ao Problema das Drogas Ilícitas” que se realizaram em Bogotá e San José del Guaviare, durante os
meses de setembro e outubro passados.
Nos referidos eventos,
conforme informando pelos porta-vozes da ONU e a Universidade Nacional,
participaram mais de 1.300 pessoas de
mais de 550 organizações sociais de país todo.
As delegações
agradeceram a chegada à Mesa de Conversações destas propostas, que enriqueceram
as discussões que se iniciaram neste ciclo de conversações sobre este ponto da
Agenda.
COMUNICADO CONJUNTO. HABANA, 08 DE DEZEMBRO DE 2013
Enviado por Mesa
de Conversações, 12/08/2013 - 12:39
As Delegações do
Governo e as FARC-EP informam que:
Tornamos público
hoje aos colombianos o Segundo Informe Conjunto da Mesa de Conversações, que
contém aspectos importantes sobre os avanços e acordos alcançados entre o dia 11 de junho e 6 de novembro de 2013, acerca do
ponto dois da Agenda “Participação Política”. Este informe será entregue aos
meios de comunicação para sua difusão.
Tal como temos
dito, o acordado contribuirá para a ampliação e aprofundamento da democracia, o
que é necessário para lograr bases sólidas para forjar a paz.
O fortalecimento
da democracia inclui a ampliação dos direitos e garantias para a oposição, os
espaços de participação política e da cidadania, assim como o marco de ação das
organizações e movimentos sociais.
Busca e promove
o pluralismo político, inclusão política e social, participação e promoção da
transparência nos processos eleitorais, assim como o fortalecimento de uma
cultura política democrática de paz e reconciliação.
Cremos que a
construção da paz é um assunto da sociedade em seu conjunto e requer da
participação de todos sem distinção, em especial nos territórios mais afetados
pelo conflito e o abandono, e em particular no marco da implementação do acordo
final.
Queremos recordar
que este acordo deve aplicar-se no contexto do fim do conflito, uma vez que finalizemos
as conversações e logremos um pacto total sobre todos os pontos da Agenda,
levando em consideração o principio de que nada está acordado até que tudo esteja
acordado.
Informamos
igualmente que no curso deste ciclo de conversações, cada uma das delegações
apresentou sua visão geral sobre o ponto “Solução ao problema das drogas
ilícitas” e se estudaram propostas emsobre o primeiro subponto, “Programas de
substituição de cultivos de uso ilícito. Planos integrais de desenvolvimento
com participação das comunidades no desenho, execução e avaliação dos programas
de substituição e recuperação ambiental das áreas afetadas por ditos cultivos.”
Recebemos os
representantes do Escritório das Nações Unidas na Colômbia e o Centro de
Pensamento para a Paz da Universidade Nacional, que entregaram formalmente as
conclusões dos dois fóruns que se realizaram em Bogotá e San José del Guaviare,
nos passados meses de setembro e outubro sobre o tema de drogas ilícitas.
Igualmente, na Mesa
de Conversações escutamos vários especialistas
sobre o tema que hoje discutimos.
Agradecemos a
Cuba e Noruega, países garantidores; e a Chile e Venezuela, países
acompanhantes, por seu permanente apoio durante estas conversações.
Voltaremos a nos reunir para um novo ciclo de
conversações no próximo dia 17 de dezembro.
SEGUNDO RELATÓRIO CONJUNTO DA MESA de conversações de paz entre a República da
Colômbia e Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exercito do Povo
(FARC-EP) Sobre ITEM 2 DO ACORDO GERAL DE HAVANA "PARTICIPAÇÃO POLÍTICA
O Governo da
Colômbia e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia-Exército Povo, em
conformidade com as disposições do parágrafo 3 da secção VI do Acordo Geral de
rescisão do conflito e a construção de uma paz estável e duradoura em 26 de
agosto 2012, apresentam este Relatório Conjunto sobre o progresso e os acordos
feitos entre 11 de Junho e 6 de novembro de 2013, na seção 2 da Ordem do Dia
"Participação Política".
Participação política: Abertura democrática para
construir a paz
Conforme
relatado publicamente no último 06 de novembro de 2013, chegamos a um acordo
sobre o segundo item da Ordem do Dia, "Participação Política" contido
em um documento, rascunho conjunto.
O Governo
Nacional e as FARC-EP consideram que a construção e consolidação da paz, sob o
fim do conflito, exige uma expansão democrática que permite o surgimento de
novas forças na arena política para enriquecer o debate e deliberação sobre
grandes problemas nacionais e, assim, reforçar o pluralismo e, portanto, a
representação de diferentes pontos de vista e interesses da sociedade, com as
devidas garantias de participação e inclusão política. É importante ampliar e
qualificar a democracia como condição para construir uma base sólida para
forjar a paz.
Construir a paz
é um assunto para a sociedade como um todo, que exige a participação de todos,
sem distinção e, portanto, é necessário estimular a participação e decisão de
toda a sociedade colombiana na construção desse propósito, é um direito e dever
obrigatório base para canalizar a Colômbia no caminho da paz e da justiça
social e da reconciliação, abordando o clamor do povo para a paz. Isto inclui o
fortalecimento das organizações e movimentos sociais, e o fortalecimento de
espaços de participação para o exercício da participação cidadã tenha
implicações e seja eficaz.
A assinatura e
implementação do acordo final contribuirá para a expansão e aprofundamento da
democracia, uma vez que envolve abandonar as armas e a proscrição da violência
como método de ação política para todos os colombianos, para mover em direção a
um cenário em que a democracia prevaleça , com plenas garantias para os
envolvidos na política, e, assim, abrir-se-ão novos espaços para a
participação.
Para atingir
esses objetivos, far-se-ão as revisões e configurações institucionais
acordadas, que conduzam a uma participação política e cívica completa de todos
os grupos políticos e sociais, e assim, enfrentar os desafios da construção da
paz.
Sobre os direitos e garantias para o exercício da
oposição política em geral, consideramos que a prática da política não se
limita apenas à participação no sistema político e eleitoral, e por isso que da
criação de espaços de democracia e pluralismo. A Colômbia requer o
reconhecimento tanto da oposição exercida por partidos e movimentos políticos,
como das formas de ação por parte de organizações e movimentos sociais e
populares que podem chegar a exercer formas de oposição às políticas do governo
nacional e as autoridades regionais e municipais. E, nessa medida, a definição
das garantias exigidas para a oposição política precisa distinguir entre a
oposição política exercida dentro do sistema político e da representação, e as
atividades desenvolvidas por organizações e movimentos sociais e populares
podem chegar a exercer formas de oposição.
Concordamos que
para os partidos e movimentos políticos que se declarem em oposição às
garantias estarão contidas em um estatuto para seu exercício, entretanto, para
as organizações e movimentos sociais e populares acima mencionados, é
necessário não só para garantir o pleno exercício dos direitos e liberdades,
inclusive da oposição, mas também promover e facilitar oportunidades para que transmitam
suas demandas.
Quanto ao estatuto de garantias para o exercício da
oposição política acordado concordamos que, após a assinatura do Acordo
Final, os partidos e movimentos políticos com personalidade jurídica, serão chamados
numa Comissão a definir as diretrizes da lei de garantias para os partidos e
movimentos que se declarem oposição política. Além disso, convocar-se-ão neste
cenário de discussão outros grupos políticos representativos da oposição,
conforme acordado entre as partes. A Comissão, através de um evento facilitará
a participação de porta-vozes de organizações e movimentos sociais mais
representativos e, especialistas e acadêmicos, entre outros. Com base nessas
diretrizes, o Governo irá preparar um projeto de lei com delegados da Comissão
de partidos e movimentos políticos que o acompanha. Além disso, concordamos que
o Governo Nacional irá estabelecer um novo sistema
integral de segurança para o exercício da política, como parte de uma
concepção moderna, qualitativamente novade segurança que, no contexto do fim do
conflito, baseia- se no respeito da dignidade humana, na promoção e no respeito
dos direitos humanos e na defesa dos valores democráticos, particularmente na
proteção dos direitos e liberdades das pessoas na política, especialmente
aqueles após do término do confronto armado
transformar-se-ão em opositores políticos e, portanto, devem ser
reconhecidos e tratado como tal.
O Sistema
Integral de Segurança é concebido dentro de um quadro de garantias de direitos
e liberdades, e visa assegurar a promoção e proteção da pessoa, o respeito à
vida e à liberdade de pensamento e de opinião, a fim de fortalecer e aprofundar
a democracia.
Este novo
sistema integral de segurança para o exercício da política deve ajudar a criar
e garantir uma cultura de convivência, tolerância e solidariedade, que
dignifique o exercício da política e estabeleça garantias para evitar qualquer
forma de estigmatização e perseguição de líderes por causa de suas atividades
políticas por livre opinião ou oposição. Adotar-se-ão provisões para evitar que
se fomentem concepções de segurança sob qualquer pretexto, ser contrária aos
objetivos do sistema que são a proteção das vidas daqueles que exercem política
e sua não estigmatização por causa de suas convicções políticas e atividades
políticas.
O Sistema
Integral de Segurança para o exercício político será estruturado de acordo com
um conceito de segurança que está centrado na pessoa, baseia-se nos princípios
de soberania, não-intervenção e da autodeterminação dos povos, e permite
articular medidas de segurança com as medidas de desenvolvimento e bem-estar
individual e coletivo previsto no acordo final.
Além disso, o
Governo reforçará, concentrará e dispersará a sua máxima capacidade
institucional para prevenir, impedir e neutralizar, com uma abordagem
multidimensional, qualquer possível fonte de violência contra aqueles que
exercem a política, e tomará todas as medidas necessárias para garantir que não
ressurjam grupos de tipo paramilitar.
O Sistema
Integral de Segurança para o exercício da Política irá incluir os seguintes
elementos: 1. Adequação normativa e
institucional, que inclui a criação de uma instância de alto nível que
ponha em caminho um Sistema de Segurança para o exercício e Política e que garanta
a articulação, funcionamento e supervisão do mesmo. Essa instancia vai depender
da Presidência da República e estabelecerá mecanismos de diálogo permanente com
os partidos e movimentos políticos, especialmente aqueles que exercem a
oposição e o novo movimento que surja do trânsito das FARC-EP à atividade
política legal. Os mecanismos incluem, entre outros, um sistema de
planejamento, elaboração de relatórios e acompanhamento, monitoramento e
comissão de avaliação; 2. Prevenção, que inclui um sistema de
alerta precoce e preventiva de segurança com um sistema de coordenação
inclusiva ecom possibilidade de auditoria ; 3. Proteção, que inclui quanto um programa de proteção dedicada
para os membros do novo movimento político que surja do trânsito FARC-EP na
atividade política legal, tanto como a proteção especializada para as seguintes
pessoas: aqueles que foram eleitos pelo voto popular, os que se declararem em
oposição política e líderes de partidos e movimentos políticos, com abordagem
diferenciada e com presença nacional e regional; 4. Avaliação e monitoramento, inclui um sistema
de planejamento, informação e
monitoramento com caráter interinstitucional e representação dos partidos e
movimentos políticos, com acompanhamento contínuo de organizações humanitária
de tipo internacional, o que permite uma avaliação do desempenho e dos
resultados; prestação de contas através de relatórios públicos do Governo; um
acompanhamento da Comissão e avaliação do desempenho e progresso integrado no
desmantelamento de organizações criminosas e todos aqueles que ameaçam o
exercício da política, com representantes de partidos e movimentos políticos; e
uma comissão de até investigações de crimes contra as pessoas envolvidas na
política. Também concordamos em estabelecer um sistema similar de garantias
de segurança para as lideranças de organizações e movimentos sociais e
defensores dos direitos humanos em situação de risco, incluindo a adaptação
regulamentar e institucional, prevenção, proteção e avaliação e acompanhamento.
No que diz
respeito às garantias específicas para o novo movimento que surja do trânsito
FARC-EP na atividade política legal, nós concordamos em discutir esta questão
como parte do item 3 da Ordem do Dia do Acordo Geral, "Fim do conflito”.
Uma sociedade
democrática e organizada é uma condição necessária para a construção de uma paz
estável e duradoura, em particular no contexto da implementação do Acordo
Final. Por esta razão e para garantir o direito de todas as pessoas a construir
organizações sociais de variados tipos; para se juntar a eles e espalhar suas
plataformas; à liberdade de expressão e de oposição; e ao dissenso, ao
pluralismo e a tolerância; à ação política ou social, através do protesto e
mobilização; e tendo em conta a necessidade de uma cultura política para a
resolução pacífica de conflitos e a obrigação do Estado de garantir o diálogo
com o público, nós concordamos que sejam tomadas medidas para garantir o reconhecimento, fortalecimento e empoderamento
de todos os movimentos e organizações sociais de acordo com seus
repertórios e plataformas de ação social.
Para o efeito, o
Governo preparará um projeto de lei sobre garantias e promoção da participação
cidadã e outras atividades que podem fazer as organizações e movimentos
sociais, com base nas seguintes diretrizes, dentre outros, serão discutidos em
um espaço caráter nacional, que contará com a presença dos porta-vozes das
organizações e movimentos sociais mais representativos: garantir o direito de
acesso oportuno e livre à informação governamental no âmbito da Constituição e
da lei; regulamentação do direito de resposta e retificação, liderado por
organizações e movimentos sociais mais representativos, contra as declarações
falsas ou ofensivas por parte do governo nacional; realizar em conjunto com as
organizações e movimentos sociais uma caracterização e registo de organizações
sociais; apoiar através de assistência jurídica e técnica, a criação e o
fortalecimento de organizações e movimentos sociais; a pedido de organizações e
movimentos sociais, facilitar a sistematização e troca de experiências bem
sucedidas para fortalecê-los; fortalecer os mecanismos de financiamento de iniciativas
e projetos próprios das organizações sociais; promover a criação de redes de
organizações e movimentos sociais que se tornem visíveis as liderança e garantissem sua capacidade de plena
interlocução com as autoridades; acesso
aos mecanismos de divulgação para tornar visível o trabalho e a opinião
de organizações e movimentos sociais; em instâncias de participação cidadã,ampliar
e garantir a representatividade das organizações e movimentos sociais; desenhar
metodologias que contribuem para a eficácia e o impacto dos níveis de
participação e diálogo; implementar o monitoramento e verificação do
cumprimento por parte das autoridades das obrigações, compromissos e garantias,
enquanto ao estabelecimento,
funcionamento e eficácia dos espaços para a participação do cidadão; criar uma
ferramenta permita valorar, tornar visível e incentivar a gestão dos poderes
públicos no que diz respeito à participação de organizações e movimentos
sociais; a troca de experiências bem sucedidas de participação cidadã entre as
organizações sociais e as autoridades; promover a construção de agendas de
trabalho local, municipal, departamental e nacional, conforme o caso, que
permita a atenção de petições e propostas de diferentes setores que se realizem
através das organizações e movimentos sociais; As autoridades locais deverão
atender os seus pedidos e propostas, e
canaliza-las de acordo com a sua competência, a fim de ser abordado de
maneira rápida e eficaz.
Também
concordamos que o Governo Nacional considerará e avaliará a viabilidade de
propostas de garantias adicionais decorrentes do espaço para a participação de
caráter nacional, em uma Comissão de Diálogo com os porta-vozes das
organizações e os movimentos sociais mais representativos, escolhidos por meio
de um mecanismo definido pelos organizadores. O mecanismo deverá ser
participativo e garantir uma representação pluralista e equilibrada na
Comissão.
O Governo
Nacional e as FARC-EP concordarão sobre os organizadores, critérios e diretrizes
para o desenvolvimento deste espaço de participação de caráter nacional, a fim
de garantir uma representação plural e equilibrada.
Além disso, no
acordo reconhece que a mobilização e
protesto, como formas de ação política são exercícios legítimos do direito
de reunião, a liberdade de circulação, de liberdade de expressão, à liberdade
de consciência e da oposição numa democracia; e que num cenário na fase final
do conflito se deve assegurar espaços diferentes para canalizar demandas dos
cidadãos, incluindo todas as garantias para a mobilização, protesto e da
convivência pacífica.
A fim de garantir o pleno exercício desses direitos,
nós concordamos que o Governo vai definir as medidas e ajustes normativos
necessários com base nos critérios a seguir, e a outra a acordar no âmbito de
uma comissão especial, que contará com a participação dos porta-vozes da
Comissão de Diálogo e representantes de outras partes interessadas. Como parte
da comissão especial se discutirão os insumos provenientes da área da
participação nacional que se tratará no ponto de garantir para organizações e
movimentos sociais e os que proponham outros setores. Entre os critérios
acordados são os seguintes: todas as garantias para a mobilização e protesto,
como parte do direito constitucional à liberdade de expressão, de reunião e de
oposição, o diálogo favorecendo e civilidade no tratamento deste tipo de
atividade; garantias aos direitos dos manifestantes e outros cidadãos;
garantias necessárias para o exercício da liberdade de informação durante a
mobilização e protesto; revisar e, de se necessário, alterar as regras que se
aplicam à mobilização e protesto social; garantias para o cumprimento e
respeito pelos direitos humanos em geral; fortalecimento da vigilância e o
controle à ação e os meios utilizados pelas autoridades para tratar este tipo
de atividade; garantias para o diálogo contra a mobilização e protesto e apoio
do Ministério Público como garantia do respeito àsliberdades democráticas e
reforçar os mecanismos de participação dos cidadãos no diálogo e construção de
agendas de trabalho que permitam atenção aos pedidos e propostas de diferentes
setores e organizações sociais.
Além disso,
tendo em conta a importância de garantir espaços para canalizar demandas dos
cidadãos, concordou em promover a construção de agendas de trabalho que
permitem petições de intervenção precoce e propostas de diferentes setores e
organizações sociais.
Quanto à participação cidadã por meio de mídia
comunitária, institucional e regional, concordou que é reconhecido que os
meios de comunicação, meios institucionais e regionais, contribuirão à
participação cidadã e, sobretudo, para promover os valores cívicos, diferentes
identidades étnicas e culturais , a inclusão política e social, a integração
nacional e em geral o reforço da democracia.
Para fazer
progressos na prossecução destes objetivos, concordamos que o Governo Nacional:
abrirá novas chamadas para a atribuição de rádio comunitária, com ênfase nas
áreas mais afetadas pelo conflito e, assim, promoverá a democratização da
informação e do uso das ondas eletromagnético disponível; promoverá a
capacitação técnica dos trabalhadores em meios de comunicação comunitários, e a
formação e capacitação dos seus comunicadores e os seus operadores; abrirá as
estações espaciais e canais corporativos e regionais para a divulgação do
trabalho de organizações e movimentos sociais e comunidades em geral;
financiará a produção e difusão de programas de conteúdo orientados a uma
cultura de paz com justiça social e reconciliação, por meio da mídia de
interesse público e comunitário.
Em um cenário de
fim do conflito, todos devem contribuir para o progresso na construção de uma cultura de reconciliação, a convivência, a
tolerância e a não-estigmatização, especialmente por causa da ação política
e social no contexto da civilidade.
Para este fim,
concordamos que o Governo vai criar um Conselho Nacional de Reconciliação e
Convivência, que será composto por representantes do Governo, do Ministério
Público, e indicações de partidos e
movimentos políticos, inclusive do que surja do trânsito de FARC EP às
atividades políticas legais, organizações e movimentos sociais, especialmente
as mulheres, agricultores, sindicatos, minorias étnicas, as igrejas, o sector
da educação, entre outros.
O Conselho vai
ter como função aconselhar e ajudar ao
Governo na implementação de mecanismos e ações que incluem: a concepção e
implementação de um programa de reconciliação, a convivência e a prevenção de estigmatização;
promoção do respeito à diferença, a crítica e a oposição política; a promoção
pelo respeito pelo trabalho que se realiza em prol da construção de paz e a reconciliação de diferentes movimentos e
organizações políticas e sociais, a promoção do respeito pelo trabalho
realizado por organizações sociais e de direitos humanos; pedagogia e didática
do Acordo Final e sua difusão a partir do sistema de ensino público e privado
em todos os níveis e no interior do Estado; promoção da reconciliação, harmonia
e tolerância, especialmente os mais afetados pelo conflito; e a criação de uma
cátedra de cultura política de
reconciliação e de paz.
Nós também
concordamos em estabelecer Conselhos para a Reconciliação e a convivência nos
níveis territoriais, a fim de aconselhar e ajudar as autoridades locais. Além
disso, e considerando a participação, a fiscalização
e controle por parte dos cidadãos são fundamentais para garantir a
transparência na gestão pública, o bom uso dos recursos, e avançar na luta contra a corrupção e contra a
penetração de estruturas criminosas em instituições públicas, especialmente em
um cenário de acabar com o conflito e construção da paz, o que exigirá grandes
investimentos para cumprir os objetivos do Acordo Final, concordamos uma série
de medidas para promover e fortalecer o controle pelos cidadãos na gestão
pública. Entre elas estão: estabelecer
um plano de apoio à criação e promoção de fiscalização do cidadão e
observatórios de transparência, com especial ênfase no controle dos cidadãos na
implementação do Acordo Final, que será lançado com a ajuda de organizações e
instituições de ensino superior especializadas, entre outros, para prestar
apoio e assistência técnica; apoio ao
plano nacional de formação de fiscalização; a criação de mecanismos de
informação, a fim de garantir a publicidade e a transparência na aplicação; a
criação de um mecanismo especial de atenção, tratamento e acompanhamento de
reclamações e avisos dos cidadãos e das organizações e movimentos para uma possível
corrupção, com ênfase em questões relacionadas com a implementação do Acordo
Final; promover uma campanha massiva institucional de divulgação aos direitos dos cidadãos e as
obrigações e os deveres das autoridades sobre a participação e controle da
administração pública por parte dos
cidadãos, e dos mecanismos
administrativos e judiciais existente para fazer valer sua aplicação efetiva; o
fortalecimento dos mecanismos de prestação de contas para todos os servidores
públicos; e a vinculação das universidades a campanhas massivas para a promoção da participação
cidadã e do controle por parte do cidadãos.
Enquanto à
participação dos cidadãos nas questões de planejamento, nós concordamos uma
série de ações para fortalecer a
participação na elaboração , discussão, acompanhamento à execução e avaliação
dos processos de planejamento e orçamento, e promover o seu impacto nas
decisões gerenciais: revisão das funções e a criação dos Conselhos Territoriais
de Planejamento, a fim de ampliar a participação pública na formulação de
planos de desenvolvimento e acompanhamento da sua execução e avaliação;
fortalecer a participação dos órgãos administrativos locais na elaboração dos
planos de desenvolvimento; promover a coordenação entre as diversas instâncias
formais e informais de planejamento participativo; fazer ajustes normativos
necessários para que os conceitos, declarações e relatórios de acompanhamento,
realizadas por instâncias do planejamento participativo, ser respondidas pelas
autoridades públicas e espaços de diálogo e interlocução .
Além disso,
concordamos em fazer uma revisão integral e participativa do sistema no
processo de participação nos processos de planejamento; fortalecer os desenhos
institucionais e a metodologia, a fim de facilitar a participação dos cidadãos
e garantir a sua eficácia na formulação de políticas públicas sociais, como
saúde, educação, redução da pobreza e da desigualdade, meio ambiente e cultura;
e fortalecer a construção do orçamento participativo a nível local.
A fim de promover o pluralismo político, a igualdade de condições e a
representatividade do sistema partidário e da consolidação da paz no
contexto do fim do conflito, concordou em fazer as mudanças necessárias para desligar a obtenção e preservação do status
legal de partidos políticos e movimentos políticos da exigência de exceder um limite nas
eleições para o Congresso e, assim, redefinir os requisitos para sua
constituição; e desenhar um sistema de aquisição progressiva de direitos para
partidos e movimentos políticos, de acordo com seu desempenho eleitoral nos
níveis municipais, departamentais e nacionais. Isso também irá facilitar a
circulação de organizações e movimentos sociais com vocação política para a sua
constituição como partidos ou movimentos políticos.
O sistema irá
incorporar um regime de transição, incluindo programas de financiamento e de
extensão, para promover e incentivar novos partidos e movimentos políticos de abrangência
nacional que irrompa pela primeira vez na arena política.
Complementando o
acima, e, a fim de promover uma
distribuição mais equitativa dos recursos, nós concordamos que, por um
lado, incrementar-se-ão o percentual que se distribuirá igualmente entre os
partidos ou movimentos políticos com representação no Congresso e vai se
aumentar o fundo para o financiamento de partidos e movimentos políticos, e
outros espaços de divulgação da agenda política dos partidos ou movimentos
representados no Congresso políticos serão expandidos.
Uma abertura
democrática para construir a paz requer também a promoção de uma maior participação dos eleitores. Para esta ação se
concordaram medidas para remover os obstáculos e facilitar o exercício do
direito de voto, com especial ênfase para as populações mais vulneráveis e
nas áreas mais afetadas pelo conflito e negligência, incluindo: promover
campanhas de informação, formação, educação e divulgação, para incentivar a
participação dos eleitores; uma campanha nacional de carteiras de identidade
massiva; apoio à gestão para a organização eleitoral para a frente para
estimular a participação dos eleitores, particularmente das populações mais
vulneráveis e remotas, facilitando o acesso às assembleias de voto nas
comunidades que vivem em áreas remotas e dispersas.
Além disso, para
reforçar as garantias do sistema eleitoral na fase de construção da paz,
concordaram-se medidas para promover a transparência
no processo eleitoral, que incluem, dentre outros que foram acordados:
campanhas de prevenção de condutas prejudiciais que obstaculizem à
transparência de processos eleitorais; possibilitar mecanismos para facilitar
queixas dos cidadãos e criar um sistema de monitoramento; realizar uma
auditoria técnica dos cadernos eleitorais; formar um tribunal nacional de
garantias eleitorais e tribunais especiais seccionais nos distritos de maior
risco de fraude eleitoral; fortalecer a capacidade de investigação e punição
dos crimes, delitos eleitorais e infiltração da criminalidade na atividade
política; tomar medidas para assegurar uma maior transparência no financiamento
das campanhas eleitorais; apoiar a implementação de meios eletrônicos no
processo eleitoral, com garantias de transparência; promover a participação de
movimentos sociais e organizações ou outra organização cívica no monitoramento
e controle dos processos eleitorais; promover processos de formação, educação e
comunicação política nos assuntos públicos.
Como uma medida
adicional de transparência e pretendendo que a pauta oficial não seja usada para fins
eleitorais, partidária, de promoção
pessoal ou projetos políticos, principalmente em época de eleição, também
concordamos que o Governo irá promover os
ajustes necessários na regulamentação
para a pauta oficial nos níveis nacionais, estaduais e municipais, serão
atribuídos de acordo com um critério transparente, objetivo e equitativa,
tendo em conta os meios e espaços de
comunicação locais e comunitários.
Além dessas
medidas de efeito imediato, nós concordamos que deve ser realizada uma reforma do regime e da organização
eleitoral, com o objetivo de garantir uma maior autonomia e independência
da organização eleitoral, incluindo o Conselho Nacional Eleitoral ou a
instituição que faça essa função, e modernizar e tornar o sistema eleitoral
mais transparente, para dar assim maiores garantias para a participação
política em pé de igualdade e melhorar a qualidade da democracia.
Para este fim,
nós concordamos que após a assinatura do Acordo Final, deverá ser criada uma missão eleitoral especial. A missão
será composta por peritos de alto nível que devem ser selecionados de acordo
com o mecanismo acordado entre as Partes, no prazo de 6 meses vai apresentar
suas recomendações com base, entre outras, nas boas práticas nacionais e internacionais
e nos insumos recebidos de partidos e movimentos políticos e as autoridades
eleitorais. Com base nessas recomendações, o Governo vai fazer a os ajustes
institucionais, conforme necessário.
A fim de
promover uma cultura política
democrática e participativa, que promove o tratamento dos conflitos,
através dos mecanismos que brindam a política e que proíbem a violência como
método de ação política, concordamos que se irá implementar as seguintes
medidas: promoção dos valores democráticos, da participação política e seus
mecanismos para assegurar e promover seu conhecimento e seu uso eficaz e assim fortalecer o exercício dos direitos
constitucionais por meio de campanhas de mídia e oficinas de formação;
fortalecimento de programas de educação para a democracia nos diferentes níveis
de ensino; promoção de programas de liderança política e social para os membros
do partido e das organizações sociais; e um programa para promover a
participação e a liderança das mulheres na política.
Como parte das
medidas para promover o pluralismo dentro do fim do conflito, e com o objetivo
de garantir uma melhor integração das áreas particularmente afetadas pelo
conflito, a negligência e a fraca presença institucional, e uma maior inclusão
e representação política de essas populações e seus direitos políticos,
econômicos, sociais, culturais e ambientais, e também como uma medida de
reparação e de construção da paz,
concordamos a criação nas áreas de
especial Circunscrições Transitórias Especiais de Paz para a eleição de
um número por definir de Representantes, (temporariamente estão pendentes as
áreas definidas, o número total de vagas e o número de períodos eleitorais para
esses Circunscrições).
Estas
circunscrições eleitorais serão adicionais aos eleitores comuns existentes.
Fornecerão regras especiais para a inscrição e seleção de candidatos. Da mesma
forma, as campanhas terão acesso a financiamentos especiais e mídia regional.
Serão ainda criados mecanismos especiais de apoio para garantir a transparência
do processo eleitoral e da liberdade de voto dos eleitores.
Foi acordado que
os candidatos devem ser pessoas que habitem regularmente nestes territórios ou que
tenham sido deslocadas deles e estejam em processo de retorno. Estes candidatos
poderão ser inscritos por grupos significativos de cidadãos ou organizações no
território da circunscrição, como as organizações de agricultores, vítimas
(incluindo os deslocados internos), as mulheres e os setores sociais para
trabalhar na construção da paz e na melhoria condições sociais na região, entre
outros.
Os candidatos
serão eleitos pelos cidadãos desses territórios, sem prejuízo de seu direito de
participar na escolha dos candidatos para a Câmara dos Representantes nas
eleições regulares em seus departamentos. Os partidos que têm representação no
Congresso não poderão registrar candidatos para essas circunscrições.
A organização
eleitoral exercerá vigilância especial sobre o consenso eleitoral e o registro
de candidatos, garantindo que as regras estabelecidas sejam seguidas.
Na sequência do
acordo sobre o acesso aos meios para organizações e movimentos sociais e
partidos políticos e movimentos, nós concordamos que se habilitará um canal institucional de televisão fechada destinados
para partidos e movimentos políticos com status legal, para divulgar suas
plataformas políticas, no âmbito do respeito pelas ideias e diferença. Esse
canal também servirá para divulgar o trabalho de organizações e movimentos
sociais, promovendo uma cultura democrática, de paz e reconciliação e
elaboração de relatórios sobre os progressos na implementação de planos e
programas a serem acordadas no âmbito do Acordo Final.
Reconhecendo o
importante papel das mulheres na prevenção e resolução de conflitos e na
construção da paz, bem como a necessidade de promover e fortalecer a sua
participação na vida política, mais ainda no âmbito do fim do conflito, onde o
sua liderança e participação em
igualdade nos processos de tomada de decisão pública e na formulação,
implementação, avaliação e controle das políticas públicas são necessárias e
essenciais para uma paz estável e duradoura, nós concordamos que a
implementação de todo o acordado no ponto 2
garantir-se-ão o enfoque de
gênero e desenhar-se-ão e adotar-se-ão
as medidas afirmativas necessárias para fortalecer a participação e a
liderança das mulheres.
A critério de
cada delegação há questões que serão discutidas mais tarde na Mesa, tendo em
conta o princípio de que nada está acordado até que tudo esteja acordado.
O Governo
Nacional e as FARC-EP são especialmente gratos aos países garantidores Cuba e
Noruega pelo apoio firme para este processo, que tem avançado a construção
desse acordo, em uma atmosfera de confiança e seriedade, e aos países que
acompanham Venezuela e Chile por seu contínuo apoio.
Esse informe não
altera o acordado.
INFORME CONJUNTO SOBRE OS AVANÇOS ALCANÇADOS NOS
MARCOS DOS MECANISMOS DE COMUNICAÇÃO E DIFUSÃO DA MESA DE CONVERSAÇÕES
Enviado
pela Mesa de Conversações Dom, em 12/08/2013 – 13:39
Informe conjunto sobre os avanços
alcançados nos marcos dos mecanismos de comunicação com a sociedade e o
mecanismo de difusão da Mesa de Conversações da paz entre o Governo da
República da Colômbia e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia –
Exército do Povo (FARC-EP)
O
Governo da Colômbia e as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército
do Povo, cumprindo o estabelecido no ponto 3 do tópico VI do Acordo Geral para
o Término do Conflito e a Construção de uma Paz Estável e Duradoura em 26 de
agosto de 2012, apresentam este Informe Conjunto sobre os avanços alcançados
nos marcos dos mecanismos de comunicação com a sociedade e o mecanismo de
difusão da Mesa de Conversações, entre os dias 11 de junho e 6 de novembro de 2013.
1.1.Comunicados
conjuntos
- Desde
a publicação do Primeiro Informe Conjunto da Mesa de Conversações no mês
de junho de 2013, elaboramos 9 comunicados conjuntos trazendo ao
conhecimento os avanços no segundo ponto da Agenda: Participação Política.
1.2.Recepção de
propostas por meios físicos e eletrônicos
- Até
o momento, as delegações na Mesa de Conversações continuam recebendo
propostas através dos mecanismos de participação da sociedade
estabelecidos no tópico VI do Acordo Geral: (i) Recepção das propostas
sobre os pontos da agenda de cidadãos e organizações por meios físicos ou
eletrônicos, e (ii) organização de espaços de participação.
- No
total a Mesa de Conversações conta, até o momento, com aproximadamente
17.000 propostas sobre os 6 pontos estabelecidos na Agenda do Acordo
Geral. Todas as propostas recebidas foram sistematizadas, analisadas e
descansam no meio eletrônico para a consulta de ambas as delegações.
Reiteramos nosso agradecimento por este importante aporte e convidamos aos
colombianos que sigam mandando suas propostas e contribuindo para este
importante trabalho.
A
continuação da descrição detalhada dos mecanismos:
1.2.1
Recepção de propostas por meios
físicos ou eletrônicos
- O contador do site oficial da Mesa
de Conversações www.mesadeconversaciones.com.co
registra a recepção de 5.835 propostas, das quais 3.155 são propostas
reais e 2.680 são “SPAM” ou mensagens não desejadas; estes foram isolados
a partir das bases de dados da página. Das 3.155 propostas reais, 2.033 foram
enviadas através do formato virtual no site e as 1.122 restantes correspondem
aos fóruns e relatórios que foram posteriormente digitalizadas e
integradas na base de dados.
- Desde o Primeiro Informe Conjunto
receberam-se 2.082 propostas, destas 1.170 são propostas virtuais e 912
propostas físicas.
- Até a data, o site foi acessado
59.624 usuários na Colômbia e outros países como: Estados Unidos, Espanha,
Cuba, Venezuela, Canadá, Argentina, Reino Unido e Alemanha. Destes visitantes,
68,8% corresponde a novos visitantes, o que evidencia a consulta de novos
públicos dentro e fora do país. As zonas da Colômbia de maior consulta são
Bogotá e os departamentos de Antioquia, Vale do Cauca, Santander,
Atlântico e Tolima.
1.2.2
Consultas diretas
- Cumprindo com o estabelecido no
Acordo Geral e com o objetivo de conhecer em primeira mão experiências e
análises sobre o ponto de Participação Política, as delegações acordaram
convidar um conjunto de pessoas que enriqueceram as visões do governo e
FARC-EP sobre o ponto. Assim, foram convidados acadêmicos e especialistas
que participaram em diferentes sessões de acordo com os temas abordados.
(ver comunicado conjunto)
1.2.3
Organizações de espaços de
participação
- O terceiro Fórum Nacional para a
solução dos problemas das drogas ilícitas (quarto ponto da Agenda do
Acordo Geral), foi realizadoem Bogotá nos dias 24, 25 e 26 de setembro e
um capítulo adicional em São José do Guaviare realizado nos dias 1, 2 e 3
de outubro deste ano.
- O capítulo em Bogotá contou com a
participação de representantes de todo o países, especialmente das regiões
mais afetadas pela produção, o consumo e o tráfico de drogas ilícitas,
provenientes de diferentes setores como: movimento estudantil e
organizações do setor empresarial; organizações e movimentos campesinos;
organizações indígenas; organizações afrodescendentes; programas de
desenvolvimento e paz, bem como iniciativas nacionais e territoriais de
paz; organizações juvenis; representantes de setores educativos e
culturais; igrejas; organizações especializadas vinculadas aos temas
relacionados com a solução de drogas ilícitas; prevenção do consumo e
substituição de cultivos de uso ilícitos; organizações de mulheres;
organizações defensoras dos direitos humanos; organizações ambientalistas;
organizações de vítimas; movimentos políticos e sociais; partidos
políticos; setor acadêmico; universidades e centros de investigação;
centrais e organizações sindicais; organizações nacionais e organizações
LGBTI.
- A realização deste capítulo
especial em São José do Guaviare, permitiu recolher experiências e
aprendizagens próprias das regiões graças a participação de pessoas
diretamente afetadas, com quem se avançou na construção de propostas
concretas para dar soluções ao problema das drogas ilícitas com enfoque
territorial.
- O Centro de Pensamento e Seguimento
ao Diálogo de Paz da Universidade Nacional e o Sistema das Nações Unidas
na Colômbia organizaram os fóruns e sistematizaram a informação recolhida
nos relatórios, as apresentações, intervenções e os documentos depositados
nas caixas de correios e elaboraram um informe que foi apresentado na Mesa
de Conversações em 29 de novembro deste ano.
1.3.
Mesas Regionais
- As delegações na Mesa de Conversações
reconhecem a importância de os dois turnos das Mesas Regionais para Contribuir com o Fim do Conflito,
convocadas pelas Comissões de Paz do Senado e a Câmara de Representantes
do Congresso da República e organizadas pelo Sistema das Nações Unidas na
Colômbia. Este esforço importante, juntamente com a promoção de espaços
democráticos para a troca de ideias e discussão entre diversos setores
sociais, permitiu o recolhimento de cerca de 8.000 propostas de todo o
país sobre os pontos de Políticas de Desenvolvimento Agrário Integral,
Participação política, Programas de substituição de cultivos de uso
ilícito e Vítimas.
- Na primeira rodada realizada entre
outubro e novembro de 2012 se apresentaram mais de 4.000 propostas, com a
participação de 2.900 pessoas, representantes de 1.333 organizações sobre
os pontos de Política Agrária Integral, Participação Política e a Solução
ao Problema das Drogas Ilícitas.
- Na segunda rodada, entre junho e
julho de 2013, foram ouvidos cerca de 4.000 propostas de em torno de 3.000
vítimas do conflito sobre: reparação, direitos das vítimas, verdade,
justiça, reconciliação, transformação, eanistia . Adicionalmente, no
desenvolvimento das mesas se dispuseram caixas de correio nas quais se
coletaram 269 propostas que os participantes haviam preparado previamente
sobre diferentes temas do seu interesse particular.
- Os resultados destas Mesas
Regionais foram recebidos através dos países garantidores e atualmente
fazem parte integral do sistema de informação que sistematiza e analisa a Mesa
de Conversações.
- Além disso, delegações receberam os
diferentes objetos e materiais enviados pelas vítimas participantes nas referidas
Mesas e por meio do reconhecimento por seu especial valor e como respeito
a todas as vítimas do conflito, providenciando um espaço para sua guarda e conservação em Havana,
Cuba.
1.4.
Estratégias de promoção e difusão
- Continuando
com o objetivo de garantir a mais ampla participação da sociedade civil no
processo, no mês de junho foram impressos um milhão de unidades da
cartilha “Guia de participação
cidadã para cidadãos e organizações no processo de conversações” para
complementar as informações fornecidas sobre os mecanismos de
participação. Do total de cartilhas, foram enviadas cerca de 400 unidades
por município para um total de 500.000 cartilhas nos 32 departamentos, com
a finalidade de que prefeitos e governadores continuem acompanhando este
processo mediante a promoção e ativação dos mecanismos de participação em
suas regiões e municípios.
- Além
disso, desde junho se continuou com a tarefa de difundir as informações do
processo por meio da entrega direta de aproximadamente 23.000 kits
contendo materiais de participação cidadã[1] em espaços acadêmicos,
iniciativas sociais, encontros de organizações de vítimas, defensores de
direitos humanos, jovens e mulheres, além de diversas reuniões regionais
em torno da construção da paz de onde confluíram representantes de
diferentes setores da sociedade civil. Estas entregas foram realizadas com
o apoio das universidades e organizações que liberaram os espaços de
debate e construção de propostas.
- Da
mesma forma distribuíram cópias do Primeiro
Informe Conjunto nos cenários em que foi considerado relevante, dada a
sua proximidade ou interesse com o tema. No total, até o momento foram
entregues cerca de 10.000 cópias do relatório.
- Por
outro lado, desde a apresentação do Primeiro Informe Conjunto continuou-se
com a tarefa de promoção da participação a partir de um plano de mídia que
inclui aprofundar o trabalho na rádio e televisão. Foi ao ar um comercial
de televisão entre 1 de junho até 31 de julho nos diferentes cais
nacionais e regionais, tanto em horário nobre quanto manhã. Foi emitida através
dos canais Caracol, RCN, Teleantioquia, Telecaribe, Telecafé, Canal TRO,
Telepacífico, Canal Capital, Canal Institucional, Sinal Colômbia.
- Também
entre junho e julho se realizaram 63 emissões de cunhas através dos programas
das principais estações de rádio nacionais e regionais. No total, 6.134 emissões da cunha se
difundiram entre as rádios nacionais e rádios regionais nos departamentos
de Putumayo, Nariño, Meta, Norte de Santander, Vale do Cauca,
Cundinamarca, Antiquia, Guaviare, Chocó, Caquetá, Antioquia, Bolívar,
Cauca, Arauca, Sucre, Atlántico, Magdalena, Córdoba, Sucre, Valledupar,
Norte de Santander, Guajira, Tolima, Huila, Valle del Cauca, Meta,
Antioquia, Putumayo, Nariño, Casanare.
- No mês de junho foram impressos 1.000.000
cópias da cartilha “Guia de
participação cidadã para cidadãos e organizações no processo de
conversação”. Com a finalidade de os prefeitos e governadores
continuarem proporcionando e ativando os mecanismos de participação em
suas regiões, fora remetidos aos departamentos, cidades e municípios um
total de 500.000 cartilhas com o objetivo de que cada governador e
prefeito possam entregar cerca de 400 guias aqueles que solicitam informação
de como participar.
- A
partir do mês de outubro começou a ser divulgada a nova versão do vídeo
promocional que enfatiza a participação sobre o ponto 2 da agenda:
participação política. Foi ao ar uma vez por dia, de domingo a domingo, em
horário nobre a partir de 12 de
outubro até 12 de novembro nos canais privados e públicos. Atualmente está
no ar a versão promocional de participação do ponto 4 da agenda: solução
para o problema das drogas ilícitas. Ele será transmitido a partir de 23
de novembro até 23 de dezembro, duas vezes ao dia (1 comercial por faixa).
A partir de 24 de dezembro a 24 de janeiro será transmitido apenas em horário nobre.
- A
cunha de rádio começou a emissão de outubro para novembro em estações
nacionais e regionais. Foram transmitidos um total de 2.571 cunhas.
- Também
se executou no mês de outubro um plano de difusão de publicaçõess nos
meios regionais da Guia de
participação cidadã e o formulário de participação. Foram incluídos
nos seguintes jornais: Jornal de Huila, Jornal do Sul, O Colombiano, O
Heraldo, O Mundo, O Novo Dia, O País, O Universal, Jornal de Magdalena, A
Crônica, A Opinião, A Tarde, Meridiano de Córdoba, Meridiano de Sucre,
Vanguarda Liberal. No total foram entregues para a distribuição 90.684 inserções.
A Mesa
de Conversações agradece a todas as instituições, entidades, organizações,
cidadãos e cidadãs que forneceram suas propostas e que apoiaram a difusão dos
mecanismos de participação estabelecidos no Acordo Geral. Ressaltamos, em
particular, as propostas enviadas por crianças e jovens que moldaram suas ideias
e visões de um país sem conflitos, nas propostas que nos fizeram chegar por meios
físicos e virtuais.
COMUNICADO CONJUNTO. HAVANA, 20 DE
DEZEMBRO DE 2013.
Enviado
pela Mesa de Conversações Sex, em 12/20/2013 - 10:07
As
Delegações do Governo e das FARC-EP informam que:
Encerramos
no dia de hoje o ciclo de conversações N° 18. Ao longo destes dias, escutamos
as intervenções de vários especialistas independentes de diferentes
instituições acadêmicas, assim como de líderes componeses e organizações comunitárias e de mulheres
sobre o ponto de “Solução do problema das drogas ilícitas”.
Estas
valiosas contribuições, igualmente as recebidas através dos fóruns e a
participação direta de cidadãos e organizações sociais que nos enviaram suas
propostas, enriquecem a discussão da Mesa de Conversações sobre o ponto da
agenda.
Também,
trocamos pontos de vista sobre este tema. Esperamos que a partir do próximo dia
13 de janeiro de 2014, data em que iniciaremos um novo ciclo de conversações,
retomemos a discussão deste tema a fim construir acordos.
Convidamos
mais uma vez todas as colombianas e todos os colombianos e organizações sociais
a apresentarem as suas propostas sobre este e todos os pontos da Agenda,
através do site www.mesadeconversaciones.com.co,
ou dos formulários disponíveis nos municípios e províncias de todo país.
Agradecemos
a Cuba e Noruega, países garantidores; e Chile e Venezuela, países
acompanhantes, por seu permanente apoio ao longo destes debates.
INFORME CONJUNTO DA MESA DE CONVERSAÇÕES
Enviado
pela Mesa de Conversações Segunda, em 02/03/2014 - 16:06
Informe
Conjunto da Mesa de Conversações entre o Governo da Colômbia e as Forças
Armadas Revolucionárias da Colômbia – Exército do Povo, FARC-EP.
Informe
sobre o primeiro ponto da Agenda: Política de desenvolvimento agrário integral;
informe sobre o segundo ponto da Agenda: Participação Política.
Janeiro
de 2014
COMUNICADO CONJUNTO
(Este
comunicado aparece no site das FAERC-EP como Comunicado N° 31, mas não aparece na
página oficial das conversações)
Havana,
14 de janeiro de 2014
As
Delegações do Governo e as FARC-EP informam que:
Foram
trocadas propostas sobre o primeiro tema em discussão do ponto acerca da
Solução do problema das drogas ilícitas. Para estudá-las com profundidade,
trabalharão separadamente nos próximos dias para logo retomar o trabalho nas
mesas de conversações.
COMUNICADO CONJUNTO. HAVANA, 13 DE
FEVEREIRO DE 2014
Enviado
pela Mesa de Conversações em Quinta, 02/13/2014 - 11:22
As
delegações do Governo e as FARC-EP na Mesa de Conversações informam que:
Temos
trabalhado de forma constante ao longo deste ciclo de palestras e iniciamos a
construção de acordos sobre o ponto “Solução para o problema das drogas
ilícitas”, particularmente no primeiro subitem, “Programas de substituição de
cultivos ilícitos. Planos integrais de desenvolvimento com participação das
comunidades no desenho, execução e avaliação dos programas de substituição e
recuperação ambiental nas áreas afetadas pelos ditos cultivos”.
Estamos
comprometidos com o propósito de encontrar uma solução definitiva para o
problema dos cultivos de uso ilícito. Por agora, podemos dizer que temos os
primeiros esboços das orientações ou diretrizes dessa solução.
Concordamos
que a essência de qualquer solução é parte da Reforma Rural Integral (Item 1 da
agenda), e que a solução definitiva deve vir de uma construção conjunta que
envolva as comunidades na concepção, execução, acompanhamento, controle e
avaliação dos planos.
Um
elemento importante é o fortalecimento da presença institucional do Estado nos
territórios afetados, promovendo o desenvolvimento integral e a realização dos
direitos de todos os cidadãos, garantindo a segurança, a convivência, o
respeito e a defesa dos direitos humanos, de tal maneira que assegure o
respeito e a aplicação dos princípios e normas do Estado social de direito.
Também
estamos cientes de que, dada a diversidade que caracteriza as regiões da
Colômbia, qualquer intervenção deve ter uma abordagem diferenciada, refletido
nos planos a serem construídos com as comunidades, de tal forma que reconheçam
as necessidades, características e particularidades econômicas, culturais e
sociais dos territórios e das comunidades garantindo a sustentabilidade
socioambiental.
Outro
objetivo é contribuir para o fechamento da fronteira agrícola, a recuperação
dos ecossistemas e o desenvolvimento sustentável, para o qual se apoiarão os
planos de desenvolvimento de diferentes formas de organização e associação como
as áreas de reserva camponesa constituídas ou a se constituírem, quando coincidem
com os territórios afetados pelos cultivos ilícitos.
Sobre
estes delineamentos, estamos elaborando soluções.
Esperamos
continuar avançando os acordos a partir do próximo dia 24 de fevereiro, quando iniciaremos
uma nova rodada de conversações.
Entretanto,
analisaremos separadamente as diferentes propostas que cada delegação
apresentou na Mesa.
Recebemos
porta-vozes do governo do Chile e da Venezuela, países que vêm acompanhando o
processo, para informar sobre o andamento das conversações e ouvirmos seus
planejamentos. Agradecemos sua presença.
Agradecemos
a Cuba e Noruega, países garantidores, pelo seu permanente apoio e
acompanhamento nas conversações.
COMUNICADO
CONJUNTO. HAVANA, 30 DE MARÇO DE 2014
Enviado por Mesa de Conversações em dom, 03/30/2014 – 10:43
As delegações do Governo e das FARC-EP informam que:
Ao longo deste ciclo de conversações temos avançado substancialmente na construção de acordos sobre diferentes aspectos contidos no ponto de “Solução ao problema das drogas ilícitas”, terceiro em discussão na agenda.
No próximo ciclo continuaremos elaborando acordos sobre estes assuntos para concluir, prontamente, as discussões de todos os temas incluídos em dito ponto.
Reunimo-nos com os representantes dos Governos do Chile e da Venezuela, países que vem acompanhando o processo, para informar sobre o avanço das conversações.
Convidamos novamente todos os colombianos e colombianas e organizações sociais a participar com suas propostas sobre a agenda de diálogos, através do site www.mesadeconversaciones.com.co ou através dos formulários que estão sendo distribuídos nas governos departamentais e prefeituras de todo o país.
Reiteramos nosso agradecimento aos países e povos de Cuba e da Noruega, países garantidores, e do Chile e da Venezuela, países acompanhantes, por seu apoio permanente.
Um novo ciclo de conversações será iniciado no próximo dia 4 de abril.
COMUNICADO CONJUNTO. HAVANA, 11 DEABRIL DE 2014
Enviado por Mesa de Conversações em dom, 04/11/2014 – 11:02
As delegações do Governo e das FARC- EP informam que:
Durante o 23º ciclo de conversações em Havana avançamos nas discussões e construção de acordos nos três subpontos relacionados com o tema “Solução ao problema das drogas ilícitas”, terceiro em discussão da Agenda.
Ambas as delegações compartilhamos a visão de que a solução definitiva para este problema deve estar enquadrada na Reforma Rural Integral (primeiro ponto do Acordo Geral) e deve ser construída de maneira conjunta envolvendo as comunidades na formulação, execução, acompanhamento, controle e avaliação dos planos.
Para nutrir estas discussões, convidamos mais uma vez aos colombianos e colombianas a participarem com suas propostas entrando no site www.mesadeconversaciones.com.co, ou utilizandoos formulários que se encontram disponíveis em todas as prefeituras e governos departamentais do país.
Agradecemos especialmente Cuba e da Noruega, países garantidores; Chile e Venezuela, países acompanhantes por seu apoio permanente no decorrer das conversações.
Retomaremos novamente as discussões na próxima quinta-feira, dia 24 de abril.
COMUNICADO CONJUNTO, HAVANA, 04 DE MAIO DE 2014
Enviado por Mesa de Conversações em dom, 05/04/2014 – 10:03
As delegações do Governo e das FARC-EP informam que:
Ao longo do presente ciclo de conversações discutimos sobre todos os aspectos contidos no tema “Solução ao problema das drogas ilícitas” e conseguimos acordos em diferentes pontos.
Cada delegação realizará separadamente consultas ao longo da próxima semana, para analisar assuntos que ainda estão em discussão e nos encontraremos novamente na segunda-feira 12 de maio para iniciar novo ciclo de conversações.
Convidamos novamente todos os colombianos e organizações sociais a participar com suas propostas sobre a agenda dos diálogos, através da Página web www.mesadeconversaciones.com.co ou dos formulários que estão sendo distribuídos nas governos departamentais e prefeituras de todo o país.
Reiteramos nosso agradecimento aos países e povos de Cuba e da Noruega, países garantidores, e do Chile e da Venezuela, países acompanhantes, por seu apoio permanente.
COMUNICADO CONJUNTO. HAVANA, 16 DE MAIO DE 2014 (relatório)
Enviado por Mesa de Conversações em Dom, 05/16/2014 – 17:20
As Delegações do Governo e das FARC-EP informam que:
Chegamos a um acordo sobre o quarto ponto da Agenda contida no "Acordo Geral para o término do conflito e a construção de uma paz estável e duradoura", terceiro em discussão, denominado “Solução ao problema das drogas ilícitas”
Conseguimos um acordo sobre os três subitens do ponto 4 do Acordo Geral:
1.
Programas de substituição de cultivos de uso ilícito. Planos integrais de
desenvolvimento com participação das comunidades na formulação, execução e
avaliação dos programas de substituição e recuperação ambiental das áreas
afetadas por ditos cultivos.
2.
Programas de prevenção do consumo e saúde pública.
3.
Solução ao fenômeno da produção e comercialização de narcóticos.
Consideramos que:
O conflito interno na Colômbia tem uma longa história de várias décadas, que antecede e tem causas alheias ao surgimento dos cultivos de uso ilícito e da produção e comercialização de drogas ilícitas no território.
A persistência dos cultivos está unida em parte à existência de condições de pobreza, marginalidade, pouca presença institucional, além da existência de organizações criminosas dedicadas ao narcotráfico.
Para contribuir ao propósito de estabelecer as bases para a construção de uma paz estável e duradoura é necessário, entre outros, encontrar uma solução definitiva ao problema das drogas ilícitas, incluindo os cultivos de uso ilícito e a produção e comercialização de drogas ilícitas.
A produção e comercialização de drogas ilícitas e as economias criminosas têm tido graves efeitos sobre a população colombiana, afetando o gozo e exercício de seus direitos e liberdades.
O cultivo, a produção e comercialização das drogas ilícitas também têm atravessado, alimentado e financiado o conflito interno.
O fim do conflito deve representar uma oportunidade para construir uma solução conjunta e integral ao problema das drogas ilícitas.
É necessário configurar uma nova visão que atenda as causas e consequência deste fenômeno, especialmente apresentando alternativas que conduzam a melhora das condições de bem-estar e de vida das comunidades nos territórios afetados pelos cultivos de uso ilícito; que aborde o consumo com um enfoque de saúde pública e que intensifique a luta contra as organizações criminosas dedicadas ao narcotráfico, incluindo atividades relacionadas como as finanças ilícitas, a lavagem de dinheiro, o tráfico de precursores [insumos e produtos químicos utilizados na preparação de drogas] e a luta contra a corrupção, desarticulando toda a cadeia de valor do narcotráfico.
Esta nova visão implica em procurar novas alternativas baseadas na evidência, que diferencie em seu tratamento o fenômeno do consumo e o problema dos cultivos de uso ilícito, do problema da criminalidade organizada associada ao narcotráfico.
Aspiramos um país em paz e sem o problema das drogas ilícitas e estamos conscientes de que conseguir tal propósito depende também de consensos e definições de alcance mundial por parte de todos os Estados, em particular por aqueles que de maneira direta ou indireta foram afetados por este problema de caráter multinacional.
Essas políticas devem ser regidas pelo exercício dos princípios de igualdade soberana e não intervenção nos assuntos internos de outros Estados e devem assegurar a ação coordenada no marco da cooperação internacional, na medida em que a solução ao problema das drogas ilícitas é responsabilidade coletiva de todos os Estados.
Acordamos que para construir soluções sustentáveis, garantir os direitos dos cidadãos e o não ressurgimento do problema, a política que for empreendida deve ter um enfoque territorial baseado na participação da cidadania e na presença e no fortalecimento, em termos de efetividade, eficiência e transparência, especialmente das instituições responsáveis da atenção social e das responsáveis pela segurança e proteção das comunidades, ambas com um enfoque dos direitos humanos.
Que essas políticas darão um tratamento especial aos elos mais débis da cadeia do narcotráfico que são os cultivadores e os consumidores de drogas ilícitas, e intensificarão os esforços de desarticulação das organizações criminosas.
Que a política deve manter o reconhecimento dos usos ancestrais e tradicionais da folha de coca, como parte da identidade cultural da comunidade indígena e a possibilidade da utilização de cultivos de uso ilícito, para fins medicinais e científicos e outros usos lícitos que se estabeleçam.
Frente ao primeiro subponto Programa de substituição de cultivos de uso ilícito acordamos que o Governo Nacional criará e desenvolverá um novo Programa Nacional Integral de Substituição de Cultivos de Uso Ilícito-PNIS, como parte da transformação estrutural do campo que busca a Reforma Rural Integral, e com o fim de gerar condições materiais e imateriais de bem-estar e bem viver para as populações afetadas por cultivos de uso ilícito, em particular para as comunidades camponesas em situação de pobreza que atualmente derivam sua subsistência desses cultivos, e dessa maneira encontrar também uma solução sustentável e definitiva ao problema dos cultivos de uso ilícito e a todos os problemas associados a eles no território.
Acordamos
que a transformação dos territórios e as alternativas para as comunidades
afetadas pelos cultivos de uso ilícito, partirão da construção conjunta e
participativa entre estas e as autoridades nacionais, departamentais e
municipais, da solução ao problema dos cultivos de uso ilícito e a superação
das condições de pobreza.
O Programa requer a mais ampla participação das comunidades, incluindo as diretamente envolvidas com o cultivo, para formular, executar e acompanhar os Planos integrais municipais e comunitários de substituição e desenvolvimento alternativo, através de um processo de planejamento participativo.
Será garantida a participação da mulher.
Um
fundamento indiscutível da solução definitiva ao problema dos cultivos de uso
ilícito se encontra no caráter voluntário e marcado e, portanto, na manifesta
vontade das comunidades de transitar caminhos alternativos aos cultivos de uso
ilícito, e no compromisso do Governo de gerar e garantir condições dignas de
vida e de trabalho para o bem-estar e bem viver.
Concordamos que as diferentes propostas das assembleias comunitárias serão a base para a construção dos planos municipais integrais de substituição e desenvolvimento alternativo para as zonas afetadas por cultivos de uso ilícito, os quais serão elaborados e implementados com a participação ativa das comunidades, incluídas suas organizações sociais territoriais. No marco do plano municipal e tendo em conta as propostas das respectivas assembleias, serão elaborados os planos comunitários, que serão parte integral do mesmo. Tanto os planos municipais como os comunitários serão construídos entre as comunidades, as autoridades nacionais, departamentais e municipais, e o Programa, como autoridade nacional competente.
O plano municipal que integra as propostas das comunidades e está constituído pelos planos comunitários será a base para a execução do Programa.
Para a execução dos planos de substituição será privilegiada a contratação das organizações comunitárias e será promovida a geração de emprego nas áreas de aplicação do mesmo.
As medidas de apoio por parte do Programa estarão condicionadas ao cumprimento do cronograma de compromissos adquiridos pelos cultivadores no marco dos acordos de substituição e não replantio. O anterior no entendimento de que o processo de substituição e sua sustentabilidade requerem do apoio do Governo nos termos acordados com as comunidades. Em todo caso deverá existir um compromisso pleno de não cultivar nem de estar envolvido em atividades associadas ao cultivo, nem de participar na comercialização ilegal das matérias-primas derivadas dos cultivos de uso ilícito.
Nos casos onde, no marco da subscrição dos acordos com as comunidades no marco do Programa, existam alguns cultivadores que não manifestem sua decisão de substituir os cultivos de uso ilícito ou descumpram os compromissos adquiridos sem que apresentem um motivo de caso fortuito ou de força maior apesar dos esforços do Programa e das comunidades de persuadi-los, o Governo procederá à sua erradicação manual, com um prévio processo de socialização e informação com as comunidades.
Nos casos nos em que não haja acordo com as comunidades, o Governo procederá à erradicação dos cultivos de uso ilícito, priorizando a erradicação manual onde for possível, tendo em conta o respeito pelos direitos humanos, o meio ambiente e o bem viver. As FARC-EP consideram que em qualquer caso em que haja erradicação, esta deve ser manual.
A proteção das comunidades, a garantia de direito à vida e o bem-estar da população rural, requer também assegurar a desminagem, para a qual o Governo Nacional, após a assinatura do Acordo Final e no marco de sua implementação, porá em desenvolvimento um programa de desminagem e limpeza das áreas do território nacional que foram afetadas pela localização de minas antipessoais e munições não detonadas.
Este é um propósito comum ao que contribuirão Governo e FARC-EP por diferentes meios e no que lhe corresponda a cada qual, incluindo o fornecimento de informação nos termos indicados no Acordo Final e como parte do compromisso mútuo com o fim do conflito e a construção de uma paz estável e duradoura.
Quanto ao segundo subponto da Agenda Programa de prevenção do consumo e saúde pública acordamos que a solução requer compromisso e trabalho conjunto entre as autoridades, a comunidade e a família em torno de uma política de promoção em saúde, prevenção, atenção integral e inclusão social, com especial ênfase em meninos, meninas e adolescentes.
A política frente ao consumo de drogas ilícitas deve ser uma prioridade e uma política de Estado que requer, entre outros, o fortalecimento das capacidades, tanto nacionais como territoriais, no marco do sistema de proteção social, e da disposição correspondente de recursos.
Acordamos que o Governo criará o Programa Nacional de Intervenção Integral frente ao Consumo de Drogas Ilícitas como uma instância de alto nível, para articular as instituições com competência na matéria e coordenar um processo participativo de revisão, ajuste e desenvolvimento da política ao consumo.
A política nacional frente ao consumo de drogas ilícitas terá um enfoque dos direitos humanos e da saúde pública, um enfoque diferencial e de gênero, será fundamentada na evidência e será construída e implementada com a participação das comunidades.
Para garantir a revisão e o ajuste participativo da política frente ao consumo com base nos princípios antes descritos, o Governo criará uma instância nacional com representantes das autoridades com competência no tema, instituições científicas, centros especializados, instituições educativas, associações de pais de família, comunidades religiosas e consumidores.
Acordamos também formular e desenvolver um Sistema Nacional de Atenção ao Consumidor de Drogas Ilícitas que inclua ações complementares de reabilitação e inserção social.
Com base na política e nas análises territoriais sobre o consumo de drogas ilícitas, o Programa promoverá o desenvolvimento de capacidades das autoridades locais e as apoiará na formulação e execução participativa de planos de ação departamentais e municipais frente ao consumo, de acordo com as particularidades dos territórios e diferentes grupos populacionais.
Quanto ao terceiro subponto Solução ao fenômeno da produção e comercialização de narcóticos acordamos que como parte do compromisso de intensificação da luta contra o crime organizado e suas redes de apoio no marco do fim do conflito, e com o objetivo de proteger tanto as comunidades e o bom desenvolvimento do Programa Nacional Integral de Substituição de Cultivos de Uso Ilícito, como a implementação dos acordos no território da ameaça do crime organizado, e em general de desarticular as redes destas organizações, o Governo Nacional desenvolverá uma estratégia de política criminosa, de forma paralela à implementação de uma estratégia integral de luta contra a corrupção, que fortaleça e qualifique a presença e efetividade institucional e concentre suas capacidades na investigação, judicialização e sanção dos delitos associados a qualquer organização ou agrupamento criminoso relacionados com a produção e comercialização de drogas ilícitas, sempre considerando o tratamento diferenciado que deve ser dado aos camponeses e habitantes das zonas rurais vinculados à exploração dos cultivos de uso ilícito.
Acordamos o desenvolvimento de uma nova estratégia contra os ativos envolvidos no narcotráfico e a lavagem de dinheiro que inclui a identificação da cadeia de valor do narcotráfico através de um processo de mapeamento do delito por parte de um grupo de especialistas, a formulação de um novo estatuto de prevenção e luta contra as finanças ilícitas que permita, entre outros, adequar onde for necessário, ou definir e articular a normatividade referida a esta matéria, a qualificação e o fortalecimento e onde for necessário a reformulação ou criação de instâncias de investigação, supervisão ou controle financeiro e de lavagem de dinheiro, o desenvolvimento de uma nova estratégia para garantir a aplicação efetiva da extinção do domínio, e por último a implementação de uma nova campanha nacional que promova valores, alerte sobre novas modalidades de lavagem e fomente a participação e capacidade cidadã no espírito do ponto 2 do Acordo Geral.
Acordamos também que o Governo Nacional revisará e estabelecerá estritos controles estatais sobre a produção, importação e comercialização de insumos e precursores químicos (produtos químicos utilizados na preparação de drogas). Concordamos que no marco da estratégia integral de luta contra a corrupção será desenvolvida uma estratégia específica de luta contra a corrupção associada ao narcotráfico, sobre a base das recomendações de especialistas que inclua o estabelecimento de grupos interinstitucionais para atacar as diferentes expressões da corrupção e seus responsáveis e contribuir para melhorar o desempenho institucional.
No marco do fim do conflito e com o propósito de contribuir com a superação definitiva do problema das drogas ilícitas, acordamos que o Governo Nacional promoverá uma Conferência Internacional no marco da Organização das Nações Unidas para refletir, fazer uma avaliação objetiva da política de luta contra as drogas e avançar na construção de consensos em torno dos ajustes que forem necessários empreender, tendo em conta a discussão e os novos desenvolvimentos internacionais na matéria, bem como a perspectiva dos países consumidores e produtores, em especial as experiências e as lições aprendidas na Colômbia e identificando boas práticas baseadas na evidência.
Por último, acordamos que todo o anterior só é possível com o compromisso efetivo de todos:
· O compromisso do Governo Nacional de realizar as políticas e programas deste ponto, de intensificar e enfrentar de maneira decidida a luta contra a corrupção nas instituições causada pelo problema das drogas ilícitas, e de liderar um processo nacional eficaz para romper de maneira definitiva qualquer tipo de relação deste flagelo com os diferentes âmbitos da vida pública.
· O compromisso das FARC-EP de contribuir de maneira efetiva, com a maior determinação e de diferentes formas e através de ações práticas com a solução definitiva ao problema das drogas ilícitas, e em um cenário de fim do conflito, de pôr fim a qualquer relação, que em função da rebelião, tivesse se apresentado com este fenômeno.
· O Governo Nacional e as FARC-EP manifestam seu firme compromisso com a solução definitiva ao problema das drogas ilícitas.
· O compromisso de toda a sociedade em seu conjunto, incluindo suas diferentes formas de organização política ou social, de recusar toda relação com o problema das drogas ilícitas e o dinheiro proveniente do mesmo.
· A construção de uma paz estável e duradoura supõe a disposição por parte de todos de contribuir com o esclarecimento da relação entre o conflito e o cultivo, a produção e a comercialização de drogas ilícitas e a lavagem de dinheiro derivada deste fenômeno, para que jamais o narcotráfico volte a ameaçar o destino do país.
O acordado até agora faz parte de um acordo mais amplo que esperamos conseguir prontamente, o qual contém seis pontos.
Recordamos que um dos princípios que guiam A Mesa de Conversações é que "Nada está acordado até que tudo esteja acordado". Isto significa que os acordos que se constroem, estão condicionados a um pacto sobre a totalidade da Agenda e que podem ser ajustados e complementados.
Realçamos a contribuição do Escritório das Nações Unidas na Colômbia e do “Centro de Pensamiento Para la paz da Universidad Nacional” na organização dos fóruns realizados sobre o tema dos cultivos ilícitos.
Agradecemos aos milhares de colombianos e colombianas, e organizações sociais que nos enviaram suas propostas e opiniões sobre os pontos da Agenda através dos fóruns, da Página web ou dos formulários que estão disponíveis nas prefeituras e governos departamentais. Todas e cada uma destas propostas foram recebidas, lidas e levadas em conta pelas delegações em Havana.
Queremos agradecer Cuba e Noruega, países garantidores deste processo, por seu apoio e pelo ambiente de confiança que propiciam. Igualmente agradecemos ao Chile e à Venezuela, países acompanhantes, cujas delegações informam periodicamente sobre o desenvolvimento dos diálogos. Valorizamos de maneira especial, sua gestão, assim como agradecemos as expressões de apoio de outros países, organismos e líderes internacionais.
Estes acordos fundamentais são o resultado do intenso trabalho realizado a fundo por ambas as Delegações, pensando sempre no anseio de paz dos colombianos.
COMUNICADO CONJUNTO. HAVANA, 7 DE JUNHO DE 2014.
Enviado pela Mesa
de Conversações, sábado, 06/07/2014 – 08:31
O Governo
Nacional e as FARC-EP acordam o seguinte:
“DECLARAÇÃO DE
PRINCÍPIOS PARA A DISCUSSÃO DO PONTO 5 DA AGENDA: ‘VÍTIMAS’”
O Governo
Nacional e as FARC-EP,
Reiterando, como
se estabeleceu no Acordo Geral de Havana, que “O respeito aos Direitos Humanos
em toda a extensão do território nacional é um fim do Estado que deve ser promovido
por este”, e que o ponto 5 de sua Agenda expressa “que ressarcir as vítimas
está no centro do acordo”;
Reconhecendo,
além disso, que as vítimas de graves violações aos direitos humanos e infrações
ao Direito Internacional em decorrência do conflito têm direito à verdade, à
justiça, à reparação e às garantias de não repetição;
Convencidos de
que o cumprimento dos direitos das vítimas é parte fundamental das garantias
para a conquista da paz e que o fim do conflito contribuirá decididamente para
o cumprimento destes direitos, declaram que a discussão do ponto 5 estará baseada
nos seguintes princípios:
1. O reconhecimento das vítimas: É necessário
reconhecer todas as vítimas do conflito não somente em sua condição de vítimas,
mas também e principalmente em sua condição de cidadãos com direitos
2. O reconhecimento de responsabilidade: Qualquer
discussão deste ponto deve partir do reconhecimento de responsabilidade frente
às vítimas do conflito. Não vamos trocar impunidades.
3. Cumprimento dos direitos das vítimas: Os direitos das
vítimas do conflito não são negociáveis; trata-se de nos colocarmos de acordo
acerca de como deverão ser cumpridos da melhor maneira no marco do fim do
conflito.
4. A participação das vítimas: A discussão
sobre o cumprimento dos direitos das vítimas das graves violações de direitos
humanos e infrações ao Direito Internacional Humanitário em decorrência do
conflito requer necessariamente a participação das vítimas por diferentes meios
e diferentes momentos.
5. O esclarecimento da verdade: Esclarecer o
ocorrido ao longo do conflito, incluindo suas múltiplas causas, origens e seus
efeitos é parte fundamental do cumprimento dos direitos das vítimas e da
sociedade em geral. A reconstrução da confiança depende do esclarecimento pleno
e do reconhecimento da verdade.
6. A reparação das vítimas: As vítimas têm
direito a serem ressarcidas pelos danos que sofreram em decorrência do
conflito. Restabelecer os direitos das vítimas e transformar suas condições de
vida sob o efeito do fim do conflito é parte fundamental da construção da paz
estável e duradoura.
7. As garantias de proteção e segurança: Proteger a vida
e a integridade pessoal das vítimas é o primeiro passo para o cumprimento de
seus outros direitos.
8. A garantia de não repetição: O fim do
conflito e a implementação das reformas que surjam do Acordo Final constituem a
principal garantia de não repetição e a forma de assegurar que não surjam novas
gerações de vítimas. As medidas que se adotem tanto no ponto 5 como nos outros
pontos da Agenda devem apontar para a garantia de não repetição de forma que
nenhum colombiano volte a ser posto em condição de vítima ou risco de sê-lo.
9. Princípio de reconciliação: Um dos objetivos
do cumprimento dos direitos das vítimas de toda cidadania colombiana para
percorrer caminhos de civilidade e convivência.
1. Enfoque de direitos: Todos os acordos
a que chegamos sobre os pontos da Agenda, em particular sobre o ponto 5
“Vítimas” devem contribuir para a proteção e garantia do gozo efetivo dos
direitos de todos e todas. Os direitos humanos são inerentes a todos os seres
humanos, o que significa que lhes pertence pelo fato de sê-lo e em consequência
seu reconhecimento não é uma concessão, são universais, indivisíveis e
interdependentes e devem ser considerados em forma global e de maneira justa e
equitativa. Em consequência, o Estado tem o dever de promover e proteger todos
os direitos e as liberdades fundamentais de todos os cidadãos, o dever de não
violar os direitos humanos de seus concidadãos. Atendendo os princípios de universalidade,
igualdade e progressividade e para efeitos de ressarcimento se terão em conta
as violações que em razão do conflito tiveram os direitos econômicos, sociais e
culturais.
Adicionalmente
informamos que:
1.
Decidimos
criar uma subcomissão técnica, integrada por membros das duas delegações, com o
fim de iniciar as discussões dobre o ponto 3 “Fim do Conflito” da Agenda do
Acordo Geral.
2.
No
próximo ciclo iniciaremos as discussões em torno do ponto 5 “Vítimas” da Agenda
Acordo Geral, no qual concordamos que:
a.
Com
o fim de orientar e contribuir com a discussão do ponto 5, as partes decidem
criar uma comissão histórica do conflito e suas vítimas conformadas por
especialistas que não substitui o mecanismo para o esclarecimento pleno da
verdade que deve contar com a participação de todos e em particular das
vítimas.
b.
Solicitamos
ao Escritório da Organização das Nações Unidas na Colômbia e ao Centro de
Pensamento e Seguimento ao Diálogo de Paz da Universidade Nacional que
organizem os Fóruns sobre o ponto 5 “Vítimas” da Agenda do Acordo Geral assim:
três fóruns regionais que iniciarão em Villavicencio em 4 e 5 de julho e logo
em Barrancabermeja e Barranquilla e um nacional em Cali.
c.
Receberemos
uma primeira delegação de vítimas que assistirá a Mesa com o fim de apresentar
suas propostas e expectativas sobre a construção de paz nos territórios e
sobreo cumprimento dos direitos das vítimas (à verdade, à justiça, à reparação)
incluindo as garantias de não repetição.
Esta delegação
estará composta de tal forma que se assegure a representação plural e
equilibrada das distintas vítimas, assim como dos distintos fatos vitimizantes
sem pretender que uma delegação possa representar a milhões de vítimas que nos
deixou o conflito armado.
Agradecemos às
vítimas e as organizações de vítimas que enviaram suas propostas à Mesa e que
participaram nos fóruns regionais organizados pelas Comissões de Paz do
Congresso da República e convidamos que continuem participando através dos
mecanismos estabelecidos e nos próximos fóruns que serão realizados.
3.
Decidimos
criar uma subcomissão de gênero composta por integrantes das delegações para
revisar e garantir com o apoio de especialistas nacionais e internacionais que
os acordos alcançados e um eventual acordo final tenham um adequado enfoque de
gênero.
COMUNICADO CONJUNTO. HAVANA, 8 DE JULHO DE 2014
Enviado pela Mesa
de Conversações, terça-feira, 05/08/2014 – 17:32
O Governo
Nacional e as FARC-EP informam que durante os dias 6 e 8 de julho, delegados de
ambas as partes realizamos em Havana reuniões preparatórias do seguinte ponto
da agenda nas quais se avançou nas discussões sobre a maneira que os
representantes das vítimas participarão na Mesa.
Decidiu-se que
no dia 15 de julho nos encontraremos novamente em Havana com o fim de avançar
em dito tema.
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